Capitulo 2: A Convocação
Touya observava a irmã servindo chá para ele, Ywe e Syaoran. O rapaz desviou os olhos para o namorado da irmã que estava parado, encostado numa das paredes da sala com os braços cruzados. Ele o detestava, odiava com todas as suas forças aquele moleque que alem de roubar a seu tesouro ainda tinha a desvirtuado. Deus sabe como ele insistiu para que os dois se casassem, mas Sakura achou melhor morarem juntos, nenhum tinha grana suficiente para pagar uma festa de casamento e Li, orgulhoso que só, se recusou a receber ajuda.
Por fim cedeu, já que viu que sua irmã era tão ou mais teimosa que ele. O rapaz olhou para Yukito que estava ao seu lado e sorriu, no fundo ele tinha feito o mesmo que a irmã. Kero estava sentado em cima da mesa central da sala comendo os doces que a moça ofereceu ao grupo.
Sakura (interrompendo os pensamentos do irmão): 'Vê se está bom de açúcar. Eu nunca acerto a quantidade que você gosta.'
Touya não respondeu, mexeu o chá com a colher e deu um gole pequeno, colocou a xícara novamente no pires.
Touya: 'Coloca mais uma colher.'
Sakura assim fez para agradar ao irmão. Yukito perguntava coisas bobas para ela, tipo como estava o colégio, se tinha falado com alguém da antiga turma, e sobre o terremoto que quase virou a loja de informática dos dois de cabeça para baixo.
Touya: 'Tivemos um prejuízo daqueles. Muitas máquinas caíram no chão e ficaram danificadas.'
Yukito (sempre vendo o lado positivo das coisas): 'O importante é que estamos bem, e não aconteceu nada irremediável.'
Kero (com a boca cheia): 'Aqueles tremores foram muito incomuns, nunca tinha visto algo parecido.'
Touya: 'Ainda mais no mundo inteiro. Algo não me cheira bem desta história.'
Li finalmente olhou o futuro cunhado. Ele sabia que apesar de Touya não possuir mais poderes mágicos, bobo, ele nunca foi. O rapaz percebeu isso e o encarou.
Sakura: 'Syaoran também acha isso.'
Yukito (se levantando depois de respirar fundo): 'Bem, acho que chegou a minha hora.'
O rapaz foi envolvido por um par de asas de anjo e logo a figura esbelta de Ywe apareceu. Li serrou os olhos nesta transformação, queria saber como aquela criatura mágica conseguia fazer aquelas mudanças de personalidade e aparência. Ywe desmaterializou suas asas para ficar mais à vontade, não percebendo que era observado intensamente pelo descendente de Clow.
O anjo ficou parado no meio da sala e encarou a sua mestra.
Ywe: 'Senti um poder muito forte enquanto os tremores ocorriam.'
Kero (voando a sua frente): 'Eu também, mas foram muito rápidos.'
Ywe: 'Como explosões.'
Sakura: 'Será que foram portais?'
Ywe (depois de balançar a cabeça): 'Não sei, não senti nenhuma presença estranha depois, a não ser...'
O anjo se conteve, mas olhou de relance para Li que permanecia em silêncio. O clima ficou pesado. Todos os três sabiam que a presença do rapaz ficou mais forte depois dos tremores.
Touya: 'A não ser o quê, Ywe? '
Ywe: 'Nada.'
Touya sabia que ele estava escondendo alguma coisa, e detestava quando se sentia fora do assunto, olhou para irmã que mordia o lábio inferior discretamente e para Kero que não conseguia ficar parado num lugar só. Era nítido o sinal de nervosismo entre eles, apenas o moleque permanecia calmo e completamente imparcial, mas isso ele sempre foi. Li era indecifrável. Ele não sabia como Sakura conseguia ser apaixonada por uma pessoa tão fria, logo ela que era a alegria da casa, da escola, da faculdade.
Kero: 'O que acha que possa ter acontecido?'
Ywe: 'Não faço a menor idéia, seria muito bom se conseguíssemos falar com Clow.'
Sakura: 'Com certeza ele já sabe o que aconteceu.'
Kero: 'Claro! Vamos tentar ligar para ele.'
Touya: 'Vocês sabem onde ele está?'
Sakura: 'Deve estar na França, em Paris talvez.'
Kero: 'Talvez...'
Silêncio novamente, Sakura olhou para Touya que estava se sentindo mal com aquela meia-conversa. Olhou para Ywe que a fitava e de vez em quando olhava discretamente para Li. Desviou seus olhos para o namorado que permanecia em silêncio. Ai, como aquele silêncio dele a incomodava. Era incrível como Li mudava de personalidade quando estava sozinho com ela. Sozinhos, eles eram como um só, como uma alma só, e agora no meio de pessoas eram com se um abismo enorme se formasse entre eles.
Sakura: 'O que acha que foi, Syaoran?'
Syaoran (com a voz mais fria possível): 'Eu não sei, mas tem algo acontecendo e não é coisa pouca. Aqueles tremores são apenas o aviso do que estar por vim e tem haver com o mundo das trevas sim.'
Kero (assustado): 'Como você pode saber disso?'
