Dedico esse capítulo para Leticia, Maria e Dayzinha.
Disclaimer: RK não me pertence
Destino 4
Por: Chibi Lua
Os dias passaram rapidamente desde a noite de tempestade, ficavam mais frios a medida que o inverno atingia seu ápice. Uma neve densa caía sobre a cidade de Aizu, trazendo uma falsa sensação de tranqüilidade.
Megumi fechou os olhos ao colocar seus pés dentro da tina de água quente. Um alívio merecido para seus dedos dormentes. Nos últimos dias caminhou por todos os cantos da cidade, no meio da lama e da neve congelante.
Sua rotina solitária havia sido quebrada pela forte nevasca , a última tempestade passou deixando muitas pessoas desabrigadas e enfermas.
Idosos, crianças, mulheres gestantes, pessoas de todos os tipos sofriam com a falta de alimento, abrigo e aquecimento. Megumi ajudou como pode, porém sozinha não era capaz dar conta de uma cidade inteira.
Agradeceu imensamente quando os voluntários e médicos de outras cidades oferecerem ajuda. A cidade entrava em estado de emergência. Começavam a faltar alimentos e cobertores nos abrigos. Megumi teria que ir até Tóquio no dia seguinte para buscar medicamentos.
Ela esperava que em Tóquio seus amigos não notassem o que seus pacientes haviam notado. Tristeza em seus olhos, sorrisos esporádicos e desanimados.
O cansaço não era o único motivo que a deixava desanimada. Megumi não estava disposta a dar explicações para ninguém, nem mesmo Kenshin, Kaoru e seus outros amigos.
Mas apesar de abatida e triste, estava satisfeita em exercer e aprofundar seus conhecimentos na sua profissão. Sentiu que pais se orgulhariam dela, estava dando tudo de si. Só que era impossível não deixar que seus pensamentos se dispersassem.
.../..Aonde será que ele está?.../...
A neve caía continuava a cair densamente lá fora, pela janela ela pode ver os flocos brancos. Megumi estava sentada confortavelmente em sua poltrona. Solitária, aproveitando uma noite tranqüila, na última semana não foi possível nem mesmo dormir direito. As emergências eram muitas.
Relaxou, com seus pés submersos na água quente, enrolada em seu grosso cobertor. Ela sentiu um cheiro bastante familiar. Cobriu seu corpo com o cobertor, trazendo-o até o pescoço. Passou o tecido macio em suas bochechas, respirou profundamente, fechando os olhos...Sanosuke.
Quando percebeu o que estava fazendo afastou o tecido de seu rosto, se policiando. Ainda bem que estava sozinha, ela respirou mais uma vez o cheiro da coberta, fechando os olhos...
Megumi procurou discretamente por notícias dele com as pessoas da cidade. Depois daquela manhã não teve mais notícias, começou a se preocupar com o sumiço de Sano, ainda mais com tantas tempestades castigando a região.
.../...Pateta do jeito que é, aquele Cabeça Oca é bem capaz que esteja congelado em algum lugar..../...
Ultimamente Megumi tinha aumentado a quantidade de nomes pouco amistosos ao se referir à Sanosuke, não que sentisse raiva dele. Megumi tentou sentir raiva de Sanosuke, mas não conseguiu. O que ela não queria era admitir que estava preocupada.
Estava irritada consigo mesma por ter permitido que as coisas chegassem naquele extremo. Em outros momentos, sentia-se estúpida. Podiam ter conversado civilizadamente naquela manhã. Sano não tinha sido nenhum monstro brutal, pelo contrário. O lutador conseguiu surpreende-la com seu jeito. Megumi percebia quanto o tinha subestimado.
A expressão chocada no rosto dele dava voltas em sua mente. Megumi se sentia uma tonta por ter dito que Sanosuke havia se aproveitado dela? Afinal, ela sentiu tanto desejo quanto ele... Não havia o menor sentido em ter se comportado como virgem indefesa. Sua tão demonstrada maturidade perdeu o sentido quando agiu daquele modo na frente de Sanosuke.
A verdade é que Megumi estava petrificada. Sua concepção do que era uma relação entre um homem e uma mulher foi abalada por Sano. Ela não era estranha ao sexo, era um processo corporal quase que mecânico, mas antes de Sano nunca tinha sido interessante e excitante. Afinal, parecia que a famosa história de que sexo e amor eram diferentes era verdade.
...../...Amor?? Megumi Takani ficou louca de vez? Tudo aquilo foi efeito do pó da vovó.../...
Megumi soltou um breve sorriso ao levar seu chá a boca, memórias daquela noite voltaram. O beijo dele era tão bom, as mãos dele...
Sanosuke mudou tudo, quando lembrava do corpo dele, pesando sobre o seu, se movendo. Aquele tum tum forte em suas veias dizia que Sano a tinha afetado de muitas maneiras.
A química do pó sumiu de seu corpo, mas Sano não saiu de seu sistema...Todo aquele fogo desapareceu na manhã em que Sanosuke partiu, mas seu interior ainda queimava secretamente por ele. Quem diria que Sanosuke seria capaz de causar tanto rebuliço em Megumi.
..../... Aquele Crista de Galo idiota não merecia...Por quê diabos eu mandei ele embora daquele jeito?/...
Qual era a segurança em se apaixonar por alguém como Sanosuke? Que tipo de futuro teria? Dúvida terrível. Apesar da casa estar vazia, Megumi podia ouvir os dois lados de sua mente argumentando.
Talvez esse sentimento fosse só uma ilusão tola, talvez estivesse criando isso em conseqüência de seus dias solitários. Ela lutou todo esse tempo para não cair nessa armadilha, mas foi pega de surpresa, por ninguém menos que Sanosuke Sagara.
Só mesmo uma tola para ter vontade de deixar sua casa quentinha e sair no meio de uma tempestade de neve, só para encontra-lo e chama-lo de Crista de Galo mais uma vez.
Continuando com sua teimosia e seus pensamentos contraditórios. Megumi ainda queria acreditar que o melhor era não pensar no lutador. Nada como sua rotina "fácil" e padronizada. Não pensar para não sofrer, Essa era SUA tentativa de autodefesa.
..../...Mas eu nunca tinha reparado no sorriso dele antes, é tão.../...
Megumi mexeu a cabeça vigorosamente, não podia começar a sucumbir aos sentimento que provocavam taquicardia. Sanosuke deveria estar nos perigosos distritos de jogos, ou coisa pior. Se fosse atrás dele poderia se meter em encrenca, e dificilmente obteria sucesso.
Já bastava correr para porta cada vez que alguém batia, na esperança que fosse Sanosuke com seu jeito de quem não estava nem aí para nada.
De uma coisa Megumi tinha certeza; Sano não era nem remotamente parecido com Kanryuu. Quando pensava nisso, seu peito batia forte, dilatava-se de desejo de ver e tocar Sanosuke novamente.
Megumi estaria realmente apaixonada por Sanosuke? Quando terminou seu chá, sorriu ironicamente. Parecia que a resposta era sim.
O destino havia armado um plano muito bem orquestrado. Toda vez que entrava naquela sala podia sentir a presença masculina. Ele estava em todos os cantos. Megumi podia vê-lo sorrindo maliciosamente, daquele jeito que deixava suas bochechas ruborizadas. Fechava os olhos e podia sentir as mãos de Sanosuke pelo seu corpo. Podia escutar Sanosuke dizendo deliciosas obscenidades em seus ouvidos. Podia sentir as mãos de Sanosuke deslizando sobre suas coxas...
A médica estava esperançosa para que a próxima batida fosse a dele, nem percebeu que ele havia se tornado mais um fantasma em sua memória.
Como explicar para Sanosuke sobre todas as cicatrizes escondidas? Profundas marcas em seu coração. Como explicar toda escuridão em sua fé?
.../... Por que você não estava por perto quando eu precisei? .../... Megumi fechou os olhos enrolada em seu cobertor. Uma familiar faixa vermelha entrelaçada em seus dedos.
A médica adormeceu, talvez a viagem para Tóquio no dia seguinte fizesse com ela se sentisse melhor. Talvez ele estivesse lá...
///////////////////////
Em Tóquio, Sanosuke reencontrou seus amigos. Todos fizeram festa comemorando a sua volta. Tae, Tsukioka, Tsubame, Kenshin, Kaoru, Yahiko, crescido e cada vez mais esperto.
Sano se deu conta de como o tempo tinha passado longe de seus amigos. Três anos desde a ultima vez que esteve no dojo Kamiya. O pequeno Kenji era uma criança adorável porem terrível.
