Capítulo VI – O Julgamento

- Tenho medo, srta. Granger.. – disse Frank enquanto subiam as escadas. – para falar a verdade, sei que Richard é culpado por ter se deixado influenciar por Lúcio Malfoy, mas como ele se arriscou para enfrentar o Lord, para que o derrotássemos acredito que ele deva ter sua pena diminuída.

- Concordo plenamente sr. Frank, mas creio que Moody não pense assim. – disse Hermione quanto entravam na sala de julgamentos.

Harry Potter, estava sentado com junto a Gina Weasley em cadeiras próximas a porta. E Hermione veio juntar-se a ele. No outro extremo do salão, Neville e Alícia também aguardavam o inicio da sessão. Todo o mundo mágico parecia estar presente. Rony e sua esposa Padma, assim como todos os Weasleys estavam mais ao fundo do plenário. Ela não sabia, mas Arthur Weasley estava sendo caçado pelos quatro cantos do mundo mágico. Draco Malfoy, parecendo um rei, sentava-se próximo a uma janela, acompanhado por sua mãe. Sybila, Lilá e Simas, estavam sentados, muito pálidos, no meio da assistência... Enfileirados no meio do salão, sentados lado a lado estavam Sirius Black, Remo Lupin e Frank Longbotton.

Na mesa principal estavam Moody, Alvo Dumbledore que a cumprimentou ao vê-la entrar, Cornélio Fudge, Ludo Bergman e alguns bruxos, sentados a direita da mesa principal, os quais ela não conhecia.

- Esta câmara julgadora, encontra-se aqui reunida para o julgamento dos acusados de serem seguidores do Lord das Trevas, agora, aniquilado de seu poder. – ouviu-se a voz de Moody . – Se os presentes jurados, - continuou indicando o grupo de bruxos a sua direita. - os considerar culpados dos crimes pelos quais são acusados, deverá lhes infligir ou a pena proposta ou outra penalidade a ser discutida entre os senhores.

- Meu Deus, - a grande maioria dos julgadores são professores da academia de aurores. – disse Harry se dirigindo à Hermione. – Eles cumprem tudo o que Moody ordena.

- Tem certeza, Harry? – perguntou ela, arregalando os olhos

- Tenho, Mione. Será que você não deveria ir embora? Acho que Moody vai tentar lhe prender. – comentou Harry em voz baixa.

- Eu imagino isso.. Se meu artifício não der certo, bem... vou fazer jus ao meu sobrenome. – falou ela, dando um sorriso mau. – Não é isso que pensam de mim???

- Que entrem Victor Goyle e Klaus Crabbe. – ouviu-se a voz de Moody, ordenar. Em alguns segundos, eles foram conduzidos a sala de julgamentos. Estavam mal vestidos, muito pálidos, mostrando estar sofrendo muito. Hermione se apavorou. Se aquelas duas amebas estavam daquele estado, e eles nem sequer sabiam direito o que estava ocorrendo, imagine como estariam os mais esclarecidos, principalmente o Trio de Ouro. Mas Severo, Severo era muito inteligente.. Talvez tivesse arrumado uma forma de resistir a Askaban.

- O Moody trouxe esses dois idiotas primeiros, porque provavalmente eles vão contar tudo.

- Não tenha tanta certeza disso, Harry. Eles são burros, é verdade, mas não seriam imbecis a esse ponto, eu acho. E você sabe, eles estavam no grupo por imposição de Lúcio Malfoy. – explicou Hermione, em tom de palpável preocupação.

Eles sentarem em duas cadeiras de carvalho, onde lhes foram presos os pulsos, impedindo-os de se moverem.

- Vocês, Victor Goyle e Klaus Crabbe foram acusados de serem seguidores do Lord das Trevas, onde utilizavam-se da alcunha de Comensais da Morte. São acusados de cometer crimes contra trouxas, efetuar roubos, saques e principalmente são acusados pela morte de inúmeros aurores e de lesar o discernimento do então auror Frank Longobottom.

- Isso é mentira, Moody, você sabe disso. Nem Crabbe, nem Goyle estavam no grupo que me atacou. – ouviu-se a voz corajosa de Frank Longbotton no meio do plenário.

