8-Terror

Na segunda-feira o clima na escola era de completo pavor e o dia não começou nada bem para Harry. A primeira aula daquele dia seria adivinhação e Sibila Trelawney não perdera o costume de prever a morte do garoto. Ao chegarem ela ainda não estava na sala, mas adentrou logo depois com aquela pose etérea de sempre e exclamou:

-Lamentável esse acontecimento de ontem! É claro que eu já vira o que ia acontecer. Ouçam bem o que eu estou dizendo aquelas garotas estão mortas!

-Professora, se a senhora já sabia por que não fez nada?-Parvati Patil perguntou.

-Minha cara não me cabe tentar mudar o destino, ele é imutável.

-Aposto que ela não viu nada e está só sendo a charlatã de sempre! Aposto que ela não consegue nem ver o que vai ter hoje no almoço.-Rony comentou e Harry concordou.

-Hoje vamos começar a aprender a utilizar o tarô.-ela começou a explicar como tirar as cartas e depois começou a passar de mesa em mesa explicando o que as cartas significavam. Harry estava nervoso, pois tinha certeza de que a professora diria que as cartas sinalizavam sua morte. Não que o garoto acreditasse, mas já estava cansado daquilo. No entanto, para surpresa deles ela passou pela mesa sem grandes comentários.-Meu Deus!Ah! Querida, que terrível!-ela exclamou na mesa ao lado.

-O que é tão horrível, professora?-Lilá Brown questionou assustada.

-Alguém próximo a você irá morrer!-Sibila exclamou, olhando para Harry, que estava sentado bem próximo.

-Mais também Harry o que você esperava? Ela faz isso desde o primeiro dia, não?-Catherine comentou quando os meninos lhe contaram o acontecido, enquanto estavam a caminho da aula de poções.

-É suponho, que você tenha razão.-Harry concordou sem muito entusiasmo.

-Foi o que eu disse a ele! Harry aquela Trelawney é uma charlatã!

-Eu sei!-ele exclamou. Eles entraram na sala de poções e para surpresa deles não encontraram Snape.

-Infelizmente o professor Snape teve que se ausentar novamente e eu como da outra vez vou substituí-lo.-Flora de Miry explicou sua presença ali. Os meninos incluindo os da Sonserina ficaram muito felizes com a notícia.

Dois dias se passaram e na quarta-feira a turma da Grifinória estava em mais uma enfadonha aula de História da Magia. Eles estavam começando a estudar os períodos em que os bruxos das trevas ameaçaram o Mundo Mágico, mas o professor conseguia transformar até mesmo esse assunto num tédio. No entanto, de repente batidas na porta interromperam a aula:

-Sinto muito interromper, professor Binns, mas eu preciso falar com a senhorita Brown.-era a professora McGonagall. Lilá Brown saiu da sala assustada e todos começaram a cochichar.

-Lembram-se do que a professora Trelawney falou?-Parvati Patil perguntou.

-Você acha que alguém da família dela morreu?-Dino Thomas questionou.

-Por qual outro motivo a tirariam da aula?-a aula continuou assim com todos comentando a interrupção e o professor continuando a explicação como se nada tivesse ocorrido, mas nem mesmo Hermione estava prestando a atenção. Eles passaram o resto do dia preocupados com a colega que não voltou para as outras aulas.

Mais tarde naquele mesmo dia eles encontraram Lilá chorando saindo da sala comunal com uma mochila.

-As aulas do dia já acabaram?-ela perguntou.

-Sim.-Mione respondeu.-O que houve? Por que a mochila?

-Meu pai foi assassinado por Você sabe Quem.-foi tudo que ela respondeu.

-Eu sabia! Foi exatamente o que a professora Trelawney viu nas cartas, -Harry se lembrava muito bem, mas também sabia que a professora estava apenas vendo mais uma vez a morte dele, ou será que não estava?

Lilá Brown deixou a sala comunal grifinória pouco depois. Todos os grifinórios estavam muito tristes pela notícia que logo se espalhou pelo castelo. Harry queria saber o que a turminha da sonserina achava disso, mas sabia que provavelmente eles não se importavam. Ele realmente não entendia como Cathy podia ser amiga de um crápula como Draco Malfoy e pior ele não entendia como ela aceitara ir para a Sonserina, apesar de saber tudo o que diziam sobre essa casa. Eles foram jantar e o clima parecia estar tão pesado no salão principal como estava na grifinória. Até mesmo os sonserinos pareciam estar abalados, mas Harry achava que eles estavam só disfarçando.