Syaoran (erguendo uma sobrancelha): 'Já se esqueceu que eu faço parte do mundo das trevas, bola de pêlo?'
Sakura ouviu aquilo como se uma facada a atingisse no peito. Ela não gostava de lembrar que ele era um ser das trevas. Para ela, Syaoran continuava sendo aquele garoto que ela conheceu quando tinham 10 anos de idade. Aquele garoto por quem ela se apaixonou quando a consolou no parque do rei pingüim quando tinha levado o fora de Yukito. Ela não conseguia o ver como um ser das trevas, como um demônio.
Kero: 'Para mim você sempre será um moleque impertinente e mole. Alem de ser um covarde, pois foge de um confronto comigo desde que era pivete.'
Syaoran (se deixando levar pela implicância dele): 'Oras, seu bicho de pelúcia, você é que sempre se esconde debaixo da saia da Sakura.'
Kero (sentindo seu sangue ferver): 'Mentiroso! Você que sempre fugiu e fica dando uma de gostosão aí, mas não passa de um moleque!'
Syaoran: 'Verdade? Não me diga!'
Sakura (com uma enorme gota na testa): 'Vocês não vão começar a brigar, não é?'
Syaoran e Kero (juntos): 'Foi ele quem começou!'
Ywe: 'Parem os dois!'
Kero: 'Pare você, seu guardião de meia tigela, que só sabe dar uma de gostosão arrumando este cabelo fedorento!' (Nossa, o Kero resolveu se rebelar com todo mundo!!!)
Ywe (perdendo a calma): 'Não é hora disso, Kerberus!'
Kero: 'É isso mesmo! Eu sou o mais lindo de todos e o que acontece comigo? Tenho que viver escondido! Isso é que não é justo. Coitadas das garotas que perdem a oportunidade de ver o maravilhoso Kerberus na sua forma original e acham que estes caras horríveis são alguma coisa!' (Ai coitado do Kero, acho que ele está se sentindo menosprezado...viver fingindo ser um ursinho de pelúcia também não deve ser fácil)
Syaoran (parando ao lado de Sakura): 'Acho que ele não tá legal.'
Sakura: 'Ultimamente ele anda assim, meio revoltado.'
Ywe (quase gritando para ele): 'E como você acha que as pessoas encarariam um tigre falante? Colocariam você num circo!'
Kero: 'Olha só quem ta dizendo isso? Olha bem para esta sua roupa cafona e me diz quem ta vestido de palhaço?'
Sakura (tentando acalmar os ânimos): 'Bem, eu acho que chega, não é?'
Os dois mostraram a língua um para o outro e se viraram de costas com a cara amarrada (Gente, não consigo imaginar o Ywe mostrando a língua para alguém! Isso é realmente um fanfic!)
Touya: 'Acho que não temos mais nada a discutir aqui. Vou para casa porque amanhã vou ter trabalho em dobro na loja.'
Ywe: 'Eu também já vou.'
Kero: 'Já vai tarde.'
Ywe fuzilou o bichinho com os olhos, se pudesse enforcava ele ali mesmo. O anjo deu uma última olhada na sua mestra e foi envolvido novamente pelas belas asas. Yukito apareceu logo em seguida consertando os óculos no rosto.
Touya (se levantando): 'Vamos, Yuki. Acho que está tudo bem agora.'
Yukito se despediu de Sakura e Li e acompanhou o amigo (amiiiiiiigo, claro). Kero antes de saiu entornou o prato com os biscoitos na boca.
Syaoran: 'Continua o mesmo olho grande de sempre.'
Kero falou alguma coisa indecifrável, pois estava com a boca tão cheia que ficava difícil. Por fim voou atrás de Yukito e Touya. O bichano continuou morando com eles, pois se recusou a aceitar a união de Sakura e Li. Como já estava acostumado com o apartamento que ficava só para ele quase o dia inteiro para que jogasse vídeo game e assaltasse a geladeira, achou mais cômodo permanecer morando com os dois. Sakura sentia falta dele, mas preferiu deixar as coisas assim, seria horrível acordar toda manhã ouvindo ele e Li discutindo por coisas completamente inúteis. Mês passado ela tentou fazer um almoço em família e os dois discutiram qual era o melhor time de futebol do Japão, os dois quase saíram no braço!
Depois que a casa voltou a ficar deserta, Sakura tirava as coisas de cima da mesinha e levava para cozinha. Li serviu um chá para si e o bebia olhando, pela janela, a noite. O vento estava forte fazendo folhas voarem por todos os lados. Sakura o observava em silêncio.
Syaoran (sem se virar): 'O quê quer perguntar para mim?'
Sakura levou um susto quase deixando o bule cair no chão.
Sakura (mentindo): 'Nada, quem disse que eu quero lhe perguntar alguma coisa?'
Syaoran: 'Então porque está parada me olhando?'
Sakura se perguntou como ele sabia que ela estava parada olhando para ele se estava de costas. Será que o poder dele conseguia ver isso? O poder dele tinha crescido tanto desta maneira?
Sakura: 'Como você sabe que...'
Syaoran (se virando finalmente para ela): 'Que você tá parada aí como uma estátua?'