- Fale Frank, quem foram os Comensais que lhe atacaram? Eu caro amigo Richard estava entre eles?

- Claro que não, Moody! Lembro-me de Nott, os Lestrange e Bartô Crouch.

- Que interessante.. não lembra-se da presença de nenhum de seus amigos comensais? – perguntou Moody com ironia.

- O pai do Neville é mesmo corajoso. – disse Harry baixinho.

- Mas ele esta falando a verdade, Harry. – concordou Hermione com a cabeça. – Eu conheço essa história.

- Moody, eles me impediram de ser meu filho crescer. Tiraram-me quase vinte anos de vida.. Se não fosse Severo e a srta. Granger, eu jamais poderia estar aqui... mesmo que tivesse sido Richard que eu iria falar a verdade. – contrapôs Frank aborrecido.

- Claro que Snape fez isso, sentia-se culpado por sua doença. Ele estava naquele grupo.

- Não estava Moody! Não estava. – disse Frank inflamado.

- Alastor, ele tem razão. – disse Alvo Dumbledore e Cornélio Fudge, concordou. – Sim, Moody. Aceite o depoimento dele.

- Tudo bem, Frank. – disse Moody, com os olhos faiscando em sua direção.

- E quanto a vocês? O que tem a declarar em sua defesa? – disse Moody, ferozmente, voltando-se para os dois acusados.

- Estamos sob domínio da maldição Império e por isso fazíamos todas as coisas que o Lord ordenava. – disse Crabbe, em sua voz habitual.- Nos raros momentos em que adquirimos nossa consciência sabíamos que estávamos agindo de forma errada, mas antes que pudéssemos procurar alguém de bem, o Lord nos submetia à Maldição novamente.

- Mas, que cara de pau. – exclamou Hermione.

- Sr. Crabbe, o sr. Está tentando me convencer, convencer o júri, que era dominado pela maldição império? Mas vocês são servidores do Lord .. dificilmente não resistiram a essa maldição. – contrapôs Moody.

- Acontece que quando o Lord voltou, não queríamos mais voltar a seus serviços. O fizemos uma vez, e sabemos que estávamos errados.. Mas Lúcio nos obrigou... – continuou Goyle.

- Lucio? Lúcio Malfoy? – quis confirmar Cornélio Fugde.

- Sim, Lúcio Malfoy. Ele nos dominou com uma variação da maldição Império. Ele o Lord desenvolveram essa nova maldição, com aqueles estudos antigos do Snape, de onde ele fez os antídotos para as maldições.

- Isso, terminem com o papai. – pensou Draco. – Ele merece.

- Claro, mais uma ação do Trio de ouro. – disse Moody sarcasticamente. – Vocês querem nos convencer de que existe uma maldição mais forte de domínio do que a Imperio?

- Sim, senhor. – responderam Crabbe e Goyle.

- Vocês poderiam nos explicar como ele foi produzida? – perguntou Dumbledore.

- Não sabemos direito. Ela foi criada a partir do antídoto de Snape.. É uma variação dele. Quando Snape parou os estudos, a muitos anos, Malfoy e o Lord continuaram a elaborar as poções. Mas claro, essa poção ficou muito tempo em estudo, afinal não eram bons em fazer poções.

- Que argumento mais sem nexo, sr. Crabbe. – comentou Moody.

E naquele instante terrível Hermione percebeu que eles falavam a verdade.. que existia mesmo a tal poção dominadora com mais influência que a império, mesmo porquê eles jamais seriam capazes de formular uma história complexa daquele jeito.

- Bem, proponho pena perpétua em Askaban, por serem considerados servos de Lord Voldemort e pelos crimes já listados. Os jurados que concordarem comigo, ergam suas mãos. – proclamou Moody solenemente.

"Como ele consegue ser tão falso e dissimulado" - pensou Draco- "quando ele próprio era um dos servos dos Lord. Obviamente duvidara disso por um bom tempo, mas a marca negra no braço do famoso auror lhe dava tal status." Especulando a respeito, Draco refletiu que ele parecia ter algum motivo especial para querer encontrar o Lord das trevas.. apenas não conseguia imaginar o que fosse.

