A Cura pela Dor

Capítulo 8 – Em Guidion

Amanhecia e a luz do sol entrava pelas frestas da janela do quarto onde Gina e Hermione dormiam em Guidion. Como Hermione ainda dormia, Gina estava com preguiça de se levantar e continuava deitada pensando na vida.

*Flashback*

– Mas Gina, eu não posso deixar de ser comensal só por que VOCÊ quer! – ele gritava exaltado.

– Não é só porque eu quero Draco, é porque é a coisa certa a fazer! Se juntando a esses comensais você pode ser morto, ou algo até pior. – lágrimas rolavam discretamente pelo seu rosto.

– Eu estou cansado de você me dizer o que é certo ou errado, esse julgamento depende do ponto de vista de cada pessoa. Para meu pai o certo é ser comensal!

– É certo acabar com a vida de pessoas inocentes só porque não tem poderes mágicos, ou porque têm os poderes mas os pais não os têm?

– Olha Gina, eu não agüento mais discutir essa questão com você, estou cansado de ser pressionado por você e pelo meu pai a me decidir. Eu vou seguir meu caminho, ele foi escolhido pelo meu pai desde que nasci...

– Um caminho que levou sua mãe à morte!

– Isso não vem ao caso. – sempre desviava o rumo de uma conversa quando o assunto era esse. – Ou você me aceita como sou, ou está tudo acabado entre nós. – parecia realmente frio, como se nada disso o afetasse.

– Então siga seu destino... Malfoy. – não poderia se relacionar com um comensal da morte.

– Se é assim, adeus Weasley. – disse sem nenhuma expressão no rosto.

Draco se afastou e a Gina do calor da briga, restou apenas a fria e solitária noite. Se sentia como a lua minguante que se refletia no lago de Hogwarts, sozinha e triste.

– Gina você está acordada? – Mione a perguntava com o rosto inchado e sonolência na voz.

– Já sim.

– Eu vou ao banheiro e depois vamos descer e tomar o café da manhã tá?

Minutos depois as duas estavam na mesa de café da manhã da pensão, que por ser pequena era bem aconchegante.

– Por onde começamos Mione? – disse Gina depois de tomar um gole da xícara de chá.

– Pelo que fiquei sabendo mora aqui em Guidion um grande fã e colecionador de relíquias do mago Merlin, ele se chama Willian Gray. Nós podemos descobrir aonde ele mora, não será difícil.

– Não sei o que seria de mim sem você! Já falei que você é a melhor cunhada do mundo.

– Não. – respondeu Hermione em tom de brincadeira.

– Pois é! – Gina sorria, estava bastante esperançosa em relação ao dia de hoje. – A dona da pensão é bem simpática. Podemos perguntar a ela.

– Boa idéia. Eu já terminei e você?

– Também. Vamos lá.

A senhora que cuidava da pensão se chamava Claire Lefaire e as respondeu muito prestativa, lhes dando o endereço, que não era longe dali. Mas advertiu:

– O senhor Gray é um pouco estranho e não gosta de visitas, talvez ele não as receba.

– Ah, ele vai sim! – Gina faria qualquer coisa pela receita da poção.

– Boa sorte! Espero que ele entenda que vocês são pesquisadoras.

– Eu também espero. – acrescentou Hermione.

Elas andaram uns minutos cruzando todo o vilarejo, os moradores não deviam estar acostumados com visitas, pois as observavam como se fossem de outro planeta, por sua vez os mesmos se vestiam com roupas nos moldes antigos, até mesmo entre bruxos.

Assim que chegaram a mansão do senhor Gray foram advertidas por um feitiço-porteiro.

– Não é permitida a entrada de forasteiros nessa área.

– O senhor Willian Gray não gostaria de falar conosco? Somos pesquisadoras estamos interessadas no seu acervo sobre Merlin. – disse Hermione à frente do portão da imponente mansão.

– Ele concede a entrada das jovens. – disse a voz do feitiço e o portão se abriu.

– Ainda bem que poderemos ao menos entrar. – Gina disse aliviada a Mione.