Sakura balançou a cabeça mordendo o lábio inferior, ela estava pronta para receber uma bomba do tipo: "Eu sou um demônio que adivinha as coisas, o poder em mim está crescendo e eu não sei como controlá-lo mais".
Syaoran (apontando para a janela): 'Vi o seu reflexo.'
Sakura caiu no chão!
Sakura (se recuperando do tombo): 'Ah claro, o reflexo...' (ria sem graça)
Syaoran (sorrindo de lado): 'Pensou que eu estivesse usando os meus poderes incontroláveis que destruiriam o mundo para saber que você estava que nem uma boba me olhando e pensando: nossa ele é um ser das trevas perigosíssimo?'
Sakura (caminhando até a cozinha): 'Sabe muito bem que eu não gosto deste tipo de brincadeira. Estou muito preocupada com o que aconteceu hoje.'
Syaoran (passando uma das mãos nas costas): 'Eu também'.
O despertador tocou na mesinha de cabeceira. Sakura esticou o braço e o desligou. Deu um bocejo tentando finalmente acordar. Olhou para o lado da cama e viu que Li já tinha se levantado. Sentou-se na beirada na cama e começou a traçar a sua rota daquele dia, com certeza teria muita coisa para fazer na escola. Olhou para o banheiro e rezou para que a água estivesse quente, detestava banho frio (eu também!). Levantou-se e foi até a janela, olhou para fora e viu Li treinando no pequeno quintal da casa com sua espada. Ele era tão disciplinado. Todo o dia era assim: treinava, depois tomava o café, ia para faculdade, voltava para casa para almoçar e depois ia para o estágio. Nunca estava atrasado, nunca perdera a hora, resumindo era completamente diferente dela.
Ela abriu a janela e o observou fazendo os movimentos perfeitos com a espada. Ela podia ficar ali apreciando aquele corpo perfeito e definido por horas (Eu também! Fala sério o Li é tudo de bom, não é?). Syaoran era lindo, como dizia Kimura, ele era um Deus Grego. Por falar na amiga, estava com saudades dela, pensou em ligar para ela assim que voltasse do trabalho para ver como estavam as coisas. Ela foi para o banheiro e tomou o seu banho, depois desceu para preparar o café. Assim que entrou na cozinha, Li apareceu enxugando o suor que escorria pela testa.
Sakura (lhe dando um estalinho): 'Bom dia.'
Syaoran: 'Bom dia, vou tomar um banho rápido.'
Sakura colocou a água na cafeteira e começou a fazer a massa das panquecas. Colocou a frigideira no fogão e começou a cozinhá-las. Quando algumas já estavam prontas, Li desceu abotoando a camisa. Ele abriu a geladeira e começou a colocar as coisas em cima da mesa.
Sakura (sentando a mesa, depois de tudo pronto): 'Vem almoçar hoje em casa?'
Syaoran (depois de tomar um gole de café): 'Acho que não vai dar. Vi como ficou o meu trabalho antes de sair do prédio. Acho que vou ter que refazê-lo.'
Sakura: 'É verdade, eu também não sei como as coisas estão na escola.'
Syaoran: 'Eu ligo avisando.'
Os dois tomaram o café em silêncio. Sakura colocou um pedaço grande de panqueca recheada de geléia de morango na boca. Li olhou para ela e sorriu.
Syaoran: 'Se continuar comendo desta maneira vai engordar.'
Sakura mostrou a língua para ele e voltou a colocar outro pedaço da gostosa panqueca na boca.
Sakura (com a boca cheia): 'Eu faço muitos exercícios no colégio, não se preocupe, não vou ser aquelas mulheres gordonas!' (disse abrindo os braços ao seu lado).
Syaoran (se levantando): 'Assim espero.'
Sakura (começando a tirar a mesa): 'Porque? Se eu engordasse você não me amaria mais?' (Típica pergunta feminina! Se eu ficar gorda e velha, você não vai me amar mais?)
Syaoran (ajudando ela a tirar as coisas da mesa): 'Não é isso.' (Típica resposta Masculina. Têm variantes: Claro que não. Não pensa nisso. Que besteira. E etc.)
Sakura: 'Sei. Você adora uma mulher com o corpo malhadíssimo! Aquelas com aquela barriga reta e com os peitos turbinados!'
Syaoran (riu com gosto): 'Com certeza'.
Sakura levantou da mesa e começou a lavar a louça com a cara emburrada, Li se arrependeu de ter comentado sobre a panqueca. Ele a abraçou por trás e lhe beijou o pescoço.
Syaoran: 'Não precisava ficar tão zangada.'
Sakura (mentindo): 'Quem disse que eu tô zangada?'
Syaoran: 'Você é linda, Sakura.'
Sakura: 'Você acha mesmo?'
Syaoran (sorrindo): 'Claro, desde que eu te olhei pela primeira vez eu pensei: Meu Deus que menina linda!'
Sakura (rindo): 'Mentiroso! Você me olhou com cara feia e pensou: Que garota idiota está com as minhas cartas Clow!'
Syaoran (balançando um pouco a cabeça): 'É verdade, mas depois mudei a minha opinião.'
