Capitulo 10: O Passado do Ex-futuro Líder do Clã Li.

Li jogou Sakura dentro do quarto e depois entrou calmamente nele. A menina caiu sentada no chão olhando assustada para o namorado. Ela passou a mão no braço dolorido e pode ver que a marca dos dedos de Li tinha ficado na sua pele clara.

Sakura (olhando para ele): 'O que está acontecendo com você?'

Syaoran (friamente): 'Você ainda pergunta?'

Sakura (se levantando): 'Porque agiu como louco? O que deu em você?'

Li ficou em silêncio. A menina parou a sua frente e fitou os olhos do namorado, eles voltaram para a cor âmbar que ela tanto adorava.

Sakura: 'Você quase matou o Seiya.'

Syaoran (erguendo uma sobrancelha): 'Ah claro, e você sentiria muito pela morte dele, não é?'

Sakura (perplexa): 'Mas é claro que sim! Ele é uma pessoa, Syaoran. Não é um demônio!'

Syaoran: 'Apenas os demônios é que devem morrer, não é? Era isso que fazíamos! Matávamos demônios!!!'

Sakura: 'Não é isso...'

Syaoran: 'Eu sou um agora, Sakura, não está vendo isso?'

Sakura: 'Pare de gritar comigo!'

Syaoran: 'E o que você quer que eu faça? Que colocasse uma música romântica para vocês dois!'

Sakura: 'Não era eu!!!! Não era eu que estava com ele!'

Syaoran: 'E o que importa! Como acha que eu fiquei vendo você abrir as pernas para aquele cara?'

Sakura: 'Não fala assim comigo!'

Syaoran (baixando o tom de voz): 'O que quer que eu diga? Que você estava fazendo amor com ele assim como faz comigo.'

Sakura fitou os olhos do seu namorado, viu tanta dor vindo deles. No fundo ele tinha motivos para estar triste daquela maneira, provavelmente foi horrível a cena que ele presenciou antes de invadir o quarto.

Sakura (chorando): 'Eu só queria te tirar de lá.'

Syaoran: 'E aceitou a chantagem de Yanamoto! Que tipo de homem você acha que eu sou? Me diga! (ele segurou ela pelos braços) Que tipo de homem você acha que eu sou para que a minha mulher tenha que abrir as pernas para outro homem para resolver os meus problemas?'

Sakura (balançando a cabeça negativamente): 'Mas eu não fiz nada, eu usei a Ilusão na hora.'

Syaoran: 'E se não tivesse Ilusão? O que faria Sakura? Dormiria com ele? Por que você sempre tem que ser tão tonta desta maneira? Por que nunca consegue usar um pouco esta cabeça!'

Sakura: 'Eu fiquei desesperada quando te vi no domingo. (ela levantou os olhos para ele) O que queria que eu fizesse? Ficasse de braços cruzados enquanto você poderia estar morrendo.'

Syaoran: 'Eu já estou morto!'

Sakura (se afastando dele): 'Para de falar estas coisas! Para com isso, Syaoran!'

Syaoran: 'Como parar? Parece que você não entende, parece burra!'

Sakura: 'Deve ser isso! Eu sou uma tonta como você disse! Eu sou uma tonta por amar você tanto assim!'

Syaoran: 'Amor?! Não me venha falar de amor! Acabei de ver a sua imagem transando com outro cara. Não agüento mais ser humilhado por sua causa! Não agüento mais suas tolices!'

Sakura: 'Então porque insiste comigo? Porque não vai para longe e me esquece?!'

Syaoran: 'Deus sabe o quanto eu pedi para te esquecer!'

Sakura sentiu novamente o coração parar de bater, uma dor absurda fez a menina sentir as pernas bambas.

Sakura: 'O q-quê você d-disse?'

Syaoran (friamente): 'Que eu queria odiá-la por toda a humilhação que você me faz passar?'

Sakura não agüentou, caiu de joelhos no chão balançando a cabeça. Não acreditava no que estava ouvindo, aquilo só poderia ser um pesadelo.

Sakura (levantando os olhos para ele): 'Do que você está falando?'

