A Lembrança da Flor - Rurouni Kenshin Fanfic
por Tomoe Ayanami (rei_tomoe_himura@hotmail.com)
Todos os personagens, direitos, etc de Rurouni Kenshin pertencem a Nobuhiro Watsuki, Shuiesha, Sony Music Entertainment, etc (Todas aquelas empresas e associações que, com certeza, tem MUITO mais dinheiro que eu ¬¬")... Direitos reservados., blá, blá, blá... Os personagens foram usados neste fic sem a permissão do autor, sem intenção de ganhar dinheiro também... =P.
************* Descrição ******************
"Falando"
'Pensando'
_ Flashback _
[Eventuais intromissões minhas]
A história se passa depois do final da série de anime... é, eu acho que é mais ou menos isso... =P Até porque, se não me engano, o anime não tem um final... assim... marcante, né? ^-^v
A história se passa depois do final da série de anime... é, eu acho que é mais ou menos isso... =P Até porque, se não me engano, o anime não tem um final... assim... marcante, né? ^-^v
No capítulo 1, Kenshin e Sanosuke se deparam com um misterioso cenário de assassinatos e decidem ver quem é o culpado. No dojo Kamiya a rotina se segue, e Misao decide fazer uma inesperada visita.
A Lembrança da Flor
[Capítulo 2 - Anjos Que Caem]
Na estação, uma jovem se apressava entre a multidão. Carregando uma pequena sacola na mão esquerda, ela rapidamente se desvencilhou da massa de pessoas perto da área de embarque dos trens.
"Certo..." Misao respirou fundo e começou a andar pelas ruas da cidade. 'Bem, Okina conseguiu se livrar de mim dessa vez... mas vai ser bom rever Himura, Kaoru e os outros. Além do mais eu estou com...' "Aoshi-sama?" Ela virou-se rapidamente procurando por ele.
Aoshi estava atrás dela com a expressão séria de sempre. Obviamente não fora idéia dele vir até Tokyo, mas ele não poderia deixar Misao viajar sozinha. Além disso, curiosamente ele se sentia disposto a 'mudar de ambiente'. Claro que não tinha nem um décimo do entusiasmo de Misao, mas bem... a idéia da viagem não lhe pareceu tão ruim... naquele momento.
Agora ele quase se arrependera de ter aceitado acompanhar Misao até Tokyo. 'Só espero que não me perturbem naquele dojo.' Era tudo o que ele pensava agora. 'Aquela garota temperamental, o menino histérico... aquela médica maluca e o cabeça-de-galo... Melhor parar de pensar nisso.'
"Tá tudo bem? Olha, eu sei que você não gosta muito de passeios mas eu garanto que não vou deixar ninguém incomodar você!" A garota de cabelos negros ergueu um punho fechado. Misao tinha a conhecida expressão de determinação.
"Não se preocupe, eu lido com isso." Fria, seca e sem emoção alguma era a voz de Aoshi ao dizer isso. Nada fora do normal.
Misao piscou algumas vezes com uma expressão confusa no rosto. "Ahm..." 'Melhor ficar quieta.' A garota de olhos azuis-esverdeados seguiu em frente.
Nenhum diálogo ocorreu enquanto eles traçavam seus caminhos em direção ao dojo Kamiya. Fácil perceber pela personalidade extremamente introvertida de Aoshi.
Difícil mesmo foi Misao manter o controle enquanto várias mulheres, algumas muito bonitas por sinal, lançavam olhares de muita aprovação para seu 'querido Aoshi-sama'. Sorte que, quando a sua paciência estava prestes a explodir (mais especificamente no momento em que uma jovem 'acidentalmente' esbarrou em Aoshi e aproveitou para apalpar o 'obstáculo'), eles estavam praticamente na porta do dojo.
Silêncio. Um silêncio estranhamente familiar para um ex-hitokiri da Restauração. Lembranças, memórias... trazidas simplesmente pelo silêncio.
Kenshin estava parado, fixo no lugar com os músculos rígidos, tentando escutar o próprio silêncio. Por pouco não esquecera-se de respirar.
Com Sanosuke, a situação não era muito diferente. Tirando o fato de que o silêncio não trazia tais memórias à sua mente, ele estava num estado de alerta muito semelhante ao de seu amigo ruivo.
'O silêncio da morte.'
Depois de vários momentos onde o som de corações batendo era quase ensurdecedor, um suave som cortou o ar. Um soluço. Alguém estava chorando... em algum lugar.