O pequeno ruivo se divertiu puxando dolorosamente o cabelo espetado de Sanosuke. Parecia que o bebê gostava de puxar o cabelo dos outros, tanto que todos no dojo estavam com o cabelo mais curto. Talvez o pestinha tenha sido o causador da nova moda...
Kenshin notou que seu amigo parecia um tanto quanto desanimado. Decididamente, aquele não era o Sanosuke de sempre. O lutador não queria dar maiores explicações. Kenshin respeitou e não insistiu.
Mesmo assim, foi impossível não notar a mudança de humor quando o nome de Megumi e Aizu foram citados. As tempestades geladas castigavam aquela região, e todos estão receosos por Megumi.
Kaoru havia até mesmo pensado na possibilidade de viajar para Aizu, oferecendo ajuda. Por carta Megumi disse que não era necessário, e que ela estaria vindo para Tóquio para levar remédios e suprimentos para Aizu, mas que tudo estava sobre controle.
Alguma coisa estava errada com Sanosuke e Megumi, Kenshin notou isso rapidamente, mas preferiu não atingir um ponto sensível e não tocar no assunto em público.
Estranhamente, Sanosuke avisou que não ia aparecer no dojo Kamiya no dia seguinte. Nem mesmo com o almoço que Kenshin ia preparar para receber Megumi. Não era uma atitude típica de Sano, recusar um belo almoço de graça.
Terminada a comemoração, Sano foi rever seus amigos no cassino ilegal. Teve que ir sozinho, pois Kaoru como esposa ciumenta era bem pior do que antes. Kenshin não reclamava, adorava o ciúmes de sua Koishii. E pelo modo como se olhavam durante todo o jantar, Kenji teria irmãozinhos em breve.
Sanosuke riu, brincando com o ruborizado casal. Ao menos alguém teria um final verdadeiramente feliz nessa história.
/////////
No cassino, Sano já havia perdido suas poucas moedas na jogatina, e bebido um pouco mais do que devia. Ele se debruçou sobre o balcão do bar e deitou sua cabeça sobre seus braços, por alguns minutos. Se bebesse mais um copo de sake, não saberia dizer em qual planeta estava.
Na verdade seria necessário um pouco mais de sake para que isso acontecesse, mas o fato era que estava chateado pelo final pouco agradável que sua noite com Megumi teve.
.../... Será que meus sentimentos não tinham o menor valor para ela?.../... Quando Sano fechava os olhos, só podia lembrar dos momentos juntos. Ele deu tudo que tinha naquela noite, mesmo assim não valeu de nada.
.../...O que diabos aquela Raposa tem de errado? Mas que droga.../...Só ele percebia que os dois eram perfeitos juntos? Apesar daquelas brigas bobas?
.../... Maldição! Por que esse coração estupido tinha que ter ficado doido por aquela Raposa ingrata? Quer saber? Megumi que fique sozinha naquela casa velha! .../... Mesmo que fosse mentira, ele tentou fingir que se sentia assim. Sano tomou mais um gole de seu sake , como se adiantasse de alguma coisa.
Pessoas estranhas entraram no cassino naquela hora. Sanosuke não deu muita importância, só percebeu que não eram pessoas de confiança. Ele olhou mais uma vez, alguns homens seguravam as moças que "trabalhavam" no cassino a força. Na face delas, Sano pode ver o desconforto e a humilhação, seus braços finos sendo apertados.
Algumas foram obrigadas a sentar violentamente no colo dos homens. Eles se preparavam para um jogo. Jogo que parecia ser nada amigável. Provavelmente a aposta valia a vida de alguém.
.../...Malditos mafiosos.../... . O cassino estava quente e abafado. Vários outros homens falavam alto, bebendo e contando seus feitos. Não era o mesmo cassino de antes. O clima só mudou quando o chefão entrou, cheio de pompa, fazendo com todos ficassem silenciosos. Sanosuke se lembrou de Kanryuu Takeda, provavelmente eram tão imprestáveis quanto aquele verme.
Pressentiu que seria expulso mais uma vez, por isso juntou todas as moedas que tinha e deixou tudo lá no balcão.
"Tô fora." Sano disse antes de beber o último gole de sake. Quando se levantou, sentiu uma leve tontura que o fez cambalear, mas não foi nada demais.
Antes de sair do cassino, ouviu gritos e um tumulto que se formara, fazendo- o olhar para trás. Uma briga já tinha começado. Típico. Um homem inconformado com o fato de perder sua filha caçula como pagamento de sua divida.
.../..Tsc..Sabia que valia a vida de alguém.../...Sano começava a ficar nervoso.
Não deu muitos passos até que um homem, parecido com um segurança, impedisse sua saída, segurando seu braço. Sanosuke não gostou nenhum um pouco, já estava irritado ao extremo, se alguém arrumasse confusão naquela noite ele quebraria tudo dentro daquele cassino.
"O destino está a seu favor essa noite meu jovem. Vai arriscar se tornar um homem rico, ou vai ficar só olhando?" O homem soltou um sorriso cínico, e olhou fixamente para Sanosuke, querendo oferecer as cartas para o lutador.
"Não, camarada, eu preciso ir antes que arrebente a cara de alguém aqui. Começando pela sua." Sano olhou feio para o homem e puxou seu braço. Dando as costas para o homem. Sim ele gostava de apostas, mas Sano percebeu que aqueles homens eram barra pesada. Como previsto, na hora em que ia sair do cassino foi barrado novamente por dois fortões. Era só o que faltava...
"Daqui só sai se apostar, meu jovem." Um dos seguranças usou um tom ameaçador, mostrando discretamente que estava armado com um revolver..
Sanosuke sorriu ironicamente, olhou para a mão do homem em seu braço, não deu a menor importância para o revolver. Brigar não era sua intenção inicial, mas já que eles insistiam.....
Ele estava precisando mesmo de uma boa briga.
Não demorou muito para que a confusão começasse. A pancadaria que se seguiu lembrou o Sanosuke Sagara da época em que era conhecido como Zanza. Em pouco tempo o cassino estava sendo consumido pelo caos. No seu ataque de fúria não sobraram muitas cadeiras e mesas inteiras. Segurança voaram para todos os cantos.
Sano só parou um pouco de atacar quando ouviu gritos.
"VOCÊ ME PERTENCE, VADIA..."O chefão gritava furioso. Ele bateu na face de uma menina. A pancada contra o piso foi tão forte que a deixou inconsciente, seu nariz sangrando abundantemente. O pai da moça, um senhor idoso tentou defende-la se ajoelhando ao lado da pobre moça. Ele chorava copiosamente e pedia perdão por Ter sido o responsável por aquela desgraça.
"ARGHHH..IDIOTA.."
Uma outra moça se jogou por cima do chefão. Em um ataque enfurecido mordeu o braço dele, fazendo com soltasse o revolver. Mas quando o homem se livrou da mordida dela, a moça não pode evitar a faca que o covarde tinha escondido dentro de sua roupa.
"Ahhh" Ela gemeu de dor.
Mesmo assim, não se deu por vencida. Ferida e sangrando chutou o homem no meio das pernas com força. Surtiu efeito, mas não adiantou por muito tempo, pois um segurança a agarrou pelas costas tentado doma-la.
Dois homens fortões contra um mulher sozinha. A raiva explodiu em Sanosuke. Ele se livrou dos seguranças que agarravam a moça com facilidade. Quando se soltou, ela correu para socorrer sua amiga desmaiada.
Enquanto socorria sua amiga, Sanosuke atacava deixando os seguranças inconscientes. O chefão se levantou, tentando recuperar sua arma, com um soco, Sanosuke fez com os ossos da face dele fossem esmigalhados.
O homem sedentário, só mostrava valentia por estar portando uma arma de fogo. Em poucos segundos, Sanosuke o deixou inconsciente, ele descontou as suas frustrações naquele homem, o socando sucessivamente.
A voz da corajosa moça fez com que Sanosuke parasse, ela o chamava sem parar. Sanosuke nem percebeu que estava perdendo o controle. A moça puxou Sanosuke pela camisa, o fazendo parar.
"Sano..suke...já chega...Zanza." Ela sorriu, quando o reconheceu.
Ele se virou para olhar quem o chamava insistentemente. Pronto para dar uma chamada na pessoa que tinha ousado se meter na briga. Piscando algumas vezes, Sano conseguiu focá-la melhor.
..../..O que ela está fazendo aqui?.../...
Ela continuava tão bela quanto Sano se lembrava. Seus cabelos claros, os fios longos. Atentos olhos castanhos, o mesmo sorriso simpático que escondia muita esperteza.