Ela se virou para trás e Li repousou suas mãos na cintura fina da namorada. Eles se fitaram por alguns minutos antes de Li a beijar de forma apaixonada.
Syaoran: 'Agora a toda poderosa mestra das cartas é a minha namorada.'
Sakura: 'Para de ser bobo, eu não sou toda poderosa.'
Syaoran: 'Mas é a minha namorada.'
Eles se beijaram novamente, Li desviou os olhos para o relógio da cozinha e viu que perderia a hora, mesmo que sua vontade fosse permanecer ali, fez um esforço sobre humano para se afastar de Sakura.
Syaoran: 'Vou terminar de me arrumar.'
Sakura confirmou com a cabeça e observou o rapaz saindo da cozinha. Ela se voltou para a pia para terminar de lavar a louça do café. Li desceu com a mochila nas costas e tentando fazer o nó da gravata. A firma que estagiava era a principal de Tomoeda e exigia que os funcionários trabalhassem a rigor.
Syaoran: 'Droga, não consigo fazer isso.'
Sakura: 'Deixa que eu faço.'
Ela secou as mãos e foi até ele para fazer o nó da gravata.
Sakura: 'Vai com a verde hoje?'
Syaoran: 'Porque? Acha que não está legal?'
Sakura: 'É a sua cor favorita.'
Syaoran: 'E daí?'
Sakura: 'Nada'
Logo que ela terminou de fazer, deu uns passos para trás admirando o namorado. (Gente! Imagina o Li de terno!!!! Eu amo homens de terno!!!)
Syaoran: 'Acho que vou direto da faculdade para o estágio.'
Sakura: 'Vê se me liga, e não fica de conversa com aquelas garotas da faculdade.'
Syaoran: 'Você sabe que eu sou anti-social.'
Sakura: 'E daí? Não precisa ser social para elas caírem em cima.'
Syaoran (sorrindo): 'Ninguém cai em cima de mim... (abraçando ela) Só você.'
Sakura (vermelha): 'Para de ser bobo.'
Syaoran: 'Fica linda vermelha, sabia?'
Sakura: 'Você adora me deixar sem graça, não é?'
Syaoran (a soltando): 'Bem, já vou indo. Vê se anda logo, ou vai se atrasar.'
Ele a beijou de forma mais demorada e antes de sair deu um leve tapinha no bumbum dela. Sakura observou a porta principal por onde Li tinha acabado de sair, e sorriu rodopiando sozinha na sala. Ela era realmente muito feliz!
O sinal do termino da aula de Planejamento e Controle da Produção (o pessoal costuma chamar de PCP. Oh preguiça para se disser o nome das matérias. Eu tenho uma que se chama Elementos de Mecânica Aplicada, só que a gente chama de Elemec, fui descobri que o nome é esse quando eu me inscrevi nela). Li guardava o caderno na mochila, ele mal tinha prestado atenção na aula, pensando no que estaria acontecendo com ele.
Voz: 'Olá, Li'.
Li levantou os olhos e viu o rosto sorridente de Mishimura Akami.
Syaoran (tentando forçar um sorriso): 'Oi, tudo bem com o seu pai?'
Akami (com as mãos para trás e balançando levemente o corpo): 'Sim, ele já está até em casa. Ele me perguntou quem seria o rapaz bravo e corajoso que o salvou.'
Syaoran (rindo de lado): 'Bravo e corajoso?'
Akami: 'Isso mesmo e eu falei que era você!'
Syaoran (fingindo entusiasmo para não decepcionar a moça): 'Nossa...'
Akami (olhando para a mochila que ele colocava nas costas): 'Está indo para a firma agora?'
Syaoran: 'Isso. Bem, acho que a gente se encontra lá.'
Akami: 'Eu posso ir com você?'
Li ergueu uma sobrancelha fitando a menina. Era só o que lhe faltava: a filha do dono da firma estava querendo flertar com ele. Como se ele já não tivesse problemas demais! (Isso que dá ser gostoso!!!)
Syaoran: 'Olha senhorita Mishimura...'
Akami: 'Por favor, Li. Pode me chamar de Mishimura ou Akami se você quiser.'
Syaoran: 'Está bem, Mishimura (ele pronunciou o nome dela meio contrariado). Eu vou direto para firma, não vou almoçar, acho que seria melhor você almoçar e depois nos encontraremos no escritório.'
Akami fechou o sorriso um pouco decepcionada.
Akami: 'Eu também não vou almoçar, o escritório está uma bagunça e acho que vamos ter muito trabalho.'
"Ela é insistente", pensou Li para si mesmo observando a menina, Akami sorriu mais uma vez, ele reparou que ela apertava mais forte os cadernos contra o peito. "Ela só deve estar agradecida, é isso. Não pense besteira, Syaoran Li".
Syaoran: 'Está bem. Vamos comer um sanduíche para forrar o estômago e depois vamos direto para lá, certo?'
Ela confirmou com a cabeça positivamente. Os dois saíram conversando sobre alguns professores, Akami disse que estava muito mal em Estatística e Li ofereceu ajuda para estudar com ela (Eu também estou ruim em estatística, também quero uma aula particular!!!!). Era tudo que a menina queria ouvir. Eles pararam na cantina do campus.
