Capitulo 4: Um Lar Acolhedor.

Syaoran estava deitado olhando para o teto do seu quarto. Era estranho deitar naquela cama sozinho, na noite passado ele rolou de um lado para o outro mal conseguindo pregar o olho. Olhou para o lado e viu o travesseiro de Sakura. O pegou e levou até a altura do rosto. Respirou fundo e pode sentir o perfume dela. Ele era tão bom. Fechou os olhos e pode imaginá-la linda a sua frente, só tinha uma palavra para descrevê-la: Perfeita. Sakura era perfeita para ele. Ela o completava, ela o preenchia. Ele se levantou da cama e começou a caminhar pelo quarto, estava um calor insuportável. Era esquisito, estavam em pleno inverno, não era para sentir tanto calor, o aquecedor nem estava ligado. O rapaz tirou a camisa e saiu do quarto. Desceu até a cozinha e se serviu de um grande copo de água gelada. O bebeu de uma vez só.

Ligou o som, colocou o primeiro cd que viu no aparelho e sentou no sofá. Tentou relaxar, estava tenso, nervoso. E o pior não sabia o que estava acontecendo.

I feel my wings have broken
In your hands
I feel the words unspoken
Inside
When they pull you under
And I would give you any thing you want

Agora era a vez das suas mãos coçarem. O rapaz olhava para elas em pânico, imaginando o que viria a seguir. E se ela o visse com aquelas asas? E se ele estivesse realmente se transformando fisicamente num demônio?

You were all I wanted
All my dreams are falling down

Ela o amaria ainda? Ela amaria um demônio? Syaoran se jogou para trás, passou uma das mãos no cabelo já despenteado. Sua mão ficou na testa que estava quente como se ela estivesse fervendo, como uma verdadeira panela de pressão pronta para explodir.

Crawling round and round and round

Ele coçou as mãos ficando extremamente irritado com aquilo. Levantou-se e foi até a cozinha onde as colocou debaixo da água gelada, dava a impressão que assim elas coçavam menos. Na sala o som berrava quase que estridente. Pensou que os vizinhos provavelmente reclamariam com ele amanhã quando saísse para a faculdade. Ou com Sakura quando esta voltasse, ai ela viria reclamar no seu ouvido. i"Você não é mais um adolescente, Syaoran Li. Deveria se comportar como um adulto que é!"/i Imaginou a namorada reclamando com ele. Podia visualizá-la na sua frente com as mãos na cintura e vermelha de raiva reclamando.

Somebody save me
Let your waters break right through
Somebody save me
I don't care how you do it
Just save, save
Come on
I've been waiting for you

Ele fechou a torneira e secou as mãos no pano de prato. Elas continuavam a coçar, mas achou que não poderia ficar para sempre com elas debaixo d'água. Foi até o aparelho de som e diminuiu um pouco o volume, mesmo a contra gosto. Gostava da música, tinha haver com ele. Ele precisava de alguém que o salvasse, ele precisava de Sakura, o problema era se ela queria o salvar. Pegou um livro qualquer na estante.
"A magia oculta dos humanos" , leu mentalmente. O colocou de volta, com certeza deveria ser um dos livros que Eriol o presenteara. O amigo inglês sempre lhe dava livros ligados à magia. Pegou um de Sakura. "Amar novamente" , leu e fez uma careta, deveria ser um daqueles livros melosos que a namorada adora perder tempo lendo. Desistiu.

I see the world has folded in your heart
I feel the waves crash down inside
And they pull me under
And I would give you anything you want
You were all I wanted
All my dreams have fallen down
Crawling round and round and round

Caminhou até a janela e olhou para fora. A noite era apenas iluminada pela enorme lua cheia. A neve tinha parado um pouco, o que significava que de manhã não precisaria tirá-la da frente de casa. Ele abriu a janela e sentou no parapeito apoiando suas costas na lateral da janela. Cruzou os braços sobre o peito nu e olhou para a lua. Ele não cansaria de olhar para ela, ficou quase dois anos olhando para um céu vermelho em fogo, cada vez que olhava para aquelas chamas se lembrava da bela lua do Japão. O vento frio batia em seu rosto, o rapaz fechou os olhos se deliciando com fria brisa.

Somebody save me
Let your waters break right through
Somebody save me
I don't care how you do it
Just save, save
Come on
I've been waiting for you

Syaoran respirou fundo e pensou em tudo que estava acontecendo na sua vida. Desde que chegou do inferno, Sakura sempre esteve ao seu lado. Era a primeira vez que estava realmente sozinho em algum lugar, e era a primeira vez que pensava em tudo que tinha lhe acontecido desde que a encontrou no quarto de Midori Timu da irmandade ΔPα (para quem não lembra, foi o garoto que foi morto pelo lobisomem. Lembraram-se?). Ele podia se lembrar de quando os dois invocaram suas magias e ficaram um olhando para a cara do outro como bobos. Li sorriu levemente ao lembrar disso.

