14-Possibilidade:
-Estou muito feliz de ter retornado a esta escola que se tornou meu lar. Desculpem-me a longa ausência. Caso interesse aos senhores quem está substituindo o ministro agora é Eric Earnshaw. Todos aqui sabem, que algo muito grave está acontecendo em nosso mundo. Voldemort ressurgiu e está recuperando sua força.- todos no salão estremeceram ao ouvir o temido nome. Já era hora do jantar na sexta-feira e Dumbledore estava de volta.-Hogwarts não está segura e apesar de nossa vigilância três alunas desapareceram. Sei que alguns de vocês as conheciam e estão preocupados com elas, no entanto, a vida tem que continuar. Voldemort deseja exatamente que nós nos escondamos e entremos em pânico e não iremos fazer isso. Eu e os professores estivemos estudando medidas para melhorar o ânimo de vocês. Infelizmente não poderemos recomeçar o campeonato de quadribol, mas vocês voltarão a visitar Hogsmeade a partir deste fim de semana. - a alegria no salão foi geral, embora alguns alunos ainda estivessem chateados com o cancelamento do quadribol. - Concluímos que o povoado é seguro, porque está sendo muito bem protegido pelos aurores e até agora não sofreu nenhum ataque. Entretanto, ainda há o risco dos dementadores e por isso fomos obrigados a elevar a idade mínima exigida para a permissão de ir, então apenas os alunos do quinto ano em diante estão autorizados. - murmúrios de indignação percorreram o salão. Os mais irritados eram os alunos do terceiro ano. - Vai ser assim, porque os mais novos podem não estar aptos a produzir um patrono. Por enquanto é só. Bom apetite!
Mesmo a rotina da escola não podendo retornar totalmente ao normal, a atmosfera no castelo melhorou muito após a volta do diretor. Era quase como se as coisas estivessem de novo como eram antes dos desaparecimentos. O mundo fora de Hogwarts vivia em uma paz tensa há algumas semanas. Não havia dúvida de que aquele momento não seria duradouro. Eles estavam naquele instante antes de uma guerra estourar em que cada lado se preparava e aguardava o tempo certo.
Harry estava feliz com a possibilidade de ir a Hogsmeade naquele fim de semana. Poderia visitar o padrinho e sairia um pouco do castelo e se divertiria. Ele se perguntava se iriam treinar algo na casa dos Gritos e caso fossem se Cathy iria. Hermione contara aos dois sobre a briga e ambos pensavam que seria algo passageiro, mas não contavam com a teimosia e o orgulho de Catherine. Ainda assim, Harry esperava que as duas fizessem as pazes e a amizade voltasse a ser como antes.
No dia seguinte uma coruja marrom entrou junto com as conhecidas da escola. A ave deixou um bilhete para Harry, o que o surpreendeu, e fugiu voando tão rápido quanto entrara. Ele abriu o papel e começou a ler.
Harry,
Venha até aqui hoje com seus amigos. Soube do desentendimento entre Catherine e Hermione, mas tenho esperanças de que essa briga seja passageira e preciso conversar com Cathy.
Snuffles
Após ler, ele chamou Rony e mostrou o que Sirius escrevera. Os dois resolveram conversar com Mione.
-Tudo bem se ela for! Já disse que vocês devem continuar a falar com ela normalmente. É claro que eu não vou deixar de ir independentemente da presença dela. - Hermione respondeu após eles perguntarem o que ela achava do pedido.
Catherine conversava com Draco, mas sua atenção estava voltada para um canto da mesa da Grifinória. Ela vira a coruja marrom e desconfiava de que lugar provinha. Achava que eles iriam à Casa dos Gritos e desejava ir também.
-Cathy, você está me ouvindo? - Malfoy perguntou.
-Estou claro. - ela respondeu apressada e ainda distraída.