Nenhum dos jurados se moveu. Todos ficaram silenciosos e nenhum ergue o braço.

- Olhe Moody, acredito que eles estejam falando a verdade. – disse um senhor com vestes de auror , que parecia ser o presidente do júri. – Duvido que Crabbe e Goyle conseguissem inventar uma história dessas, com toda essa riqueza de detalhes. Para ser sincero, me admiro que eles conhecessem tudo isso.

- Justamente, Clifton. – disse Moody, - jamais falariam algo confidencial na frente deles.

Hermione teve que se controlar para não falar sua opinião a respeito. Isso poderia eventualmente prejudicar mais ainda seu amado.

- Pode não ser verdade, Moody, talvez não imaginassem que eles compreenderiam o que estava sendo dito. – disse Alvo, com discreta zombaria.

- Concordo com Dumbledore. – continuou Clifton.- o júri decidiu pela absolvição dos dois, com uma retração pública de seus atos e uma internação prolongada no St. Mugus.

A expressão de Moody mostrava sua indignação. Ele estava muito bravo. Os dois primeiros comensais da Morte, a serem julgados, haviam conseguido não responder pelos seus crimes.. talvez não tivesse conseguido dominar todo o júri com a Maldição.. Mas que droga, Crabbe o Goyle haviam falado da Maldição...Como eles poderiam saber disso? Imaginara que só homens de confiança do Lord como o Trio de Ouro tivessem conhecimento disso.

- Levem esses dois para o St. Mugus. – disse Moody se dirigindo aos dementadores. – Depois veremos o que fazer. Espero que o júri- continuou ele- não seja tão benevolente com os próximos comensais da Morte a serem julgados.

- Eric Parkinson e Georgia Lestrange. – chamou Moody.

Em segundos os dois comensais entraram na sala. A sra. Lestrange tinha os olhos presos no plenário e ao ver Hermione fez uma expressão surpresa.

- Georgia Lestrange , a sra é acusada de ser seguidora do Lord das Trevas, onde utilizando-se da alcunha de Comensal da Morte. Suas acusações são a de matar inúmeros aurores e de lesar o discernimento do então auror Frank Longobottom. O que a senhora tem a dizer em sua defesa?

- Nada. – respondeu ela tranqüilamente.

- Então admite ser seguidora de Voldemort e ter executado esses crimes.

- Sim. – respondeu ela, mas continuou.- Posso voltar a Azkaban, mas saiba, meu caro amigo Moody que seu dia chegará. Nosso Lord voltará, pois não está morto. E neste dia, ele virá, novamente nos resgatar em Azkaban, como já o fez uma vez.

- Pena de prisão perpétua! – gritou Moody. A sra. Lestrange o havia acusado de ser um deles.. e o fizera de forma tão clara que se admirava das pessoas não terem percebido isso. Apenas Dumbledore o olhou inquisitavemente. Mas, Dumbledore não representava nenhum perigo. Assim que fosse destituído de Hogwarts perderia toda a sua influência que já era pouca no mundo mágico.

Desta vez, o júri em total concordância a condenou á Askaban.

- Levem-na. – disse Moody. A sra. Lestrange levantou de sua cadeira e dirigiu-se a porta..

- Espero sua visita em Askaban, Moody. – ela sorriu friamente.

Todos os outros Comensais da Morte: Parkinson, Mcnair, Nott, Avery e Rabicho foram condenados a prisão perpétua, pois seus argumentos não convenceram o júri de que pudessem ser inocentes, mesmo que eles alegassem não saber o que estavam fazendo.. Os únicos inocentados foram Crabbe e Goyle considerados burros demais, para seguirem o Lord das Trevas, por livre e espontânea vontade.

- Agora, o momento mais sublime do julgamento de hoje.- disse Moody com um grande contentamento na voz : O trio de Ouro, formado pelos Comensais da Morte Lúcio Malfoy, Richard Brown e Severo Snape.

Os três chegaram e sentarem –se nas cadeiras reservadas, parecendo dopados.