All my dreams are on the ground
Crawling' round and round and round

Depois tudo foi uma avalanche, tudo aconteceu ao mesmo tempo, não lhe dando tempo de degustar nada, de apreciar nada. Sua vida tinha sido um filme corrido, onde ele não viveu, apenas sobreviveu aos acontecimentos, na verdade, ele nunca viveu, apenas tentou sobreviver com todas as suas forças. Se era forte e poderoso agora, foi porque tinha sofrido e tinha sofrido muito. Mas ele sobreviveu porque ela estava ao seu lado, o apoiando, o ajudando com aquele jeito atrapalhado e desajeitado de ser. Ela o tinha salvado. Ele sabia disso, mas não admitiria nunca.

Somebody save me
Let your waters break right through
Somebody save me
I don't' care how you do it
Just save me, save me
I've made this whole world shine for you
Just save, save
Come on
I'm still waiting for you

A música acabou, ele foi até o som e o desligou antes que a próxima musica do cd começasse. Estava pronto para subir até o segundo andar e tentar dormir quando o telefone toca. Li franziu a testa imaginando quem ligaria para sua casa àquela hora da noite. Foi até lá e o tirou do gancho.

Syaoran: 'Alô.'

Sakura: 'Syaoran, você está bem meu amor?'

Li sorriu ao ouvir a voz doce da namorada, mas pode sentir que ela estava nervosa.

Syaoran: 'Estou bem. O que aconteceu?'

Sakura (mentindo): 'Nada, não aconteceu nada. Eu e o Eriol estamos voltando amanhã no primeiro vôo.'

Agora que Li teve a certeza que tinha alguma coisa errada. O combinado era que ela ficasse em Londres por quase uma semana. Porque aquela pressa?

Syaoran (firme): 'O que está acontecendo, Sakura?'

Sakura: 'Na... nada. Já falei que não aconteceu nada. Só estou com saudades de você e quero voltar logo.'

Syaoran: 'O Hiragizawa também está com saudades de mim?' (perguntou debochando)

Sakura: 'Porque sempre tem que implicar com as coisas.'

Syaoran: 'Só implico quando as coisas estão erradas.'

Sakura ficou em silêncio por algum tempo pensando no que responderia para ele. Ela apertou mais forte o telefone e olhou para Eriol, Tomoyo e Yelan que estavam a sua frente.

Sakura (vendo que não poderia fingir por muito tempo): 'Syaoran, toma cuidado, por favor...'

Syaoran (franzindo a testa): 'Porque Sakura? O que o tal do Circulo falou para você ficar tão preocupada?'

Sakura: 'Eles... eles querem... eles...'

Syaoran (perdendo a paciência): 'Desembucha, Sakura!'

Sakura: 'Eles querem matar você, Syaoran. Eles acham que você é perigoso...'

Li sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. O seu medo era que de alguma forma atingissem Sakura.

Syaoran: 'Não se preocupe, minha flor. Eu vou me cuidar.'

Sakura (com lágrimas nos olhos): 'Me prometa... me prometa que vai ficar comigo.'

Li sentiu um aperto no peito, talvez não fosse correto prometer isso a ela, mas que se dane, o que ele mais queria no mundo era estar ao lado dela.

Syaoran: 'Claro que prometo.'

Sakura (sorrindo levemente): 'Até amanhã, meu amor.'

Syaoran: 'Até.'

Ele desligou o telefone e continuou olhando para o aparelho. Então os magos queriam eliminar ele. Virou-se e começou a subir as escadas.

Syaoran: 'Pena que não vão conseguir.'

Sakura desligou o aparelho ainda com um aperto no peito. Olhou para os três as sua frente e tentou sorrir para dizer que estava tudo bem. Mas no seu intimo algo dizia que não estava, que nada estava certo. Ela não suportaria o perder novamente.

Sakura: 'Tem certeza que não há como voltarmos hoje ainda, Eriol?'

Eriol: 'Infelizmente não. Foi um milagre que eu tenha conseguido adiantar o nosso vôo.'

A menina deu um longo suspiro e se sentou na beirada da cama. Tomoyo se sentou ao lado dela, tentando lhe dar forças.

Eriol: 'Teremos grandes problemas agora.'

Yelan: 'Eu sei. Espero que meu filho consiga resolver tudo.'

Eriol: 'Acho que seria melhor a senhora descansar também. Depois de boas horas de descanso saberemos decidir o melhor.'

Yelan foi até Sakura, pegou o rosto delicado da moça entre suas mãos e sorriu.

Yelan: 'Meu filho tem sorte de ter encontrado uma companheira tão especial como você querida.'

Sakura (sorrindo docemente): 'Eu o amo muito, senhora.'

Yelan: 'Eu sei disso, eu vi e sinto todo o amor que você tem por ele. Boa noite, minha filha.' (Isto é realmente um fanfic, vivemos no mundo da imaginação, pois uma sogra boazinha só mesmo nele!)

