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2- Fazendo novas amizades

                A ultima semana das férias estava sendo ótima, Catherine sentia que laços de amizade estavam nascendo entre ela e o trio, mas eles ainda não confiavam nela o suficiente para contar a verdade sobre o animago que estava no quarto do Harry. Ela os ajudava a esconde-lo de sua madrinha e estava cada vez mais curiosa. Naquele momento estava indo chamar Harry para tomar sorvete.

                -Harry, posso entrar?

                -Ele não está - ela ouviu o animago responder.

                -Tudo bem quando ele voltar diga para ele me procurar em meu quarto.

                -Espere, pode entrar.

                -Não, obrigada prefiro esperar em meu quarto.

                -Achei que você quisesse me conhecer. Entra. - ele disse abrindo a porta.

                -Sirius Black! - Catherine exclamou surpresa. - Você melhorou bastante desde que fugiu de Azkaban. Então você é inocente?

                -Sou. - Sirius respondeu espantado com a calma da menina - Por que acredita em mim?

                -Você está aqui com Harry há quase uma semana, se fosse culpado já teria feito algo. Além disso, Harry parece confiar em você e deve ter motivos para isso. Agora me diga como o convenceu de sua inocência?

                Em resposta a essa pergunta ele contou-lhe tudo que se passou no final do terceiro ano de Harry. Catherine ouviu tudo aquilo surpresa e no final exclamou feliz:

                -Sirius, por que confiou em mim? Quer dizer como sabia que eu ia acreditar na sua inocência?

                -Pensei que as conversas que você andou ouvindo atrás da porta iriam depor ao meu favor - ao ouvir isso Cathy ficou vermelha - Além disso, como você disse se eu fosse fazer mal ao Harry já teria feito e se você fosse contar para a Eliza já teria contado. Você a conhece vai ser difícil convencê-la.

                -É, acho melhor não contar. - Nesse momento Harry chegou e se assustou ao ver o padrinho e Catherine conversando.

                -Calma, Harry, o Sirius já me esplicou tudo. Pode confiar em mim! - dizendo isso Catherine deixou-os sozinhos.

                Certos segredos quando compartilhados aproximam as pessoas e não foi diferente com eles. Depois que Sirius contou-lhe sua história ela passou a ser parte do grupo. Eles contaram-lhe coisas que se passaram nos outros anos e alguns dos seus segredos como a capa de invisibilidade e o mapa do maroto. A cada narrativa Cathy ia ficando mais perturbada, pois aquelas histórias lembravam-na alguns sonhos que ela costumava ter, mas aquele segredo ela não lhes contou.

                No ultimo dia de férias Catherine visitou a loja do senhor Olivaras. Sua varinha quebrara de forma misteriosa no fim de junho.

                -Senhorita Linton, eu estava me perguntando quando a senhorita iria me visitar. - aquela frase dita pelo misterioso vendedor de varinhas espantou-a.

                -Como o senhor sabia que eu viria?

                -Aquela varinha que você comprou não era totalmente compatível com você. Eu sabia que ela explodiria quando a sua verdadeira varinha fosse fabricada. - a essa frase se seguiu uma série de testes até que finalmente uma varinha emitiu uma série de estrelas. - Curiosíssimo! Essa varinha é de um tipo muito raro! Ela tem essência de unicórnio como a outra, mas também tem uma lágrima de fênix cristalizada. Essas varinhas são raras, porque é muito difícil cristalizar a lágrima de uma fênix. As fênix costumam chorar apenas para usar seus poderes curativos. Somente fênix muito especiais são capazes de se entristecer e mesmo nas raras vezes em que isso ocorre cristalizar a lágrima é dificílimo.

                Cathy saiu de lá extremamente curiosa e foi direto para a Floreio e Borrões e comprou um livro sobre fênix.Ela gostava muito de ler, mas não era exatamente estudiosa. Ela nem chegava perto da Mione, mas aquele gosto pelos livros as aproximava. Elas se tornaram amigas facilmente e se aproximaram muito depois da revelação de Sirius. Hermione adorava os amigos, mas sentia falta de uma companhia feminina. Certos segredos não podem ser compartilhados com meninos.    

                As férias acabaram e o dia 1º de setembro finalmente chegou. Catherine estava ansiosa para conhecer Hogwarts. Ela lera "Hogwarts uma História" antes de completar 11 anos e sempre sonhara em estudar na escola. Ela estava um pouco nervosa com a passagem pela plataforma nove e meia com receio de bater na barreira.

                A viagem no expresso estava sendo calma e divertida. Eles tinham encontrado os gêmeos e Gina, e estavam jogando Snap explosivo. No entanto, no meio da viagem o grupo recebeu uma visita não muito agradável.

                -Oh não! Outra sangue ruim. Essa escola está em decadência. Vocês deviam tomar mais cuidado. Será que aquele velho maluco perdeu totalmente o juízo? Aceitar outra sangue ruim depois de todos os ataques que ocorreram nessas férias! - falou Draco.