Catherine estava ansiosa para falar com os amigos. Ela achava que eles por serem grifinórios deveriam saber um pouco mais sobre o acontecido. No entanto devido às novas regras de segurança ela não teria oportunidade de falar com eles até o dia seguinte. Ela deu graças a Deus por eles terem aula de Trato das criaturas mágicas juntos logo após o almoço. Senão ela não saberia quando conseguiria falar com eles.       

Cathy estava certa e os quatro amigos realmente só conseguiram se reunir pouco antes da aula de trato das criaturas mágicas.Tão logo estavam juntos, eles começaram a conversar sobre os acontecimentos o mais baixo que podiam.

-Vocês sabem alguma coisa sobre a família Brown?-Catherine perguntou.

-O pai dela era Auror.-Rony respondeu.-Um dos poucos que acreditava que Você sabe quem ressurgiu.

-Bem, esse parece um bom motivo para Aquele que não deve ser nomeado querê-lo morto.-Hermione comentou.

-Desde que Voldemort recuperou suas forças essa foi a primeira vez que ele assinou o assassinato de um bruxo. Eu digo isso, porque ouvi os sonserinos comentando que a Marca Negra pairava sobre o local onde encontraram o corpo e até então embora suspeitassem de que algumas mortes ocorridas nestes últimos tempos tenham sido obra de comensais não se encontrou a marca nestes lugares, exceto sobre os locais de alguns crimes contra trouxas e nesses desaparecimentos aqui na escola, mas não podemos chamar esses raptos de assassinatos, porque essas meninas podem estar vivas.

-Eu sabia disso e achava que isso sairia no Profeta Diário, mas lá só saiu uma pequena nota de que malucos tentando reavivar a memória do Terror assassinaram um valente Auror. Não sei como o Ministério está conseguindo calar a boca dos jornalistas, mas eu não acho que Fudge vá conseguir fazer isso por muito tempo.-Mione emendou.

-Pelo menos não se Voldemort realmente for recomeçar a matança.-Harry concordou.

Naquele momento eles avistaram a cabana de Hagrid e na frente dela havia um animal que aparentava ser um unicórnio.Porém ao chegarem perto eles observaram que o animal não tinha um chifre, mas possuía asas. Hagrid estava junto ao animal com uma expressão nostálgica e Harry achou que ele provavelmente estava lembrando-se dos cavalos gigantes de Madame Máxime. Ele esperou o resto dos alunos chegarem e começou a explicação:

-Dumbledore me pediu para ensinar a vocês sobre os Pegasus. Na antiga Mitologia grega diziam que este animal saiu da Medusa quando esta foi derrotada. Alguns estudiosos acham que ele é um parente distante do unicórnio.- Harry achou que Hagrid provavelmente preferia acreditar na opção mitológica. O garoto apostava que o amigo só estava dando aquela aula, porque fora um pedido do diretor.-Os Pegasus tem poderes muito especiais além do de voar e são considerados símbolos de esperança.-Hagrid continuou a aula que todos acharam muito boa.

-Ainda bem que hoje tivemos uma aula normal pra variar. Eu não agüentaria ter de lidar com uma das "criaturinhas adoráveis" do Hagrid nessas circunstâncias.-Mione comentou expressando o que todos sentiam.

-O Hagrid às vezes é meio maluco, não?-Cathy falou e logo os outros olharam-na com expressão de desaprovação.-Ah gente, ele é um amor, mas não tem muita noção de perigo. Pelo que vocês me contaram o que ele fez ano passado foi perigoso além de idiota.

-Olha aqui Catherine, o Hagrid não faz por mal. É que ele tem jeito com essas criaturas e como elas não o fazem mal, ele acha que elas são inofensivas.-Harry defendeu o amigo.

-Eu não quis ofender! Também gosto muito do Hagrid, só acho que ele devia tomar mais cuidado.-ela explicou.

-Vamos para a biblioteca!-Mione chamou-a.