Syaoran (colocando sua mochila numa cadeira): 'O que você vai querer?'
Akami: 'Um sanduíche natural de frango. Preciso perder uns quilinhos.'
Syaoran: 'Ah claro! Dietas!' (Aprenda meu querido: uma mulher sempre está de dieta).
Li deixou Akami na mesa e foi até o balcão comprar o almoço. Ele trouxe tudo numa bandeja.
Akami: 'Que bom, você trouxe coca light! Como soube que eu queria?'
Syaoran (sentando-se a mesa e pegando o seu sanduíche): 'Sakura, só toma esta porcaria pensando que assim engorda menos.'
Akami (fechando o sorriso que a pouco abrira): 'Sakura? É a sua namorada?'
Syaoran confirmou com a cabeça, pois estava de boca cheia. A menina deu uma mordida no sanduíche e mastigou devagar observando o rapaz a sua frente.
Akami: 'Era por isso que ontem estava com pressa para ir embora. Queria saber como ela estava?'
Syaoran (levantando os olhos para ela): 'Sim, nós moramos numa casa meio velha, fiquei preocupada se a construção agüentaria os tremores.'
Akami (depois de piscar os olhos várias vezes): 'Vocês moram juntos?'
Syaoran confirmou mais uma vez de boca cheia. (Que garota chata! Porque não come logo este sanduíche e deixa o coitado terminar o almoço?)
Akami: 'Mas vocês são casados? Eu não vejo aliança na sua mão!'
Li reparou que a menina olhava fixamente para sua mão esquerda procurando a aliança.
Syaoran (depois de beber um gole do suco): 'Ainda não somos casados. Assim que as coisas melhorarem, a gente se casa.'
Akami: 'Mas você é tão jovem? Não deveria se casar tão cedo.' (Ah se fosse com ela a coisa mudava de figura!)
Syaoran: 'Isso é só uma questão de tempo. Não importa quando iremos nos casar, isso já está certo.'
Akami (tentando disfarçar a decepção): 'É tão apaixonado por ela assim?'
Li confirmou mais uma vez e pediu para que se apresassem ou chegariam muito tarde na firma. Akami comeu aquele sanduíche a contra gosto, pensando que as coisas seriam um pouco mais difíceis do que imaginava.
Sakura estava voltando para casa distraída, tinha trabalhado tanto ajudando os outros professores a reorganizar a escola. As aulas tinham praticamente sido suspensas naquele dia após os tremores. Muitos alunos faltaram e os que vieram ajudaram também na arrumação das salas de aula e dos próprios armários, pois muitos caíram espalhando os materiais pessoais dos alunos.
O que mais ela queria naquele momento era apenas chegar em casa, tomar um banho, comer uma comida congelada mesmo e dormir, dormir profundamente. De repente ela sentiu a presença conhecida do mago Clow. Olhou para o outro lado da rua e viu Eriol parado encostado a uma mureta. Ela sorriu vendo a figura do amigo de infância. Ele atravessou a rua e foi ao encontro dela. Os dois se abraçaram de forma carinhosa.
Sakura: 'Que saudades!'
Eriol (sorrindo): 'Há quanto tempo, querida Sakura.'
Sakura: 'E a professora Mizuki?'
Eriol fechou o sorriso, mas tentou disfarçar.
Eriol: 'Ela não pode vir comigo nesta viajem.'
Sakura: 'Como ela está?'
Eriol (depois de respirar fundo): 'Bem, ela está bem.'
Sakura: 'Estou morrendo de saudades dela! A senhora Mizuki também está bem não é? A gente tem mandado o dinheiro do aluguel direitinho para ela.'
Eriol (sorrindo com a doçura da amiga): 'Ela também está bem. Não se preocupe eu não vim para o Japão para lhe cobrar o aluguel.'
Sakura: 'Então veio para uma visita. Que bom! Syaoran ficará muito feliz em lhe rever.'
Eriol: 'Sakura... (ele hesitou um pouco)... eu vim apenas para lhe entregar isso.' (disse estendendo um bonito envelope).
A menina olhou para ele e pode ver o rosto preocupado do mago Clow. Eriol era um jovem bonito e muito parecido com o falecido mago. Ywe muitas vezes comentou que quando olhava para o jovem tinha a impressão que seu criador tinha ressuscitado. A única diferença entre eles eram as roupas, Eriol costumava vestir roupas típicas de jovens londrinos e não túnicas chinesas. Ela pegou o envelope nas mãos dele.
Sakura (lendo o destinatário): 'A feiticeira Sakura Kinomoto, Mestra das cartas.'
Ela olhou novamente para o amigo com um enorme ponto de interrogação na testa.
Eriol: 'Abra.'
Assim ela fez, ainda observou se tinha o nome do remetente, mas não tinha. A abriu com cuidado e tirou o pedaço de papel dobrado.
Sakura (lendo em voz alta): 'Convocação... convocação?' (perguntou olhando para Eriol)
O rapaz fez um gesto para continuar a ler.
Sakura: 'A feiticeira está convocada para o circulo de discussão a respeito do acontecimento de tremores deste Universo. A reunião começará as 00:00 horas horário...' (ela continuou a ler mentalmente)... Peraí, isso é em Londres?'
