11-Terceiro Ataque

                Na manhã de segunda-feira quando viu Edwiges entrar no salão principal junto com as outras corujas, Harry não esperava que ela tivesse trazendo correspondência. Muitas vezes a coruja ia até lá apenas para ficar um pouco com o dono. No entanto, daquela vez Harry se surpreendeu, porque Edwiges trazia um bilhete.

Harry,

         As aulas vão recomeçar hoje. Vou estar esperando vocês no saguão de entrada.

                                                                                                                                    Snuffles

                -Eu queria saber de onde ele tirou este apelido.-comentou Rony que estivera lendo com Harry.

-Ainda não entregamos a capa a Cathy e precisamos avisá-la. Como vamos fazer isso?-Harry questionou. 

-Deixe isso comigo. Só preciso que você me entregue a capa.-respondeu Mione.

Harry e Rony foram até a torre da Grifinória pegar a capa e Hermione foi tentar falar com Catherine. Para sorte delas o caminho para a sala de Aritmancia e o caminho para a sala de Transfiguração era o mesmo até um determinado corredor.  Mione deu um jeito de se misturar aos sonserinos e puxar Cathy para que pudessem conversar.

-O que foi Mione?-Catherine perguntou.

-Me encontre na biblioteca hoje antes do almoço.

-Ah não! Mione eu não...-Cathy começou a reclamar

-É importante!-Hermione a interrompeu e depois se afastou voltando para o meio dos alunos que iam para a aula de Aritmancia.

Ao se reencontrarem antes da aula de Herbologia, Harry entregou para Hermione a capa. Ela passou toda a manhã nervosa com a dúvida se Catherine iria aparecer na biblioteca. Cathy por sua vez estava curiosa. Ela passou todo o tempo se perguntando o que de importante Mione teria para lhe falar.

Quando finalmente chegou a hora do encontro Cathy não agüentava mais a curiosidade. Mione por sua vez chegara antes na biblioteca e já estava achando que a amiga não viria quando a viu entrando. Cathy se sentou ao seu lado e antes que pudesse pergunta-la o porquê daquele encontro Mione entregou-a um pacote por debaixo da mesa.

-É a capa do Harry.-Mione sussurrou-Nos encontre no saguão de entrada hoje à noite.-dizendo isso ela se levantou. Cathy ainda atônita guardou a capa na mochila e as duas deixaram a biblioteca juntas. Não demorou muito e Cathy entendeu o que o recado significava e ficou nervosa com o que teria de fazer a noite.

Na aula de poções eles tiveram outra surpresa. Ao entrarem na sala deram de cara com um Snape no pior de seus humores e não demorou muito eles entenderam o motivo. Assim que todos os alunos entraram na sala a professora Miry apareceu.

-Como vocês sabem tenho tido que me ausentar por problemas pessoais. Por este motivo à professora Miry quem vinha me substituindo passará a me auxiliar durante as aulas para dar melhor continuidade ao meu trabalho quando eu estiver fora.-Snape explicou. Catherine preferia que ele tivesse esperado mais um pouco para voltar, pois naquele dia ela queria aproveitar o jeito distraído de Flora para conversar com os amigos sobre o que fariam mais tarde. A presença de Flora para os grifinórios não fez nenhuma diferença. Snape continuou tratando-os tão mal quanto normalmente e a professora passou a aula toda apenas assistindo com a expressão mais distante do que o habitual.

                 Naquela noite Cathy disse a Draco que estava muito cansada e por isso iria se deitar cedo. Ele olhou-a desconfiado. Afinal ela estivera estranhamente distraída o dia todo. Ela subiu até o dormitório, que por sorte estava vazio, vestiu a capa e tomou cuidado para não chamar a atenção de ninguém ao sair da sala comunal.    

 Os corredores das masmorras naquela hora eram ainda mais escuros e sombrios e a fraca iluminação os deixava com uma aparência sinistra.Logo, Catherine começou a ouvir passos. No início ela continuou andando e tentou ignorar aquele irritante som, mas o som persistia e ela começou a ter medo de estar sendo seguida. O nervosismo do momento era tanto que ela até esqueceu que estava usando uma capa de invisibilidade e começou a pensar em um lugar para se esconder. Ela começou a andar mais depressa e a se desviar do caminho para despistar, mas ainda ouvia os passos atrás de si. Logo ela já não sabia onde estava e os corredores iam ficando cada vez mais escuros, mas em compensação já não ouvia mais passos. Catherine andou um tempo a esmo até que se viu no mesmo corredor onde encontrara Dani e ficou aliviada.

                Ela já estava quase no saguão de entrada quando se lembrou que quem quer que fosse que estivesse passeando pelo castelo não poderia tê-la visto por causa da capa. Ao lembrar-se disso sentiu-se muito boba. Ela realmente não estava raciocinando bem naquele dia. Seu primeiro ímpeto foi rir da própria idiotice, mas lembrou-se de que a capa não abafava sons e o Filch poderia estar por aí. Quando ela finalmente chegou ao seu destino e viu os amigos acompanhados de um cão negro esperando-a sentiu-se muito aliviada.

