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Capítulo 2

Raios de sol penetravam no quarto de Usagi e brincaram por sobre o rosto dorminhoco dela. Ela sorriu em seu sono, pois seu sonhos era doces naquela manhã. Abraçando o travesseiro apertado, ela se aconchegou ainda mais ao colchão, tentando permanecer adormecida por mais uns poucos e preciosos momentos. Ah, as alegrias das manhãs de Sábado, quando não havia nenhum despertador ou nenhum gatinho gritando estragando um sonho maravilhoso. Ainda assim, os olhos de Usagi se abriram devadar, à medida que a brilhante luz do sol a despertava de seus sonhos. Ela se sentou lentamente e se espreguiçou, com um bocejo alto. Inspirou profundamente e sentiu um cheiro maravilhoso... como flores frescas depois da chuva. Ela olhou em volta atrás da fonte do cheiro.

A luz da manhã derramava-se pela janela de Usagi e iluminava suas feições confusas. Olhou para esquerda e para a direita, esfregou os olhos e olhou mais um pouco. Ela estava sonhando? Ou ela realmente acordara numa cama de rosas?

Pétalas de rosa, cor-de-rosa, estavam em todo lugar. Em seu travesseiro e por toda a cama. Estavam até mesmo em seu cabelo. Ela ofegou surpresa, enquanto puxava algumas de seus cachos dourados. Elas era lindas, mas como haviam chegado ali? Silenciosamente, Usagi tocou as pétalas sedosas com suavidade, com medo de que elas desaparecessem num instante.

Olhando para o travesseiro mais uma vez, ela viu que o buquê de rosas amarelas fora removido cuidadosamente e posto em sua mesa de estudo, e que um cartão fora colocado em seu lugar. Ela pegou o cartão, trêmula de excitação, e leu:

Adorável Usako,

Rosas cor de rosa simbolizam gratidão e apreço.

Saiba que cada vez que eu olho para você, eu olho através da névoa de lágrimas agradecidas. Eu estive esperando por você por um longo tempo. Agora o sonho que eu esperava está se tornando realidade. O sonho é você.

Um admirador.

PS.: Feliz Dia dos Namorados.

Com absoluta certeza, aquilo era um sonho. Usagi se beslicou e gritou de dor em seguida. Certo, talvez não fosse um sonho. Na noite passada, o cartão fora assinado 'um amigo' e hoje era 'um admirador'. Usagi piscou para afastar as lágrimas de alegria, enquanto suas mãos, que seguravam o cartão, começaram a tremer. Ela tinha um admirador secreto! Que excitante! E lisonjeiro!

Mas, quem seria? Usagi não era do tipo que gostava de segredos ou jogos de adivinhação, e esta situação não era uma exceção. Virando o cartão, não avistou nenhuma marca de loja e nenhuma pista de onde as flores poderiam ter vindo. Determinada, a garota de odangos saltou fora da cama e correr escada abaixo, para achar a lista telefônica.

"Bom dia, mamãe!", disse rapidamente, ao passar pela mulher mais velha na cozinha.

"Bom dia? São duas horas da tarde!", ralhou a mãe de Usagi, um pouco zangada por que a filha esquecera de limpar a cozinha na noite anterior.

Mas Usagi não a escutou, pois já tinha pego a lista e disparara para cima, com o telefone sem fio na mão. Jogando-se na cama coberta de rosas rosa, ela ligou para todas as floriculturas da cidade, mas ninguém soubera lhe informar alguma coisa. Frustrada, suspirou, não querendo se render, mas bendo nenhuma outra opção.

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As meninas tagarelavam animadas, na mesa da Arcada, a respeito do baile do Dia dos Namorados, que seria aquela noite. O evento aconteceria no ginásio da Universidade, no centro do campus e as amigas de Usagi notaram com prazer que quase todos os rapazes que estariam presentes seriam universitários. Os pequenos corações colegiais delas voavam alto com a mesma animação com que elas conversavam. Mas um coração no grupo estava voando por outra razão.