"Kozuki...o que está fazendo aqui?" Sanosuke sorriu, mas seus olhos focaram algo vermelho nas mãos da moça. Estava machucada.
Era melhor sair logo do cassino, com Kozuki ferida, o cassino destruído e o som dos apitos dos policiais. Sano pegou ela pela mão e correu para fora do cassino. Para correr mais rapido, Sanosuke a pegou no colo.
Kozuki sentiu suas bochechas vermelhas.
"Agüenta firme Kozuki-chan, eu vou te levar pra clinica de um amigo." A moça sorriu nos braços de Sanosuke, ele chegaria rapidamente a clinica do Doutor Gensai.
"Pare, não é necessário...Sanosuke, pare." Obedecendo-a, parou em uma viela, e esperou que ela falasse. Kozuki fez um movimento esperando que Sano a colocasse no chão.
"Foi só um raspão. Eu já passei por coisa pior Sano. Nós dois já passamos por coisas piores, não é?... Mas eu agradeço a preocupação." Ela ficou de pé com facilidade. Realmente o ferimento era só um superficial, apesar de todo o sangue.
Kozuki respirou fundo, ainda se recuperando do susto. "Bem, eu senti sua falta, Zanza...." Ela sorriu. "Mas fala sério, a gente se encontra em cada situação, né?..."
Em um impulso, Kozuki passou seus braços ao redor do pescoço de Sanosuke e o beijou rapidamente, direto nos lábios. Sanosuke se surpreendeu, mas respondeu ao beijo de Kozuki passando os braços ao redor da cintura dela.
Beijos entre eles nunca tinha sido uma novidade. Se conheciam a tantos anos e tinham tantas histórias juntos. Mas, Sano não colocou paixão, era mais um beijo entre amigos. Logo se separou e sorriu um pouco desconcertado. Kozuki percebeu a distância que Sanosuke impôs entre eles.
"Desculpe, é que eu... Kozuki-chan, dessa vez é melhor não. Eu não quero confundir ainda mais minha cabeça." Sano passou os dedos pelos seus cabelos, que estavam ainda mais bagunçados sem a famosa faixa vermelha.
"Quem machucou o coração do meu Zanza, me diga que eu acabo com a infeliz. E onde foi parar a sua faixa? Pra você ter perdido a faixa que meu pai te deu a coisa deve Ter sido séria."
Kozuki piscou para ele simpaticamente. Escondendo o que sentiu por dentro quando Sanosuke não quis aprofundar o beijo , é claro que ela queria Sanosuke. Mas pela falta de entusiasmo, sabia que alguém tinha conquistado o coração dele. E sabia quem tinha sido...
"É uma longa e estranha história." Sanosuke encostou suas costas na parede da casa, Kozuki já sabia do que se tratava.
"A médica Raposa? Pra a história ser estranha, só pode ser ela." Kozuki suspirou, e se encostou ao lado dele na parede, sempre soube que Megumi tinha conquistado o coração de seu melhor amigo. Aquela médica metida, desde do dia em que ela apareceu Sanosuke tinha ficado mais distante de Kozuki.
"Sim, mas acho que tudo acabou entre nós. Se é que um dia existiu alguma coisa entre Megumi e eu." Sano chutou uma pedra no chão, e a fez voar batendo na outra parede da viela.
Um apito de polícia fez com que ela se assustasse. Sano sentiu uma urgência crescendo em sua amiga. Ela deu um pequeno pulo, se desencostando da parede, ficou atenta aos passos que escutava. Kozuki fechou os olhos e disse num tom baixinho.
"Amanhã eu vou embora do Japão, para sempre. Finalmente eu consegui Sano..."
"Vai embora? Conseguiu o que Kozuki? Ficou louca de vez."
Kozuki começou a abriu seu kimono. Sanosuke se surpreendeu. O que ela pensava em fazer naquela viela? Suas bochechas levemente vermelhas, pelo embaraço e pelo sake que tinha bebido a mais. Se ele fosse Kenshin, Kozuki escutaria um grande 'oro'.
Sano preferiu brincar para romper a tensão. "Olha é melhor a gente ir procurar uma hospedagem. Eu sei que sou irresistível, mas aqui na viela vai ser..." Sanosuke levou um forte chute na canela.
"ITAI"... " SEU HENTAI." Os dois gritaram ao mesmo tempo.
"O que pensa que eu vou fazer no meio da rua ? Seu tonto." O que Kozuki tirava de dentro de seu kimono não tinha nada de hentai.
"Aonde você arranjou isso Kozuki-chan?" Os olhos de Sanosuke se arregalaram ao ver a quantidade de dinheiro que ela tinha dentro de um pacote.
"Eu tirei daquele homem, dei um jeito de seduzi-lo e você sabe o resto...Sanosuke é dinheiro sujo, de drogas e outras coisas piores. Eu sei que não é certo roubar, mas é a minha chance de sair daqui. Eu sempre quis isso. Tem tanta coisa que eu quero ver...que eu quero conhecer...."
Kozuki sorriu, ela não imaginou encontrar Sanosuke naquela noite, mas seria perfeito, se ela conseguisse convence-lo, ou arrumar um jeito de fazer com que ele viesse junto.
"Você poderia vir comigo, Sanosuke. Sabe, viajar pelo mundo e quem sabe reencontrar a minha mãe." Sano pode ver os olhos dela brilhando, apesar da escuridão. Ele sentia uma forte amizade por ela, mas sentia também que os sentimentos de Kozuki eram mais fortes que uma simples amizade.
..../...Se Megumi sentisse algo assim.../....Sano mexeu a cabeça, o assunto era Kozuki e suas idéias loucas agora.
"Kozuki. Não é certo. Eu não sou santo, mas roubar todo esse dinheiro sujo é demais, você já pensou no que vai acontecer quando aquela gangue vier atrás de você?" A idéia de conhecer o mundo sempre foi tentadora para Sano, mas dessa vez ele não se animou. O problema seria a enrascada gigantesca que Kozuki se metera ao roubar dinheiro de uma gangue de mafiosos.
"O que seu pai diria sobre isso ?" Kozuki mudou sua fisionomia, olhando brava para Sanosuke.
"Você ainda com essa historia do meu pai. Ele abandonou minha e a minha mãe, para lutar por esse país, foi traído pelo Japão, e acabou tendo a cabeça decepada e exposta em praça publica. Você acha que eu me importo com o que ele iria pensar? Por causa da confusão que ele criou, eu fui separada de minha mãe..."
Kozuki colocou o dinheiro novamente dentro do seu kimono e se afastou de Sanosuke.
"Eu não vou dar uma de boazinha. Cansei de correr atrás dos sonhos, agora eu vou começar a agir . Não tem nada no Japão pra mim... Sano...E imagino que também não exista nada que te prenda aqui, afinal, quem estava enchendo a cara de sake lá no bar?"
Kozuki nunca aceitou ter sua família separada, nunca aceitou a morte sem sentido de seu pai. Sanosuke tentava entender os sentimentos de Kozuki. Souzou Sagara era o pai dela, a dor e a raiva eram muito maiores.
"Quando nós éramos pequenos você fez a promessa de me proteger, lembra? Você ainda está disposto a cumprir? Se estiver, me encontre amanhã no porto de Tóquio, as 17:00...Eu vou cumprir a promessa de encontrar a minha mãe. Não importa o que eu precise fazer para que isso aconteça."
"Eu nunca te mandaria embora, nunca duvide disso."
Kozuki sumiu rapidamente na escuridão da noite. Ela foi embora sorrindo, parecia que finalmente tinha conseguido o que sempre quis.../..Sanosuke vai embora comigo, eu tenho certeza.../... O sorriso dela aumentava a cada passo que dava.
Sanosuke fez o caminho oposto a Kozuki, mas sua cabeça não parou de funcionar nem por um segundo.
...../....imagino que também não exista nada que te prenda aqui, afinal, quem estava enchendo a cara de sake lá no bar....A idéia de viajar o mundo sempre me tentou...Megumi não se importaria mesmo...Acho que Kozuki precisa mais de mim do que a Raposa.../....
"Kozuki Sagara, o que anda aprontando com essa sua vida?"
////////
O ar de Tóquio era tão gostoso, bem mais quentinho do que o de Aizu, Megumi sentiu a diferença logo quando desceu do trem. Passou grande parte da manhã reunindo o material que teria que levar para Aizu, e a tarde no dojo Kamiya.
Era tão diferente da solidão de sua casa, quase tinha se esquecido do ambiente amigável de Tóquio.
Suzume e Ayume corriam pelo quintal do dojo, gastando a energia que tinham de sobra. Megumi sorriu, era bom ver as crianças assim, livres de preocupações .