Eriol: 'Sim, o conselho de Magia Oculta fica em Londres.'
Sakura (incrédula): 'Espera aí, eu não tenho como ir para Londres, eu não tenho dinheiro para viajar para lá!'
Eriol: 'Eles cobrem todas as despesas.'
Sakura: 'Mas e o meu trabalho?'
Eriol: 'Com um telefonema eu resolvo isso.'
Sakura: 'Syaoran não vai gostar disso também.'
Eriol: 'Ele vai ter que aceitar. Ser convocado para este circulo é algo que entre 10 em 10 magos do mundo inteiro sonham.'
Sakura: 'Você também foi?'
Eriol confirmou com a cabeça.
Eriol: 'Como reencarnação do Mago Clow e principalmente porque tive participação no Caos assim como você.'
Sakura: 'Então Syaoran também vai ser convocado'.(a menina abriu um sorriso imaginando uma lua de mel fora de época em Londres – Ai que romântico!!!)
Eriol: 'Não, Li não foi convocado porque para eles Syaoran Li está morto.'
Sakura: 'Oras, então fale para eles que ele voltou?'
Eriol: 'Sakura, você sabe como ele voltou. Li agora não é mais um feiticeiro, ele é...'
Sakura (interrompendo): 'Não pronuncie isso.'
Eriol: 'Me desculpe.'
Sakura começou a caminhar pela calçada. Eriol caminhava ao lado dela com as mãos nos bolsos da calça.
Eriol: 'Sei como as coisas estão sendo difíceis para você...'
Sakura: 'Você não tem como imaginar, Eriol. (ela se virou para ele) É como se a pessoa que eu com quem vivo às vezes é a que eu amo e a que eu odeio. É só fechar os olhos que eu sinto a presença dele e me assusto.'
Eriol: 'Talvez com o tempo...'
Sakura: 'Eu também penso nisso, talvez com o tempo eu me acostume com a natureza dele agora, mas eu tenho medo, Eriol. Tenho medo que o poder que ele tem agora o descontrole.'
Eriol: 'É um risco que você tem que correr.'
Sakura: 'E vou correr sempre para poder estar ao lado dele.'
Eriol: 'É lindo o amor que você sente por ele.'
Sakura sorriu tristemente.
Sakura: 'Ele é a minha felicidade e a minha cruz.' (Sei que esta frase é o maior lugar comum, mas eu não tinha como expressar melhor o que a coitadinha da Sakura tá passando)
Eriol (passando um braço sobre os ombros da amiga): 'Nunca pensei que as coisas chegassem a este ponto.'
Sakura: 'Eriol?'
Eriol: 'Hum?'
Sakura (olhando para ele fixamente): 'Você sabia que no final o Guardião morreria, não sabia?'
Eriol (consertou os óculos, nervoso): 'Sim'.
Sakura (olhando para a calçada): 'E que ele se transformaria numa... ' (ela não conseguia disser)
Eriol: 'Não, isso não tinha sido profetizado.'
Os dois continuaram a caminhar em silêncio pelas ruas de Tomoeda.
Syaoran apertou Enter para imprimir o relatório que tinha feito ontem e teve que refazê-lo hoje. Logo a impressora ao lado de sua mesa começava a imprimir o seu trabalho de dois dias. Ele se esticou para trás tentando relaxar os músculos das costas devido a horas de datilografia. Olhou para o lado e viu Kenta Saito desesperado em frente ao seu computador. Saito era outro estagiário, estudava engenharia de produção. Era bom em números, mas péssimo quando o assunto era burocracia. Li também não gostava desta parte, mas fazer o quê. Tudo tem seu lado bom e ruim (filosofia oriental!).
Syaoran: 'Quer ajuda?'
Sato (olhou para ele como se estivesse encarando seu salvador): 'Eu não consigo fechar este relatório de jeito nenhum!'
Li se levantou ainda se esticando um pouco e foi até a mesa do colega, se abaixou para ler o que estava na tela do computador.
Syaoran: 'Oras, mas já temos um relatório como este feito. É só mudar os valores e as datas'
Sato (com lágrimas nos olhos): 'Você tem o arquivo?'
Syaoran (depois de pensar um pouco): 'Acho que a Mishimura o tem. Pede para ela.'
Sato (sorriu maliciosamente): 'Se eu pedir ela não vai dar nem bola, agora se você pedir a coisa muda de figura...'
Li ergueu uma sobrancelha encarando o colega.
Syaoran: 'O que quer disser com isso?'
Sato (estendendo um disquete virgem): 'Quebra este galho para seu irmão de fé, Li. Pede o arquivo para a senhorita Mishimura.'
Li pegou o disquete a contra gosto, Saito era igual a Hiroshi, seu antigo colega de quarto no dormitório da KΩβ. Debochado, folgado e explorador. Li pensou em quantas vezes teve que ficar até tarde na biblioteca porque o amigo tinha resolvido levar uma das suas inúmeras namoradas para o dormitório dos dois. Ainda bem que naquela época ele tinha o que estudar mesmo. O rapaz bateu de leve o disquete na sua outra mão e se virou, indo em direção a mesa da garota.
