1- A garota nova

Duas pessoas estavam tendo um terrível pesadelo. Elas viam um homem correr desesperado e logo atrás uma figura que não parecia humana que o perseguia. Ouviram uma voz que parecia mais com um sibilo de cobra:

-Você pode fugir, mas não pode se esconder. Eu vou te pegar Karkaroff seu traidor.- a segunda figura sibilou - Quando eu te pegar eu vou fazer algo pior do que te matar. Você sentirá a mesma dor a qual condenou muitos dos meus fiéis servos. Você será torturado enquanto espera o mal maior que te aguarda. -nesse momento as duas figuras ficaram cara a cara.

-Piedade mestre!Eu te imploro, tenha piedade. Acredite, eu não tive outra opção. -naquele momento cordas aprisionaram o homem e vultos negros surgiram

-Cale a boca seu traidor infeliz. Vejam comensais o primeiro dos traidores e logo o outro terá o mesmo destino. - nesse momento ele riu. Sua risada era fria e sem alegria. Um calafrio percorreu as duas pessoas que sonhavam e elas acordaram.

Uma delas era Harry Potter, o menino que sobreviveu. Ele acordou com uma dor dilacerante na sua cicatriz, que era sua única lembrança da horripilante noite em que seus pais morreram.Pesadelos como aquele vinham atormentando Harry desde a noite do fim do torneio Tribruxo. Naquela noite, Voldemort ressurgira mais terrível do que nunca, por isso Harry não pode passar as férias na casa de seu melhor amigo Rony e tivera que agüentar os Dursley durante todo o verão. Naquele momento ele estava se perguntando qual seria o destino de Karkaroff, mas logo os pensamentos dele se desviaram para as corujas que batiam na janela. 

         Ele a abriu para as três corujas. Uma delas era a coruja dele, Edwiges, as outras ele não reconheceu. Elas traziam quatro cartas e ele esperou que alguma delas fosse de Sirius, seu padrinho, e que ele o autorizasse a passar a ultima semana de suas férias na casa dos Weasley. Não era muito tempo, mas era melhor do que nada e ele não suportava mais os Dursley.

           Harry,

                      Desculpe-me por não te escrever desde o seu aniversário. Estou bem e espero que você também esteja. Não estou mais na casa do Remo e talvez nos vejamos em breve. Andamos pensando em como você iria comprar seu material e tenho uma ótima notícia: Dumbledore irá te buscar no domingo para você ir ao Beco Diagonal. Você ficará lá essa ultima semana, Rony e Mione também estarão lá. Quem ficará com vocês para protegê-los será a nova professora de DCAT. Ela se chama Eliza Wyse e é absolutamente confiável. Nos desculpe por termos te obrigado a passar as férias com os Dursley, deve ter sido horrível, mas não havia outra opção. Foi para o seu bem.

                                                                              Sirius Black

         Quando terminou de ler a carta ele estava muito mais feliz. Afinal iria ficar livre dos Dursley no dia seguinte e iria passar o resto das férias com seus amigos no Beco Diagonal. Harry também estava curioso em relação a essa nova professora de DCAT e ao fato de Sirius confiar tanto nela. As outras duas cartas eram da Mione e do Rony como ele presumira, mas a ultima o surpreendeu.

            Harry

                        Amanhã irei buscá-lo pessoalmente na casa de seus tios por medida de segurança. Sirius provavelmente já te avisou que você irá passar o resto das férias no Beco Diagonal. Uma outra aluna afilhada da professora Wyse estará lá também. Ela foi transferida de Beauxbatons este ano e também está no quinto ano, gostaria que você a auxiliasse a se adaptar em Hogwarts e espero que vocês se tornem amigos.

                                                                   Alvo Dumbledore

            Aquele pedido de Dumbledore intrigou Harry, afinal o diretor não costumava se intrometer nas relações pessoais entre os alunos. No entanto, ele logo tirou aquilo da cabeça e foi arrumar suas coisas. Afinal Dumbledore poderia apenas desejar que a aluna nova se sentisse acolhida em Hogwarts, não poderia?

                No dia seguinte de manhã, ele entrou na cozinha e foi ignorado como sempre.Os trouxas estavam distraídos vendo o noticiário que falava sobre uma série de misteriosos assassinatos que ocorreram durante o verão. Harry desconfiava de que Voldemort tivesse algo haver com aquilo, pois vários dados noticiados combinavam com alguns de seus pesadelos. Ele perguntara a Rony, mas ele dissera que nada fora noticiado em nenhum dos jornais bruxo.

                -Tio, hoje virão me buscar para eu comprar meu material e eu vou passar o resto das férias fora.

                -Quem te deu permissão para ir?

                -Meu padrinho.

                -Desde quando seu padrinho dá ordens nessa casa?- aquilo surpreendeu Harry, mas pelo tremor da voz ele percebeu que o tio estava apavorado, apesar do que dizia.

                -Bom, quem vem me buscar é o diretor da minha escola. Dumbledore é considerado o maior bruxo da atualidade e acho que não vai gostar nada de ser contrariado. - Petúnia e Duda que estavam prestando atenção na conversa lançaram um olhar suplicante para Valter

                -Está bem, você tem permissão para ir. De qualquer forma ficaremos livres de você. 