A sorridente Kaoru se sentou ao lado da médica. Nos últimos tempos as coisas tinham ficado bem mais amenas entre as duas. Não havia mais razão para que Megumi continuasse a provocar Kenshin, apesar de que de vez em quando era completamente irresistível deixar o espadachim vermelho de vergonha.
Kenji adormeceu nos braços de sua mãe, o bebê daria um pouco de sossego enquanto estivesse tirando sua soneca. Megumi lembrou perfeitamente o dia em que fez o parto do pequeno. Ele era simplesmente a copia fiel de Kenshinzinho, no entanto a personalidade dos dois era bem diferente.
Após o excelente almoço servido por Kenshin, a tarde passou rapidamente. Era maravilhoso observar o por-do-sol pela varanda do dojo Kamiya, mesmo com o tempo frio e as nuvens que começavam a encobrir o céu.
"Acho que vai chover, as nuvens estão ficando um pouco carregadas." Kaoru acariciou o cabelo de Kenji. " Mas foi uma tarde tão agradável."
"Sim, realmente..." Megumi disse baixinho.
Elas ficaram em silencio por um bom tempo. Megumi escutou Kaoru comentando algo como Kenshin, sobre Sanosuke não ter mesmo aparecido para o almoço.
.../..Então ele está aqui.../... Ela teve vontade de perguntar por ele, mas o que eles iriam pensar?
O silêncio foi quebrado por um menino batendo vigorosamente no portão do dojo.
"Por favor, a senhorita Megumi Takani está ? Eu preciso entregar uma carta para ela." O menino parecia ter corrido bastante, ele respirou fundo colocando suas mãos nos joelhos.
"Eu sou Megumi, pode entregar para mim. É alguma emergência medica ?" Ela correu para o lado do menino, já estava acostumada a sair correndo as pressas atrás das emergências. Era só alguém vir correndo e chamando o nome dela que estava pronta para agir.
"Sei lá se é emergência moça. Um cara de cabelo espetado pediu que eu entregasse antes que o navio dele fosse embora. E disse que uma tal de Jou- chan ia pagar uma moedas pra mim se eu trouxesse a carta até aqui."
.../...Cabelo espetado...Navio ?.../... Megumi abriu a carta rapidamente, conforme leu as poucas palavras escritas em uma letra horrível, sentiu seu peito doer estranhamente. Não era assim que deveria terminar...Como assim ? Partindo....
" Não pode ser..." Megumi mal terminou de ler, não podia deixar as coisas mal resolvidas. Ela sabia que precisava de um pouco de tempo para sentar e conversar com Sanosuke. Explicar tudo para ele, mas percebeu naquele momento que só tinha mais alguns minutos.
Megumi deixou o dojo rapidamente e começou a correr.
Kaoru não entendeu absolutamente nada do que estava acontecendo. Ela continuou a chamar por Megumi, a médica não respondeu e continuou com sua corrida frenética.
"Mas o que foi que aconteceu ? Eu não entendi nada." Kaoru continuou sem entender, e o guri que trouxe a carta, estendeu a mão esperando pelo seu pagamento.
" Sanosuke acha que eu tenho cara de banco, será possível uma coisa dessas." Kaoru entrou dentro da casa reclamando, afinal, havia sobrado para ela pagar as serviços de mensageiro do garoto.
Kenshin observava tudo de longe..../..Tomara que Megumi chegue a tempo, e que ela consiga dizer tudo que sente, assim como um dia eu consegui.../....
Megumi continuou correndo, a idéia de alguém partindo nunca a tinha afetado dessa forma antes. Sentia dor no peito, uma pressão estranha em sua cabeça. Lágrima correram por seu rosto, viu que suas pernas não agüentavam mais esforço do que já estavam agüentando.
.../...Dessa vez eu não vou perder você. Não vou permitir que você vá embora...Eu juro que vou deixar o passado para trás por você, não agüento mais tanta tristeza na minha vida, Sanosuke não vá embora...MAS QUE DROGA..Sanoo../...
Megumi parecia ter encontrado suas respostas. Talvez fosse tarde demais, mesmo assim ela não iria parar de correr...
////////
No porto Sanosuke caminhava pela pequena ponte para dentro do navio, seus braços enlaçados com os de Kozuki, que sorria imensamente. Finalmente seus sonhos viravam realidade. Bastaria um pouco de tempo longe daquele país e Sanosuke esqueceria a tal Raposa para sempre.
.../...Megumi, acho que nosso destino sempre foi dizer adeus.../...Os pensamentos de Sanosuke estavam na médica o tempo todo...
Continua...
~*~*~*~*~*
Notas da autora: Perdão por ter demorado tanto em postar esse capítulo, espero que estejam curiosos pra saber o que vem a seguir. Tentei ao fazer com que tivesse sentindo, mas eu não sei se consegui. Espero que esteja condizente com o resto do fanfic. Eu tentei, pelo menos.
Não se preocupem, o próximo capitulo já está escrito, não vai demorar toda essa eternidade que demorou esse capítulo aqui. só faltam alguns detalhes do lemon ( ¬_¬* não era pra ter falado) Uma curiosidade, segundo o que eu li no manga (eu não entendo nada de japones) Kozuki é pequena lua, que é parecido com Luazinha, que é parecido com Chibi-lua...que vai ficar com o Sanosuke...hehehehe..ORO
Agradecimentos:
Tomoyo Granger-Sumida, eu? Imagina ^_^. Quem bom que você gostou desse fic, quanto a escrever um de Aoshi e Misao, eu não garanto muito, porque eles não são o meu must. Mas quem sabe eles não terão um papel importante em outro fic que eu estou ensaiando. beijos ^_^
Ana paula- desculpe por ter demorado para postar esse capítulo, fiquei tão feliz com seus elogios, aiiii me deixou até vermelha, mas esse era meu objetivo na hora de escrever o lemon. E cá entre nós, você acha que Sano vai partir?..hehehehee ^_~ Beijos e espero que ainda esteja acompanhando.
Murilo-chan-Obrigada por ter lido e deixado sua opinião. ^^ ORO Vai pensar nas cenas durante um mês? Seu hentai..beijos e até mais. ^_^
Makimachi Misao-Obrigada pelo review, e realmente, tadinho do Tori-atama, mas tudo vai ficar bem...hohohohoho...eu acho. Beijos e continue acompanhando ^_^
Pri-chan.- Calma Pri, não precisa mandar ninguém atrás de mim, realmente palavras erradas podem fazer um estrago, ne?. O capítulo está aqui e Chibi lua está se escondida debaixo da cama esperando as reações...orororo..Espero que tenha gostado e que continue acompanhando. Beijos.
Sayuri-chan86-Eu amo K&K, mas gosto bastante de Sanosuke e Megumi juntos, e se eu realmente consegui colocar no texto esses sentimentos que você falou, eu vou ficar muito feliz. Espero que continue acompanhando .Beijos
Prudence-chan --E bom faze-los sofrer...MUAHAHA.. ¬_¬, Err digo, coitadinhos deles, ne? Ainda não foi dessa vez que eles ficaram juntos, mas no próximo....quem sabe....Espero que continue acompanhando, beijos ^_^
Megumi Sagara- Chibi imaginando a cena,* day-chan com as mãos na cintura e batendo o pé no chão querendo o capítulo rapido.* ..Ooooo menina mais brava, viu ^^ Calma Dayzinha o capitulo deles juntos está chegando, enquanto isso procure não matar a Chibi...Beijos. ^_^
Hikari-chan-U_U ainda não foi dessa vez a "reconciliación", mas calma, porque ela já está escrita, viu? ( eu sempre revelo os segredos antes ~_~)Beijos e espero que tenha gostado do modo como eu fiz esses desencontros entre eles, se fosse muito fácil para os dois não ia ter graça. Beijos ^^
Misao-dono-enriquecimento no repertório musical? ;_; chibi emocionada. Que máximo que você gostou....Pode não parecer, mas eu acho que as lacunas que separam os corações de Sano e Meg serão preenchidas. E você sabe como ^_~ ..Beijos e até mais.
Madam Spooky-Pobre vítima, Chibi-lua pede desculpas humildemente, por ter te amolado tanto. Obrigada pelo review, e ainda não acredito que eu consegui fazer você sentir pena da Raposa...hohohoho.(Espero o fic do Kenshin cantor...)
Daí-Minha outra pobre vítima, sendo obrigada a colaborar com a reconciliação do meu Galinho e da sua adorada Raposa...brincadeira. Beijos e desculpa por te encher tanto. Espero que continue acompanhando.. PS: O Galinho é meu!!