Syaoran: 'Mishimura.'
A moça apareceu com um sorriso atrás do computador, ela concertou os óculos que usava apenas para leitura e fitou o rapaz.
Akami: 'Oi.'
Syaoran: 'Você tem um arquivo do relatório para os acionistas Americanos?'
Mishimura olhou um tempo para cima com uma das mãos no queixo.
Akami: 'Acho que tenho. Deixa eu dar uma olhada.'
Li contornou a mesa e se abaixou para ver a tela de computador da menina.
Syaoran: 'Deve estar no drive S. Na pasta de acionistas. Apenas a diretoria tem acesso a esta pasta.'
Akami navegava pelas pastas e drives, mas se sentia sonsa em estar tão próxima ao rapaz que se mostrava completamente indiferente as batidas aceleradas do seu coraçãozinho.
Syaoran (apontando para a tela): 'Ali! Achamos!'
Akami abriu o arquivo e lá estava o que Saito tanto precisava. Ele lhe entregou o disquete. Ela o pegou tocando de leve na mão do rapaz e corando instantaneamente. Em poucos segundos o arquivo estava gravado. Akami lhe estendeu o disquete e olhou fixo para os olhos chocolate.
Akami: 'Está me devendo uma aula de Estatística, certo?'
Syaoran: 'Quando é sua prova?' (disse pegando o disquete da mão dela)
Akami: 'Semana que vem.'
Syaoran: 'Marcamos para depois de amanhã.'
Akami: 'Depois do expediente?'
Syaoran (já se afastando): 'É pode ser. Valeu pelo arquivo!'
A moça o viu se afastar indo ao encontro de Saito, sorrindo.
Akami (baixinho): 'Por nada... por nada...'
Li chegou em casa já eram quase oito da noite. Entrou já tirando os sapatos e o terno. Ele olhou para sala já sentindo a presença de outra pessoa na casa. Respirou fundo e foi até a sala.
Syaoran: 'Sakura...'
Sakura se levantou do sofá onde estava tomando chá com Eriol. Ele percebeu que ela estava tensa.
Sakura: 'Syaoran... Eriol veio nos visitar.'
Li desviou os olhos para a reencarnação do mago Clow. Eriol se levantou e foi cumprimentar o amigo com um abraço. Li retribuiu apesar de estar ansioso para saber o que estava realmente acontecendo.
Eriol (ainda abraçado ao amigo): 'Como está, caro descendente?'
Syaoran (se afastou dele encarando-o): 'Não sei se me alegro em lhe ver ou me preocupo. O que o traz ao Japão, Hiragizawa?
Eriol sorriu constrangido e encarou o semblante preocupado de Li.
Sakura: 'Eriol irá jantar conosco, depois vocês conversam. Que tal tomar um banho?'
Li ficou ainda um tempo observando o amigo. Deu um rápido beijo em Sakura e subiu para o segundo andar.
Sakura (depois que o rapaz sumiu de vista): 'É melhor nem comentar com ele.'
Eriol (se virando para ela): 'Como assim, Sakura?'
Sakura (se deixando sentar no sofá): 'Ele não vai gostar de saber que vamos para uma reunião de magos e ele não foi convidado. Vai se sentir excluído, eu não posso fazer isso com ele.'
Ela tampou o rosto com as mãos e balançou a cabeça levemente. Eriol pousou uma das mãos no ombro da amiga tentando lhe dar apoio.
Eriol: 'Você tem que ir, Sakura. É sua obrigação como feiticeira.'
Ela olhou discretamente para o amigo e se levantou.
Sakura: 'Vou preparar o jantar.'
O jantar foi tranqüilo, Eriol e Li conversavam sobre coisas normais, emprego, estudos, política, acontecimentos e etc. Deixaram para discutirem o real motivo da visita do amigo inglês para depois da sobremesa. Li estava sentado com os pés cruzados em cima da mesa de centro. Eriol estava a frente dele enquanto Sakura ainda arrumava a cozinha.
Syaoran: 'Sem rodeiros, Hiragizawa, o que foram aqueles tremores?'
Eriol: 'Eu não sei. Sinceramente, não faço idéia do que seja.'
Syaoran: 'Acha que tem alguma coisa haver com os portais?'
Eriol (depois de respirar fundo): 'Não senti a presença de nenhuma criatura das trevas.'
Syaoran (se levantou e caminhou lentamente pela sala): 'A minha presença aumentou.'
Eriol olhou para ele diretamente e apenas confirmou com a cabeça.
Eriol: 'Aconteceu alguma coisa com você?'
Li ficou em silêncio por um tempo, ele olhava para cozinha onde Sakura ainda arrumava as coisas.
Syaoran: 'Sim, eu... (ele hesitou um pouco, depois olhou para Eriol com seus olhos penetrantes) Não preciso falar que é para manter em segredo, não é?'
Eriol: 'Claro que não.'
Syaoran: 'Estou me transformando num demônio.'
Eriol arregalou os olhos assustado. Ficou um tempo sem ar e tentando ingerir as palavras do amigo.
Eriol: 'Co... como?'
Syaoran: 'Surgiram asas nas minhas costas.'