                -Acho que quem deveria ser mais cuidadoso é você. Afinal saber coisas que o ministério está tentando abafar pode chamar atenção. As pessoas podem se perguntar como você conseguiu essas informações. - retrucou Cath enraivecida pelo xingamento.

                -Garanto que é mais uma que vai para a Grifinória! A casa dos sangues ruins e dos amantes de trouxas.

                -Pelo menos é melhor que a Sonserina. Casa dos arrogantes e preconceituosos. Você está é com inveja, porque na sua casa não tem meninas tão bonitas. - disseram os gêmeos

                -Quero ver essa coragem toda daqui a um tempo. Não se esqueçam...

                -Não se esqueçam, de quê? - Draco se virou e viu a nova professora de DCAT – O que foi, Malfoy, perdeu a língua? - depois dessa Draco saiu da cabine de mansinho.

                -Viu como a coragem dele acabou rapidinho? Ele é patético! - exclamou Mione.

                O resto da viagem foi calma. Ao chegarem Cathy separou-se dos amigos, pois Hagrid mandou-a ir de canoa. No início ela ficou irritada por ter de se separar de seus amigos e atravessar o lago como uma aluna do primeiro ano, mas depois ao ver a beleza do lago ela foi se animando. A noite estava estrelada e era lua cheia, o lago refletia toda aquela beleza. A felicidade da menina ao ver o castelo pela primeira vez foi enorme. Ela teve certeza de que estava no lugar mais mágico da terra.

                Ao entrarem eles foram recepcionados por uma professora de rosto severo que se apresentou como McGonagall, professora de transfiguração e vice-diretora. Ela disse para eles se prepararem para a cerimônia de seleção. Cathy ficou se perguntando como seria a seleção de Hogwarts, pois em Beauxbatons era um espelho que selecionava. Ela não ficou muito tempo em suspense, pois o zelador chamou-a e levou-a até a sala do diretor.

                Na sala de Dumbledore ela encontrou Harry, Mione e Rony, além do próprio diretor. Lá mandaram-na colocar um velho chapéu:

-Oi, eu sou o chapéu seletor, duvido que encontre um chapéu mais inteligente.

-Então para que casa eu vou?

-Sabe, você é difícil de selecionar. Eu gosto de pessoas como você, pois são desafios. Mas acho que você deve ir mesmo para a Sonserina embora você tenha muito da Corvinal.- então o chapéu disse em voz alta –Sonserina!

Ao ouvir a sentença final ela tirou o chapéu, mas desejou colocá-lo novamente. As caras dos amigos eram de enterro.

-Não é possível! Deve ter ocorrido algum engano. - Rony foi o primeiro a expressar o que os três estavam sentindo.

-Eu não acredito que vocês vão deixar de serem meus amigos, porque eu estou na Sonserina.

-Não claro que não! Só estamos preocupados. Na Grifinória você já tinha amigos, mas os sonserinos não vão te aceitar. Eles são preconceituosos e você nasceu trouxa. - falou Harry

-Vocês estão sendo preconceituosos também. Ser sonserino não significa ser como o Malfoy.

-Ela tem razão. Mas agora é hora de conversarmos sobre o motivo de vocês estarem aqui. – falou Dumbledore.

-Senhor desculpe interromper, mas o chapéu sumiu! – exclamou Mione.

-Calma ele agora deve estar selecionando os alunos do primeiro ano. Bom, eu os chamei aqui para conversar sobre os finais de semana em Hogsmeade. Infelizmente vocês não poderão aproveita-los integralmente. Vocês deverão passar pelo menos parte desses fins de semana treinando animagia e DCAT.

-Animagia!? Por quê?

-No caso de uma invasão ou de Harry ter de enfrentar Voldemort, ele fugiria mais facilmente se fosse um animago. Vocês vão treinar também para ajudá-lo, mas não devem comentar isso com ninguém. Agora podem ir.

Eles foram até o salão principal, onde Dumbledore apresentou-a como uma nova aluna transferida de Beauxbatons. Enquanto isso ela admirava o teto do salão maravilhada. Cathy teve que colocar o chapéu novamente apenas para formalizar a seleção:

-Tem certeza de que me colocou na casa certa?

-Absoluta nunca me engano. Sonserina!- ele falou essa última palavra alto e ela tirou o chapéu novamente e foi até a mesa da sua casa.

Lá a maioria dos olhares que recebeu foram hostis. Ela ouviu inclusive ouviu alguns comentários de alunos indignados:

-Essa escola vai de mal a pior! Agora nem a Sonserina está livre de sangues ruins.

-É mesmo o velho Slytherin deve estar se revirando no túmulo.

-Só para informá-las eu não posso nem mesmo ser classificada como nascida trouxa. Sabe, eu sou adotada então não sei se meus pais biológicos eram bruxos ou não. Mas isso não importa, porque vocês são tolas ao discriminar os alunos nascidos trouxas, afinal que eu saiba a melhor aluna de Hogwarts é uma sangue ruim com muito orgulho. Enquanto isso existem bruxos como Crabbe e Goyle, eles são puros sangues, mas tem cérebros de toupeira pura.- Cath enraivecida não conseguiu não se intrometer na conversa.