Por favor, deixem uma review pequenina dizendo o que acharam, tá. Beijos Chibi-lua.
Destino 4
Por: Chibi Lua
Os dias passaram rapidamente desde a noite de tempestade, ficavam mais frios a medida que o inverno atingia seu ápice. Uma neve densa caía sobre a cidade de Aizu, trazendo uma falsa sensação de tranqüilidade.
Megumi fechou os olhos ao colocar seus pés dentro da tina de água quente. Um alívio merecido para seus dedos dormentes. Nos últimos dias caminhou por todos os cantos da cidade, no meio da lama e da neve congelante.
Sua rotina solitária havia sido quebrada pela forte nevasca , a última tempestade passou deixando muitas pessoas desabrigadas e enfermas.
Idosos, crianças, mulheres gestantes, pessoas de todos os tipos sofriam com a falta de alimento, abrigo e aquecimento. Megumi ajudou como pode, porém sozinha não era capaz dar conta de uma cidade inteira.
Agradeceu imensamente quando os voluntários e médicos de outras cidades oferecerem ajuda. A cidade entrava em estado de emergência. Começavam a faltar alimentos e cobertores nos abrigos. Megumi teria que ir até Tóquio no dia seguinte para buscar medicamentos.
Ela esperava que em Tóquio seus amigos não notassem o que seus pacientes haviam notado. Tristeza em seus olhos, sorrisos esporádicos e desanimados.
O cansaço não era o único motivo que a deixava desanimada. Megumi não estava disposta a dar explicações para ninguém, nem mesmo Kenshin, Kaoru e seus outros amigos.
Mas apesar de abatida e triste, estava satisfeita em exercer e aprofundar seus conhecimentos na sua profissão. Sentiu que pais se orgulhariam dela, estava dando tudo de si. Só que era impossível não deixar que seus pensamentos se dispersassem.
.../..Aonde será que ele está?.../...
A neve caía continuava a cair densamente lá fora, pela janela ela pode ver os flocos brancos. Megumi estava sentada confortavelmente em sua poltrona. Solitária, aproveitando uma noite tranqüila, na última semana não foi possível nem mesmo dormir direito. As emergências eram muitas.
Relaxou, com seus pés submersos na água quente, enrolada em seu grosso cobertor. Ela sentiu um cheiro bastante familiar. Cobriu seu corpo com o cobertor, trazendo-o até o pescoço. Passou o tecido macio em suas bochechas, respirou profundamente, fechando os olhos...Sanosuke.
Quando percebeu o que estava fazendo afastou o tecido de seu rosto, se policiando. Ainda bem que estava sozinha, ela respirou mais uma vez o cheiro da coberta, fechando os olhos...
Megumi procurou discretamente por notícias dele com as pessoas da cidade. Depois daquela manhã não teve mais notícias, começou a se preocupar com o sumiço de Sano, ainda mais com tantas tempestades castigando a região.
.../...Pateta do jeito que é, aquele Cabeça Oca é bem capaz que esteja congelado em algum lugar..../...
Ultimamente Megumi tinha aumentado a quantidade de nomes pouco amistosos ao se referir à Sanosuke, não que sentisse raiva dele. Megumi tentou sentir raiva de Sanosuke, mas não conseguiu. O que ela não queria era admitir que estava preocupada.
Estava irritada consigo mesma por ter permitido que as coisas chegassem naquele extremo. Em outros momentos, sentia-se estúpida. Podiam ter conversado civilizadamente naquela manhã. Sano não tinha sido nenhum monstro brutal, pelo contrário. O lutador conseguiu surpreende-la com seu jeito. Megumi percebia quanto o tinha subestimado.
A expressão chocada no rosto dele dava voltas em sua mente. Megumi se sentia uma tonta por ter dito que Sanosuke havia se aproveitado dela? Afinal, ela sentiu tanto desejo quanto ele... Não havia o menor sentido em ter se comportado como virgem indefesa. Sua tão demonstrada maturidade perdeu o sentido quando agiu daquele modo na frente de Sanosuke.
A verdade é que Megumi estava petrificada. Sua concepção do que era uma relação entre um homem e uma mulher foi abalada por Sano. Ela não era estranha ao sexo, era um processo corporal quase que mecânico, mas antes de Sano nunca tinha sido interessante e excitante. Afinal, parecia que a famosa história de que sexo e amor eram diferentes era verdade.
...../...Amor?? Megumi Takani ficou louca de vez? Tudo aquilo foi efeito do pó da vovó.../...
Megumi soltou um breve sorriso ao levar seu chá a boca, memórias daquela noite voltaram. O beijo dele era tão bom, as mãos dele...
Sanosuke mudou tudo, quando lembrava do corpo dele, pesando sobre o seu, se movendo. Aquele tum tum forte em suas veias dizia que Sano a tinha afetado de muitas maneiras.
A química do pó sumiu de seu corpo, mas Sano não saiu de seu sistema...Todo aquele fogo desapareceu na manhã em que Sanosuke partiu, mas seu interior ainda queimava secretamente por ele. Quem diria que Sanosuke seria capaz de causar tanto rebuliço em Megumi.
..../... Aquele Crista de Galo idiota não merecia...Por quê diabos eu mandei ele embora daquele jeito?/...
Qual era a segurança em se apaixonar por alguém como Sanosuke? Que tipo de futuro teria? Dúvida terrível. Apesar da casa estar vazia, Megumi podia ouvir os dois lados de sua mente argumentando.
Talvez esse sentimento fosse só uma ilusão tola, talvez estivesse criando isso em conseqüência de seus dias solitários. Ela lutou todo esse tempo para não cair nessa armadilha, mas foi pega de surpresa, por ninguém menos que Sanosuke Sagara.
Só mesmo uma tola para ter vontade de deixar sua casa quentinha e sair no meio de uma tempestade de neve, só para encontra-lo e chama-lo de Crista de Galo mais uma vez.
Continuando com sua teimosia e seus pensamentos contraditórios. Megumi ainda queria acreditar que o melhor era não pensar no lutador. Nada como sua rotina "fácil" e padronizada. Não pensar para não sofrer, Essa era SUA tentativa de autodefesa.
..../...Mas eu nunca tinha reparado no sorriso dele antes, é tão.../...
Megumi mexeu a cabeça vigorosamente, não podia começar a sucumbir aos sentimento que provocavam taquicardia. Sanosuke deveria estar nos perigosos distritos de jogos, ou coisa pior. Se fosse atrás dele poderia se meter em encrenca, e dificilmente obteria sucesso.
Já bastava correr para porta cada vez que alguém batia, na esperança que fosse Sanosuke com seu jeito de quem não estava nem aí para nada.
De uma coisa Megumi tinha certeza; Sano não era nem remotamente parecido com Kanryuu. Quando pensava nisso, seu peito batia forte, dilatava-se de desejo de ver e tocar Sanosuke novamente.
Megumi estaria realmente apaixonada por Sanosuke? Quando terminou seu chá, sorriu ironicamente. Parecia que a resposta era sim.
O destino havia armado um plano muito bem orquestrado. Toda vez que entrava naquela sala podia sentir a presença masculina. Ele estava em todos os cantos. Megumi podia vê-lo sorrindo maliciosamente, daquele jeito que deixava suas bochechas ruborizadas. Fechava os olhos e podia sentir as mãos de Sanosuke pelo seu corpo. Podia escutar Sanosuke dizendo deliciosas obscenidades em seus ouvidos. Podia sentir as mãos de Sanosuke deslizando sobre suas coxas...
A médica estava esperançosa para que a próxima batida fosse a dele, nem percebeu que ele havia se tornado mais um fantasma em sua memória.
Como explicar para Sanosuke sobre todas as cicatrizes escondidas? Profundas marcas em seu coração. Como explicar toda escuridão em sua fé?
.../... Por que você não estava por perto quando eu precisei? .../... Megumi fechou os olhos enrolada em seu cobertor. Uma familiar faixa vermelha entrelaçada em seus dedos.
A médica adormeceu, talvez a viagem para Tóquio no dia seguinte fizesse com ela se sentisse melhor. Talvez ele estivesse lá...
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Em Tóquio, Sanosuke reencontrou seus amigos. Todos fizeram festa comemorando a sua volta. Tae, Tsukioka, Tsubame, Kenshin, Kaoru, Yahiko, crescido e cada vez mais esperto.
Sano se deu conta de como o tempo tinha passado longe de seus amigos. Três anos desde a ultima vez que esteve no dojo Kamiya. O pequeno Kenji era uma criança adorável porem terrível.