Minako foi a primeia a notar o estado de humor de Usagi. Estava completamente diferente do dia anterior, quando a garota estivera deprimida e silenciosa. Agora, a cabeça de Usagi estava nas nuvens e ela cantarolava baixinho, toda feliz. Seus olhos sitavam sonhadoramente a janela, e de vez em quando, sorria sem nenhuma razão.

"Hummm...", murmurou Mina para si mesma.

"Usagi-chan, você decidiu se vai ou não para o baile?", Ami perguntou, tirando a loirinha de seus devaneios.

"Você deveria ir!", Makoto exclamou. "Vai ser tão divertido!".

"Não será tão divertido se você não estiver lá para fazer toda a diversão...", Rei retrucou.

Usagi sorriu. "Não se preocupe,. Eu estarei lá". Afinal de contas, talvez seu admirador secreto também fosse...

As meninas se alegraram e rapidamente tentaram descobrir o que Usagi iria usar. "Não tenho certeza...", a garota gaguejou. "Ainda não pensei nisso...".

"Use aquela camisa rosa que comprou semana passada...", sugeriu Makoto.

"Pode ser... Eu estava pensando...". Aqui, a voz de Usagi sumiu enquanto seus olhos erguidos focalizaram algo, ou alguém, atrás das cabeças das amigas, bem diante dela. As meninas seguiram seu olhar e deparam-se com Mamoru, parado ali.

"Boa tarde, senhoritas", disse ele educadamente. "Eu gostaria de saber se posso dar uma palavrinha com a 'Odango', por favor?"

"Bem, então por que não pergunta a ela?", replicou Rei.

"Pois bem...", ele respondeu. "Odango? Um minuto de seu tempo?".

Relutante, Usagi ergueu-se da mesa, tentando ao máximo encarar o rapaz com raiva, mas era difícil. Ela odiava esconder estes sentimentos dentro dela, mas estava completamente envergonhada para deixá-los à mostra.

"O que é agora?", perguntou enquanto se sentavam em outra mesa.

Mamoru sorriu. "Eu apenas quero me desculpar por ontem, Odango. Sinto muito pelo que aconteceu".

"Você diz que sente muito e me chama 'Odango' na mesma frase. Isto não é o que eu chamaria de uma desculpa convincente", Usagi retrucou, em tom grave.

"Desculpe, Odango. Velhos hábitos custam a morrer e este um é especialmente teimoso".

"Bom... Então acho que aceitarei suas desculpas, mas não pense que isso muda qualquer coisa entre nós". Usagi remarcou, cruzando os braços e encarando o rapaz.

"Oh... Então você ainda me odeia?", Mamoru perguntou suavemente, um leve tom de divertimento na voz.

"Eu...", ela hesitou e corou um pouco. "Eu não disse isso".

"Sério? Então você não me odeia?", inquiriu ele.

Humilde, Usagi balançou a cabeça negando, suas bochechas corando um pouco mais.

"Bem... Pelo menos isso é um progresso", ele sorriu.

Progresso? O que aquilo queria dizer? Usagi não teve tempo de perguntar, pois ele se levantou da mesa e começou a partir.

"Mamoru!", ela chamou subitamente, levantando-se e indo na direção dele. "Isto é pra você", disse, tirando um pequeno envelope branco do bolso e entregando-o ao rapaz. Timidamente, ela se inclinou e o beijou na bochecha. "Feliz Dia dos Namorados e me desculpe por ontem também".

Ele sorriu. "Obrigado, Odango".

Com isso, a enrusbecida garota reuniu-se às suas amigas, que estava boquiabertas, surpresas. Enquanto isso, Mamoru caminhava para o balcão onde Motoki estava, igualmente chocado.

"Ela me beijou", Mamoru anunciou, satisfeito consigo mesmo.

"Na bochecha", Motoki relembrou o amigo.

"Um pouco mais ao lado e poderia ser amor", disse o rapaz com um sorriso.

"Se me recordo bem, foi um pouco acima de onde ela derramou aquele milkshake de chocolate ontem...".

"Motoki?".

"Sim?".

"Cale-se!".

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Continua...