Capítulo VIII- Poderes dos Granger

Em segundos os membros do Ministério chegaram a casa de Hermione Granger. O problema é que Arthur Weasley ainda esta lá. Naquele instante ele estava remontando o vídeo-cassete, que desmontara para examinar todo o seu funcionamento e peças, deliciando-se com as engrenagens. Arthur havia combinado com seu primo contador que naquela mesma tarde se mudaria para a sua casa. Não queria mais importunar Hermione e seus pais, mesmo que ela dissesse que ele sempre seria muito bem vindo ali.

Arthur Weasley ouviu o barulho de alguém esmurrando a porta. Mesmo que o pai de Hermione tivesse sido privado de todos os seus poderes, aquela ainda era a residência dos Granger, e por isso mesmo, temida por muitos. Talvez se devesse a isso o fato dos aurores aliados de Moody estarem tentando derrubar a porta e não terem desaparatado direto dentro da casa.

O ex-ministro da Magia caminhou até a janela e percebeu a presença de alguns homens trajados como aurores querendo entrar na casa. Ele precisava sair dali instantaneamente. Correu até o quarto onde estava instalado, pegou sua mala já pronta e quando ouviu passos subindo a escada desaparatou. Os aurores acharam que a casa estava deserta e depois de arrombarem a porta, entram na casa sem pedir licenças. Porém, os Granger estavam em casa.

Hermione, sagazmente, dera uma varinha mágica de presente para seu pai, para o caso de alguém não autorizado entrar na casa. Não que seu pai conseguisse fazer algo com a varinha embora, algumas fagulhas saíssem dela, quando ele tentou fazer feitiços simples, ensinados pela filha. Isso mostrava que talvez seu poder mágico pudesse ser recuperado de alguma maneira.

- Quem é você? – gritou o sr. Granger ao ver um homem trajado de auror, entrando em sua casa.

- Sou um auror do Ministério da Magia. – disse o Homem.

- E quem lhe deu permissão para entrar aqui? Cadê seu mandado de busca e apreensão? – perguntou o sr. Granger, segurando a varinha dentro do bolso. Pode se retirar imediatamente, antes que eu chame a polícia.

Os outros aurores escutaram a confusão e se dirigiram a cozinha, todos de varinha em punho.

- E vocês também. Fora da minha casa! – gritou o Sr. Granger. Uma de suas mãos agarrava a varinha e a outra o telefone.

- Quem é o senhor? – perguntou um dos homens. Não lhe ocorria quem pudesse ser mágico naquela casa, afinal era de conhecimento corrente que os Grangers perderam os poderes mágicos.

- Sou o filho de Irnius Granger. – respondeu ele, com ferocidade. Os aurores arregalaram os olhos. Como ele poderia ter uma varinha?

- Agora, fora. – O sr. Granger estava com medo de tentar fazer algum feitiço, ele não tinha poderes mágicos e nem sequer acreditava que aquela ripinha de madeira que tinha nas mãos poderia matar alguém. Os aurores não se mexeram. Seguindo um impulso repentino., o sr. Granger, mirou a varinha no grupo e gritou:

- Estupore! – um auror fora atingido. E os outros saíram correndo da casa amedrontados, carregando o atingido que estava desmaiado. Ele poderia fazer feitiços de magia negra e maldições imperdoáveis.

A mãe de Hermione apenas observou o marido que sorria satisfeito.

- Como você fez isso, querido?

- Não tenho a menor idéia. Apenas disse a primeira palavra que veio na minha mente. Será que matei aquele homem?

- Você não sabe para que serve aquela palavra que você disse e fez sair uma luz vermelha da varinha?

- Nem idéia.. Será que é mortal? – perguntou ele, em tom de preocupação.


Depois de alguns instantes, o telefone tocou na casa dos Grangers, e o senhor Granger foi atender, maldizendo o paciente que precisava dele, em pleno horário de almoço.

- Sim?

- Papai?