Kenshin logo despertou de seu estado de semitranse e começou a rastrear de onde o solitário som poderia ter vindo. Sanosuke quase caiu pra trás, e ele demorou um pouco mais para organizar a mente e pôr-se em busca da fonte daquele leve lamento.
Inútil. Impossível rastrear a fonte de onde proveio um som tão breve e fraco apesar de ser, inegavelmente, um soluço.
"Eu acho que—" Sano foi interrompido por outro som que, dessa vez, não pôde ser distinguido pois fora abafado pela sua voz.
Kenshin simplesmente parou de andar. Bem, na verdade ele parou de mexer-se, ficando imóvel à espera de um novo lamento. Sua forma contrastava com o resto do cenário. Seu amigo, Sanosuke, estava inclinado para a frente, ao lado de uma árvore como se quisesse enxergar mais à frente, mas não se atrevesse mover os pés.
E então eles ouviram.
Mais uma vez.
Certamente alguém chorava, sendo os soluços contínuos - embora leves e quase silenciosos - e por isso, a distância e direção da fonte dos ruídos poderia ser identificada.
O lutador teve uma reação rápida, logo se precipitando para frente, o que causou a faixa vermelha que usava na cabeça esvoaçar, apontando para a esquerda. "Vêm dali!"
Kenshin, ao contrário do outro homem e ao contrário do que era esperado, estacou no lugar. Uma expressão confusa se espalhou por sua face. Ele estava claramente surpreso. "Demo..." Ele murmurou.
Lembranças. De novo. 'É muito parecido... e eu ainda me lembro. Era desse jeito que ela...'
*_
Numa noite escura e fria, a chuva caía impiedosa do lado de fora da casa. Duas figuras habitavam esta construção, mas uma delas não estava abrigada dentro dela.
O jovem que estava sentado ao lado da janela abriu os olhos. Ele não estava dormindo, ainda não. Ele não precisava virar o pescoço ou tirar os olhos da janela para saber onde a outra pessoa estava. Ou o que ela estava fazendo. 'Doushite... eu não entendo. Todas as noites, todas... Não gosto de vê-la assim. Realmente não gosto.'
Alguns soluços abafados cortavam o ar, a chuva caía e disfarçava o som. Mas a tristeza de quem chorava era forte a ponto de se poder sentir no ar.
'Eu não posso... não consigo fazer nada para ajudar. Como sou inútil.' Era tudo o que passava na mente do jovem. Ele abaixou a cabeça e agora tentava ignorar os sons quase inaudíveis, como se fossem extremamente perturbadores.
A jovem do lado de fora tinha seus olhos fechados. Não obstante, não estavam cerrados, somente fechados. Deles corriam lágrimas que desciam pela face alva e macia, deixando rastros molhados naquele rosto feminino.
Ajoelhada sobre as tábuas de madeira do chão, abrigada na pequena varanda da casa, ela chorava. Seu choro era silencioso. O homem dentro da casa ouvia os ocasionais lamentos porque fora treinado para ter uma percepção extraordinária. Ela, somente sentava ali, apoiava as mãos delicadas no chão frio, e chorava.
"Não chore." O jovem sussurrou, em vão para a noite. "Onegai." Mais uma vez ele baixou a cabeça e tentou escapar dos sons que faziam seu coração doer.
_*
O espadachim ruivo foi abruptamente resgatado de suas memórias pela mão de seu amigo, Sanosuke. Ele, já havia um tempo, estava chamando Kenshin, sem sucesso. Naturalmente, a paciência dele se esgotou e ele colocou sua mão sobre o ombro do outro homem e começou a sacudi-lo.
E não obteve sucesso.
Impaciente, ele colocou a outra mão sobre outro ombro de Kenshin. E sacudiu mais forte. Sucesso? Não. Sano, sem outra alternativa (e, diga-se de passagem, rezando para não levar um golpe do amigo) aproximou lentamente sua mão da face com uma cicatriz em cruz.
Kenshin, já desperto, colocou a própria mão no rosto tentando assimilar o que acontecera.
'Ih... Acho que belisquei muito forte...' Disse o lutador para si mesmo.
"Err... Gomen ne, Kenshin... Mas eu precisava te acordar de algum jeito!" O homem mais alto falou, antes que o assunto se tornasse um mal entendido.
