Pessoal, sinto muito se este capítulo não ficar bom, mas é que eu estou decepcionada comigo mesma... O fic não está indo como eu queria e enfim... Mil desculpas pela baboseira que está esse fic. A qualidade era para ser outra, mas não deu muito certo. Perdão mesmo.

Atração Fatal- VI

Por Hime

-Correndo Perigo-

Syaoran dirigia seu carro lentamente pelas redondezas, procurando uma vaga para estacionar seu carro próximo ao restaurante.

- Tem certeza de que está tudo bem Sakura?- Ele perguntou de novo ao ver a moça esfregando a mão por cima do casaco.

- Tenho sim, Syaoran, já lhe falei. Estou bem.- Sorriu para ele.- Graças a você, que sempre chega na hora certa.

- Sakura...

- Sim?

- Não quero que você pense que sou louco, mas posso jurar que ouvi você me chamando.- Antes que ela pudesse abrir a boca para comentar algo ele continuou.- Não digo ouvindo sua voz, mas era uma sensação ruim, eu tinha certeza de que você estava me chamando. Pode não existir isso, mas foi como um estalo em minha mente, algo interno, diretamente ligado a você.- Sorriu meio de lado.- Acho que estou ficando louco...

Sakura ficou em silêncio por alguns segundos. De repente se virou para ele e soltou:

- E se eu te disser que realmente te chamei?

Syaoran desligou o carro. Havia encontrado uma vaga.

- Como?

- Sim, eu realmente chamei por você naquele momento. Não que eu tivesse gritado ou coisa parecida, mas eu somente...pensei em você.

Syaoran saiu do carro e foi abrir a porta para Sakura sair.

- Quer dizer que eu posso não estar louco?- Deu um sorrisinho lhe oferecendo o braço, que Sakura aceitou gentilmente.

- De maneira alguma. Quem sabe nós não temos uma ligação.. hm... mental?

- Ligação mental? Isso é novidade...- Continuaram a conversar enquanto entravam e se acomodavam no restaurante.

Enquanto esperavam o pedido, Syaoran tocou num assunto que Sakura definitivamente gostaria de esquecer.

- Sakura, acho que você protelou o máximo que pôde esse assunto, mas vou tocar nele quantas vezes for preciso.

Sakura se limitou a olhar para suas mãos, que estavam em seu colo.

- Quem era aquele cara?- Ele falou num tom de voz terrivelmente assustador e sedutor ao mesmo tempo. Sakura o encarou.

- Jura que não vai atrás dele?- Ela conhecia bem o namorado.

- Eu? Eu jamais quero encontrar de novo aquele idiota grosseiro atrevido.- Li fechava fortemente os punhos enquanto falava. É claro que seu argumento não havia convencido Sakura, mas era melhor falar. Não tinha nada para esconder mesmo.

- É um ex-colega meu. Se chama Kuramochi Hitoshi. Tenho que concordar com você que ele é um abusado metido. Também espero nunca mais encontrá-lo.- Deu um meigo sorriso.- Acho que ele não vai aparecer tão cedo.

- Acho bom que ele nunca mais apareça. Aquele covarde que não tenha o azar de passar na minha frente.- Sakura o olhou meio desconfiada.- Não, pode ficar tranqüila que eu não vou atrás daquele delinqüente.

Sakura não sabia bem ao certo o que fazer, seu braço ainda doía, e Syaoran estava com a razão: aquele homem era um delinqüente e ela nunca mais desejaria vê-lo novamente. Nunca mais...

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A jovem Daidouji guiava o bonito médico da sala de jantar para a biblioteca. Inabata havia chegado cedo em sua casa, a hora do almoço se aproximava, e como ele não mostrou intenções de ir embora, Tomoyo teve que convidá-lo para almoçar. É lógico que não foi indigesto, mas agradável não foi a palavra correta.

Tomoyo se acomodou na cadeira atrás da belíssima mesa de madeira que havia na biblioteca. Kazuo se acomodou logo à sua frente, com um sorriso de orelha a orelha, por simplesmente ter tido a companhia de Tomoyo num simples almoço.

- Dr. Inabata, gostaria de lhe dizer o quanto estou agradecida pelo tratamento aplicado em minha mãe. Ele surtiu efeito em apenas alguns dias. Não sabe o quanto fico feliz com isso.

- Oras, era minha obrigação cuidar dela. Uma paciente maravilhosa.

