3- Amizade surpreendente
No dia seguinte, na mesa do café da manhã eles receberam o horário. Cathy ficou feliz ao ver que teria uma aula com os grifinórios naquele dia. Seriam dois tempos de poções no final do dia.
Os sonserinos deram-lhe uma recepção bem ao estilo deles. Eles a deixavam pra trás sempre que conseguiam e ela por não conhecer o castelo se atrasava. Isso aconteceu na aula de Poções. Ela chegou com Snape já na sala:
-Onde você estava? Acha que vou protegê-la só porque está na casa que eu represento? Ou acha que ser amiguinha do Potter te dá alguma vantagem? Eu devia te dar uma detenção, chegar cinco minutos atrasada em uma aula é um desrespeito ao professor. - a turma estava espantada Snape humilhando uma sonserina não era normal...
-Bem, proteger os sonserinos ele protege - cochichou Rony
-Falou alguma coisa Weasley?
-Eu professor não falei nada.
-Não minta para mim, Weasley. Menos cinco pontos para grifinória pela mentira. - os grifinórios lançaram-lhe olhares assassinos.
-Professor, desculpe-me. - ela falou olhando para o chão - O problema é que eu não conheço o castelo e os meus simpáticos colegas de casa fazem questão de deixar-me pra trás.
-Bom, então dessa vez passa. Para resolver esse problema você Malfoy vai ensiná-la a andar pelo castelo. Afinal essa é uma das suas funções de monitor. Se eu ouvir que ela andou chegando atrasada novamente vou tirar pontos da Sonserina. Agora Linton você vai fazer dupla com o Malfoy. - a turma toda ficou ainda mais espantada.Snape ameaçando Malfoy?
-Não acredito que vou ter que te aturar até você aprender a andar pelo castelo!
-Eu também não estou feliz com isso, Malfoy. Ter que andar pelo castelo com um garoto arrogante e preconceituoso. Agora no seu caso acho que você vai acabar sentindo a minha falta depois.
-Eu sentir falta de uma sangue ruim? Você deve estar brincando!
-Tive uma idéia que tal fazermos uma aposta? Eu aposto que consigo te provar que um sangue puro não é melhor que alguém que nasceu trouxa.
-Está bem, eu aposto que você vai descobrir no final que eu sou muito mais que um garoto mimado.
-Apostado!
A semana transcorreu normalmente. Cath estava realmente se surpreendendo com Draco. A menina descobriu que havia uma pessoa por trás daquela máscara de arrogância. Não que Draco fosse um menino bonzinho que se fingia de mau por causa do pai. Não era nada disso ele era arrogante, mimado e preconceituoso. Mas era mais do que isso ele era divertido, engraçado e lá no fundo um garoto legal. No sábado ela pediu para ele levá-la ao campo de quadribol
-Acho que você está abusando. Por que eu te levaria até lá para se encontrar com o Potter?
-Eu não estou indo me encontrar só com o Harry, Draco. Você vai me levar até lá, porque quer me provar que pode ser uma pessoa agradável. Por favor!
-Está bem, mas depois vamos fazer algo juntos no Lago.
-Claro, vai ser divertido!
Catherine queria ir até o campo para se encontrar com o trio e irem visitar Hagrid. Eles tiveram uma manhã muito agradável tanto que nenhum deles percebeu o tempo passar, quando viram já estava na hora do almoço.
-Ah meu Deus, o Draco! Ele deve estar uma fera comigo. Eu prometi a ele que iríamos passar um tempo no lago depois, mas nem vi o tempo passar.
-Não acredito que você está preocupada, porque deu um bolo no Malfoy! Já esqueceste do que ele te chamou quando se conheceram.
-Está com ciúmes Harry? - brincou Hermione
-Eu com ciúmes dela! Claro que não.
-Então é melhor parar de implicar com o Draco. Eu sou bem grandinha para saber escolher meus amigos sozinha. - ela replicou chateada - Mione, você sabe onde é a cozinha?
Assim Catherine descobriu como entrar na cozinha para conseguir o que precisava para um piquenique. Para sua surpresa quando foi até o lago para chamar Draco ele ainda estava lá.
-Até que enfim. Achei que fosse me dar um bolo completo. Só que agora já não adianta nada, porque temos que ir almoçar.
-Desculpe perdi a hora. No entanto, tive uma idéia para aproveitarmos esse dia ensolarado. Afinal estamos no outono ninguém sabe quando vamos ter outro dia assim. Que tal fazermos um piquenique? Podemos pegar a comida com os elfos domésticos na cozinha.