A velha senhora se despediu de todos e saiu. Eriol ainda observava Sakura abraçada a Tomoyo. Era tão palpável o medo da menina. O celular do rapaz toca quebrando o silêncio.

Eriol: 'Hiragizawa falando... O que foi Nakuru?... Como assim ela piorou?... Acalme-se, me chame à senhora Mizuki, quero falar com ela....'

Tomoyo levantou o rosto e viu o rapaz andando de um lado para o outro tenso. Sakura estava indiferente ao que acontecia, estava preocupada demais com o que poderia acontecer com Li.

Eriol: 'O quê houve?... Mas ela não estava bem?...(um longo tempo)... Não se preocupe, estou indo agora para aí.'

Ele desligou o celular mais nervoso ainda, olhou para Tomoyo que o fitava.

Eriol: 'Sakura, infelizmente eu não vou poder voltar para o Japão com você, eu não sei o que fazer agora.'

Sakura se levantou e olhou para ele de forma assustada, ela nunca tinha visto a reencarnação de Clow daquela maneira. Parecia que ele estava se controlando para não chorar.

Tomoyo: 'Não se preocupe, Eriol. Eu volto com a Sakura. Agora vá.'

Eriol ficou um tempo fitando o rosto sereno da amiga e se virou para ir embora. Sakura ficou observando a porta fechada pelo amigo com um enorme ponto de interrogação.

Sakura: 'O que está acontecendo com ele?'

Tomoyo: 'Eu não sei.'

As duas amigas ficaram um tempo em silêncio. Sakura se virou para Tomoyo que ainda encarava a porta fechada. A expressão da amiga era diferente, Sakura não conseguia identificar o que realmente Tomoyo estava sentindo ou pensando. A menina se levantou e foi até o banheiro dizendo que tomaria um banho. Tomoyo pela primeira vez não a ouviu.

Sakura desembarcou no aeroporto internacional de Tókio, Li não estava a esperando, estava no estágio pela hora. As duas caminharam um pouco rápido, pegaram um táxi e se dirigiram direto à casa branca. O combinado foi que Tomoyo ficasse na casa da amiga. A moça não gostaria de voltar para a enorme e vazia mansão Daiudouji. Sentia falta da mãe, mas esta estava viajando pelos Estados Unidos. As duas entraram na casa quase botando os bofes para fora já que Tomoyo dispensou James e o motorista de táxi mal educado nem se ofereceu para ajudá-las. (Eu não sei se taxistas do Japão são assim, mas os cariocas são o cumulo da falta de educação. Além de se acharam o máximo no volante cortando todo mundo, ainda são mal educados de dar dó).

Sakura (olhando para casa vazia): 'Ainda bem que está tudo no lugar.'

Tomoyo: 'Pelo que eu me lembre de Li, ele era muito organizado.'

Sakura (sorrindo): 'Isso é verdade. Bem, vamos levar nossas malas para o segundo andar.'

As duas subiram e Sakura mostrou o quarto que Tomoyo ficaria. Era simples, mas a amiga adorou, até porque Sakura deu carta branca para ela colocar ele ao seu gosto. As duas tiraram no par ou impar quem tomaria banho primeiro, pois a pequena casa só tinha um banheiro, como sempre Tomoyo ganhou e Sakura fez aquela carinha de dar pena em qualquer um. Acabou passando a frente da amiga. Li chegou do trabalho para a hora do jantar e encontrou as duas conversando animadamente na cozinha enquanto preparavam a refeição.

Syaoran (parado na porta as admirando): 'Boa noite, garotas!'

Sakura limpou as mãos no avental e saltitou até o namorado para lhe dar um gostoso abraço. Li a abraçou e lhe lascou um beijo tentando matar as saudades daqueles quase três dias separados.

Syaoran (beijando o rosto de Tomoyo): 'Que bom que veio passar um tempo com a gente, Daidouji.'

Tomoyo (com o sorriso meigo de sempre): 'Obrigada por me acolherem, detestaria ficar naquela mansão vazia.'

Syaoran: 'Acho que não preciso disser que é sempre bem vinda aqui não é?'

Sakura (ao lado do namorado): 'Isto mesmo, Tomoyo. Se você quisesse poderia morar com a gente. Seria maravilhoso!'

Tomoyo (sem graça): 'Ah eu não quero atrapalhar a vida de vocês.'

Syaoran: 'Você nunca nos atrapalharia Tomoyo. Concordo com a Sakura, se quiser pode vir morar com a gente. Esta casa não é lá parecido com a mansão que você morava, mas ela sempre estará de portas abertas para você.'

Tomoyo (emocionada): 'O-Obrigada.... por tudo.'

