13-Sonho misterioso

                Antes do jantar Minerva McGonagall se levantou e as poucas pessoas que conversavam se calaram:

                -Como vocês sabem, eu estou substituindo Dumbledore que está temporariamente afastado. Hoje infelizmente não tenho noticias boas pra anunciar. Como já deve ser do conhecimento de todos, mas mesmo assim devo falar, outra aluna foi raptada. Estamos nos esforçando para descobrir onde elas estão e se continuam vivas. Quem desapareceu foi Daniela Crackenthorpe do quinto ano da Corvinal. Devo pedir-lhes novamente para não desrespeitarem as medidas de segurança. O professor Dumbledore ao ser comunicado do acontecimento disse que retornará o mais rápido possível. - ela concluiu e a comida foi servida. Cathy jantou conversando com Draco como sempre. Parecia que desde a ultima discussão os dois tinham feito um acordo silencioso de não mais conversarem sobre Voldemort e a guerra que estava começando.

No entanto, naquele momento ela estava nervosa, pois se preocupava com as possíveis conseqüências de seu desentendimento com Mione. Ela não queria perder a amiga, mas também não pretendia pedir desculpas. Outra preocupação é que Harry e Rony acabariam se afastando dela, pois não conseguiriam se manter totalmente neutros e era natural que eles ficassem do lado de Hermione já que a conheciam há mais tempo. Mas o que mais a atormentava era a possibilidade de ter um pesadelo durante a noite.   

Normalmente quando você teme muito uma coisa ela acaba acontecendo. Catherine teve duas provas disso naquela semana. A primeira delas foi ainda naquela noite. Ela se deitou muito cedo, mas teve dificuldade para dormir devido ao medo do que aconteceria durante seu sono. Entretanto, naquela noite o sonho não foi exatamente um pesadelo. Na verdade, Cathy jamais sonhara com algo tão estranho. 

Ela estava perdida em um ambiente escuro e não enxergava nada. Não sabia onde se encontrava tampouco se existia mais alguém ali. De repente, começou a ouvir um som que parecia vir de lugar nenhum. Era uma música que trazia paz e esperança. Ela já estava mais calma quando quem cantava apareceu.

Era um pássaro vermelho e dourado, uma fênix. A ave veio voando até o meio da escuridão e pousou. Tudo mais continuava envolto em trevas, apenas a fênix podia ser vista. O canto cessou e a imagem do pássaro começou a ser substituída por outra.

A figura de uma mulher começou a se formar. Uma visão fraca e translúcida como um espectro, por traz dela ainda se podia ver a fênix como uma sombra. A mulher tinha cabelos cor de cobre e olhos azuis muito claros vestia uma túnica longa de um azul muito escuro quase preto.

-Tu queres saber a verdade? - Cathy ficou em dúvida se a pergunta se dirigia a ela - Tens certeza? A verdade pode machucar. Algumas vezes é melhor viver na ignorância. Tu poderias descobrir coisas dolorosas sobre tua família teus pais. - ao ouvir a ultima afirmação Catherine entendeu que a mulher falava com ela e já estava abrindo a boca para responder quando foi interrompida. - Não fale nada apenas reflita quando tiveres uma conclusão eu voltarei. - dizendo isso a visão desapareceu deixando apenas a ave que voltou a cantar e foi embora voando.

Cathy acordou ainda com o misterioso sonho em sua mente. Não entendia o motivo da estranha mulher ter falado de seus pais. Há muito tempo que ela não pensava neste assunto. Crescera sabendo que era adotada e quando atingira idade suficiente para entender o que isso significava tivera é claro curiosidade sobre seus pais reais. Os Linton foram muito compreensivos e concordaram em pesquisar sobre o assunto. Foram ao orfanato de onde a tiraram e nada encontraram. Depois disso,  Cathy concluiu que não havia mais nada a fazer e procurou não pensar mais no assunto.

Catherine não dormiu mais naquela noite tanto por medo de ter outro sonho quanto por não conseguir parar de pensar no que a mulher dissera. Sempre pensara que seus pais genitores estivessem mortos, mas será que eles estavam vivos e a rejeitaram e, por isso, saber da verdade seria doloroso?  Cathy não sabia nada sobre sua família de sangue. Nem se eram bruxos ou trouxas.

Aquela semana foi terrível para ela. Os dias estavam cada vez mais frios e as aulas mais chatas e mais exigentes, afinal os NOM's se aproximavam. Ela, contudo, não conseguia se concentrar nos estudos, pois por mais que tentasse esquecer, as palavras da mulher não saiam da sua mente. Outra coisa que a perturbava era o afastamento de Rony e Harry. Na aula de poções, Snape estivera ausente e mesmo assim Catherine se sentara com Draco. Flora que parecia estar mais distraída do que o normal e estranhamente triste nem reparara em nada.  Em Trato das Criaturas Mágicas, o tema continuava a ser os Pegasus.

Dessa forma, o tempo passou e já era sexta feira. A turma da sonserina estava no fim da ultima aula antes do almoço, que era de DCAT. Cathy não conseguia prestar atenção nem mesmo nessa matéria que era uma de suas preferidas. Eliza não pôde deixar de repara na distração da afilhada.

-Linton espere um minuto. –a aula havia acabado e a professora decidira saber o que estava acontecendo com Catherine.

-O que foi Liz? - todos já tinham deixado a sala e era hora das duas conversarem.

-Eu é que te pergunto o que houve? Você parecia estar em outro planeta durante toda a aula.

-Não aconteceu nada, eu só... - Cathy tentou desconversar.

-Nem tente me enrolar! Eu te conheço muito bem. Vi você nascer, esqueceu?

-Não você não viu. Não sabe nem quem é minha mãe na realidade!

-Foi só forma da falar, desculpe. - Liz se justificou intrigada com a reação da afilhada. - Mas não desvie do assunto. Outros professores comentaram comigo a sua desatenção e Hagrid me contou que você quase não falou com seus amigos na aula dele. Soube também que fez dupla com o Malfoy mesmo Snape não estando. Então você vai me contar ou não?

-Você acabou de dizer o que está acontecendo. Eu briguei com Mione e isso acabou me afastando de Rony e de Harry.

-Por que você e Granger brigaram? - Cathy ficou sem saber se contava ou não e acabou falando.

-O que você pretende fazer?

-Nada.

-Cathy você errou, foi fria e indelicada. Precisa pedir desculpas ou vai perder seus amigos.

-Se é assim vou perder meus amigos.

-Esse seu orgulho é idiota!

-Liz você é igualzinha a ela tão irritantemente sensível e bondosa! Eu não fui à única que errei. Hermione podia ter sido mais compreensiva. Ela que venha falar comigo.

-Catherine, ela está lá com os amigos como antes de vocês se conhecerem. É você quem está em um colégio novo e perdendo as novas amizades.

-Eles não são meus únicos amigos. Não estou sozinha. Você está se esquecendo do Draco.

-Ele é um Malfoy! - Liz exclamou.

-Você o está julgando pela família. Vocês grifinórios se orgulham tanto de não serem preconceituosos, mas são iguais aos sonserinos. Acham que o nome diz quem uma pessoa é. Não sei como confiam em mim afinal não sabemos nada sobre meu sangue. Agora posso ir almoçar? - Cathy perguntou com cinismo.

-Pode, mas lembre-se que na dúvida para os sonserinos você não passa de uma sange-ruim.