-Eu ir até a cozinha e me misturar com elfos domésticos! Você pirou?
-Draco deixe de bobeira. Esse seu preconceito é ridículo, não acredito que vai deixar de aproveitar esse dia lindo aqui no lago comigo por causa de um elfo?! - o dia estava realmente lindo. O céu estava azul e parecia que toda a paisagem brilhava. No entanto, ambos sabiam que logo os dias ficariam chuvosos e as folhas das árvores começariam a cair - Lembra do que eu disse sobre a diferença entre um amigo de verdade e um amigo por interesse? - ele fez um sim com a cabeça - Então, é a mesma coisa às vezes é mais vantajoso vencer o orgulho e ser simpático com os subordinados. Onde está seu espírito sonserino, que faz qualquer coisa para alcançar seus objetivos? Você vai ver que os elfos são até inteligentes. Essa escravidão a que são submetidos é absurda. Tudo bem que alguns até gostam, mas a forma como são tratados violam os direitos humanos.
-Cathy, os elfos não são humanos.
-Eu sei, mas os direitos humanos foram instituídos pelos trouxas e para eles os únicos seres que pensam são os humanos. Assim podemos interpretar esse código como os direitos dos seres racionais - eles chegaram rapidamente à cozinha onde os elfos domésticos os receberam bem com exceção de um.
-O que o pequeno Malfoy está fazendo aqui?
-Calma você deve ser o Dobby, não é? Eu sou amiga do Harry, ele me disse para procurá-lo. Eu e o Draco queríamos fazer um piquenique no lago. Eu sei que você tem motivos para não gostar dele, mas eu estou tentando mostrá-lo que esse preconceito dele é idiota. Você é tão inteligente, Harry me contou o que fez para que ele não viesse a Hogwarts no segundo ano e como você o ajudou em uma tarefa no ano passado. - eles saíram de lá com uma cesta cheia de comida além de pratos e talheres - Viu como ser simpático vale a pena? Se você tivesse brigado com ele, teríamos ganhado comida estragada.
-É você tem razão. Sabe você é a sonserina perfeita, para você os fins realmente justificam os meios. - ele falou com uma expressão de quem ainda não estava convencido de que tinha valido a pena dizer aquilo.
O dia continuou agradável assim como todo o fim de semana. No entanto, no domingo à noite, Catherine não dormiu nada bem.
-Meu prazer ao ver a carcaça desse traidor é inefável! Logo o seu amiguinho Snape vai seguí-lo e estou apenas dando à ele a corda para que se enforque. Isso acontecerá logo, logo. Eu encontrei uma forma de conseguí-la e de me livrar deste traidor. Vou atacar meninas em Hogwarts, meninas do ano dela e Snape deve participar. Eu sou um gênio, não sou, Nagini?
Nesse momento duas pessoas acordaram em Hogwarts. Cathy acordou assustada ela acabara de ver Voldemort conversando com uma cobra, ela só não sabia como entendera a conversa já que não era ofidioglota. Ela desceu as escadas, mas não encontrou o salão comunal da Sonserina vazio como pensara. Ela se escondeu para tentar descobrir o que aquele bando de alunos estava fazendo acordados naquela hora. Para sua surpresa Draco estava entre eles, o grupo vinha silencioso como quem tinha acabado de fazer algo muito errado. Ela resolveu voltar para o quarto e tentar dormir, afinal poderia ser desagradável se eles a vissem. Ela ouviu as meninas se deitarem e ainda tentou dormir novamente, mas acabou desistindo. Voltou para a sala comunal, que agora estava realmente vazia.
-O que você está fazendo acordada? – Draco falou. Cath já estava sentada em uma das poltronas olhando para o nada e pensando - O que houve você está com cara de quem não pregou o olho?
-Não houve nada. Eu só estou sem sono, e você?
-Você não confia em mim? Por que você não me fala a verdade? Achei que estávamos nos tornando amigos?
-E você, Draco, confia em mim? Você não respondeu a minha pergunta. Não é falta de confiança, só que não quero falar sobre isso. Eu queria ficar sozinha, tudo bem?
-Eu... Eu acabei de acordar. Mas Cathy, se você confiasse em mim não teria mentido.
-Você também está mentindo. Draco nossa aposta acabou e então o que vamos fazer?
-Se tivéssemos nos tornado amigos você confiaria em mim.- ao dizer isso ele deixou-a sozinha
No dia seguinte, Cathy foi correndo procurar Harry. Ela precisava saber se ele também tivera um pesadelo naquela noite. Sua ansiedade era tanta que ela se traiu:
-Harry, você dormiu bem essa noite? Teve algum pesadelo?