-Claro, mas eu convidei a Dani para estudar com a gente. Tem algum problema?- as meninas estabeleceram o costume de na quinta feira após as aulas estudarem juntas Aritmancia e Estudo das Runas Antigas. Elas faziam os deveres e adiantavam seus estudos para os NOM's. A idéia fora de Hermione, mas Catherine aceitara, porque achava que Beauxbatons estava muito atrasada nessas matérias e ela precisava alcançar o nível da turma. Além disso, Runas Antigas era uma de suas matérias preferidas.

O resto do dia transcorreu normalmente ou pelo menos tão normal como poderia ser levando-se em conta os últimos acontecimentos. Nem mesmo no auge dos ataques da câmara secreta o clima na escola estivera tão sombrio. Harry percebeu que até mesmo Fred e Jorge Weasley pararam com suas brincadeiras e com o comércio de suas "Gemialidades Weasley" diante dos acontecimentos.

Na manhã seguinte, dia das bruxas, o tempo amanheceu terrível o teto no salão principal anunciava uma tempestade e todos sabiam que ocorrera uma durante a noite. Por esse motivo ninguém estranhou a completa ausência de corujas. Afinal nem mesmo a mais valente delas teria conseguido enfrentar a ventania e a chuva forte da noite anterior e o correio daquele dia se viesse chegaria atrasado. Ninguém parecia muito animado para o tradicional banquete daquele dia e ele ocorreria apenas por costume.

As aulas do dia não tiveram nada de especial e Harry estava ansioso para o fim. Não porque quisesse curtir a festa das bruxas, mas sim, porque na enorme mesa da Grifinória era mais fácil ignorar a ausência de Lilá Brown. A aula de DCAT, que era a última das sextas feiras, já estava no fim quando foi interrompida. Todos ficaram apavorados quando se viraram e viram a professora McGonagall. Harry apostou que cada um estava com medo de ser chamado, mas era com Eliza que a diretora da Grifinória queria falar. Os minutos que a professora ficou fora da sala foram de grande tensão. Todos os alunos estavam curiosos e apreensivos com o que poderia ter acontecido. A professora Wyse voltou para a sala e disse:

-Todos vocês estão dispensados a diretora de sua casa está aguardando aí fora e vai levá-los até sua sala comunal e explicar o que houve.-todos se levantaram e estavam se preparando para deixar a sala.-Você não Potter fique mais uns instantes preciso conversar com você.-Harry ficou espantado.

-O que a senhorita deseja professora?-ele perguntou.

-Eu gostaria de fazer algumas perguntas. Tudo bem?-Harry assentiu.-Dumbledore me falou sobre os seus...hum...pesadelos....-Harry ficou nervoso o que será que a professora Wyse desejava saber?- O diretor me falou que eles decorrem de um vínculo que se criou entre você e Voldemort por causa do feitiço que não deu certo. Ele disse também que eles parecem reais e possivelmente o são. Você teve algum pesadelo ontem?

-Não professora. Eu costumo relatar meus pesadelos a Dumbledore.

-Todos eles Potter?

-Todos, professora.-ele respondeu, embora não fosse bem verdade.

-Em nenhum deles Voldemort fez qualquer alusão aos dementadores, ou fez?

-Não que eu me lembre.-Harry respondeu após vasculhar a memória.

-Você sonha com os seus pais, Harry?

-De vez em quando eu sonho com a noite em que eles morreram.-ele respondeu, apesar de ter estranhado a pergunta e o fato da professora tê-lo chamado pelo primeiro nome. A expressão preocupada e até mesmo um pouco maternal dela após a resposta deixou-o ainda mais nervoso. 

-Você nunca sonhou com eles em outros momentos?

-Não!-ele ficou ainda mais espantado com o olhar triste da professora.

-Me falaram também sobre o seu problema com dementadores. Quando eles se aproximam você vê somente aquela lastimável noite?

-Sim. Professora eu não estou entendendo o motivo dessas perguntas. A senhorita poderia me explicar.

-Infelizmente isso não me é permitido. Agora vem que eu vou te levar até a Grifinória. 