                -Você viu o Filch?-Rony perguntou logo que saíram do castelo.

-Então era ele!-Cathy exclamou e riu. Ao ver a cara atônita dos amigos ela contou-lhes exatamente o que acontecera e todos começaram a rir.

-Nós o vimos perto de você com o Mapa do Maroto e te vimos entrar naquele corredor, mas nunca imaginamos...-Rony continuou entre risos.

                -Vocês nunca imaginaram que a tapada aqui tivesse esquecido que estava com a capa.-ela o interrompeu começando a se irritar. Tudo bem foi uma idiotice e era engraçado, mas eles precisavam rir tanto? O que acontecia é que ela detestava que rissem dela mesmo quando ela sabia que fizera papel de palhaça.

                -Cathy desculpa é que foi engraçado.-Mione comentou percebendo o humor da menina.

                Sirius foi o único que permaneceu quieto em sua forma canina até chegarem a Casa dos Gritos. Chegando lá ele voltou a sua forma humana, mas permaneceu sério durante toda a aula. Quando souberam o que treinariam naquela noite, os quatro também ficaram preocupados. Daquela vez, o treinamento seria apenas de DCAT. Eles iriam aprender a se proteger da maldição crusciatus, mas para isso era necessário antes saberem executar a maldição. Eles primeiramente iriam treinar com insetos e quando conseguissem executar a maldição começariam a aprender a contra-maldição. O que deixava Sirius nervoso era que para testar se eles eram capazes de executar a contra-maldição ou não, seria necessário lançar neles a maldição.

                No início o feitiço lançado por eles não fazia efeito algum no inseto e demorou um pouco até que um deles fizesse algum progresso. O primeiro a ser capaz de fazer com que o feitiço produzisse algum efeito foi Harry. Não demorou muito e Hermione também conseguiu. Lá pelo fim da sessão de treinamento Rony também progrediu. Mas quando Sirius chamou-os para leva-los de volta para o castelo Cathy ainda não conseguira nem que o inseto tremesse um pouco. Ela voltou para a escola calada apenas ouvindo os outros conversarem, mas sem realmente prestar atenção neles. A verdade é que ela se sentia humilhada. Nunca antes tivera dificuldades com DCAT. Normalmente ela tinha grande facilidade com aquela matéria e não estava entendendo porque não conseguira progredir nem um pouco com a maldição. Ela gostaria de perguntar a sua madrinha as possíveis causas desta dificuldade, mas não podia contar nada a ela. Ao chegarem ao saguão de entrada eles se separaram e ela caminhou sozinha até a Sonserina. Por sorte pelo menos daquela vez ela não ouviu passos para assusta-la.

                Na manhã seguinte, ela procurou não se lembrar do fiasco da noite anterior. Era assim que Catherine agia quando tinha um problema que não sabia como resolver. Ela tentava esquecer o problema e fingir que ele não existia. O que mais a irritava era que costumava ser muito boa em DCAT. Se fosse uma outra matéria da qual ela não gostasse tanto, mas era sua matéria preferida e ela nem poderia treinar para resolver o problema. Afinal se apegassem tentando executar a maldição cruciatus mesmo que fosse em um inseto seria expulsão na certa.    

                O dia transcorreu normalmente. Ao que tudo indicava aquela semana seria muito mais calma do que a anterior. Aparentemente o objetivo de Voldemort era apenas mostrar seu poder e pressionar o ministério. A única coisa que não diminuíra desde a renúncia de Fudge era o número de ataques de dementadores por dia. O principal alvo continuava sendo os trouxas.

                Terça-feira era dia de clube de Duelos para o quinto ano e aquilo não se alterara. Muito pelo contrário agora aquela aula se tornara mais importante do que nunca. Desde a semana anterior Eliza estava ensinando-os o Feitiço do patrono para que eles soubessem se defender de um dementador caso precisassem. A maior dificuldade para o ensinamento deste feitiço era a falta de dementadores com os quais testar se o aluno conseguiria fazer o feitiço no momento em que precisasse. O treinamento estava correndo normalmente quando algo que definitivamente não era um patrono saiu da varinha de Neville. Era uma figura preta que assustou todos os alunos no salão e saiu correndo para o corredor.

                -Snape tome conta da turma enquanto eu resolvo o problema.-Severo aceitou a ordem mesmo sem gostar muito da idéia.-Quanto a você Longboton depois conversamos.-Eliza disse ríspida.

                -Será que foi grave?-Harry perguntou.

-Não. Foi apenas um patrono mal feito que ficou meio deformado.-Mione respondeu.-Eu só não entendi o que deixou a professora nervosa. Ela é normalmente tão calma.