Ele se abaixou até ela tocando um dos joelhos no chão.

Syaoran: 'Você não imagina o quanto eu apanhei porque não consegui as cartas Clow para o clã.'

Sakura: 'Apanhou?'

Sakura se lembrou das inúmeras vezes que tentou ligar para o namoradinho de infância e ele nunca estava, ou da voz dolorida que ele tinha ao telefone. Às vezes Meilyn soltava que o menino estava no hospital, mas ela nunca havia imaginado que ele fora maltratado quando criança. Li tinha razão ela era uma tonta em não perceber nada, em viver sempre no seu mundinho perfeito e cor-de-rosa onde todas as pessoas são boazinhas.

Syaoran: 'Eu morreria por você mil vezes Sakura, apanharia, queimaria no fogo...'

Sakura (chorando): 'Você foi ao inferno por mim...'

Syaoran: 'E voltaria para lá se fosse preciso. E o que você fez por mim? Além de chorar?'

Ele se levantou e a encarou caída no chão chorando.

Syaoran: 'Foi aceitar uma proposta para dormir com outro cara.'

Sakura (em desespero): 'Eu não dormi com ele! Eu estava no banheiro! Usei a carta Ilusão para o enganar!!! Você viu isso! Você viu que era a carta!!!'

A menina abraçou as pernas do rapaz chorando.

Sakura: 'Eu queria apenas enganar ele! Ele nunca tocou em mim, ele nunca encostou em mim! Nenhum homem nunca me tocou que não fosse você!!!'

Li sentia o coração doendo, respirou fundo ainda sentindo o peito pesado. Ele sabia disso, sabia que tudo não passava de uma ilusão provocada pela carta e que na verdade aquela Sakura não passava do travesseiro de Yanamoto, mas mesmo assim, mesmo sabendo de tudo isso, tinha sido dolorido e humilhante demais.

Syaoran (tentando se afastar dela): 'Não importa mais.'

Sakura (agarrando ele mais forte): 'Por favor me perdoe, me perdoe...'

Syaoran: 'Me solta, Sakura.'

Ela o soltou e se levantou ainda chorando.

Sakura: 'Por favor... eu só queria...'

Syaoran: 'Não aquento mais ouvir você chorando.'

Ela engoliu o choro, mas sua respiração continuava ofegante e irregular. Os dois ficaram um tempo em silêncio, não se encaravam. Sakura se abraçou com os braços tentando apoio para ela mesma. Li olhava pela janela a noite sem lua.

Sakura: 'Eu te amo... Você sabe que eu te amo...'

Ele se virou para ela e a viu o fitando com tanto amor. Ela se aproximou dele e tocou seus lábios trêmulos no rapaz que não respondeu ao beijo. Sakura se afastou decepcionada e o fitou tentando controlar as lágrimas para não voltar a chorar.

Syaoran: 'Você é minha, Sakura. Minha.'

Ela confirmou com a cabeça em silencio. Li a pegou pela cintura e pescoço lhe enlaçando com um beijo apaixonado e desesperado. Sakura envolveu o pescoço do amado segurando com uma certa força os cabelos da nuca do rapaz. A mão dele que antes segurava a sua cintura subiu pelas costa até chegar no fecho do vestido, ele o abrir rápido fazendo a roupa cair nos pés de Sakura, logo a empurrou até a cama e lá se amaram novamente. Mas desta fez a jovem percebia que estava sendo diferente, não que Li estivesse a machucando, porem ele agia de modo mais possessivo e menos carinhoso que todas as outras vezes. Assim que se amaram, o rapaz se levantou e sentou-se na beirada da cama, olhando para frente. Sakura se cobriu com o lençol tentando tampar a nudez. Ela observava as costas bem definida de seu namorado, todas as cicatrizes que ele tinha nelas. Uma grande que fora feita pelo lobisomem logo que eles se encontraram na faculdade Tomoeda, outra provocada por Shyrai e várias outras que poderiam ser muito bem de quando ele era criança. Uma lágrima rolou no rosto da menina, mas ela a secou antes que chegasse a bochecha, não queria irritar Li novamente com o seu choro.