"Oro?" Kenshin ainda esfregava a parte dolorida da sua bochecha. "Daijoubu. Sessha acha que se distraiu um pouco..." Ele sorriu.
"O som vinha dali." Sano apontou novamente para uma região à esquerda da trilha.
"Aa." Os olhos violetas pareceram esfriar. "Vamos verificar."
Os dois se embrenharam entre as árvores, para dentro das sombras do bosque até que não podia-se mais vê-los da trilha.
Não ouvia-se mais choro algum. Tudo silencioso novamente.
Longe dali, no portão do dojo Kamiya, havia uma Kaoru muito confusa, um Yahiko muito curioso (e faminto, pois já estava na hora do almoço) e um entregador muito peculiar.
"Wakaranai." Disse o homem alto, vestido com um sobretudo sujo preto, rudemente amarrado com alguns trapos.
"Como você não sabe? Como você conseguiu isso, então?" Intrometeu-se o garoto que ainda carregava uma shinai sobre o ombro.
"Foi-me passado. Pediram-me para não revelar a fonte. Sinto muito mas só tenho que entregar isso ao Sr. Himura Kenshin, sem maiores informações." O homem repetiu a frase pela terceira vez, abaixou-se cordialmente e estendeu o pacote retangular e o embrulho redondo para Kaoru.
"Demo..." Ela não se mexeu para aceitar os embrulhos. "E se for alguma coisa perigosa...?" A jovem disse, sem querer chamar a atenção do homem de olhos claros para a reputação de Kenshin.
"Desculpe-me, mas não tenho permissão para deixar que outra pessoa senão o Sr. Himura Kenshin abra estes embrulhos." Ele recuou os braços , levando os pacotes para junto de si. "Mas dou-lhe a minha palavra que não há nada que o Sr. Himura não conheça aqui dentro."
"Então você sabe o que tem aí dentro!" Yahiko se precipitou com um olhar desconfiado no rosto. "Deve ser você mesmo o remetente!" O menino estendeu o dedo indicador para o homem, falando com tom acusador.
"É, senhor... Como você pode saber disso?" Kaoru falou, tentando não parecer tão interessada quanto realmente estava.
"Eu sei porque me foi contado. E por esse motivo, também, é que estou entregando isso." Ele abaixou-se e largou os embrulhos no chão. "Se não quiserem aceitar, simplesmente deixem isto aqui no chão e, quando o destinatário chegar, digam-lhe que venha aqui e os pegue, se assim ele desejar."
"Mas... por que alguém estaria entregando alguma coisa para ele? Ele não tem família fora daqui..." Kaoru começou a resmungar para si mesma.
O entregador, porém, escutou. "Ele tem." Disse o homem sem realmente pensar antes de falar,
Imediatamente, dois olhares muito surpresos e curiosos foram dirigidos ao homem.
"Bem, o que quero dizer é, ele tem algum conhecido que mandou isso, naturalmente. Não sei dizer se é algum familiar ou amigo, pois não conheço esse Sr. Himura."
Kaoru respirou fundo, como se estivesse aliviada.
Yahiko somente fechou os olhos e virou-se em direção ao dojo. "Se eu fosse você, pegava logo esses pacotes e colocava no quarto do Kenshin. Talvez seja alguma encomenda. Vou arranjar alguma coisa pra comer." O menino de cabelos espetados começou a caminhar para longe do portão.
"Shikashi..." disse, relutante.
"Realmente, não se preocupe. É algo que pertence a ele, de qualquer forma." O homem alto insitiu.
"Ah..." Não vendo outra saída, a jovem mestra concordou. "...está bem." Kaoru estendeu os braços para receber os embrulhos.
"Por favor, peça a esse senhor que, antes de fazer qualquer coisa com os pacotes veja isto."
Após entregar o que lhe fora pedido, o homem procurou em seu bolso uma pequena caixa de madeira. Tirou-a e abriu com todo o cuidado. O conteúdo era, pelo visto, algo delicado, pois fora embrulhado cuidadosamente num pano branco, supostamente seda. Havia um fio, também branco que mantinha o tecido preso. O fio encerrava-se com um pequeno e delicado laço, em cujo nó estava uma pequenina flor branca natural.
A jovem não esperava algo assim, tão delicadamente belo ser entregue por alguém trajado tão rudemente e, além de tudo, para Himura Kenshin. Ela hesitou por alguns instantes, mas por fim pegou o pequeno embrulho branco.