Eriol: 'Asas?'
Li olhou novamente para cozinha.
Syaoran: 'Sim, asas de seres das trevas.'
Eriol não sabia o que fazer ou disser para o amigo, nem ousou pedir para vê-las, pois sabia que isso faria sua magia aumentar e despertar a atenção de Sakura.
Eriol: 'Mas você consegue controlá-las pelo que estou vendo.'
Syaoran: 'Mas eu sei que isso é só o começo.'
Os dois ficaram em silêncio por um tempo.
Syaoran: 'Quero que me prometa uma coisa, Hiragizawa.'
O inglês consertou os óculos no rosto encarando o amigo.
Syaoran: 'Quero que me prometa que irá sempre proteger Sakura, principalmente se for de mim.'
Eriol: 'Você nunca fará mal a ela.'
Syaoran: 'Eu já não sei. Prometa-me isso.' (falou encarando-o agora)
Eriol: 'Nem precisava pedir isso.'
Syaoran (voltando a se sentar): 'Obrigado.'
Sakura apareceu na sala e se sentou no braço da poltrona onde estava Li. Ela olhou discretamente para Eriol como se dissesse: é agora.
Sakura: 'Syaoran...'
Syaoran (virando-se para ela): 'Hã?'
Sakura (estendendo o envelope que havia recebido): 'Recebi isso hoje.'
Syaoran: 'E o que é isso?'
Sakura: 'Bem... é melhor você ler.'
O rapaz pegou o envelope das mãos da namorada e o abriu, só em olhar para o envelope já o reconheceu, era o mesmo que sua mãe e alguns membros da família Li recebiam de vez em quando. Ele mesmo tinha o recebido uma vez. Ele franziu a testa pensando no que poderia ser desta vez. Leu em silêncio sendo observado pelos outros dois ocupantes da sala. Sakura fazia carinho de leve no seu ombro. Assim que terminou a carta a dobrou e enfiou novamente no envelope.
Syaoran: 'Estas caras todas era só por causa disto?'
Sakura: 'O Eriol acha que eu deveria ir, mas se você...'
Syaoran (interrompendo-a): 'E você tinha alguma dúvida?'
Sakura ficou um pouco surpresa com a atitude dele, pensou que ele ficaria bravo ou chateado.
Syaoran: 'Vai ser muito bom para você, apesar de eu, particularmente, achar que vai ser um saco. Será interessante você conhecer outros detentores de Magia no mundo.'
Sakura: 'Mas você leu onde vai ser? É em Londres.'
Syaoran: 'Daidouji ficará muito feliz em revê-la.'
Sakura: 'Tem certeza que você ficará bem sozinho?'
Syaoran (sorrindo): 'Minha flor, eu vim morar sozinho com o Wei quando tinha 10 anos. Não se preocupe, ainda sei me virar.'
Sakura (fazendo carinho nos cabelos dele): 'Tem certeza?'
Syaoran: 'Claro. (virando-se para Eriol) Você também deve ter sido convocado, não?'
Ele confirmou com a cabeça.
Syaoran: 'Melhor, assim não se sentirá deslocada.'
Sakura sorriu para ele com doçura e lhe deu um gostoso beijo na bochecha.
Os três acertaram alguns detalhes da viajem, que estava marcada para o dia seguinte à noite. Eles teriam um dia para organizar tudo. Eriol foi embora tarde prometendo que falaria com o velho professor e agora diretor Terada.
Li estava deitado lendo um livro quando Sakura se deitou ao seu lado.
Sakura: 'Tem certeza que não vai se importar que eu viaje?'
Syaoran (sem tirar os olhos do livro): 'Está preocupada?'
Sakura: 'Com você?'
Syaoran: 'Em ficar um tempo sozinha.'
Sakura (se abraçou nele deitando sua cabeça no peito do rapaz): 'No fundo acho que eu é que tenho medo de me afastar de você.'
Syaoran (sorrindo): 'Eu vou estar aqui quando você voltar. Não vou fugir.'
Sakura: 'Eu queria que você fosse comigo.'
Syaoran (depois de respirar fundo): 'Sakura, nem tudo é como a gente gostaria que fosse. Eu não poderia ir, tenho provas e o estágio... eles não me liberariam alguns dias.' (Ah não vão mesmo, estagiário é sinônimo de escravo!)
Sakura: 'Eu prometo voltar o mais rápido possível.'
Syaoran fechou o livro, o colocou na mesinha de cabeceira e depois começou afagar os belos cabelos de sua companheira.
Syaoran: 'Aproveite, minha flor. Além de reencontrar Daidouji, aproveite para conhecer outras pessoas com magia.'
Sakura: 'Você conhece alguns?'
Syaoran: 'Alguns...'
Sakura abraçou mais forte o namorado e Li beijou a sua testa com carinho.
Syaoran: 'Bem, vamos ficar quase uma semana longe um do outro...'
Sakura balançou a cabeça positivamente, se levantando para fitá-lo.
Sakura: 'Vou morrer de saudades.'
Li beijou de leve os lábios tão amados.
Syaoran: 'Eu já estou com saudades.' (disse envolvendo sua amada em seus braços e voltando a beijá-la).
Continua...