-Não, não está. - ele continuou e resolveu ver para onde ela olhava. - Tinha que ser! O Potter perfeito e seus amiguinhos. - disse com sarcasmo. - Achei que vocês estivessem brigados.
-E estamos. Pelo menos eu e Granger não nos falamos mais.
-Vá conversar com eles. Detesto ser a última opção!
-Eles que venham falar comigo. - Draco sorriu.
"Ela era mesmo uma sonserina" – pensou e disse: - Se não quer ir lá pelo menos me ouça ou não precisa conversar. Odeio falar sozinho!
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-Posso falar com você? - estavam indo para Hogsmeade e Harry se incumbira de falar com Catherine.
-O que foi? - ela perguntou. Ele se afastou um pouco do grupo e ela o seguiu.
-Vamos visitar Almofadinhas.
-Granger vai estar lá?
-Sim, isso te incomoda?
-Não, mas ela pode não gostar da minha presença.
-Mione disse que não se importa.
-Então vamos. - os dois se separaram definitivamente do grupo e foram em direção a Casa dos Gritos. Chegando lá fizeram o Feitiço ensinado por Sirius.
-Que bom que você veio! - o padrinho de Harry exclamou ao vê-la. - Harry, como vai?
-Vou bem. E você?
-Não estou passando fome! - ele parecia estar saudável a medida do possível. - Hoje vocês vão continuar a tentar o Crusciatus.
Eles passaram o resto do dia treinando a maldição. Harry e Hermione conseguiram e continuaram praticando para aperfeiçoar. Quase no fim do tempo Rony também realizou o feitiço. A única que não conseguia nenhum progresso era Catherine, que estava cada vez mais chateada.
-Inceto idiota! - ela exclamou no auge da frustração e tentou matar a abelha o que quebrou o encantamento, que a impedia de se mover e Cathy foi picada. Mais irritada ainda voltou a pegar a varinha -Crucio! - disse sem nem mesmo pensar que não funcionaria. Entretanto, espantosamente deu certo. -Consegui. Finalmente!
-Isso é normal. Algumas pessoas só conseguem fazer a Maldição pela primeira vez em um estado de profundo mau humor. Agora deixe-me retirar o ferrão. Vocês podem ir, apenas a esperem na passagem. Preciso conversar com ela.
-Sobre o que você quer falar?- ela perguntou após eles serem deixados a sós.
-Você precisa se desculpar com Mione.
-Ah, não! Você também não! Já basta a Eliza.
-Eu soube da discussão entre você e Liz...
-Como?
-Ela me contou que você ficou bastante magoada quando ela disse que o fato de Draco ser um Malfoy o tornava má companhia. O que você disse sobre não devermos confiar em você por ignorarmos sua origem foi interpretá-la mau. Não é o sangue que importa, mas a criação. Como ou o que foram seus antepassados não determina a sua conduta o que te influencia é o meio. Entendo que você queira saber sobre seus pais de verdade, só não se esqueça que o que eles eram ou são não determina o que você é ou vai ser.
-Quando falou com Lizzy? - Catherine perguntou tentando demonstrar frieza e não deixar transparecer o efeito das palavras dele.
-Dumbledore contou tudo a ela e o fato de Remo ser testemunha ajudou. Mesmo assim ela não confia muito em mim. Está me ajudando apenas, porque o diretor mandou.
-Já é alguma coisa. Não sei o que você fez, mas ela te odeia.
-Eu sei... - ele comentou resignado. - Quanto a Mione... - Cathy fez que não queria ouvir. - Ela corre perigo! Como você se sentiria se ela sumisse magoada com você? Pense nisso!
Ela foi embora sem nem mesmo se despedir. Encontrou os outros e atravessou o túnel calada. No fundo sabia que Sirius e Eliza estavam certos, no entanto, ainda relutava em admitir. Entretanto, não era sobre a briga com Hermione que ela refletia naquele momento. As palavras de Sirius sobre algo que ela dissera sem pensar em um impulso, apenas para ferir a madrinha, a perturbavam. Será que sem querer chegara próximo à verdade?