- Agradeço ao senhor também. Ficou aqui o tempo inteiro para caso ocorresse alguma emergência, o que não foi necessário.- Tomoyo pensou o quanto ela sofreu com a conversa desagradável de Kazuo todos esses dias.

Inabata não gostou do rumo que a conversa estava tomando. Seu rosto assumiu uma expressão mais séria, desmanchando seu sorriso bobo.

- Agora tenho certeza de que minha mãe já está em perfeitas condições de saúde e logo estará retomando as suas atividades. Por isso eu acho que o senhor já pode voltar à sua rotina normal no hospital. Não vamos mais tomar seu tempo.- Tomoyo sorriu. Tinha se saído bem em dispensar o médico? Não sabia, mas pelo menos tinha sido bem direta, como planejara.

- Claro. Entendo.- Viu Tomoyo discretamente tirando um fino envelope de uma gaveta. Certamente deveria ser o cheque de seu polpudo pagamento.- Mas antes gostaria de fazer uma visita à senhora Daidouji.- Tomoyo deixou transparecer dúvidas em seu olhar.- Somente para conversar alguns minutos com ela e me certificar de que ela está realmente bem.- Deu um sorriso forçado.

- Ahn... Claro.- Tomoyo guardou o envelope e se levantou.- Me acompanhe por favor.

O médico parou à porta do aconchegante quarto de Sonomi.

- Gostaria de conversar à sós com ela se possível.- Tomoyo ficou meio desconfiada.

- É lógico que sim. Com licença.- E a jovem fechou a porta do quarto. Sua mãe estava bem, ela sabia. Logo Inabata poderia ir embora.

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Estavam todos espalhados pelo salão principal: Li encostado na parede, logo atrás de sua mesa, Sakura sentada em sua cadeira, Eriol sentado na cadeira de Takashi e este sentado na beirada da mesa, segurando algumas folhas.

- Fala logo Yamazaki!- Syaoran já estava sem paciência. Já haviam se passado uns bons minutos desde que Yamazaki disse que tinha algo importante para falar.

- Tudo bem, vou começar então.- Lançou um último olhar para as folhas e começou a falar.- Essas folhas são cópias do documento que relata como aconteceu o acidente de Nagamine.

Todos já esperavam algo parecido, já que Eriol tinha pedido essas cópias para Yamazaki já a algum tempo.

- E?- Eriol falou. Ninguém mais estranhava que ele já havia superado a morte de Kaho. Mas foi tão repentino que parecia que tinham enfiado uma mão dentro de suas entranhas e arrancado o seu sofrimento, o jogando no lixo. Lógico que ele ainda sentia a perda de Kaho, mas muito, muito menos do que antes.

- Bom, realmente o barco de Nagamine bateu contra o barco de Mizuki.- Eriol consentiu com a cabeça e tinha o olhar perdido para o horizonte.

- Mas quais são os detalhes?- Li perguntou, querendo que todo esse relato acabasse logo para terminar mais rápido o sofrimento do amigo.

- Bom, pelo que consta aqui, o barco de Nagamine estava a uma alta velocidade e a frente do seu barco bateu na lateral do de Kaho, o partindo ao meio.- Sakura se conteve em apertar fortemente suas mãos.- Viram somente uma pessoa se jogando ao mar antes da explosão.

- Seria o noivo de Daidouji?- Eriol perguntou sem esperanças. Ele já sabia de uma parte disso tudo quando recebeu a notícia do acidente, mas nunca quis saber muitos detalhes para evitar que a dor que sentia crescesse.

- Provavelmente. Sobreviveu somente o motorista do barco de Nagamine. Depois acharam o corpo do motorista do outro barco mas o de Mizuki... Bem, não foi encontrado.- Deu uma pausa.- Eu sinto muito, mas com certeza ela não sobreviveu, seria impossível. Tudo foi relatado por pescadores do litoral.- E soltou as folhas na mesa.

- Eu já imaginava.- Eriol deu um sorriso amargo, ainda fitando o infinito.

Desviou seu olhar para as folhas que Takashi tinha largado na mesa e as pegou. Quem sabe se lesse com os próprios olhos os fatos se tornariam mais verdadeiros? Começou a folhear e ler algumas coisas que Takashi omitiu. Deviam ser sem importância, mas enfim...Carregavam muito combustível, os motoristas eram experientes, o barco de Kaho se partiu justamente ao meio... É, realmente não haviam chances dela estar viva. As testemunhas eram... todas da mesma família? Bom.. tudo bem. Eriol abandonou os papéis, e junto com eles abandonou também a esperança de que Kaho pudesse estar viva.