Andaram até a porta de entrada que estava aberta as esperando. Elas foram entrando, o homem parecia viver sozinho, não devia nem ter empregados, o que Gina achou particularmente estranho numa mansão tão grande como aquela. Maior surpresa foi quando chegaram a sala principal e encontraram o senhor Gray, na verdade esse pronome de tratamento não se encaixava ao jovem de uns vinte anos que se encontrava sentado em uma poltrona.

– Pesquisadoras, sei? – ele soava arrogante, enquanto coçava o queixo. – Digam exatamente o que querem que talvez eu lhes ajude.

– Nós procuramos a receita da poção Curare. – Gina respondeu confiante não se deixando amedrontar pela postura dele.

– Por que se interessam por isso, tenho comigo invenções e artefatos muito mais interessantes. – ele encarava constantemente Gina como se Hermione nem estivesse presente, e isso a irritava.

– Estou pesquisando na verdade a maldição Vitalis, não Merlin.

– Entendo... Eu exijo uma ajuda de custo para pesquisa na minha biblioteca.

– Que absurdo! – Hermione parecia revoltada.

– Fique a vontade. A porta da rua é serventia da casa. – disse isso e se virou para ir embora.

– Espere. – Gina tentaria negociar. – De quanto é essa "ajuda de custo"?

– Apenas 500 galeões. – respondeu na maior cara de pau. – Sabe como é? Eu paguei caro por cada aquisição.

"Não é à toa que ele mora nessa mansão..." – pensou se sentindo explorada. O que faria agora?

– Não tem como dar um desconto?

– Bom, como você é muito lindinha cobrarei 250.

– Dá licença um minutinho. – disse puxando Mione para um canto da sala. – Quanto você tem aí?

– Eu tenho 100 galeões, mas isso inclui nosso almoço.

– Nós não precisamos comer. A passagem do trem para voltar nós temos não é?

– Temos.

– Eu tenho 50, vamos ver se ele aceita.

– Não custa tentar.

– Tenho uma proposta a lhe fazer senhor Gray. – disse Gina se reaproximando.

– Willian por favor.

– Willian, nós temos apenas 150 galeões, pega ou larga?

– Pego. Mas na minha mão agora. – disse estendendo a mão para Gina.

Ela pegou o dinheiro das duas e o entregou.

– Sigam-me. – respondeu saindo na frente das duas e fazendo um gesto para que elas o acompanhassem com a mão.

Subiram e desceram escadas  até chegarem a uma enorme biblioteca.

– Tudo nessa biblioteca é sobre Merlin, desde livros póstumos a manuscritos feitos por ele próprio, vocês têm uma hora.

– O quê? – Hermione estava realmente furiosa. Mas ele foi embora a ignorando. – Infeliz!

– Mione, não vamos perder tempo xingando ele que não vale a pena! – Hermione, pelo que Gina percebia, andara adquirindo alguns costumes de Rony.

Então ambas começaram a vasculhar a biblioteca, a sorte de Gina era Hermione ser expert nesse quesito. Aos quarenta minutos de procura encontraram os famosos manuscritos de Merlin, e entre eles procuravam quaisquer referencias a poção Curare.

– Mione não é possível! Não estou encontrando nada que ao menos confirme a existência da poção.

– Nem eu!

– Seu tempo acabou. Encontraram? – era Willian que surgira ao lado delas. "Pior é que ele é bem bonitinho... Gina porque você tem que ter uma queda por bad guys?"

– Não! E vamos continuar procurando. – Hermione parecia decidida.

– Se você ajudasse já teríamos encontrado! – Gina estava extremamente irritada e se sentindo pressionada, que era o que mais detestava.

– Está certo. Estão vendo aquele manuscrito lá no alto? Na ultima prateleira? – perguntava com indiferença.

– Sim. – ambas responderam.

– Pegue.

Accio manuscrito. – murmurou Hermione.

– É este que contém a poção...