"Obrigado. Meu dever se encerra aqui. Peço-lhe que faça como eu lhe falei. Embora seja algo que eu não possa revelar, o conteúdo desta entrega é de muito interesse deste senhor. Com licença, devo me retirar agora." Com uma rápida reverência, ele deu as costas para Kaoru e seguiu seu caminho pela rua.
Kaoru ficou lá, parada alguns instantes. 'É... um dia incomum. O que será que tem aqui dentro?' Ela olhou para o que segurava nos braços. De repente uma idéia lhe ocorreu. O nome dele! O nome, certamente Kenshin iria querer saber quem entregou aquelas coisas tão misteriosas.
Quando a jovem andou até a rua, instantes depois que o homem tinha saído, ela virou a cabeça de um lado para o outro, mas não viu o entregador.
"Impossível ele ter ido embora assim tão rápido!" Ela disse para si mesma.
Continuou a procurar um homem de sobretudo preto e sujo, amarrado com alguns trapos, de olhos claros e cabelos longos, que já não estava ali. Nem perto dali, podia-se dizer. "Que estranho..." A jovem com os cabelos escuros presos num alto rabo-de-cavalo murmurou enquanto voltava para dentro do dojo. "Muito estranho..."
Com um suspiro, ela foi andando até o quarto do espadachim e do lado da porta deixou todos os pacotes, colocando o branco em cima. Virou-se e coçou a cabeça.
"Vejamos... Yahiko! Onde você se meteu?!" Ela saiu gritando e procurando o garoto para impedir que ele fugisse do treinamento e do almoço que ela pretendia começar a preparar.
Não era fácil embrenhar-se tão fundo no coração do bosque. As árvores pareciam mais afastadas entre si do que realmente eram. Haviam várias raízes secas pelo chão, encobertas pela camada de folhas e húmus.
Apesar de não haver pontos de referência e serem necessários vários desvios durante a busca, Kenshin sabia exatamente onde deveria ir. Sanosuke, ao contrário, não possuía um senso de direção tão bom assim. Assim sendo, o lutador seguia os passos do espadachim que, curiosamente, começaram a ficar lentos e hesitantes.
'Eu... já senti esse cheiro.'
Ele andou mais alguns passos, inconscientemente procurando sentir melhor aquele aroma. Suas sandálias arrastavam e reviravam as folhas no solo macio.
'Esse... perfume...'
Himura Kenshin parou totalmente, deixando Sanosuke bastante confuso, porém inapto a perguntar qualquer coisa, dada a expressão no mínimo intrigada em seu rosto.
'Ela... eu estou delirando. De novo.'
Em instantes, o homem vestindo um hakama branco começou a avançar novamente.
Sanosuke fez uma nota mental para perguntar ao seu amigo o que diabos acabara de acontecer. Literalmente. Mal sabia ele que precisaria de muitas outras.
À medida que avançavam, novamente, a quantidade de árvores diminuiu, assim como a de folhas caídas, deixando a caminhada muito mais silenciosa. Um inesperado murmúrio chegou aos ouvidos dos dois companheiros.
"Vamos mais para frente que escutaremos melhor. Quem quer que seja, não quer se esconder." 'Pelo contrário...' Kenshin disse, e comentou para si mesmo algo que Sanosuke parecia saber também.
Sem dizer nada, somente concordando com a cabeça, o jovem alto continuou no caminho, este agora mais amplo.
Momentos depois, o murmúrio distante e contínuo transformou-se no que parecia ser uma risada suave e abafada. Não há necessidade em dizer que ambos homens acharam isso bastante estranho.
Apressando o passo, eles começaram a divisar o que parecia ser uma clareira. O que os dois puderam distinguir claramente era um vermelho vivo entre as árvores. Havia mais sangue naquele lugar, de onde vinham aquelas suaves e alegres risadas.
'Vem dali... ou são minhas memórias novamente.' Pensou Kenshin, que ainda sentia um perfume familiar no ar.
Tantas vezes isso acontecera que agora ele já não dava tanta importância, ou pelo menos tentava. Porém seu subconsciente não parava de trabalhar, repondo memórias e conturbando a sua mente. Ele tentou bloqueá-las, como sempre fizera, tentando deturpar a insuportável dor, até que o cheiro do sangue, que ele enxergava vermelho ao longe, se misturou ao suave aroma de flores que ele julgava sentir.
O homem parou, sacudindo a cabeça fortemente de um lado para o outro, fazendo os cabelos ruivos dançarem sobre sua face.