-Onde você estava? - Catherine havia chegado a sala comunal sonserina e encontrado Draco.
-Em Hogsmeade. - ela respondeu como se aquela pergunta tivesse sido a mais estúpida que já ouvira.
-Onde no povoado? - Malfoy insistiu.
-Fomos a vários lugares. O ultimo foi à Casa dos Gritos.
-Fomos, no plural? Quem estava com você?
-Potter, Granger e Weasley. - ela resolveu dizer logo o que ele queria saber.
-Achei que você estivesse brigada com a sangue ruim.
-Eu sou tão sangue-ruim quanto ela! - Cathy exclamou nervosa.
-Não, não é. Senão estaria em outra casa e não na sonserina. Aqueles que pensam que o chapéu seletor fez uma bobagem dessas esquecem-se que Slytherin ajudou a tornar aquela coisa velha em algo capaz de pensar e selecionar os alunos.
-Então sou o quê?
-Como você mesma faz questão de lembrar não podemos ter certeza de sua origem, porque é adotada. No entanto, eu tenho uma teoria. Eu acho que seus pais eram comensais da morte que foram presos ou mortos.
-E como fui parar com os trouxas? - Cathy perguntou espantada por ele ter dito algo que externava a possibilidade que refletia em sua mente depois do que Sirius dissera.
-Órfãos eram muitos naquela época e nem todos tinham família para substituir os pais.O ministério não sabia o que fazer com as crianças. Para algumas foi encontrado um novo lar, outras já mais velhas passaram a permanecer em Hogwarts, que era considerado o lugar mais seguro, também durante as férias. Você pode imaginar o que acontecia com os filhos de comensais no meio dessa confusão? Não era fácil conseguir quem adotasse, pois os tempos eram inapropriados para criar uma criança. Na maioria das vezes, eram os amigos dos pais que se responsabilizavam. Mas quem admitiria ser amigo de alguém do outro lado? Os "bonzinhos" - ele falou com ironia - não se achavam responsáveis pelos filhos dos inimigos. A maioria foi para orfanato e assim o Ministério aproveitava se apropriava dos bens da família.- tudo aquilo foi dito sem emoção como se Draco estivesse simplesmente dando uma aula de história para ela.
-Pode ser que você tenha razão. Agora vamos jantar. - Cathy encerou o assunto, por não querer demonstrar o quanto fora afetada pela conversa.
Durante todo o jantar, ela tentara desviar seus pensamentos do sonho e das palavras de Draco e de Sirius. Não tivera muito sucesso. Pelo menos quando se deitara já chegara a uma conclusão. Agora tinha certeza de que precisava saber da verdade ainda que esta fosse dolorosa.
Novamente ela estava em meio a uma escuridão sufocante. O mesmo canto apaziguador voltara a preencher o ambiente e finalmente a fênix surgira. Era um pássaro maravilhoso e estava no auge da sua beleza. As cores vermelhas e douradas estavam mais vibrantes em contraste com as trevas reinantes. Não demorou e a figura da mesma mulher começou a se sobrepor a da ave.
-Vejo que te decidistes. Não me responsabilizo. Agora é necessário dar-te mais um aviso. - o rosto não demonstrava nenhuma expressão, era de uma palidez fantasmagórica e a imagem continuava translúcida. - O que farias para descobrir o que desejas? - aquela perguntou pareceu ainda mais confusa. Ela esperara que os sonhos lhe dissessem o que fazer e não que a perguntassem. - Te deixarei pensando! - a mulher desapareceu. A fênix; que em nenhum momento deixou de estar ali, mas se transformara apenas em uma sombra; voltou ao normal. O som da música, que voltou a ecoar, trouxe-lhe de volta a esperança e a calma, mesmo estando mergulhada na densa escuridão. Assim, o sonho ou a visão, Catherine não sabia ao certo, findou-se.