Tomoyo sempre foi muito sozinha, seu pai morreu quando era muito jovem e ela mal se lembrava do rosto dele. Sua mãe vivia para a firma e viajava muito, fazendo a menina ser criada praticamente por empregados. Quando conheceu Sakura, se apegou demais a menina. Sakura era como se fosse a sua família, já que não tinha irmãos nem parentes. Quando resolveu morar com ela no alojamento da irmandade Kαβ, passou os quatro anos mais felizes da sua vida, mas depois que a faculdade terminou, as duas se separaram. Sakura foi morar com o irmão e Yukito e começou a dar aulas na escola Tomoeda. Ela inicialmente ficou cuidando da mãe que não estava bem de saúde e tentou tocar os negócios. Foi um fiasco, Tomoyo nunca teve aptidão para os negócios. Era boa aluna em matemática, mas nunca gostou do mundo das financias. Sonomi assim que melhorou voltou a assumir a fábrica para grande alivio da menina e ela finalmente pode se dedicar ao que queria: a música. Tinha lançado um cd de música clássica que vendeu muito bem em todo o mundo. Sua vida tinha se transformado numa correria, eram shows, apresentações, lançamentos, ensaios, encontros profissionais.... a menina não tinha tempo para mais nada. Quando soube que Sakura viria para Londres, ela resolver dar um tempo e pedir umas férias. Seus produtores não gostaram muito da idéia e resolveram que dariam um tempo apenas nas apresentações e shows, mas ela se encarregaria de preparar o segundo cd.

Quando Eriol disse que não poderia acompanhar Sakura para o Japão resolveu de supetão vir com a amiga, deixando os seus produtores de cabelos em pé. Mas com seu jeitinho meigo e calmo, conseguiu convencê-los a produzir o segundo cd no Japão. E agora lá estava ela na casa dos seus dois amigos, sendo tratada como da família. Aquela casa branca era muito mais que suas construções, ela formava a família de cada membro que habitava ela.

Syaoran (espiando as panelas): 'Hummmmmm... acho que finalmente vou comer algo de bom nesta casa. Daidouji, você deveria ensinar algumas coisas para esta sua amiga.'

Sakura (dando um empurrãozinho no rapaz): 'Hei, tá falando que eu cozinho mal é?'

Syaoran (com aquele ar de superior): 'Sakura, vamos ser honestos, você cozinha uma gororoba. Acho que teve só uma vez na minha vida que eu comi bem depois que a gente se mudou.'

Sakura (erguendo uma sobrancelha): 'Ah é? E qual foi este dia, posso saber?'

Syaoran (saindo da cozinha): 'Quando eu resolvi fazer a comida.'

Sakura (irritada): 'Syaoran!!!'

Tomoyo sorria vendo a amiga correndo atrás do namorado para lhe dar um empurrão. Ele a pegou no colo e a levantou como ela detestava. Li ria vendo a namorada gritando e pedindo para ser colocada no chão. Era tão bom vê-los felizes e enamorados que ela sentiu falta disso. Nunca tinha namorado ninguém, nem mesmo um casinho sequer. Ela só tinha olhos para sua amiga e acabou deixando inúmeras oportunidades de ser feliz passarem. Mas isso não importava, vendo Sakura tão feliz ao lado de Li lhe confortava o coração.

Na grande sala de reunião onde anteriormente o circulo de magos tinha se formado agora só era ocupado por três pessoas. Garwood, Smith e Harmony. Os três estavam sentados praticamente um de frente ao outro se entre olhando.

Garwood: 'Charles tem razão, não conseguiremos derrotar Li.'

Smith (o mais revoltado): 'Não conseguiremos se nem ao menos tentarmos. Precisamos detê-lo ou ele poderá colocar toda a existência deste universo em perigo!'

Garwood: 'Eu sei disso, Caro Smith, mas não quero me sacrificar por algo em vão. Temos que se realistas, não temos poderes para isso.'

Smith: 'Se pelos menos o pilar da vida não estivesse apaixonada por ele...'

Harmony: 'Ela também não tem poderes para derrotá-lo.'

Harmony na medida que conversava com os dois tirava cartas e mais cartas de seu baralho e espalhava elegantemente na mesa a sua frente.

Garwood: 'Consegue ver alguma coisa?'

Harmony (balançando a cabeça negativamente): 'Não claramente. As cartas me dão várias respostas mas nenhuma faz sentido... talvez...'

Smith: 'Talvez o que?'

Harmony (olhando diretamente a eles): 'Só há uma pessoa que pode derrotá-lo.'

Garwood (se ajeitando na cadeira tenso): 'Quem?'

Harmony: 'Alguém igual a ele.'

Smith (se levantando de supetão): 'Um demônio?!"

Garwood: 'Cara Harmony, isso é impossível, nenhum demônio colaboraria conosco.'

Harmony (sorrindo serenamente): 'Não um demônio. Diga-me quem era Syaoran Li antes de morrer?'

Smith: 'O guardião... o guardião das trevas.'

Garwood (entendendo o que a feiticeira estava falando): 'Precisamos de um guardião, apenas um poderá derrotar outro.'

Smith: 'Mas de que universo pediremos ajuda?'

Harmony: 'Isso não podemos determinar, mas sabemos que alguns universos possuem os seus. Devemos orar para que uma brecha se abra e traga ele até nós.'

Garwood (se levantando): 'Vamos começar a sessão de orações. Quero todos reunidos por tempo integral.'