- Filha! Onde você está? Estamos preocupados. – exclamou o sr. Granger.

- Pai, o pessoal do ministério esta me procurando. Não se preocupe comigo. Ficarei fora alguns dias.

- Onde você vai, minha filha?

- Não posso falar papai, mas ficarei bem! Não se preocupe, nem tente me procurar. Acho que os aurores devem estar vigiando nossa casa.

- Eles entraram aqui!

- Como? E pegaram o Sr. Weasley?

- Não, ele fugiu antes. Então estavam procurando você! – exclamou o pai.

- Eles fizeram alguma coisa?

- Não deu tempo. Eu os espantei com a varinha. – disse o sr. Granger com um sorriso na voz.

- Como assim, papai?

- O feitiço Estupore mata?

- Claro que não! Só deixa a pessoa desacordada. Mas de onde o senhor conhece esse feitiço?

- Não faço idéia, filha. Apenas gritei a primeira palavra que veio na cabeça, e eles foram embora...

- Pai tenho que desligar. Dê um beijo na mamãe por mim. Tchau pai. Não se preocupe, e cuidado com essas mágicas, papai!

- Filha.. Filha!!! – mas ele só ouviu o tutututu.....

A sra. Granger que estava a seu lado e perguntou:

- Onde ela está?

- Não sei. Pelo que entendi, fugindo daqueles homens. Disse para não nos preocuparmos.. – contou ele. – Fácil falar. Ela também disse que o feitiço não mata, apenas deixa a pessoa desacordada. Acho que vou usá-lo naqueles pacientes que não me deixam arrumar os dentes direito de tanto medo que tem...


- E esses, de onde vem? – o trio de ouro ouviu uma voz masculina que comentava.

- Do tribunal. São Comensais da Morte que ficaram loucos! – afirmou uma voz feminina e delicada.

- Todos os Comensais da Morte são loucos. Mas esses devem ser muito inteligentes para terem vindo parar aqui! Afinal, aonde vamos colocá-los? Só temos um quarto disponível.

- Estão providenciando leitos na Ala prisional.- falou a moça. – E vamos tirá-los dessa carruagem, afinal o St. Mugus não é Askaban.

- Odeio esse emprego, Stella. Afinal o St. Mugus é um hospital ou um albergue?

Naquele instante a porta da carruagem se abriu e eles puderam ver os enfermeiros. A moça era pequena, loira e de olhos azuis interessados. O rapaz era alto e forte.

- Quem são vocês? – perguntou ela, observando-os.

Lúcio e Richard esperaram que Snape respondesse.

- Sou Igor Karkaroff, moça! Você promete que o Lord das Trevas não vai me encontrar aqui? – disse ele, agarrando a mão da moça, como que desesperado?

- Prometo sim. Prometo.

- Se ele me encontrar ele me mata! Mata-me.

- Não se preocupe, senhor. Ele não irá mata-lo. - respondeu o rapaz para Snape. E dirigindo-se a moça continuou: - Imagine o que esse daí não aprontou para ter medo se morrer nas mãos do extinto Lord das Trevas!!!

Lúcio, Richard e Severo tiveram vontade de rir. Pobre Karkaroff que agora estava mofando em Askaban.

- E você quem é? – disse ela se dirigindo a Lúcio.

- Victor Goyle.

- E porque você está aqui?

- Não sei direito, enfermeira. Nós fazemos tudo o que Lúcio Malfoy manda! – respondeu ele. – Mas ele não esta aqui. O que temos que fazer agora? Quem devemos matar? E onde?

- Império! – constatou o rapaz.

- E o senhor? – disse ela, para Crabbe

- Também estou esperando as ordens de Lúcio Malfoy, senhorita! – respondeu Richard em voz chorosa.

- Mais um! Meu Deus, o que esse cidadãos tinham na cabeça para se juntarem a Você-Sabe-Quem? – perguntou o rapaz.

- Nos acompanhem, por favor. –disse a moça, enquanto os três saíram da carruagem e foram cercados pelo enfermeiro alto e forte e por mais dois enfermeiros.