                Ao chegarem no quadro da mulher gorda os dois encontraram a professora McGonagal acompanhando os alunos do primeiro ano. Eles disseram a senha e a professora Wyse foi embora, mas McGonagall entrou na sala comunal grifinória:

                -Prezados alunos, tenho certeza que todos vocês estão preocupados e receosos quanto ao motivo das aulas terem sido interrompidas. Lamento informar que as notícias são as piores possíveis. Primeiramente, devo avisá-los que o banquete do dia das bruxas será aqui mesmo e as visitas a Hogsmeade estão canceladas.-murmúrios de indignação percorreram a sala e Harry ouviu reclamações particularmente veementes por parte dos gêmeos.-Quando eu disser a vocês o que ocorreu noite passada tenho certeza de que compreenderão.-todos se calaram temerosos do que ouviriam.-Ontem durante a noite aconteceu o que se pode chamar de uma rebelião em Azkaban. Não por parte dos prisioneiros é claro. Vocês sabem que nenhum deles teria condições de se rebelar.

                -Não sei não o Black fugiu, não fugiu?-Harry ouviu alguém comentar, mas McGonagall ignorou a interrupção.

                -O que ocorreu ontem foi muito pior do que uma simples rebelião de prisioneiros. Os dementadores abandonaram a prisão e libertaram os presos.-ao ouvir isso as caras de todos demonstravam o mais profundo terror. O difícil era saber se o que os apavorava, se era o fato dos terríveis criminosos que estavam detidos em Azkaban agora estarem soltos ou se era a dúvida do que os dementadores fariam longe da prisão e do controle do ministério.-Ninguém mais está seguro os tempos negros voltaram definitivamente! Quem corre perigo maior são os trouxas, por isso, recomendo a quem tem parentes ou conhecidos trouxas avise-os para tomarem cuidado ao saírem e para terem sempre uma boa reserva de chocolate por perto. No entanto, mesmo os bruxos não estarão seguros, pois caso se depararem com um grupo muito grande deles, apenas os bruxos muito poderosos serão capazes de resistir.

                -A professora acha que eles se aliaram Aquele que não deve ser nomeado?- Mione criou coragem para perguntar.

                -Eu não acho, eu tenho certeza. Pensem bem qual outro motivo eles abandonariam Azkaban?-ninguém teve coragem de responder, porque a ninguém ocorreu outra razão que não fosse aquela para a estranha atitude dos dementadores.-Quem quiser enviar uma mensagem para casa me avise. Eu vou mandar algumas corujas pra cá.-Harry ficou em dúvida se deveria avisar ou não aos seus tios. Ele não achava que eles entenderiam a gravidade do acontecimento e nem os considerava merecedores de sua preocupação. Viu Mione ir pedir uma coruja da escola e resolveu, que apesar de tudo deveria fazer o que estava ao seu alcance.

                -Professora, a senhora poderia mandar a Edwiges pra mim, por favor.

                -Claro, Potter. Você poderia permitir que ela levasse as mensagens dos outros. Eu acho que as corujas da escola não serão suficientes.

                -Sem problemas!-ele subiu e foi escrever a mensagem.

Tio e tia,

              Não acho que irão compreender a gravidade do que aconteceu, mas é minha obrigação preveni-los. Os dementadores abandonaram Azkaban e libertaram os presos. Isso significa que dezenas de malucos, que odeiam trouxas estão livres. No entanto, os mais perigosos são os dementadores eles são criaturas que sugam a felicidade das pessoas obrigando-as a reviverem suas piores lembranças. Os bruxos estão achando que eles vão sair por aí atacando os trouxas que não tem como se defenderem. Tomem cuidado, ao saírem na rua. Tenham sempre bastante chocolate por perto e se forem atacados comam. Avisem ao Duda!

                                                           Esperando sinceramente que vocês levem essas recomendações a sério,

                                                                                                                                                        Harry Potter

                Na metade do "banquete", que parecia mais com um velório dado os ânimos dos grifinórios, as corujas chegaram. Harry mandou Edwiges levar o bilhete até seus tios e emprestou a coruja para outras pessoas incluindo Hermione. Ele estava realmente preocupado com os Dursley, pois Voldemort poderia atacá-los para atingi-lo. Assim que enviou a coruja ele foi dormir estava desanimado e ansioso para o fim daquela terrível semana.