-Tive como você sabe?
-A sua cara está péssima e com olheiras. Está na cara que você não dormiu bem essa noite.
-Você viu as olheiras do Harry de longe!? Elas nem estão tão fortes assim. Você também não está com uma cara muito boa. O que houve? - falou Rony
-O que você sonhou Harry?
Para seu pavor Cathy o ouviu narrar o mesmo sonho que ela tivera durante a noite.
-Você não sabe do pior! Eu fui avisar o Dumbledore do perigo que o Snape está correndo, mas ele já partiu para a missão.
-Você acha isso o pior!? Você pirou? Vamos nos livrar do Snape!
-Rony!
-Calma, Mione, deixa de ser boba eu estava brincando.
Uma semana se passou e eles não tinham notícias do desagradável professor de poções, mas nem Cathy nem Harry tiveram pesadelos e nenhum ataque contra meninas tinha ocorrido. Era aula de poções e o grupo estava novamente conversando:
-Essa amiga da sua madrinha é muito melhor que o Snape dá até para desejar que ele não volte nunca. Olha como os sonserinos estão muito mais agradáveis sem o morcegão para protegê-los e a grifinória está muito melhor no campeonato.
-Rony! Não se esqueça que eu também sou da Sonserina. Sabe, eu estou até sentindo falta daquele mau humor constante. Pelo menos com ele os meninos não ficavam babando e ajudavam em algo.Você só gosta dela porque ela é bonita.
-Você está louca!? Sentir falta do nojento e você sabe, que na Sonserina você é uma exceção. Ainda acho que te colocaram na casa errada.
-É, Rony, talvez você esteja certo. - antes de responder Cathy percebera que Draco a estava observando. Ela sentia a falta dele, mas daquela vez o famoso orgulho sonserino foi mais forte.
No entanto, Draco, ao ouvir aquilo se lembrou de que os fins justificavam os meios. Ele estava sentindo muita falta dela e embora achasse que ela errara ao terminar a amizade deles tão abruptamente ele tinha que reconhecer que não devia tê-la pressionado.
-Cathy, eu preciso falar com você. - a aula havia terminado e ele havia resolvido vencer o orgulho
-O que foi, Malfoy? - ela falou parecendo exasperada
-Não precisa falar assim. Eu só queria pedir desculpas por ter te pressionado naquela noite - ele falou um pouco chateado pelo tom dela.
-Quem diria um Malfoy pedindo desculpas para uma sangue ruim! - ela iria humilhá-lo, mas ao olhar a cara magoada dele seu orgulho desabou. - Desculpe!Eu não devia ter dito isso!Desculpe por aquela noite eu também não fui muito legal.
Naquele fim de semana o time de quadribol da Sonserina tinha resolvido começar a treinar. Eles precisavam fazer testes para artilheiros e para batedor, pois os antigos haviam se formado. Catherine resolveu participar dos testes, embora não houvesse vaga para a posição em que ela costumava jogar. Em Beauxbatons ela jogava como apanhadora desde o seu terceiro ano, mas ela sempre teve vontade de jogar como artilheira.
No campo, os testes foram muito competitivos e Cathy estava desanimada, pois ela sabia que os sonserinos só a deixariam entrar se ela fosse muito bem e ela não fora. Ela ficou até mais tarde assistindo Draco treinar.
-Quer jogar um pouquinho?
-Como assim?
-Você poderia treinar comigo. Vamos ver quem pega o pomo mais rápido. - ela resolveu aceitar seria uma ótima forma de esquecer seu fracasso.
Não demorou muito e ela avistou o pomo ele estava bem lá embaixo e para pegá-lo seria necessário um mergulho rápido. Os dois mergulharam, Draco assistira o movimento dela e resolvera segui-la. Ela estava usando sua firebolt e foi mais rápida. O resto do time e algumas pessoas que fizeram o teste e ainda estavam por ali assistiram impressionados.
O time ficou para conversar sobre os testes e Cathy resolveu visitar Hagrid. Ela acabou ficando um bom tempo lá e quando saiu o time já devia estar no castelo. Foi então que ela ouviu um grito vindo do lago. Ela tinha acabado de deixar a cabana de Hagrid e estava voltando para o castelo. Ela saiu correndo na direção de onde viera o grito, mas lá só viu algo que a encheu de pavor. Ela viu a imagem de um crânio colossal verde e com uma cobra saindo pela boca como uma língua projetada no lago.