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Inabata fez pela décima vez a mesma pergunta para Sonomi:

- Realmente se sente bem, senhora Daidouji?- Tinha um olhar esquisito, parecia que queria sorrir.

- Sim, sim. Tenho certeza absoluta de que estou bem!- Sonomi já estava ficando irritada. Que raios de médico chato era esse?

- Certo, certo...- Abriu sua maleta.- Que pena.- Lançou um olhar firme para Sonomi.

- Como assim? Não era para eu estar bem?- Perguntou meio assustada.

- Em parte sim, em parte não...- Apertou um pouco a seringa que segurava. Ela esguichou um pouco do líquido que continha.- Sonomi arregalou os olhos e se levantou de onde estava, indo para a porta.

- Tomoyo!!!- Sonomi gritou por sua filha.

- Pode tentar fugir e gritar, minha querida.- Pegou a chave que estava no seu bolço e mostrou para Sonomi, que somente pôde tentar correr para o banheiro da suíte.- Não vai adiantar.

Kazuo foi mais rápido que Sonomi e puxou seu braço antes que ela alcançasse seu objetivo. Injetou o líquido em seu braço e rapidamente Sonomi desfaleceu em seus braços. Inabata soltou a seringa no chão e amparou Sonomi antes que esta atingisse o chão. Colocou-a deitada na cama e guardou a seringa, fechando sua maleta. Deu um sorriso que transmitia a imagem se sua alma: perversa. Passou as mãos pelos cabelos e logo abriu a porta à procura de Tomoyo.

- Senhorita Tomoyo! Ainda bem que a encontrei!- Inabata fez uma expressão que qualquer um acreditaria que ele estava decepcionado.

- O que aconteceu?- Tomoyo se levantou da poltrona aflita, soltando a revista que folheava no chão.

- Sua mãe, ela...- Olhou firmemente para Tomoyo. Viu seu olhar angustiado, mas não menos encantador.- Ela teve uma recaída.

Tomoyo se deixou cair novamente na poltrona e uma lágrima cristalina rolou pela sua face. Inabata sentiu pena de Tomoyo, mas nada no mundo o faria voltar atrás.

- Conversei com ela e ela me parecia ótima, mas quando falei em espíritos ela simplesmente perdeu o controle. Tive que aplicar um sedativo.- Se sentou de frente para a bela mulher.

- Mas ela estava tão bem...- Tomoyo olhou para o rosto à sua frente. Ele parecia sensibilizado com sua situação. Por alguns instantes ficaram se olhando, e a expressão do bonito médico pareceu acolhedora.

- Eu prometo que vou fazer de tudo para que ela se recupere logo.- Segurou a delicada mão de Tomoyo.

- Tudo bem.- Mexeu os lábios de uma forma que parecia um sorriso.- Eu acredito no senhor.

- Por favor.. senhor não, você.

- Tudo bem.- Enxugou a última lágrima. Confio em você...- O belíssimo médico sorriu e fios de seus cabelos caíram para frente, emoldurando seu rosto. Muitas mulheres teriam um enfarte ao ver esta cena, mas Tomoyo foi a única privilegiada.

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- Mas tem alguma coisa errada nisso.- A voz grave de Syaoran quebrou todo e qualquer pensamento que ali havia.

- Como assim?- Foi a vez de Takashi falar.

- Se esse cara sobreviveu, por que ele não foi procurar o amigo ou a noiva?

- Bom, porque... Porque...- Suspirou.- É, realmente é esquisito.- Tirou uma foto do bolso e mostrou para Eriol, que logo passou a foto para Li.- Este é o homem que procuramos.- Li olhou sem muito interesse e passou a foto para Sakura que arregalou os olhos e Eriol captou seu ato.

- Alguma coisa errada Sakura?

Ela se virou para trás, ficando de frente para Syaoran.

- Syaoran, você se lembra daquele dia em que estávamos na praça e eu disse que vi um conhecido por ali?

- Claro. Num escritório de advocacia e...- Se agachou, ficando com os olhos na altura dos de Sakura.- Nagamine?- Sakura concordou coma cabeça.