Harmony (se levantando e recolhendo suas cartas): 'Eu sei que ele virá com isso.'

Smith: 'Assim espero, assim espero.'

Sakura, Li e Tomoyo estavam jantando a boa comida daquela noite. Li já estava no terceiro prato e não cansava de elogiá-la. Tomoyo ria discretamente enquanto via Sakura fechar a cara quando o namorado dizia que ela tinha que cozinhar daquela maneira. Eles conversavam animadamente sobre os últimos acontecimentos, Li falava sobre o estágio e a faculdade, Sakura sobre as travessuras de seus alunos e Tomoyo apenas escutava e de vez em quando contava algum episódio de suas apresentações pelo mundo. A campainha tocou e Sakura foi atender.

Sakura: 'Ke...Kero?!'

Lá estava o bichinho amarelinho com as orelhas baixas e uma malinha nas mãos. Tomoyo e Li foram até a porta para ver o que estava acontecendo.

Tomoyo: 'Kero, o que você faz aqui?'

Kero: 'Aquele grosso do Ywe me expulsou de casa.'

Li não agüentou e riu com gosto, irritando mais o amiguinho.

Kero: 'Pare de rir da minha desgraça, moleque mal educado! Não entendo como a Sakura pode gostar de alguém tão insuportável!'

Sakura (tentando acalmar o amiguinho): 'Kero conta esta história direito.'

Syaoran (aproveitando para tirar sarro dele): 'Oras Sakura, no mínimo ele deve ter comido toda a dispensa novamente. Tenho que dar razão para o Ywe.'

Kero (mostrando os dentes): 'Não foi nada disso! Eles reclamaram que eu estava usando muito o vídeo game e que a conta de luz tava vindo muito cara. Sakura, você sabia que o Touya é um tremendo pão duro?!'

Sakura sorriu amarelo não conseguindo responder aquela pergunta, na verdade não era bem uma pergunta, provavelmente Kero não aceitaria uma resposta negativa.

Tomoyo (olhando incrédula para Kero): 'Mas vocês brigaram só por causa disso?'

Kero: 'Ai o Yukito ainda colocou mais pilha na fogueira falando que eu tinha atacado a geladeira.'

Syaoran (se metendo na narrativa): 'Se o Yukito falou alguma coisa deve ter sido porque tinha chegado no limite!'

Kero fuzilou o rapaz com os olhos. Eles estavam em chamas.

Sakura: 'Continua Kero...'

Kero (suspirou fundo antes de recomeçar sua triste história): 'Eu falei que tinha apenas comido o necessário. Oras, Sakura, eu sou o poderoso Kerberus preciso me alimentar ou os meus olhos dourados ficarão opacos de fome.'

Syaoran: 'Olhos dourados? Pelo que eu saiba aquilo é castanho!' (cara, o Li também tá provocando! Coitado do Kero!!!)

Kero: 'São dourados!'

Tomoyo: 'Tá Kero, são dourados, pronto! Agora o que aconteceu?'

Kero (respirou fundo e continuou): 'Ai para piorar o Ywe resolveu se meter. Disse que eu não prestava atenção em nada, que nunca protegia a Sakura...'

Syaoran: 'O que é verdade...'

Sakura: 'Syaoran, não complica a situação!'

Syaoran: 'Mas eu não estou complicando nada, só estou comentando. Eu preciso ser imparcial, não é porque este boneco tá choramingando na minha frente que eu não vou olhar o lado do seu irmão e do Ywe.'

Sakura (erguendo uma sobrancelha): 'Imparcial, sei?'

Kero: 'Eles foram injustos comigo, Sakura. Trataram-me como um inútil!'

Syaoran: 'Oras, mas o que você pensa que é?'

Sakura: 'Syaoran!'

Kero (com os olhos em fogo): 'Inútil!!!! Eu vou mostrar quem é inútil?'

Kero se transformou na sua forma original. Sakura e Tomoyo entraram em desespero enquanto Li colocava mais lenha na fogueira. Os dois realmente nunca se entenderiam. Sakura balançou a cabeça desanimada, se o amiguinho ficasse com ela aquela discussão entre os dois estaria sendo apenas o começo dos seus problemas.

Kerberus: 'Vamos ver moleque, agora o negócio é só entre eu e você!'

Syaoran (jogando sua esfera para cima e a pegando logo em seguida): 'Não vale correr para baixo da saia da Sakura.'

Kerberus: 'Quem vai correr vai ser você!'

Sakura (parando no meio dos dois): 'Parem já com isso! Parecem crianças! Kero volte a sua forma falsa.'

Syaoran: 'Forma de ursinho de pelúcia!' (Cara está foi demais!!! O Li se rebelou contra o Kero desta vez!!!)