O grupo foi caminhando pelos corredores do hospital, e Snape procurava memorizar o caminho. Tudo estava saindo a contento. Tinham passado tranqüilamente pelos três, parecendo muito doentes.

- Inicialmente, eles vão ficar no mesmo quarto, mesmo porquê não temos outro disponível. – falou a moça loira, a uma senhora de óculos, que tinha estilo de médica que se juntara ao grupo no último corredor a ser perseguido.

- Tudo bem, Stella. – respondeu a senhora. – E qual o problema deles?

- Dois totalmente subjugados pela Maldição Império e o outro quase que totalmente esquizofrênico.

- Nossa! Que quadro deplorável!

Logo, chegaram a um quarto nos fundos do Hospital. A porta fora aberta. Era totalmente branco, com uma faixa azul que percorria o quarto. Três camas estavam dispostas, no quarto que era grande e arejado, mas com grades nas janelas. Aquilo era uma prisão, mas decididamente muito melhor do que Askaban.

- Agora, vocês podem descansar um pouco. Depois os médicos virão examiná-los. – disse a enfermeira loira, enquanto eles entravam no quarto e ela fechava a porta. Snape ficou prestando atenção e percebeu quando a chave foi virada na fechadura. E as vozes começaram a se afastar... Quando tudo ficou em silêncio, Snape disse:

- Eles se foram!

- Uma cama! – gritou Lúcio, se atirando sobre os lençóis brancos e engomados de uma das camas.

- Isso aqui, comparado a Askaban parece o paraíso. – disse Richard se jogando em outra cama.

- E que beldade essa nossa enfermeira. – disse Lúcio Malfoy com um sorrisinho.

- Lúcio! – disseram os outros dois.


Faltavam cinco minutos para o trem - bala sair de Londres. Hermione, confortavelmente instalada em sua poltrona, pensava na conversa que tivera com seu pai. Será que ele ainda tinha algum resquício de poder mágico?

De repente ela viu que alguns homens entraram no vagão na frente do seu parecendo procurar alguém. E num relance ela percebeu, quando um dos homens entrou na outra cabina, a perna de pau de Moody. Hermione ficou apavorada. Moody não se deixava enganar por capas da Invisibilidade. Sem saber direito o que fazer, rumou em direção do final do vagão, onde estavam os toaletes. Com a porta semi aberta, ela ficou espiando eles pedirem o bilhete para todas as pessoas. Depois, ela percebeu que os aurores se aproximavam do banheiro e trancou a porta. Um minuto depois ouviu batidas na porta e uma voz que perguntava.

- Tem alguém aí?

- Por Dios, será que uma mujer no pude ir en el lavabo? – respondeu em espanhol numa uma voz totalmente brava. Hermione não falava espanhol muito bem, o que não faria diferença. A chance do auror saber espanhol eram mínimas.

- Desculpe senhora, só queríamos ver seu bilhete.

- Quien és?

- Patrulha do trem, senhora.

- Aqui, cavallero. – disse ela, que colocara sua luva de inverno, abrindo uma fresta da porta, e colocando o bilhete para fora. Ele pegou e olhou o passaporte.

- Para onde esta indo?

- Para mi casa. Porque quieres saber esso? Uma mujer no tiene más el derecho de viajar ?

- Onde mora?

- In Madri. E porque estás ton interessado? Soy casada. E muy bem casada.

- Obrigado senhora. -disse ele- e Hermione abriu uma festa da porta e pegou o bilhete de volta.

Hermione suspirou aliviada. O truque da espanhola brava sempre dava certo. Aquele auror se reuniu aos outros e Moody perguntou:

- E no toalete?

- Só tinha uma espanhola velha e chata que achou que eu queria casar com ela, pode uma coisa dessas? – respondeu ele, fazendo os outros aurores do grupo rirem.

- Então vamos. – disse Moody, que conduziu o grupo para fora e em segundo o trem partiu.