Capítulo III- A captura do Trio de Ouro

Todos pousaram com as vassouras no chão. Os lufa-lufa lançavam olhares fuzilantes para os jogadores da Intercasas e logo se dirigiram aos vestiários. Sirius, logo após pousar no chão, comentava com Lupin que havia sido mais fácil que de praxe. Snape tinha uma expressão feia no rosto, pois queria dar uma lição em Lúcio e principalmente em Richard e Frank, que haviam jogado realmente sujo. Tudo bem, confiando em sua perícia como goleiro, eles sempre faziam isso, mas desta vez exageraram. Richard e Frank continuavam voando, um perseguindo o outro, tentando se acertar com os bastões...

- Olhe aquelas duas crianças. – disse Lúcio para Severo apontando para cima.

- Sim! Tomara que despenquem de lá. – acrescentou Snape.

- Ora, Severo. Você esteve ótimo no jogo. Sério mesmo. Continua ótimo goleiro. – disse Lúcio, abraçando o amigo.

Richard Quando acertou Frank, veio rapidamente para o chão indo se juntar aos outros jogadores que começaram a comemorar a vitória, levando Harry em triunfo.

- Nem mesmo o seu pai teria conseguido algo parecido, Harry. – disse Richard que acabara de chegar.

- Palhaço. – disse Snape se dirigindo ao recém-chegado.

- Ora, nós ganhamos! Não acredito que você ainda acha motivo para ficar bravo, Severo. – disse Frank, surgindo em seguida e erguendo os punhos e prometendo vingança para Richard.

Ninguém respondeu nada, porquê vinham chegando um grupo de moças. Na frente estavam Hermione, Parvati , Gina e Melissa Longbotton (mãe de Neville) que vinham conversando animadamente. Era interessante, pois todas pareciam ter a mesma idade, afinal a sra. Longbotton não havia envelhecido quase nada naquele tempo que permanecera internada no hospital Mágico. Quase alcançando este grupo estava Louise Hoock, buscando livrar-se de Sybila. Mais atrás estavam Sybila e Narcisa Malfoy trocando confidências. Sybila havia ganho a amizade de Narcisa, fazendo previsões de ela se tornaria ainda mais bela e rica.

Quando Malfoy percebeu que Narcisa estava conversando com Sybila, fez uma expressão indignada e chamou o amigo Severo para que olhasse a cena.

- Severo, olhe lá. Como se já não me bastasse a Narcisa!!!!!

Snape observou o local indicado e teve que rir...

- Sério, me diga onde o Richard está com a cabeça.. Tem gente bem melhor nesse mundo, basta ele procurar.

- Deve estar com preguiça. – disse Lúcio Malfoy.

Mas Snape já não estava mais lhe escutando. Hermione acabara de chegar e estava lhe beijando e abraçando.

- Querido, parabéns! Nunca imaginei que você fosse tão bom goleiro.

- Gostou, Mione. Que bom! – disse ele, abraçando a moça novamente. – Pois é, o bom disso é que não perdemos a invencibilidade.

- Eu também acho bom isso. Não vou mais precisar escutar você falar de quadribol o tempo todo.

- Mione! – disse ele, surpreso.

- Estou brincando... – disse ela, sorrindo radiante.

Malfoy observou que todos estavam acompanhados por suas esposas ou namoradas, inclusive ele próprio. Narcisa havia chegado perguntando se não percebia algo diferente nela. Lúcio pensou em como a esposa era fútil, mas respondeu.

- Vestido novo?

- Não só isso.

- Cortou o cabelo? – ele iria tentar assim, nas coisas mais óbvias.

- Sim, você percebeu, Lúcio! – disse ela, beijando-o no rosto. – Foram só dois dedos.. Mas você percebeu, querido.

Francamente, Lúcio não percebera nenhuma diferença, mas mesmo assim sorriu triunfante, afinal Narcisa era uma pessoa muito previsível.

No outro lado, Harry estava contando para Gina todos os lances da partida detalhando a forma com que ele pegara o pomo, deixando Diggory para trás. Por um instante, lembrou-se de Cedrico, mas agora Amos Diggory teria o prazer de contar que ele próprio havia sido derrotado por Harry Potter.

Dumbledore estava cumprimentando todos os jogadores do time enquanto combinava que falaria com eles logo mais na inauguração da loja de Parvati e Sirius. Enquanto os jogadores iam para o vestiário, suas apaixonadas voltavam para as arquibancadas. Dumbledore, porém, reteve Severo Snape, Lúcio Malfoy e Richard Brown.

- Bem, talvez aqui não fosse o melhor lugar para discutirmos isso, mas quero deixar vocês três de sobreaviso. – começou Dumbledore, enquanto os três se entreolharam apreensivos.