Kerberus não agüentou jogou sua bola de fogo com tudo em cima de Li. No fundo o rapaz pensou que o bichinho não tivesse coragem de fazer isso. Ele estendeu um braço para frente e parou com a bola de fogo no ar. Kerberus olhou espantado para o que o moleque tinha feito. Li abriu os olhos e nem ele mesmo acreditou que tinha controlado a bola de fogo do guardião de Sakura. Com um gesto do rapaz a bola desapareceu e o que sobrou foi apenas fumaça na mão de Li.

Todos da sala olhavam para o rapaz com enormes pontos de interrogações na testa.

Sakura (se aproximando de Li): 'Vo... você está bem, Syaoran?'

Syaoran (analisando sua mão ainda): 'Hã... bem... acho que sim... Caramba, isto foi muito legal!'

Kerberus viu que o negócio pegaria para o lado dele e voltou a forma falsa. Sakura pegou a mão do rapaz e a viu um pouco queimada, mas as queimaduras estavam cicatrizando aos poucos.

Sakura (olhando espantada para ele): 'O que está acontecendo, Syaoran?'

Syaoran (puxando sua mão e a escondendo): 'Nada... não tá acontecendo nada...'

Tomoyo (chegando perto dos dois): 'O importante é que não aconteceu nada de grave.'

Sakura ainda estava meio dopada com o que tinha acontecido. Tomoyo não pode perceber mas a presença de Li tinha aumentado naquela hora.

Tomoyo (olhando para Kero que flutuava na sala): 'O que vamos fazer com o Kero?'

Sakura (voltando a realidade): 'Bem ele vai ter que ficar com a gente.'

Kero: 'Morando com este moleque é que não dá!'

Sakura (erguendo uma sobrancelha): 'E você vai para onde, Kero?'

Kero (depois de um tempo): 'Eu... eu vou... eu vou....eu vou morar com Clow. Isto! Eu vou morar com ele.'

Syaoran: 'Hiragizawa não merece tamanho castigo.'

Sakura: 'Não tem jeito. Vai ter que morar com a gente. Vou preparar uma gaveta no meu quarto para você ficar.'

Agora era a vez de Li ficar nervoso.

Syaoran: 'Ah não! No nosso quarto não!'

Sakura (olhando para ele): 'Mas Syaoran, onde eu posso colocar ele?'

Syaoran: 'Conviver na mesma casa já vai ser dose, mas dormir no mesmo quarto não vai dar!'

Sakura: 'Mas amor, ele dorme quietinho dentro da gaveta...'

Syaoran: 'Nem vem. A gente não vai ter mais liberdade para nada, não vai poder fazer mais nada com ele lá dentro.'

Kero (já subindo para o segundo andar): 'Estou muito cansado, vamos ver logo isso, Sakura.'

Syaoran (olhando desesperado para ela): 'Sakura!'

Sakura: 'Mas porque ele não pode ficar com a gente lá no quarto?'

Syaoran (batendo uma das mãos na testa): 'Ai como você é tonta, Sakura!'

Tomoyo foi até a amiga e falou algo no ouvido dela. Sakura arregalou os olhos. Provavelmente a ficha finalmente tinha caído.

Sakura: 'Kero! Desce, vamos ver um quarto para você aqui na sala!'

Tomoyo e Li acompanharam a menina subindo os degraus correndo e quase caindo escada abaixo, tentando alcançar o amiguinho que já tinha sumido de vista.

Syaoran: 'Obrigado, Daidouji.'

Tomoyo (sorrindo): 'Não há de que. Sakura nunca entendeu as meias palavras.'

Syaoran: 'Acho que ela não entende nem as completas.'

Tomoyo sorriu para o amigo, tinha que concordar, Sakura era muito distraída.

Syaoran: 'Mas esta agora! Agüentar este filhote de Picachú vai ser difícil.'

Tomoyo: 'Já passamos por situações piores.'

Syaoran (depois de respirar fundo): 'Sinceramente, acho que não.'

Li espreguiçou pronto para se deitar e dormir. Contornou a cama e sentou na beirada quando Sakura o abraçou por trás beijando o seu pescoço. O rapaz sorriu com o carinho da namorada.

Sakura (ao seu ouvido): 'Imagina se a Tomoyo não tivesse me alertado...'

Syaoran: 'Você só entende as coisas quando elas são bem diretas, não é?'

Sakura: 'Tá me chamando de burra?'

Syaoran se virou e a derrubou na cama.

Syaoran: 'Você não é burra, só é tonta.'

Sakura (tentando se levantar): 'Ah é, se eu sou tonta então vou dormir.'

Syaoran (a segurando): 'Mas é a tonta mais bonitinha que eu já conheci.'

Sakura sorriu para ele. Mal sabia ela mais aquele sorriso mexia com todo o corpo do rapaz. Ele se inclinou e tocou seus lábios nos dela lhe beijando com intensidade.

Sakura (se afastando um pouco dele): 'Será que a gente consegue fazer em silêncio?'

Syaoran (sorrindo): 'A porta está fechada.'

Sakura (vermelha): 'Mas a Tomoyo tem ouvido de tuberculoso.'

Syaoran: 'Não se preocupe, minha flor.'