Não percebido por ele fora a gradativa diminuição da risada macia, esta encerrada com um súbito e leve suspiro.
'Dame...'
Ele levantou uma das mãos e apoiou a cabeça nela, fechando os olhos violetas, as mechas vermelhas dos cabelos escapando por entre seus dedos apertados. Ele enrijeceu mais os músculos do braço, evitando assim, qualquer deslize de emoção passar pelo rosto.
'Doushite? Porque você... está errado, tudo errado. Iie... ore no... '
Seus olhos se cerraram com mais força, a mão que não apoiava a cabeça se contraiu num punho fechado.
'Minha T—'
"Kenshin!" A voz masculina interrompeu os pensamentos do homem mais velho. "O que foi? Escuta isso..." Sano se aproximou do amigo, uma expressão preocupada em seu rosto.
Kenshin seguiu a recomendação do companheiro, relaxou os músculos da face e dos braços, e escutou. Um horrível grito de dor ressonava no ar, seguido de sons de uma lâmina estraçalhando carne e ossos. Por fim os gritos e grunhidos de terror silenciaram.
'Ele nos quer lá, não há dúvidas.'
Esta idéia estava clara para ambos agora. E assim eles fizeram, avançaram correndo e logo se depararam com todo o sangue e pedaços de carne bem na frente dos olhos.
Mas não era isso que os dois estavam olhando fixamente, com ambos olhares surpresos e incrédulos.
Enquanto um sorriso se formava em um rosto, um outro perdera a cor.
O coração de Kenshin esqueceu de bater por alguns instantes, ao menos foi o que pareceu. Os olhos violetas arregalaram-se visivelmente um súbito e rápido brilho passando por eles, e ele parou. Os músculos de seu corpo ficaram imediatamente tensos e ele empalideceu. A respiração e a voz ficaram presas na garganta.
Sano parecia chocado, mas não se podia comparar a sua reação a do outro homem, muito menos os motivos que levaram a ambas. Sanosuke estacou firme no lugar, não acreditando nos seus olhos.
'Como...? Dare... quem é... ela?'
Inesperadamente Kenshin baixou a cabeça, escondendo os olhos por baixo da rubra franja. A única expressão facial que ele demonstrava era fria, calculista e intolerante. Ele levou a mão ao punho da sakabatou e, como se lesse os pensamentos e indagações de seu amigo, perguntou num impulso, a voz tão fria quanto gelo.
"Dare ka?"
A garota estava de costas, não poderia ser muito velha, deduzia-se que tivesse cerca de 17 ou 18 anos. Seus longos cabelos lisos e negros estavam presos por uma delicada fita rosa, abaixo da nuca, formando um penteado simples porém feminil e belo. Um quimono lilás claro, com pequeninas flores desenhadas nas barras e um obi azul eram as vestes da jovem, já maculadas com respingos e manchas ainda molhadas de sangue. Ela sentava numa posição formal, por cima das pernas dobradas, fazendo com que seu rosto não fosse revelado.
Em resposta à pergunta ríspida de Kenshin, ela somente suspirou, e soltou um risinho triste.
"Quem é você?" Ele repetiu, depois de alguns momentos, com mais autoridade ainda, se é que isso era possível. Até o lutador se assustou com o tom da voz do espadachim.
'Tomoe...' Esse era o único nome flutuando na mente de Kenshin, incessantemente. 'O perfume... e agora isso... Doushite? Tomoe...'
"Você demorou." A voz feminina e suave, quase um sussurro chegou aos ouvidos da dupla, que ainda estava paralisada olhando atônita para as costas da misteriosa mulher.
'Mas, não... a voz.' "Dare ka?" Ele repetiu, agora o tom exasperado na sua voz bastante claro, ainda que esta não perdera nem um pouco da autoridade, pelo contrário.
Outro risinho abafado foi ouvido. "Hm... Yukishiro Tomoe?"
Ao ouvir a resposta, Kenshin não sabia no que pensar, o que fazer e se ele estava mesmo ali ou estava sonhando. Nem tinha certeza se escutara realmente as últimas palavras da jovem. Ele somente ficou ali, tentando entender, enquanto seu coração acelerou bruscamente, tirando-lhe o fôlego, fazendo o peito subir e descer conforme ele tentava colocar mais oxigênio para dentro do corpo.