- Como? Num escritório de advocacia?- Eriol se interessou.- Tem certeza de que era ele?

- Absoluta. Não reconheci imediatamente por causa do penteado e da barba que ele tinha antigamente, mas tenho certeza de que era ele.

- Barba?- Syaoran fez uma careta engraçada.- Bom, gosto não se discute.

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- Eu...er...eu... te amo.- Yukito tentou fazer de novo uma expressão mais convincente, mas nem ele mesmo se convenceu.- Argh... Isso não vai dar certo...- Disse saindo da frente do espelho. E se jogando de costas na cama.

Como ele iria falar essa frase para alguém se nem sozinho ele conseguia falar direito? Chegava a ser engraçado. O todo poderoso Tsukishiro Yukito, que nada temia e a todos enfrentava não conseguia dizer uma frase tão singela, mas de suma importância. Como faria? Respirou fundo e resolveu deixar essa preocupação de lado. Na hora certa tudo ia correr bem.

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A campainha tocou novamente. Tomoyo decidiu atender, já que uma boa parte das criadas estava de folga. Atendeu e teve uma boa surpresa. Eriol agora entrava pela porta principal.

- Senh...- Se lembrou de alguns dias atrás.- Hiiragizawa. Que prazer vê-lo de novo.

- Digo o mesmo senhorita Tomoyo.- Novamente depositou um suave beijo na mão da jovem, como da outra vez. Tomoyo sentiu seu corpo esquentar e a única coisa que pôde pensar era em diminuir a intensidade do aquecedor.

- Vamos até a outra sala, sim?- Tomoyo já se dirigia para o aposento. Queria desfrutar de uma companhia agradável enquanto Inabata tinha saído para ir até o hospital.

- Como quiser.- Eriol a seguia. Era um bom tanto mais baixa do que ele, seu cabelo preso em trança parecia dançar, acompanhando o andar da jovem. Hoje ela parecia estar mais bonita do que ele poderia imaginar. Sua blusa era vermelha escura, justa ao corpo, de mangas compridas. Não que sua saia preta fosse extravagante, claro que não, mas ela estava um tanto acima dos seus joelhos, deixando mais à mostra suas pernas cobertas por uma fina meia negra. Sua distração em observar a moça à sua frente foi tanta que se Tomoyo não o chamasse ele bateria com certeza a o rosto na porta.

- Sente-se por favor.- Tomoyo optou por um sofá de três lugares, na ponta, e Eriol ficou na outra ponta.

- Bom, eu vou ser bem direto.- Revelar que estava ali mais para revê-la do que para dar a notícia não seria muito bom.- Acho que a senhorita já sabe, mas vou confirmar: Touya pode estar vivo, e muito mais perto do que imaginamos.

- Era de se esperar, não é mesmo?- Tinha um tom preocupado em sua voz, o que Eriol não pôde deixar de notar.

- Algum problema?

- Comigo? Não, é que...- Sua voz começou a falhar e não se conteve. Começou a chorar um choro sentido. E entre lágrimas dizia algumas palavras que cortaram o coração do detetive.- É... Deve ser comigo mesma o problema. Não é possível! Por que? Por que minha mãe teve que ter essa recaída?- Eriol a olhava sem saber o que fazer.- Tudo começou quando eu não quis assumir a empresa, e isso tem se arrastado até hoje. A culpa é toda minha...- Tomoyo cobriu o rosto com as mãos. Eriol se aproximou um pouco para confortá-la de alguma maneira, mas a ação da jovem à sua frente o deixou sem palavras. Tomoyo praticamente se jogou nos braços do detetive, como quem quer conforto, segurança. A única coisa que Eriol pôde fazer foi retribuir o abraço inseguro com um abraço cheio de carinho e bem querer. Era uma sensação boa, gostosa, que ele não sentia a muito tempo. Pôde sentir o perfume de Tomoyo. Uma essência única, envolvente. A pobre moça chorava com vontade contra seu peito. Ele tinha que pôr um fim nisso.

- Calma.- Acariciou os cabelos mais que sedosos.- A culpa não foi sua. A culpa não é sua.- Frisou bem o "é". Ela não podia se culpar por tudo o que acontecia à sua volta.

- Mas eu...- Suas palavras ficaram presas em sua garganta. Se começasse a falar começaria a soluçar e a chorar copiosamente, então resolveu ficar em silêncio. Seria melhor, além de aproveitar do gostoso abraço em que estava.