Ele a beijou novamente enquanto deslizava sua mão na pele sedosa da sua amada. Tudo levava a crer que teriam mais uma ardente noite de amor se não fosse um detalhe: a campainha tocou de novo.

Li se levantou xingando até a última geração da pessoa que estava batendo na porta. Ele abriu a porta do quarto enquanto Sakura tentava se recompor. Cruzou o corredor e não viu quando Tomoyo abriu a porta do seu quarto e o encarou sem camisa. A menina ficou vermelha, mas o rapaz nem reparou, queria logo ir lá embaixo e dar um murro em quem se atreveu a tocar na sua casa àquela hora da noite.

Syaoran: 'Se for brincadeira daquela bola de pêlo, eu juro que frito os miolos dele.'

Ele desceu as escadas e cruzou a sala, Kero saia da sua gaveta quarto e observava a algazarra da casa. Li abriu a porta já pronto para dar um esporo quando arregalou os olhos assustado.

Syaoran: 'Mei... Meilyn?'

Meilyn (levantou os olhos e sorriu sem graça para o primo): 'Oi Xiao Lang. Posso ficar um tempo com você e a Sakura?'

Sakura trouxe um chá verde bem fraco para a moça que continuava lagrimejando encolhida no sofá da sua sala. Tomoyo estava ao lado dela tentando lhe confortar, enquanto Li a observava com os braços cruzados e encostado no balcão de onde Kero observava a tudo.

Kero (em tom baixo): 'O que acha que aconteceu?'

Syaoran (também baixo): 'Não sei, mas algo não cheira bem.'

Kero: 'Deve ser o seu desodorante vencido.'

Syaoran: Ou você que nunca toma banho.'

Kero: 'Eu só tomo banho quando necessário.'

Syaoran: 'Viu como eu tenho razão.'

Sakura (olhando para os dois): 'O que vocês estão sussurrando aí?!'

Syaoran (se afastando de Kero): 'Sakura, vê se eu sou lá homem para ficar sussurrando?'

Kero (voando pela sala): 'Isso mesmo! Estávamos conversando.'

Sakura (erguendo uma sobrancelha): 'Vocês, conversando? Conta outra.'

Os dois se encararam e depois olharam para Sakura.

Syaoran: 'Isto não é hora.'

Sakura teve que concordar. Não era hora de arriscar uma discussão. A jovem sentou ao lado da amiga chinesa que começava dar sinais de melhora.

Tomoyo: 'O que houve, Meilyn? Porque saiu da China?'

Meilyn finalmente levantou os olhos e fitou a amiga.

Syaoran: 'Vamos lá Meilyn, desembucha.'

Sakura (revoltada com a insensibilidade do namorado): 'Syaoran! Deixa a Meilyn se recuperar primeiro.'

Syaoran: 'Nada disso, ela vai ter que contar logo o que está acontecendo.'

Tomoyo (indo até Li): 'Li não acha melhor ela descansar. Amanhã ela nos conta o que aconteceu.'

Syaoran (um pouco irritado): 'Nada disso! Eu quero saber logo se aquele idiota do Hyo Ling fez alguma coisa contra ela e eu juro que dou uma surra nele.'

Meilyn (com um fio de voz): 'Ele não fez nada, o problema é comigo.'

Syaoran arregalou os olhos fitando a prima. Ele não suportava vê-la daquela maneira. Preferia mil vezes ouvir ela gritando no ouvido dele que ele era um irresponsável, um tonto, um egoísta do que ouvir o som do seu choro. Ouvir alguém chorar era o momento em que ele se sentia o mais inútil dos homens.

Tomoyo (pegando a mão da amiga): 'Vamos Meilyn. Vamos conversar no meu quarto.'

A chinesa se levantou e acompanhou a amiga em silêncio. Sakura olhou para Li que fez um gesto com as mãos pedindo para que ela também fosse. Ficaram apenas Kero e ele na sala.

Kero: 'Nunca vi a garota encrenqueira assim.'

Syaoran (depois de respirar fundo): 'Eu também.'

Kero (voltando para sua gaveta-quarto): 'Espero que não tenha sido nada de grave.'

Syaoran observou o bichinho entrar na gaveta e a fechar. Ele pode ouvir um grunhido lá de dentro, mas pensou que seria impossível Kero está lhe desejando uma boa noite. Olhou para o segundo andar tentando imaginar o que tinha acontecido com a prima para ela ter resolvido do nada passar um tempo com ele.

Syaoran: 'Só espero que isso não cause problemas para mim com os anciões.'

Meilyn estava deitada na cama de Tomoyo que estava sentada ao seu lado mexendo levemente nos cabelos negros da amiga. Sakura estava mais perto do pé da cama observando as duas.

Sakura: 'O que houve, Meilyn? Confie em nós...'

Tomoyo (com a voz mais doce possível): 'Você precisa desabafar um pouco.'

A Chinesa se levantou e se sentou na cama olhando para as duas amigas.

Meilyn: 'Eu fugi.'