-Provavelmente ela já estava nervosa com outra coisa. A Liz é assim. Você pode fazer algo que a chateie muito e ela não falar nada e pode fazer uma bobagem e ela se irritar. Tudo depende do humor dela no momento. -neste momento Daniela se aproximou das duas.

-Cathy, eu poderia falar com você um minuto?-Mione entendeu o recado e se afastou para conversar com os meninos.

-Que foi Dani?-Catherine perguntou.

-Não me leve a mau, mas eu queria saber o que há entre você e o Malfoy. O que você sente por ele?

-Não entendi o que você quer dizer. Eu e o Draco somos amigos só isso.-Cathy respondeu calando seus sentimentos. A verdade era que ela ainda estava muito confusa em relação a isso e não queria conversar sobre o assunto.-Por que a pergunta?

-Nada não. Apenas esqueça que eu perguntei isso. Tudo bem?

-Tudo, mas...-Catherine não pôde continuar a conversa, porque Eliza voltou parecendo bem irritada.

-Longboton será possível que você não consegue fazer nada direito! Não há uma aula pratica minha que você não faça uma besteira. Sinceramente você não pode se formar só pelas suas notas em herbologia.-Neville pareceu ter ficado bem magoado com as palavras da professora que normalmente era muito compreensiva.

-Você não vai falar com ela?-Mione perguntou para Cathy.

-Falar o quê?

-Não é porque ela está estressada e o Neville fez uma besteira que ela tem o direito de descontar nele.-Mione respondeu.

-Acho que nós duas concordamos que seria melhor que Eliza explodisse na hora com quem a chateou e não ficasse guardando a mágoa dentro de si para descontar no primeiro pobre coitado que aparecesse. Mas fazer o quê? Ela sempre foi assim e depois vai ficar toda arrependida por ter sido dura e se eu for falar com ela vai sobrar pra mim também.    

                    A semana passou e a sensação de que o caos diminuiria pelo menos um pouco se confirmou. Só houve um desaparecimento e nenhuma morte naquela semana. Os alunos, que tinham ido para casa devido à morte de parentes, retornaram e tudo parecia estar voltando ao normal. Na verdade por duas semanas Voldemort ficou estranhamente calmo. No entanto, ninguém tinha dúvidas de que semanas como a primeira daquele mês de novembro se repetiriam muitas vezes enquanto o Lord das Trevas estivesse forte.

                Harry aproveitou aquele curto período de calmaria para espairecer. Ele só lamentava não poder jogar quadribol nem visitar Hogsmeade.

                -Nós poderíamos fazer como Fred e Jorge. Eles vivem indo ao povoado escondidos.-Rony comentou certo dia.

                -Boa idéia Rony. Seria divertido!-concordou Harry.

                -Vocês estão loucos! É perigoso!

                -Deixe de ser estraga prazeres Mione.-Rony tentou argumentar.

                -Eu estou falando sério. Até agora não houve nenhum ataque a Hogsmeade, mas Você-sabe-quem pode atacar de surpresa a qualquer momento. Por favor, Harry não seja louco.-toda à vontade de Harry de visitar o povoado se foi ao ouvir o tom da amiga. Ela lembrou-o as broncas de Snape dizendo que ele se achava acima das regras e ele pensou em Sirius se arriscando por sua causa.

                -Rony, acho melhor deixarmos para outra ocasião.-respondeu Harry.

                -Droga! Satisfeita, Hermione? Você conseguiu estragar nosso passeio!-Rony reclamou irritado.

                -Vamos jogar xadrez!-Harry chamou na tentativa de animar o amigo e se distrair um pouco.

                -Vocês não deveriam estudar?-Mione perguntou, mas foi ignorada pelos meninos que já começavam a jogar. Ela por fim desistiu e resolveu ir para a biblioteca sozinha.

                Mais tarde naquele dia, Harry e Rony estavam jogando Snap explosivo com os gêmeos quando um grupo de alunos apavorados entrou na sala comunal.

                -Vocês viram a Gina?-Colin Creevey perguntou aflito.

                -Não. O que houve?-perguntou Fred.

                -Estão dizendo que houve outro ataque.-Colin respondeu.

                -Onde foi?-Jorge perguntou.

                -Não sei! Tem gente que diz que foi dentro do castelo e tem gente que diz que foi no campo de quadribol. Estão dizendo até que dessa vez foi mais de uma pessoa.-Colin comentou.

                -Mione!-Harry e Rony se entreolharam e exclamaram ao mesmo tempo.

                Os dois saíram correndo atropelando a multidão de alunos que entrava. Os corredores não estavam menos tumultuados. Ao que parecia todos resolveram verificar se nenhum amigo desaparecera. O primeiro lugar onde foram procurar foi a biblioteca.

            Quando chegaram lá ficaram ainda mais preocupados, pois Mione não estava lá. Na verdade, a biblioteca estava deserta. Os dois saíram apavorados para procurarem a amiga na confusão dos corredores, ambos temendo não encontrá-la.