- Lúcio, já está sabendo de parte da história. Moody vai levar vocês três a julgamento. E, sinceramente, não sei como ele conseguiu isso. È verdade que nem você Lúcio, nem Richard iriam se salvar de algum tipo de punição e havia-se cogitado algumas multas. Quando a você Severo, jamais supus que fosse a julgamento. Acontece que o indiciamento de vocês já aconteceu. Arthur foi contra e por isso, acabou sendo destituído do Ministério da Magia.

- E você, Alvo não pode fazer nada? – perguntou Snape mais pálido que de costume.

- Infelizmente, Severo meu prestigio anda em baixa. Ouvi rumores que o grupo de Moody pretende me afastar da direção de Hogwarts.

- O quê? – perguntou Richard surpreso.

- Sim, Moody quer ser o próximo diretor da escola.

- Mas, Alvo estamos de mãos atadas, então?

- Sim, estamos. Acontece que todos estão com medo por termos derrotado Voldemort. Um medo idiota, é verdade, mas que contaminou o discernimento do mundo mágico. Não sei quem espalhou a boataria de que eu e Arthur estaríamos pretendendo assumir os poderes das Trevas e usaríamos Hermione com essa finalidade. Buscaríamos causar o pânico e trazer os Grangers de volta.

- Mione? Mas que idéia descabida. – disse Snape.

- Pois é, Severo. Mas é incontestável. Não sei o que fazer, Arthur anda com medo do grupo de Moody.

- Moody nos odeia, sempre odiou. Fomos os únicos Comensais que ele não conseguiu capturar, mas daí a dizer que ...... Sem cabimento isso. – considerou Richard, lembrando que Frank havia comentado algo do gênero.

- Pois é. Moody tentou convencer Frank, mas não conseguiu. O auror Longbotton é muito amigo do Comensal Brown para deixar de acreditar, por um só momento na redenção deste.

- Olhe Alvo, temos algo a lhe contar. Estávamos em dúvida, mas frente a estes acontecimentos.. –disse Snape enquanto erguia as vestes de quadribol no braço esquerdo. – Veja, a marca negra não sumiu.

Alvo Dumbledore apenas arregalou os olhos...

- Nós dois confirmamos isso. As nossas marcas também continuam aqui. Elas deveriam ter desaparecido quando ele morreu, não é? – disse Lúcio.

- Sim, Lúcio... Mas isso significa, significa que vocês continuam sendo Comensais da Morte, porque o Lord das Trevas , conseguiu resistir a nós..

- Mas como é possível isso?

- Bem, o Lord das Trevas como vocês mesmos sabem é muito aferrado as próprias crenças. Talvez tenha desconfiado de Hermione e armado um esquema para salvar-se, em um caso de necessidade.

Dumbledore estava surpreso com a revelação. Não conseguia perceber como Voldemort conseguira salvar-se desta vez.

Mas surpresa mesmo Dumbledore teve, quando viu a chegada de Moody liderando um grupo de aurores.

- Como vai, Dumbledore? – disse Moody, recebendo um frio cumprimento por parte do Diretor.

- E vocês, Trio de Ouro? – os três olharam para Moody com expressão venenosa.

Naquele instante estavam chegando Hermione Granger, que percebera a movimentação e o auror Frank Longbotton.

- Daqui a 10 minutos poderei morrer feliz, porque consegui fazer o que me propus na vida. Colocar a mão em vocês três. – disse ele, indicando o Trio enquanto os aurores os cercavam. Snape tentava pensar am algum plano, mas não conseguia lhe correr nada. Estavam do lado de fora do castelo e no exterior era impossível desaparatar, não conseguia imaginar como sairia desta situação, mas não queria deixar Hermione agora que era tão feliz. Porque teria que se separar dela, novamente??

Richard Brown estava pálido, parecia que ia desmaiar, enquanto Lúcio Malfoy escutava tudo com a cabeça baixa e uma expressão resignada.

- Moody, você não está sendo precipitado? – perguntou Dumbledore.

- Tenho os mandatos aqui comigo. – respondeu ele, tirando três pergaminhos do bolso. – Cornélio Fudge, o novo Ministro da Magia os despachou hoje cedo. Bem, os senhores Lúcio Malfoy, Richard Brown e Severo Snape, mais conhecidos como o Trio de Ouro dos servidores do Lord das Trevas, estão sendo acusados por prática de magia negra, assassinatos de trouxas e mais uma listagem de 20 itens e devem esperar julgamento em Askaban, assim como os demais acusados pelos mesmos ilícitos.