- Às vezes as coisas só acontecem porque são inevitáveis. Quem sabe depois disso tudo as coisas não melhorem? Não se preocupe. Vai dar tudo certo.- E resolveu se calar e aproveitar melhor o abraço.

Tomoyo se encolheu nos seus braços, como se fosse uma criança desamparada. Em parte se sentia assim, perdida no calor daqueles braços fortes, sentindo a essência masculina que dele emanava. Respirou fundo, já tendo controlado as lágrimas. Ia falar algo, mas foi brutamente interrompida por Kazuo, que abriu a porta estupidamente, fazendo o casal se separar num pulo.

O médico nada disse. Somente ficou parado a porta e se conteve em falar um "Desculpe, eu não queria interromper".

Tomoyo secou seu rosto que evidenciava que ela havia chorado, mas seu sorriso satisfeito chegava a confundir.

- Não interrompeu nada, não se preocupe.- Tomoyo se ajeitou no sofá.

- Boa tarde.- Eriol cumprimentou meio que contra sua vontade.

- Boa tarde.

- Bom, acho que já vou indo.- Eriol se levantou, seguido por Tomoyo.

- Tem mesmo que ir?- Eriol quase derreteu.

- Tenho sim.

- Que pena.- Eriol sentiu uma massagem no seu ego.- Então eu o acompanho até a porta.

Já na porta da mansão Eriol de despediu de Tomoyo com um "Até mais", mas ao perceber que Inabata olhava para ele insistentemente ele novamente beijou a mão da moça, se permitindo demorar um pouco neste momento. Pôde ver depois o médico lhe fuzilando com os olhos. Sorriu internamente.

- Até qualquer dia, Eriol. Posso lhe chamar assim, não?- Tomoyo e seu invencível sorriso tomaram conta do ambiente e da mente do detetive.

- É lógico que sim senh...- Foi cortado rapidamente.

- Tomoyo.

- Tomoyo...- Repetiu, pronunciando o nome com gosto, olhando de relance para o médico. Resolveu acabar com aquilo e se dirigiu para a saída. Uma criada apareceu chamando Tomoyo para atender um telefonema. Kazuo passou um braço pelos seus ombros:

- Pode deixar que eu o acompanho até o portão.- Foi a vez de Eriol não gostar. Tomoyo se sentiu meio confusa por este gesto, mas acabou aceitando.

- Tudo bem.- Se Tomoyo concordou não haveria porque Eriol contrariá-la.

A belíssima moça entrou na sala novamente e Kazuo caminhou ao lado de Eriol até o portão, e tendo chegado até o seu destino, disse uma frase não muito agradável:

- Eriol...- Pronunciou o nome do detetive com deboche.- Saia por esse portão e nunca mais volte, estamos entendidos?- Hiiragizawa se conformou em franzir o semblante.

- Não, não estamos entendidos.- Cruzou os braços.- Por que eu nunca mais voltaria?

- Porque Tomoyo é minha namorada.- Eriol sentiu uma apunhalada no peito mas não deixou transparecer.- Não a quero ver conversando com estranhos, muito menos... "abraçando estranhos".

- Ela é minha cliente.

- Então resolva logo esse assunto e suma daqui.- Pronunciou as duas últimas palavras com lentidão.

- Faço o que bem entender.- E saiu portão afora, remoendo pensamentos.

Inabata caminhou de volta para a mansão e encontrou Tomoyo na porta.

- Ele já foi?

- Já. Vamos entrar. Está ventando demais.- Deixou um braço passar por cima dos seus ombros novamente. Tomoyo se permitiu mais uma olhadela para o portão e entrou.

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Eriol sentou na mesinha da sua escrivaninha, pensando com que liberdade Inabata circulava pela casa de Tomoyo. Aí então lhe veio na memória que ele era médico de Sonomi, já freqüentava a casa a alguns dias e o pior de tudo: era namorado de Tomoyo! Passou as mãos pelo cabelo. Que raio de sentimento era esse que sentia? Ele julgaria como atração, mas se confundia terrivelmente com amor. Ele amava duas? Não.. ele não sentia a mesma coisa pelas duas...Mas então o sentimento por Kaho era o que? Ou era amor que tinha se transformado? Transformado quando? Que tipo de amor? Decidiu ir dormir antes que arrancasse seus próprios cabelos.