O pequeno ruivo se divertiu puxando dolorosamente o cabelo espetado de Sanosuke. Parecia que o bebê gostava de puxar o cabelo dos outros, tanto que todos no dojo estavam com o cabelo mais curto. Talvez o pestinha tenha sido o causador da nova moda...
Kenshin notou que seu amigo parecia um tanto quanto desanimado. Decididamente, aquele não era o Sanosuke de sempre. O lutador não queria dar maiores explicações. Kenshin respeitou e não insistiu.
Mesmo assim, foi impossível não notar a mudança de humor quando o nome de Megumi e Aizu foram citados. As tempestades geladas castigavam aquela região, e todos estão receosos por Megumi.
Kaoru havia até mesmo pensado na possibilidade de viajar para Aizu, oferecendo ajuda. Por carta Megumi disse que não era necessário, e que ela estaria vindo para Tóquio para levar remédios e suprimentos para Aizu, mas que tudo estava sobre controle.
Alguma coisa estava errada com Sanosuke e Megumi, Kenshin notou isso rapidamente, mas preferiu não atingir um ponto sensível e não tocar no assunto em público.
Estranhamente, Sanosuke avisou que não ia aparecer no dojo Kamiya no dia seguinte. Nem mesmo com o almoço que Kenshin ia preparar para receber Megumi. Não era uma atitude típica de Sano, recusar um belo almoço de graça.
Terminada a comemoração, Sano foi rever seus amigos no cassino ilegal. Teve que ir sozinho, pois Kaoru como esposa ciumenta era bem pior do que antes. Kenshin não reclamava, adorava o ciúmes de sua Koishii. E pelo modo como se olhavam durante todo o jantar, Kenji teria irmãozinhos em breve.
Sanosuke riu, brincando com o ruborizado casal. Ao menos alguém teria um final verdadeiramente feliz nessa história.
/////////
No cassino, Sano já havia perdido suas poucas moedas na jogatina, e bebido um pouco mais do que devia. Ele se debruçou sobre o balcão do bar e deitou sua cabeça sobre seus braços, por alguns minutos. Se bebesse mais um copo de sake, não saberia dizer em qual planeta estava.
Na verdade seria necessário um pouco mais de sake para que isso acontecesse, mas o fato era que estava chateado pelo final pouco agradável que sua noite com Megumi teve.
.../... Será que meus sentimentos não tinham o menor valor para ela?.../... Quando Sano fechava os olhos, só podia lembrar dos momentos juntos. Ele deu tudo que tinha naquela noite, mesmo assim não valeu de nada.
.../...O que diabos aquela Raposa tem de errado? Mas que droga.../...Só ele percebia que os dois eram perfeitos juntos? Apesar daquelas brigas bobas?
.../... Maldição! Por que esse coração estupido tinha que ter ficado doido por aquela Raposa ingrata? Quer saber? Megumi que fique sozinha naquela casa velha! .../... Mesmo que fosse mentira, ele tentou fingir que se sentia assim. Sano tomou mais um gole de seu sake , como se adiantasse de alguma coisa.
Pessoas estranhas entraram no cassino naquela hora. Sanosuke não deu muita importância, só percebeu que não eram pessoas de confiança. Ele olhou mais uma vez, alguns homens seguravam as moças que "trabalhavam" no cassino a força. Na face delas, Sano pode ver o desconforto e a humilhação, seus braços finos sendo apertados.
Algumas foram obrigadas a sentar violentamente no colo dos homens. Eles se preparavam para um jogo. Jogo que parecia ser nada amigável. Provavelmente a aposta valia a vida de alguém.
.../...Malditos mafiosos.../... . O cassino estava quente e abafado. Vários outros homens falavam alto, bebendo e contando seus feitos. Não era o mesmo cassino de antes. O clima só mudou quando o chefão entrou, cheio de pompa, fazendo com todos ficassem silenciosos. Sanosuke se lembrou de Kanryuu Takeda, provavelmente eram tão imprestáveis quanto aquele verme.
Pressentiu que seria expulso mais uma vez, por isso juntou todas as moedas que tinha e deixou tudo lá no balcão.
"Tô fora." Sano disse antes de beber o último gole de sake. Quando se levantou, sentiu uma leve tontura que o fez cambalear, mas não foi nada demais.
Antes de sair do cassino, ouviu gritos e um tumulto que se formara, fazendo- o olhar para trás. Uma briga já tinha começado. Típico. Um homem inconformado com o fato de perder sua filha caçula como pagamento de sua divida.
.../..Tsc..Sabia que valia a vida de alguém.../...Sano começava a ficar nervoso.
Não deu muitos passos até que um homem, parecido com um segurança, impedisse sua saída, segurando seu braço. Sanosuke não gostou nenhum um pouco, já estava irritado ao extremo, se alguém arrumasse confusão naquela noite ele quebraria tudo dentro daquele cassino.
"O destino está a seu favor essa noite meu jovem. Vai arriscar se tornar um homem rico, ou vai ficar só olhando?" O homem soltou um sorriso cínico, e olhou fixamente para Sanosuke, querendo oferecer as cartas para o lutador.
"Não, camarada, eu preciso ir antes que arrebente a cara de alguém aqui. Começando pela sua." Sano olhou feio para o homem e puxou seu braço. Dando as costas para o homem. Sim ele gostava de apostas, mas Sano percebeu que aqueles homens eram barra pesada. Como previsto, na hora em que ia sair do cassino foi barrado novamente por dois fortões. Era só o que faltava...
"Daqui só sai se apostar, meu jovem." Um dos seguranças usou um tom ameaçador, mostrando discretamente que estava armado com um revolver..
Sanosuke sorriu ironicamente, olhou para a mão do homem em seu braço, não deu a menor importância para o revolver. Brigar não era sua intenção inicial, mas já que eles insistiam.....
Ele estava precisando mesmo de uma boa briga.
Não demorou muito para que a confusão começasse. A pancadaria que se seguiu lembrou o Sanosuke Sagara da época em que era conhecido como Zanza. Em pouco tempo o cassino estava sendo consumido pelo caos. No seu ataque de fúria não sobraram muitas cadeiras e mesas inteiras. Segurança voaram para todos os cantos.
Sano só parou um pouco de atacar quando ouviu gritos.
"VOCÊ ME PERTENCE, VADIA..."O chefão gritava furioso. Ele bateu na face de uma menina. A pancada contra o piso foi tão forte que a deixou inconsciente, seu nariz sangrando abundantemente. O pai da moça, um senhor idoso tentou defende-la se ajoelhando ao lado da pobre moça. Ele chorava copiosamente e pedia perdão por Ter sido o responsável por aquela desgraça.
"ARGHHH..IDIOTA.."
Uma outra moça se jogou por cima do chefão. Em um ataque enfurecido mordeu o braço dele, fazendo com soltasse o revolver. Mas quando o homem se livrou da mordida dela, a moça não pode evitar a faca que o covarde tinha escondido dentro de sua roupa.
"Ahhh" Ela gemeu de dor.
Mesmo assim, não se deu por vencida. Ferida e sangrando chutou o homem no meio das pernas com força. Surtiu efeito, mas não adiantou por muito tempo, pois um segurança a agarrou pelas costas tentado doma-la.
Dois homens fortões contra um mulher sozinha. A raiva explodiu em Sanosuke. Ele se livrou dos seguranças que agarravam a moça com facilidade. Quando se soltou, ela correu para socorrer sua amiga desmaiada.
Enquanto socorria sua amiga, Sanosuke atacava deixando os seguranças inconscientes. O chefão se levantou, tentando recuperar sua arma, com um soco, Sanosuke fez com os ossos da face dele fossem esmigalhados.
O homem sedentário, só mostrava valentia por estar portando uma arma de fogo. Em poucos segundos, Sanosuke o deixou inconsciente, ele descontou as suas frustrações naquele homem, o socando sucessivamente.
A voz da corajosa moça fez com que Sanosuke parasse, ela o chamava sem parar. Sanosuke nem percebeu que estava perdendo o controle. A moça puxou Sanosuke pela camisa, o fazendo parar.
"Sano..suke...já chega...Zanza." Ela sorriu, quando o reconheceu.
Ele se virou para olhar quem o chamava insistentemente. Pronto para dar uma chamada na pessoa que tinha ousado se meter na briga. Piscando algumas vezes, Sano conseguiu focá-la melhor.
..../..O que ela está fazendo aqui?.../...
Ela continuava tão bela quanto Sano se lembrava. Seus cabelos claros, os fios longos. Atentos olhos castanhos, o mesmo sorriso simpático que escondia muita esperteza.
"Kozuki...o que está fazendo aqui?" Sanosuke sorriu, mas seus olhos focaram algo vermelho nas mãos da moça. Estava machucada.