Quando Moody disse isso, os aurores cercaram os três que não esboçaram nenhuma reação. Frank tentou abrir o cerco dos aurores ao amigo Richard, mas todos os seus esforços foram em vão. Hermione ficara perplexa. Parecia que estava tendo um sonho ruim. Então era esse o pagamento que recebia por ter ajudado a acabar com o senhor Ridlle? Aquele idiota e ultrapassado do Moody, com sua obsessão em prender Severo.. que idéia mais descabida... Ela tentou furar o bloqueio dos aurores com a prestativa ajuda de Frank, mas não conseguiu nada... Os aurores começaram a levar os três rumo aos portões de Hogwarts.. Dumbledore ainda tentava fazer Moody mudar de idéia, mas ele parecia resoluto.. Hermione foi caminhando ao lado do batalhão, ainda não acreditando no que estava acontecendo. Lhe parecia que os três estavam sob efeito de algum tipo de feitiço, pois por mais alto que ela gritasse, Snape não lhe respondia, tampouco Richard que era chamado por Frank em brados ainda mais altos.

Quando chegaram ao portão, Moody parou e olhou para Hermione:

- E você, senhorita Granger, é a próxima....

- Vamos ver auror Moody, vamos ver. – retrucou ela, com toda a mordacidade de que fora capaz.

Hermione ficara apenas gelada, não conseguia entender porque estavam fazendo isso. Severo fora espião muitos anos, se arriscara para auxiliar a luta contra as Trevas.. para quê? Para se preso como os outros sob a acusação de sempre ter sido um Comensal??? E ela que fora ao esconderijo do senhor Riddle, passara medo, apreensão, vivera sob uma tortura psicológica quase insuportável. Somente não fora pior, pois Richard e Lúcio estavam sempre ao seu lado, lhe auxiliando. E tudo isso para salvar Snape, porque o amava, porque o queria perto de si. Jamais teria feito aquilo se Snape não estivesse correndo perigo, se ela não soubesse que somente iriam ser 100% felizes quando Voldemort estivesse derrotado para todo o sempre...

Ela sentiu as mãos de Alvo Dumbledore, em seus ombros e virou-se olhando para ele, dizendo apenas uma palavra:

- Por quê?

Dumbledore apenas moveu a cabeça e disse:

- Eu não sei, Hermione. Eu não sei. Agora vou mover todas as forças e influências que ainda me restam para tentar salvar Severo.

- Mas Askaban.. e..

- Não se preocupe. Severo é forte, sabe que você fará tudo o que puder para tirá-lo de lá.

- Me diga, Dumbledore ... de que adiantou todo o trabalho de Severo? Todo o risco, todos os tipos de pressão..para acabar em Askaban como os outros? Me diga.. – Em uma circunstância normal, talvez Hermione fosse chorar. Mas não o faria. Não conseguia explicar, mas ao ver a cena de Snape sendo levado para Askaban algo novo e muito ruim florescera dentro dela.

- Hermione, creio que as coisas estão muito graves. Muito mais complicadas do que pudemos supor. Talvez esse não seja o momento, na verdade, não é. Mas quero que você saiba que Voldemort não deve ter morrido.. Temos que começar a planejar algo por que senão...

- Olhe, professor Dumbledore. Não quero saber do mundo mágico.. eu só quero Severo de volta. Passei todo o tempo dizendo isso..O pagamento que recebi por ajudar, por me arriscar foi esse? E o pior, Severo na prisão e o senhor ainda me diz que o senhor Riddle não morreu?

- Hermione, vamos refletir e achar uma solução. Temos que fazer isso. O tempo até o julgamento é muito pouco.

- Talvez a solução seja lutar com as armas de que dispomos, e afinal, não esqueça de que sou neta de Irnius Granger. – afirmou ela a Dumbledore.

- Eu concordo com Hermione, Alvo. Fiquei muitos anos sem meu amigo, meu irmão.. agora eu quero o Richard de volta. Ele sempre quis sair de lá, mas tinha medo.. Nem todos têm a coragem de Severo.. – disse Frank. – Olhe, Hermione, seja o que for que você vá fazer, saiba que pode contar comigo. Não vou deixar Richard definhar lá dentro.

- Ótimo, sr. Longbotton.

- Hermione, eu.... – começou a falar o diretor.

- Olhe, diretor. O senhor está numa crise de prestígio. O sr. Weasley foi demitido do cargo de Ministro da Magia. O Trio de Ouro que auxiliou na captura do senhor Riddle está sendo trancafiado em Askaban e por fim, o senhor afirma que ele não morreu. Me diga o que poderia ser pior. Me explique, pois sinceramente não me ocorre nada. Sugiro que lutemos com nossas armas... Eu só quero Severo de volta. Só isso.

Dumbledore deu de ombros, enquanto voltava para o castelo. Vira algumas nuvens muito escuras se formando no horizonte.