"Mas..." Sano murmurou para si. 'Que diabos tá acontecendo?! Será que eu perdi alguma coisa?' Ele estava impaciente, mas como percebeu que a garota afetava muito seu amigo, resolveu conter a vontade de correr e virar o rosto da jovem e descobrir o que se passava.
"Ah... Himura Tomoe. Assim fica melhor, não acha?" A garota repetiu, sem mover a cabeça nem um milímetro.
A expressão semi-encoberta de Kenshin contorceu-se numa mescla de surpresa, tristeza, ódio e... saudade...?
Quando a informação chegou ao cérebro, Sano arregalou os olhos castanhos. Era tudo o que ele poderia pensar e fazer no momento.
"Não me diga que já se esqueceu... mas q—" A frase foi interrompida por uma esperada reação da parte do homem ruivo.
'IIE!!' "Dare ka?!" Ele gritou, quase perdendo o controle. Avançou o pé esquerdo para a frente, inconscientemente agarrando com mais força o punho da espada. Conforme ele ergueu o rosto, a franja revelou seus olhos. Neles, só se podia ver dor, ódio e puro atordoamento.
O homem mais alto recuou perante essa demonstração de quase desespero vinda de Kenshin, enterrando o pé numa poça de sangue. Inexplicável e mais inesperado para ele, no entanto, era o brilho excessivo nos olhos do companheiro. 'L-lágrimas...? Mas não pode ser! Eu... eu nunca... nunca vi o Kenshin agir assim. Ele nunca chegou nem perto de perder o controle desse jeito. Quem é essa garota?'
Para incrementar a ira crescente no coração do homem ruivo, a jovem desconhecida virou levemente a cabeça para o lado - ainda não se podia ver o rosto - sorriu, e fez como se quisesse olhar para trás, parecendo se divertir da confusão dentro do espadachim.
À essa resposta quase petulante, Kenshin perdeu o controle. Seguiu seus instintos. Atacou.
Aee... mais um capítulo encerrado.
Não sei se sou só eu, mas acho que meu jeito de escrever é meio esquisito e chato (eu mesma me canso de ler e fico com preguiça de revisar...) não é? Bem... o fato é que eu vou tentar desenvolver mais as tramas paralelas, e tornar a principal mais interessante... Desculpem quaisquer erros, esses últimos dias têm sido particularmente confusos... e eu tenho estado com a cabeça meio ocupada por causa da escola.
Espero que vocês continuem interessados nessa história, e esperem pelo próximo capítulo! Eu não pretendo demorar muito para escrevê-lo, mas não posso depender de pretensões... Por favor! Mantenham contato comigo para comentar sobre esse trabalho... aceito (e imploro) pré-redatores ^.~#
Traduções:
Aa: Sim.
Iie: Não.
Dare ka: Quem?
Doushite: Por que
Dare: Quem
Obi: Faixa larga de tecido usada para fechar o kimono.
Dame: Não/Chega.
Ore no: Refere-se a 'minha'.
Hakama: As calças com cinco pregas que o Kenshin veste.
Dojo: Academia de artes marcias/kenjutsu.
Shikashi: Mas
Wakaranai: Não sei.
Demo: Mas
Gomen (nasai): Desculpe.
Daijobu: Tudo bem (em termos de, digamos, saúde Ô.o)
Sessha: Em algumas frases dá pra perceber que eu substituí 'este servo' por 'sessha' (com um significado semelhante em japonês). Esta é a forma como Kenshin trata a si mesmo, não usando o pronome 'eu'.
Hitokiri: Retalhador, assassino.
[Capítulo 3 - Na Escuridão dos Teus Olhos]
Misao e Aoshi finalmente chegam ao dojo Kamiya. Kenshin e Sano descobrem os verdadeiros objetivos da jovem misteriosa, porém há um segredo muito maior sobre ela, que não tarda a ser revelado... A justiça final pode conceber ao destino uma mudança no presente, que mudará o futuro ou consolidará o passado.
Bem, eu espero dicas de vocês para melhorar meu trabalho! Com essa ajuda, o capítulo três vai estar bem melhor... ^.^"
Lembrem-se: qualquer sugestão, reclamação, ameaças, declarações de amor, pedidos de casamento e similares são bem vindas! =^-^°=
Para entrar em contato comigo é só me mandar um e-mail (rei_tomoe_himura@hotmail.com), ou me procurar no ICQ (256531776)
A-ri-ga-tou,
Tomoe Ayanami.