Era melhor sair logo do cassino, com Kozuki ferida, o cassino destruído e o som dos apitos dos policiais. Sano pegou ela pela mão e correu para fora do cassino. Para correr mais rapido, Sanosuke a pegou no colo.
Kozuki sentiu suas bochechas vermelhas.
"Agüenta firme Kozuki-chan, eu vou te levar pra clinica de um amigo." A moça sorriu nos braços de Sanosuke, ele chegaria rapidamente a clinica do Doutor Gensai.
"Pare, não é necessário...Sanosuke, pare." Obedecendo-a, parou em uma viela, e esperou que ela falasse. Kozuki fez um movimento esperando que Sano a colocasse no chão.
"Foi só um raspão. Eu já passei por coisa pior Sano. Nós dois já passamos por coisas piores, não é?... Mas eu agradeço a preocupação." Ela ficou de pé com facilidade. Realmente o ferimento era só um superficial, apesar de todo o sangue.
Kozuki respirou fundo, ainda se recuperando do susto. "Bem, eu senti sua falta, Zanza...." Ela sorriu. "Mas fala sério, a gente se encontra em cada situação, né?..."
Em um impulso, Kozuki passou seus braços ao redor do pescoço de Sanosuke e o beijou rapidamente, direto nos lábios. Sanosuke se surpreendeu, mas respondeu ao beijo de Kozuki passando os braços ao redor da cintura dela.
Beijos entre eles nunca tinha sido uma novidade. Se conheciam a tantos anos e tinham tantas histórias juntos. Mas, Sano não colocou paixão, era mais um beijo entre amigos. Logo se separou e sorriu um pouco desconcertado. Kozuki percebeu a distância que Sanosuke impôs entre eles.
"Desculpe, é que eu... Kozuki-chan, dessa vez é melhor não. Eu não quero confundir ainda mais minha cabeça." Sano passou os dedos pelos seus cabelos, que estavam ainda mais bagunçados sem a famosa faixa vermelha.
"Quem machucou o coração do meu Zanza, me diga que eu acabo com a infeliz. E onde foi parar a sua faixa? Pra você ter perdido a faixa que meu pai te deu a coisa deve Ter sido séria."
Kozuki piscou para ele simpaticamente. Escondendo o que sentiu por dentro quando Sanosuke não quis aprofundar o beijo , é claro que ela queria Sanosuke. Mas pela falta de entusiasmo, sabia que alguém tinha conquistado o coração dele. E sabia quem tinha sido...
"É uma longa e estranha história." Sanosuke encostou suas costas na parede da casa, Kozuki já sabia do que se tratava.
"A médica Raposa? Pra a história ser estranha, só pode ser ela." Kozuki suspirou, e se encostou ao lado dele na parede, sempre soube que Megumi tinha conquistado o coração de seu melhor amigo. Aquela médica metida, desde do dia em que ela apareceu Sanosuke tinha ficado mais distante de Kozuki.
"Sim, mas acho que tudo acabou entre nós. Se é que um dia existiu alguma coisa entre Megumi e eu." Sano chutou uma pedra no chão, e a fez voar batendo na outra parede da viela.
Um apito de polícia fez com que ela se assustasse. Sano sentiu uma urgência crescendo em sua amiga. Ela deu um pequeno pulo, se desencostando da parede, ficou atenta aos passos que escutava. Kozuki fechou os olhos e disse num tom baixinho.
"Amanhã eu vou embora do Japão, para sempre. Finalmente eu consegui Sano..."
"Vai embora? Conseguiu o que Kozuki? Ficou louca de vez."
Kozuki começou a abriu seu kimono. Sanosuke se surpreendeu. O que ela pensava em fazer naquela viela? Suas bochechas levemente vermelhas, pelo embaraço e pelo sake que tinha bebido a mais. Se ele fosse Kenshin, Kozuki escutaria um grande 'oro'.
Sano preferiu brincar para romper a tensão. "Olha é melhor a gente ir procurar uma hospedagem. Eu sei que sou irresistível, mas aqui na viela vai ser..." Sanosuke levou um forte chute na canela.
"ITAI"... " SEU HENTAI." Os dois gritaram ao mesmo tempo.
"O que pensa que eu vou fazer no meio da rua ? Seu tonto." O que Kozuki tirava de dentro de seu kimono não tinha nada de hentai.
"Aonde você arranjou isso Kozuki-chan?" Os olhos de Sanosuke se arregalaram ao ver a quantidade de dinheiro que ela tinha dentro de um pacote.
"Eu tirei daquele homem, dei um jeito de seduzi-lo e você sabe o resto...Sanosuke é dinheiro sujo, de drogas e outras coisas piores. Eu sei que não é certo roubar, mas é a minha chance de sair daqui. Eu sempre quis isso. Tem tanta coisa que eu quero ver...que eu quero conhecer...."
Kozuki sorriu, ela não imaginou encontrar Sanosuke naquela noite, mas seria perfeito, se ela conseguisse convence-lo, ou arrumar um jeito de fazer com que ele viesse junto.
"Você poderia vir comigo, Sanosuke. Sabe, viajar pelo mundo e quem sabe reencontrar a minha mãe." Sano pode ver os olhos dela brilhando, apesar da escuridão. Ele sentia uma forte amizade por ela, mas sentia também que os sentimentos de Kozuki eram mais fortes que uma simples amizade.
..../...Se Megumi sentisse algo assim.../....Sano mexeu a cabeça, o assunto era Kozuki e suas idéias loucas agora.
"Kozuki. Não é certo. Eu não sou santo, mas roubar todo esse dinheiro sujo é demais, você já pensou no que vai acontecer quando aquela gangue vier atrás de você?" A idéia de conhecer o mundo sempre foi tentadora para Sano, mas dessa vez ele não se animou. O problema seria a enrascada gigantesca que Kozuki se metera ao roubar dinheiro de uma gangue de mafiosos.
"O que seu pai diria sobre isso ?" Kozuki mudou sua fisionomia, olhando brava para Sanosuke.
"Você ainda com essa historia do meu pai. Ele abandonou minha e a minha mãe, para lutar por esse país, foi traído pelo Japão, e acabou tendo a cabeça decepada e exposta em praça publica. Você acha que eu me importo com o que ele iria pensar? Por causa da confusão que ele criou, eu fui separada de minha mãe..."
Kozuki colocou o dinheiro novamente dentro do seu kimono e se afastou de Sanosuke.
"Eu não vou dar uma de boazinha. Cansei de correr atrás dos sonhos, agora eu vou começar a agir . Não tem nada no Japão pra mim... Sano...E imagino que também não exista nada que te prenda aqui, afinal, quem estava enchendo a cara de sake lá no bar?"
Kozuki nunca aceitou ter sua família separada, nunca aceitou a morte sem sentido de seu pai. Sanosuke tentava entender os sentimentos de Kozuki. Souzou Sagara era o pai dela, a dor e a raiva eram muito maiores.
"Quando nós éramos pequenos você fez a promessa de me proteger, lembra? Você ainda está disposto a cumprir? Se estiver, me encontre amanhã no porto de Tóquio, as 17:00...Eu vou cumprir a promessa de encontrar a minha mãe. Não importa o que eu precise fazer para que isso aconteça."
"Eu nunca te mandaria embora, nunca duvide disso."
Kozuki sumiu rapidamente na escuridão da noite. Ela foi embora sorrindo, parecia que finalmente tinha conseguido o que sempre quis.../..Sanosuke vai embora comigo, eu tenho certeza.../... O sorriso dela aumentava a cada passo que dava.
Sanosuke fez o caminho oposto a Kozuki, mas sua cabeça não parou de funcionar nem por um segundo.
...../....imagino que também não exista nada que te prenda aqui, afinal, quem estava enchendo a cara de sake lá no bar....A idéia de viajar o mundo sempre me tentou...Megumi não se importaria mesmo...Acho que Kozuki precisa mais de mim do que a Raposa.../....
"Kozuki Sagara, o que anda aprontando com essa sua vida?"
////////
O ar de Tóquio era tão gostoso, bem mais quentinho do que o de Aizu, Megumi sentiu a diferença logo quando desceu do trem. Passou grande parte da manhã reunindo o material que teria que levar para Aizu, e a tarde no dojo Kamiya.
Era tão diferente da solidão de sua casa, quase tinha se esquecido do ambiente amigável de Tóquio.
Suzume e Ayume corriam pelo quintal do dojo, gastando a energia que tinham de sobra. Megumi sorriu, era bom ver as crianças assim, livres de preocupações .