- Como presidente deste tribunal, não perderei meu tempo dissertando a respeito de todos os crimes que vocês cometeram , basta lembrar que foram os melhores servos que o Lord das Trevas teve, tanto que receberam a alcunha de Trio de Ouro. Realmente, ajudaram-nos a capturar seu lord, mas acredito que somente na ilusão de tomarem seu poder para si. Lúcio Malfoy tentou matar seu grande amigo Snape com o objetivo de atingir a herdeira das Trevas, srta. Granger.

Hermione olhava para eles.. pareciam que tinham sido estuporados, pois apenas olhavam Moody e nada diziam.

Ela não sabia, mas minutos antes os três tinham sido estuporados pois gritavam que não eram aquelas pessoas.. que estava havendo um engano... Os dementadores os tinham afetado de forma irreversível...

- Lúcio Malfoy é acusado de ser o braço direito de Voldemort, cumprindo sem questionar todas as suas ordens.

- Richard Brown, acusado, basicamente pelo mesmo crime, ainda deixou seu melhor amigo ser atingido pelos companheiros das trevas.

- Severo Snape, que deixou transparecer a imagem de que houvesse abandonado as Trevas sempre era visto em companhia de seu circulo de amizades.

- È verdade que nos três nos ajudaram a capturar o Lord das trevas, mas isso por si só não os livra de todos as atrocidades cometidas anteriormente.

- O que vocês fez com eles, Moody? Certamente não estão em seu juízo normal. – considerou Fudge.

- Tivemos que estupora-los, antes que Snape tivesse alguma de suas brilhantes idéias. – explicou ele. – E mesmo não teriam como se defender.

Alvo Dumbledore ia falar, mas Moody o interrompeu. – Conheço suas opiniões sobre Snape, mas elas são irrelevantes neste momento. Ele foi, é, e sempre será um Comensal da Morte. – Proponho pena perpétua em Askaban para os três.

O Júri concordou prontamente, e eles, foram levados sem nenhuma reação, o que gerou espanto por parte de todos. Hermione estava perplexa... Algo ali estava fora do lugar...

- Igor Karkaroff. – Moody chamou o único comensal restante, Karkaroff estava muito mal.. parecia que ia desmaiar a qualquer minuto. Parecia não ter discernimento do que falava. Hermione teve pena dele, que somente voltara para o Lord das Trevas por medo, medo da morte.

- Novamente você é acusado de ser Comensal da Morte, Karkaroff.. que feio de sua parte, ser reincidente. – disse Moody, com ironia.

- Ele iria me matar se eu não me unisse a ele, Moody. Não quis morrer. – começou a contar Karkaroff - E isso poderia ter acontecido muitas vezes.. O Lord me achava um covarde, e eu sou um covarde.. Tinha medo, mas sempre fugi quando pude. Ele nos mantinha presos na mansão Malfoy... Eu queria ter a coragem de Severo Snape, mas não tenho.. O que você queria que eu fizesse... ele ia me matar.. me matar.. você não percebe??? Ele nos tiranizava na base do medo, da opressão... Eu tenho medo , medo..

- Moody, esse homem esta descontrolado, não podemos julga-lo assim. – disse Dumbledore.

- Se o Lord voltar, vai me matar, me acusar de covarde, de imprestável.. não o deixe voltar Moody.. Não deixe!!! Eu tenho medo, muito medo... - Karkaroff se encolheu na cadeira onde estava preso...

- Ele esta fora de si, Moody.

- Melhor, o enviaremos diretamente para Azkaban...- disse Moody, friamente.

- Somos julgadores, não carrascos. Vamos enviar Karkaroff para um tratamento, e se algum dia ele estiver melhor o julgaremos... – decidiu Clifton.

- Mandem-me onde quiserem, mas não deixem o Lord ir lá me matar, por favor.. – implorou Karkaroff.

- Despachem esse imbecil. – disse Moody, para os guardas. Moody estava tão interessado em mandar o trio de Ouro para Askaban que nem se deu conta que três haviam sido enviados para o St. Mugus.

Os guardas levaram Karkaroff até a carruagem onde já estavam Crabbe e Goyle e o colocaram junto a eles. Fecharam as portas da carruagem e ela começou a andar, rumo ao hospital. Crabbe olhou para Goyle, e ambos olharam para Karkaroff, sentado serenamente no banco.

- Você é um gênio, Severo!