Sakura e Tomoyo arregalaram os olhos fitando a amiga.

Sakura: 'Co... como assim fugiu?'

Meilyn (repetindo): 'Fugi.... arrumei minhas coisas e fui embora da minha casa.'

Tomoyo: 'Hyo Ling fez alguma coisa com você?'

Meilyn (depois de balançar fortemente a cabeça negando): 'Não, ele é incapaz de fazer mal a mim. (ela abriu um fraco sorriso) Ele me ama... Me ama como eu jamais pensei que seria amada.'

Sakura (tentando ser compreensiva): 'Mas então porque você fugiu dele?'

Meilyn (depois de respirar fundo): 'Eu não posso ter filhos.'

Tomoyo: 'Como?!'

Meilyn olhou tristemente para as duas amigas.

Meilyn: 'Eu não posso ser mãe e conseqüentemente não posso fazer Hyo Ling ser pai.'

As três ficaram em silêncio por alguns segundos. Tomoyo e Sakura tentando absorver a revelação da amiga e Meilyn por pura tristeza.

Sakura: 'Mas isso não é motivo para você abandonar o seu marido.'

Meilyn: 'Você não entende como a nossa família é rígida. Para eles as mulheres...'

Sakura (completando): '... são criadas apenas para cuidar dos filhos e maridos. Eu sei disso, o Syaoran me disse isso uma vez. Mas Meilyn, mesmo assim, foi loucura o que você fez.'

Meilyn: 'Minhas obrigações eram apenas gerar uma família e cuidar dela. E eu falhei! Como posso constituir uma família se eu não posso engravidar!'

Tomoyo: 'Você já fez todos os exames?'

Meilyn: 'Todos... estamos tentando ter um filho a mais de dois anos e nada. Há oito meses atrás resolvemos procurar um médico, ele disse que não havia nada de errado com Hyo Ling, o problema estava comigo. Tentamos todos os tratamentos e nada dava certo, apenas falsos sinais. (ela começou a chorar compulsivamente) e ontem ele me disse que eu não posso engravidar. Que meu útero não agüenta uma gravidez!'

Tomoyo abraçou a menina com força tentando lhe acalmar. Sakura olhava aquela cena com uma enorme dor no peito. E se ela não fosse capaz de ter filhos novamente, ela tinha perdido a única oportunidade de ser mãe quando resolveu lutar irresponsavelmente contra aqueles dois vampiros. A menina levou as mãos ao peito tentando acalentar seu próprio coraçãozinho.

Tomoyo: 'Calma, Meilyn, nós vamos tentar lhe ajudar. Seu marido sabe que você viria para cá?'

Meilyn balançou a cabeça negando. Sakura já sabia da resposta, apenas ela, a mãe e as irmãs dele é que sabiam que o rapaz estava neste mundo. E mantinham o mais absoluto segredo dos anciões.

Sakura entrou no quarto e viu Li debruçado na janela olhando para fora. Era nítida a preocupação do rapaz com a prima e com o que aconteceria.

Syaoran (sem ser virar para ela): 'Como está Meilyn?'

Sakura não respondeu de imediato, fechou a porta e se sentou na cama, soltando um longo suspiro.

Sakura: 'Ela conseguiu dormir. Isto depois da Tomoyo lhe dar um calmante fraquinho.'

Syaoran: 'O que aconteceu com ela?'

Sakura ficou na dúvida se contava ou não. Bem ou mal, Meilyn meio que confidenciou para ela e Tomoyo o real motivo de sua visita, mas Li também tinha o direito de saber o que estava acontecendo com a prima. Syaoran sentiu a hesitação da namorada e se virou para ela com o olhar sério que ele nunca tinha perdido desde criança. Sakura estremeceu.

Syaoran: 'O que aconteceu com a Meilyn?'

Sakura: 'Ela fugiu.'

Syaoran (franzindo a testa): 'Fugiu? Fugiu como?'

Sakura: 'Fugindo... arrumou uma mala, comprou uma passagem e foi embora.'

Li agora que tinha realmente um motivo para se preocupar. Ele ficou em silêncio por um momento ruminando a informação.

Syaoran (mais sério que nunca): 'Aquele idiota do Hyo Ling fez alguma coisa com ela?'

Sakura (balançando a cabeça negativamente): 'Não, ela disse que ele não fez nada com ela, muito pelo contrário!'

Syaoran: 'Então porque ela fugiu?'

Sakura (depois de um tempo): 'Ela não pode ter filhos, Syaoran...'

Li arregalou os olhos, ele sabia o que realmente significava isso na vida de uma mulher da família Li. Franziu a testa enquanto cruzava os braços sobre o peito mostrando que realmente tinha ficado preocupado. Sakura acompanhou cada gesto do namorado.

Syaoran: 'Temos um problema, Sakura. Um grande problema.'

Aquilo era apenas a confirmação do que a jovem já imaginava. Suspirou e pensou na querida amiga que estava dormindo no quarto com Tomoyo.

Continua....