A sorridente Kaoru se sentou ao lado da médica. Nos últimos tempos as coisas tinham ficado bem mais amenas entre as duas. Não havia mais razão para que Megumi continuasse a provocar Kenshin, apesar de que de vez em quando era completamente irresistível deixar o espadachim vermelho de vergonha.
Kenji adormeceu nos braços de sua mãe, o bebê daria um pouco de sossego enquanto estivesse tirando sua soneca. Megumi lembrou perfeitamente o dia em que fez o parto do pequeno. Ele era simplesmente a copia fiel de Kenshinzinho, no entanto a personalidade dos dois era bem diferente.
Após o excelente almoço servido por Kenshin, a tarde passou rapidamente. Era maravilhoso observar o por-do-sol pela varanda do dojo Kamiya, mesmo com o tempo frio e as nuvens que começavam a encobrir o céu.
"Acho que vai chover, as nuvens estão ficando um pouco carregadas." Kaoru acariciou o cabelo de Kenji. " Mas foi uma tarde tão agradável."
"Sim, realmente..." Megumi disse baixinho.
Elas ficaram em silencio por um bom tempo. Megumi escutou Kaoru comentando algo como Kenshin, sobre Sanosuke não ter mesmo aparecido para o almoço.
.../..Então ele está aqui.../... Ela teve vontade de perguntar por ele, mas o que eles iriam pensar?
O silêncio foi quebrado por um menino batendo vigorosamente no portão do dojo.
"Por favor, a senhorita Megumi Takani está ? Eu preciso entregar uma carta para ela." O menino parecia ter corrido bastante, ele respirou fundo colocando suas mãos nos joelhos.
"Eu sou Megumi, pode entregar para mim. É alguma emergência medica ?" Ela correu para o lado do menino, já estava acostumada a sair correndo as pressas atrás das emergências. Era só alguém vir correndo e chamando o nome dela que estava pronta para agir.
"Sei lá se é emergência moça. Um cara de cabelo espetado pediu que eu entregasse antes que o navio dele fosse embora. E disse que uma tal de Jou- chan ia pagar uma moedas pra mim se eu trouxesse a carta até aqui."
.../...Cabelo espetado...Navio ?.../... Megumi abriu a carta rapidamente, conforme leu as poucas palavras escritas em uma letra horrível, sentiu seu peito doer estranhamente. Não era assim que deveria terminar...Como assim ? Partindo....
" Não pode ser..." Megumi mal terminou de ler, não podia deixar as coisas mal resolvidas. Ela sabia que precisava de um pouco de tempo para sentar e conversar com Sanosuke. Explicar tudo para ele, mas percebeu naquele momento que só tinha mais alguns minutos.
Megumi deixou o dojo rapidamente e começou a correr.
Kaoru não entendeu absolutamente nada do que estava acontecendo. Ela continuou a chamar por Megumi, a médica não respondeu e continuou com sua corrida frenética.
"Mas o que foi que aconteceu ? Eu não entendi nada." Kaoru continuou sem entender, e o guri que trouxe a carta, estendeu a mão esperando pelo seu pagamento.
" Sanosuke acha que eu tenho cara de banco, será possível uma coisa dessas." Kaoru entrou dentro da casa reclamando, afinal, havia sobrado para ela pagar as serviços de mensageiro do garoto.
Kenshin observava tudo de longe..../..Tomara que Megumi chegue a tempo, e que ela consiga dizer tudo que sente, assim como um dia eu consegui.../....
Megumi continuou correndo, a idéia de alguém partindo nunca a tinha afetado dessa forma antes. Sentia dor no peito, uma pressão estranha em sua cabeça. Lágrima correram por seu rosto, viu que suas pernas não agüentavam mais esforço do que já estavam agüentando.
.../...Dessa vez eu não vou perder você. Não vou permitir que você vá embora...Eu juro que vou deixar o passado para trás por você, não agüento mais tanta tristeza na minha vida, Sanosuke não vá embora...MAS QUE DROGA..Sanoo../...
Megumi parecia ter encontrado suas respostas. Talvez fosse tarde demais, mesmo assim ela não iria parar de correr...
////////
No porto Sanosuke caminhava pela pequena ponte para dentro do navio, seus braços enlaçados com os de Kozuki, que sorria imensamente. Finalmente seus sonhos viravam realidade. Bastaria um pouco de tempo longe daquele país e Sanosuke esqueceria a tal Raposa para sempre.
.../...Megumi, acho que nosso destino sempre foi dizer adeus.../...Os pensamentos de Sanosuke estavam na médica o tempo todo...
Continua...
~*~*~*~*~*
Notas da autora: Perdão por ter demorado tanto em postar esse capítulo, espero que estejam curiosos pra saber o que vem a seguir. Tentei ao fazer com que tivesse sentindo, mas eu não sei se consegui. Espero que esteja condizente com o resto do fanfic. Eu tentei, pelo menos.
Não se preocupem, o próximo capitulo já está escrito, não vai demorar toda essa eternidade que demorou esse capítulo aqui. só faltam alguns detalhes do lemon ( ¬_¬* não era pra ter falado) Uma curiosidade, segundo o que eu li no manga (eu não entendo nada de japones) Kozuki é pequena lua, que é parecido com Luazinha, que é parecido com Chibi-lua...que vai ficar com o Sanosuke...hehehehe..ORO
Agradecimentos:
Tomoyo Granger-Sumida, eu? Imagina ^_^. Quem bom que você gostou desse fic, quanto a escrever um de Aoshi e Misao, eu não garanto muito, porque eles não são o meu must. Mas quem sabe eles não terão um papel importante em outro fic que eu estou ensaiando. beijos ^_^
Ana paula- desculpe por ter demorado para postar esse capítulo, fiquei tão feliz com seus elogios, aiiii me deixou até vermelha, mas esse era meu objetivo na hora de escrever o lemon. E cá entre nós, você acha que Sano vai partir?..hehehehee ^_~ Beijos e espero que ainda esteja acompanhando.
Murilo-chan-Obrigada por ter lido e deixado sua opinião. ^^ ORO Vai pensar nas cenas durante um mês? Seu hentai..beijos e até mais. ^_^
Makimachi Misao-Obrigada pelo review, e realmente, tadinho do Tori-atama, mas tudo vai ficar bem...hohohohoho...eu acho. Beijos e continue acompanhando ^_^
Pri-chan.- Calma Pri, não precisa mandar ninguém atrás de mim, realmente palavras erradas podem fazer um estrago, ne?. O capítulo está aqui e Chibi lua está se escondida debaixo da cama esperando as reações...orororo..Espero que tenha gostado e que continue acompanhando. Beijos.
Sayuri-chan86-Eu amo K&K, mas gosto bastante de Sanosuke e Megumi juntos, e se eu realmente consegui colocar no texto esses sentimentos que você falou, eu vou ficar muito feliz. Espero que continue acompanhando .Beijos
Prudence-chan --E bom faze-los sofrer...MUAHAHA.. ¬_¬, Err digo, coitadinhos deles, ne? Ainda não foi dessa vez que eles ficaram juntos, mas no próximo....quem sabe....Espero que continue acompanhando, beijos ^_^
Megumi Sagara- Chibi imaginando a cena,* day-chan com as mãos na cintura e batendo o pé no chão querendo o capítulo rapido.* ..Ooooo menina mais brava, viu ^^ Calma Dayzinha o capitulo deles juntos está chegando, enquanto isso procure não matar a Chibi...Beijos. ^_^
Hikari-chan-U_U ainda não foi dessa vez a "reconciliación", mas calma, porque ela já está escrita, viu? ( eu sempre revelo os segredos antes ~_~)Beijos e espero que tenha gostado do modo como eu fiz esses desencontros entre eles, se fosse muito fácil para os dois não ia ter graça. Beijos ^^
Misao-dono-enriquecimento no repertório musical? ;_; chibi emocionada. Que máximo que você gostou....Pode não parecer, mas eu acho que as lacunas que separam os corações de Sano e Meg serão preenchidas. E você sabe como ^_~ ..Beijos e até mais.
Madam Spooky-Pobre vítima, Chibi-lua pede desculpas humildemente, por ter te amolado tanto. Obrigada pelo review, e ainda não acredito que eu consegui fazer você sentir pena da Raposa...hohohoho.(Espero o fic do Kenshin cantor...)
Daí-Minha outra pobre vítima, sendo obrigada a colaborar com a reconciliação do meu Galinho e da sua adorada Raposa...brincadeira. Beijos e desculpa por te encher tanto. Espero que continue acompanhando.. PS: O Galinho é meu!!
Por favor, deixem uma review pequenina dizendo o que acharam, tá. Beijos Chibi-lua.