 Pouco depois a campainha tocou e tio Valter atendeu. Harry teve que segurar o riso ao ver a cara do tio e ficou ainda mais difícil quando ele viu a roupa que o diretor vestia. Aparentemente ele tentou vestir-se como trouxa, mas estava um pouco desatualizado ele vestia uma bata hippie multicolorida. Harry achou melhor ser rápido antes que o tio tivesse um ataque de nervos com aquele bruxo fantasiado de hippie em uma limusine.     

            Ao chegarem no Caldeirão Furado Dumbledore apresentou a Harry a nova professora de DCAT. Ela tinha longos cabelos castanhos claros cacheados e olhos também castanhos meio cor de mel, era muito bonita. Assim que cumprimentou a nova professora ele viu Rony, Mione e uma desconhecida. Quando chegou perto a professora apresentou a menina como Catherine Linton, sua afilhada. Ela tinha cabelos escuros avermelhados, que cacheavam nas pontas e penetrantes olhos cor de chocolate.

                - Você deve ser o Harry, já ouvi falar muito de você, mas quem não ouviu? Deve ser chato, né? Quero dizer ser tão famoso? Tem pessoas que não respeitam sua privacidade, ano passado aquela Rita Skeeter foi terrível, não?- Aquela era uma das principais características de Cathy ela costumava falar de mais sem medir as suas palavras. Ela era normalmente absurdamente sincera, mas mentia bem quando necessário. - E o senhor deve ser Alvo Dumbledore, diretor de Hogwarts, acho que o senhor deveria ver se seu serviço de corujas está com problema recebi a carta de admissão com quatro anos de atraso. Esse problema pode causar confusão, imagine se isso aconteceu com outras crianças nascidas trouxas?

                -Cathy! Da forma como fala até parece que ficou sem escola até agora...- Eliza chamou a atenção da afilhada parecendo profundamente exasperada.

                A forma como Catherine se dirigiu ao diretor surpreendeu Harry. Ele achou a garota um pouco petulante, mas parando para pensar ela podia estar apenas chateada por não ter recebido a carta de Hogwarts quando deveria. Harry já ouvira falar dos Linton, era o tipo de família que os Dursley adorariam conhecer e bajular, afinal o senhor Linton era um homem rico, eles jamais desconfiariam que a filha adotiva do casal era uma bruxa.

                -Harry tem uma surpresa pra você no seu quarto. - disse Hermione logo depois de Dumbledore ter se despedido e de Catherine e Eliza terem se afastado.

-Ahn! O que é?

-O Snuffles. - respondeu Rony

Ao ouvir isso Harry subiu correndo para ver o padrinho.

-Até que enfim! Achei que não fosse subir nunca! Nossa! Você cresceu! - era verdade ele havia espichado bastante durante o verão e encorpara um pouco também. - Eu estava morrendo de saudades. Foram muito ruins as férias com os trouxas?

 -Você nem imagina o quanto! O Duda está apaixonado e tia Petúnia tentou usar isso para convencê-lo a fazer dieta. Ele está mais gordo que o pai e tia Petúnia fica repetindo, que seu pobre filho até tenta emagrecer, mas coitadinho ele está tão deprimido... Conclusão: passei fome de novo, ou melhor, fiquei a base da comida que me mandavam e eu torcendo pelos Dursley não descobrirem, senão estava ferrado. Sirius, você vai ficar?

-Vou. O quarto é para duas pessoas. Foi uma dificuldade para conseguir. Dumbledore teve que dizer que o excêntrico cão negro só dormia em uma cama senão uivava a noite inteira. Eu tenho cara de um cachorro temperamental? - Harry riu da cara brava do padrinho. 

-Você já conhecia a professora Wyse?

-Conhecia... - o menino observou o rosto do padrinho se anuviar e seus olhos voltaram a ter o aspecto que tinham quando ele saíra de Azkaban, mas isso durou apenas um minuto. Logo depois, o rosto voltou a apresentar um aspecto bem saudável e Harry não tinha dúvidas de que ele melhorara bastante durante o verão. Ele engordara e estava usando vestes novas e os olhos negros já não tinham aquela expressão alucinada. - Você conheceu a afilhada dela?

-Sim e a aparência dela me lembrou alguém. Aquela pele clara e aqueles cabelos vermelhos, sem falar daqueles olhos cor de chocolate me lembraram alguém, mas não sei dizer quem...

Os dois continuaram a conversar por um bom tempo até que ouviram batidas na porta.

-Harry, tem alguém aí com você? Eu ouvi vozes. - Catherine viera chamá-lo para o jantar e ouvira a voz de Sirius. Na tentativa de provar que estava sozinho ele abriu a porta e deichou-a entrar.- Um animago que legal!- a menina exclamou assim que viu Sirius transformado em um enorme cão negro.

-Não, não é um animago. O que te faz pensar assim?

-Eu te ouço conversando com alguém e quando entro no quarto, que, aliás, é para duas pessoas, vejo um cachorro que parece um sinistro... O que você acha que vou pensar? Harry não precisa mentir tentando explicar. Nós nos conhecemos hoje é normal que você não confie em mim. De qualquer forma não precisa se preocupar minha madrinha não vai ouvir nenhum comentário sobre o assunto. Vou descer quer que eu diga a eles que você vai jantar no quarto?

-Quero.- Harry observou a menina se afastar um pouco atônito. Ele ainda não conseguia dizer se gostava dela ou se ela o irritava -Você acha que devemos nos preocupar?

-Não, acho que se ela disse que não vai contar ela provavelmente não irá. Ela parece confiável.

-Não sei não... Acho esse jeito dela de falar tudo que pensa irritante e perigoso.