Gina não sabia se o matava, por não ter dito a elas antes que sabia onde se encontrava o manuscrito, ou se o enchia de beijos, por ter enfim contado e não as deixado ir embora sem nada. Achou melhor não fazer nenhuma das opções.

Hermione a mostrou o manuscrito aberto com a receita da poção, e ela ficou tão feliz que teve vontade de chorar.

– Copiem os ingredientes logo!

– Muito obrigado! – Gina agradecia, já tinha até esquecido que pagara pela consulta do manuscrito, devido a felicidade que sentia.

Hermione copiava habilidosamente rápido os ingredientes e o modo de preparo da poção, que não era nada simples. Assim que acabou de copiar entregou a Gina.

– Acabamos.

Vinguardium leviosa. – Willian guardou novamente o manuscrito. – Vocês sabem ir embora sozinhas?

– Não. – o caminho era realmente enrolado, Gina ficaria para sempre perdida naquela mansão.

– Sigam-me.

Uma hora depois estavam no trem voltando a Londres. Gina estava satisfeita consigo mesma, porém tinha más sensações sobre Draco, como será que ele estava? Já fazia mais de um mês que o vira, e com uma enfermeira "daquelas" ele deveria estar mal.

Assim que chegaram na Toca as duas, que estavam morrendo de fome, foram almoçar. Rony não estava em casa.

– Mione eu vou daqui a pouco no Beco Diagonal comprar esses ingredientes e de lá irei para casa do Draco, preciso dá-lo a poção o quanto antes.

– É uma poção complexa Gina, precisa-se de no mínimo duas horas para prepará-la.

– Eu sei, no caminho eu vim lendo... Os ingredientes também são muitos e alguns imagino que encontrarei apenas na Travessa do Tranco.

– Você tem que ter muito cuidado nesses lugares Gina, eu não vou dizer para você não ir porque eu sei que você vai de qualquer maneira.

– Muito obrigada por se preocupar comigo!

Após o término da refeição Gina se despediu de Hermione.

– Invente alguma desculpa para o Rony por favor! Ele não pode saber...

– Tudo bem, mas depois você vai falar a verdade para ele. – respondeu uma Mione séria.

– Claro.

Gina foi para o Beco Diagonal pelo seu método mais utilizado: aparatou. Não estava difícil achar os ingredientes, porém ir à Travessa do Tranco era realmente traumatizante, pois todo aquele ambiente das trevas lhe lembrava sua experiência no segundo ano de Hogwarts. Não gostava de lembrar disso, afinal quem colocara o diário de Tom Ridlle no seu material escolar fora Lucio, e seu filho Draco, e essa lembrança, como a de ele ter matado seus pais machucava-a muito. Com esforço andou por aquelas ruas escuras e entrou nas lojas estranhas, enfim acabou tinha todos os ingredientes necessários para salvar a vida de Draco Malfoy.

N.A.: Caprichei nesse capítulo, porque acho que só vou poder escrever de novo essa semana na sexta, e postar lá pro sábado, e só vai estar online lá pro domingo... não me matem please é que estou cheia de trabalhos na facu essa semana, mas se por acaso conseguir um tempinho eu escrevo antes tah?!

Obs: Esse segundo nome do rei Artur (o nome bruxo) eu tirei do livro As Brumas de Avalon de Marion Zimmer Bradley, Guidion segundo o livro era o nome celta de Artur e significa brilhante porque ele era um nenê loirinho... e a maldição Vitalis foi lançada nele por Morgause na minha história e não Morgana porque a verdadeira vilã (segundo As brumas...) era Morgause. Eu recomendo o livro que é D+, é meu livro preferido, gosto + que HP, só que não me atrevo a escrever fics...

*No próximo capítulo o reencontro de Gina e Draco (sem falta!). Será que ela o curará?*

Quero agradecer aos reviews que estou recebendo de ... Bella, May Malfoy, lessi, Diana, Bru Malfoy e aos mails de Yellowred, Rita Malfoy e me desculpem se esqueci alguém... Beijinhos!!!!

REVIEWS JÁ!!!!!!! (a campanha continua...)