Se jogou na cama e depositou os óculos no criado-mudo ao seu lado. Abriu os braços na sua enorme cama de casal, e ficou pensando como sua vida parecia estar se complicando. Olhou pela janela e viu a fina neve caindo. Dormiu com a mente cansada e o coração decepcionado.

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Nakuru se sentou na cama e esfregou os olhos de leve. Olhou para a porta do quarto e viu Yukito entrar com uma bandeja em mãos. Seus olhos brilharam e deu um enorme sorriso. Fazia tempo que não começava um dia tão bem.

- Bom dia.- Tsukishiro tentou não demonstrar nervosismo.

- Bom dia, meu amor.- Deu-lhe um beijinho.- Que lindo!- Nakuru olhou melhor para o que ele tinha trazido. Havia uma linda rosa vermelha na bandeja, e embaixo da magnífica flor, um envelope.

Nakuru se ajeitou melhor na confortável cama e acariciou a rosa, pegando o envelope logo em seguida.

- Tem certeza que é para mim?- Olhou de maneira engraçada para Yukito, que somente afirmou com a cabeça, enquanto sentia seu corpo tenso de nervosismo.

Nakuru lentamente tirou o papel de dentro do envelope e o desdobrou. Era uma bonito papel branco, com curtas linhas prateadas. Mas o mais bonito era a maravilhosa letra de Yukito, que escrita com tinta preta dizia: Eu te amo.

Nakuru olhou meio abobalhada para Yukito, que sem permitir que ela desse uma palavra, perguntou:

- Casa comigo?

A ruiva se sentiu totalmente envolvida pelo maravilhoso mar azul que a fitava intensamente. Depois de alguns segundos organizando seus pensamentos que saíram correndo como doidos por sua mente, quando ele lhe fez o pedido, respondeu já com a voz trêmula:

- Cl... Claro...- E se jogou sobre os seus braços, derrubando a bandeja no chão, fazendo barulho.

Yukito sorriu interna e externamente. Externamente porque ela tinha aceitado o seu pedido, e internamente porque....Bem, não tinha sido tão difícil quanto ele tinha imaginado.

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O comércio ainda despertava quando um sujeito todo de preto se aproximou de uma banca de jornais e revistas. O cabelo e os olhos negros lhe davam um ar mais sombrio do que deveria.

Ele pegou uma revista e deu o dinheiro, virando as costas sem nem ao menos esperar pelo troco. Atravessou a rua e entrou numa casa. Olhou para a capa e gargalhou com gosto. A capa da revista tinha o rosto de uma modelo maravilhosa. Os lábios vermelhos estavam curvados num largo sorriso. O cabelo num penteado formoso. E os olhos.. Ah.. Os olhos verdes magníficos... Tudo em breve seria seu.

- Sakura... Não precisa querer... O destino nos mandou ficar juntos. E nós ficaremos. Pode apostar. Eu vou te tirar dos braços daquele idiota.- E passou de leve os dedos na enorme marca roxa que tinha da face.

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- Então está decidido.- Eriol se ajeitou na cadeira.- Amanhã começaremos a procurar por Nagamine Touya.

- Tudo bem.- Yamazaki colocou os pés na mesa de Eriol.- Ainda bem que é só em alguns escritórios e cartórios.

- Sim, somente nos lugares onde ele poderia fazer negócios.- Olhou de relance para os pés de Yamazaki.- Agora tire esses pés da minha mesa e vamos trabalhar.

Continua no próximo capítulo...

N/A: E aí pessoal? Tudo bom? Ufa... Esse capítulo quase queimou meus pobres neurônios. Desculpinhas pelo capítulo grande demais, mas não deu para evitar. Vou tentar fazer menor da próxima vez, tudo bem? Uau, que médico malvado, não? Enquanto eu escrevia a parte da Tomoyo e do Eriol eu ouvia Crucify My Love, do X-Japan, que é liiinda! Assim como a letra. (Para falar a verdade, tudo o que eles tocam é ótimo, mas enfim..) Se puderem, ouçam na hora que o Eriol conforta a Tomoyo. Eu tenho o midi e a letra, caso alguém queira eu mando com a maior boa vontade, ok? O pedido do Yukito foi um desastre, mas é que eu pretendo guardar uma coisa maior para o futuro.

B-jos,

Hime.