Syaoran (se levantando): 'Vou tomar um banho.'

Ele não olhou para ela desde que tinha a possuído novamente. Cruzou o quarto e saiu pelo corredor até chegar ao banheiro onde trancou a porta. Sakura desabou novamente em lágrimas, Li nunca a tinha tratado daquela maneira, ele sempre tinha sido tão carinhoso e atencioso. Era comum os dois dormirem juntos abraçados depois que se amavam e agora ele se levanta e nem ao menos tinha olhado para ela. Logo ela ouviu o barulho da porta do banheiro se abrindo, secou rapidamente o rosto no lençol da cama e tentou controlar as lágrimas novamente. Li entrou no quarto, tirou uma calça jeans e uma camiseta no armário, se vestiu em silêncio. Pegou o par de tênis e se sentou na beirada da cama para calçá-los.

Syaoran: 'Estou voltando para Tókio. Hiroshi vai me tirar de lá daqui a dois dias ou um pouco mais...'

Sakura: 'Mas eu consegui o habeas-corpus, você pode..'

Syaoran (interrompendo): 'Não quero!'

Sakura: 'Mas Syaoran...'

Syaoran: 'Já disse que NÃO! Vou ficar lá por dois dias e depois volto para casa.'

Ele se levantou da cama ainda sem encarar a namorada.

Syaoran: 'Neste tempo vê se não faz mais nenhuma idiotice.'

Sakura: 'Hum-hum.'

Syaoran: 'Se Yanamoto te procurar use magia, mas o afaste de você.'

Sakura: 'Mas eu não posso fazer isso.'

Syaoran (finalmente se virando para ela): 'Você quer que ele continue vivo?'

Sakura arregalou os olhos fitando o olhar sério do namorado, o que ele estava querendo dizer com aquilo? Ele estava ameaçando matar Seiya?

Syaoran: 'Acho que estamos entendidos, não é?'

Sakura balançou a cabeça positivamente ainda olhando assustada para o rapaz. Ele foi até o parapeito da janela e deu uma última olhada para Sakura que permanecia sentada na cama enrolada ao lençol. Pulou com a agilidade de um gato e correu pela noite até se afastar ao máximo da casinha branca, lá materializou suas asas de demônio e começou sua viajem de volta ao presídio.

Tomoyo e Meilyn batiam como desesperadas na barreira mágica de Li. Kerberus já estava sem energia devido as inúmeras bolas de fogo que emitiu. A pequena sala estava destruída.

Tomoyo (chorando): 'Ele a matou, meu Deus!'

Meilyn também já estava em desespero chutando a barreira, foi quando numa destas tentativas as duas caíram no chão, Tomoyo de cara e Meilyn de bunda pois tentava chutar mais uma vez a parede invisível. As duas se entreolharam assustadas e se levantaram o mais rápido que puderam, subindo as escadas como loucas, correram pelo pequeno corredor e invadiram o quarto da amiga.

Tomoyo: 'SAKURA!!!'

As duas moças entraram no quarto e pararam na porta vendo a imagem da amiga sentada na cama enrolada no lençol.

Meilyn: 'Nós quase morremos tentando passar pela barreira e os dois estavam no bem bom!!!! Isso não se faz!'

Tomoyo não falou nada, agradeceu a Deus ao ver a querida amiga viva e bem. Ela caminhou até a cama e se sentou a frente de Sakura a fitando com carinho.

Meilyn (olhando para os lados): 'Onde está aquele cretino do Xiao Lang?! Ele me paga assim que eu o encontrar!'

Sakura estava com o rosto encostado nos joelhos chorando, assim que sentiu a mão de Tomoyo lhe fazer um pequeno carinho nos cabelos ela levantou o rosto vermelho e molhado.

Tomoyo: 'O que foi? O que aconteceu?'

Sakura: 'Foi horrível, Tomoyo...'

Sakura se abraçou a amiga e chorou. Tomoyo passava a mão pelos cabelos sedosos e perfumados da sua querida, lhe sussurrando para ter calma. Meilyn engoliu seco, não sabia o que tinha acontecido ao certo, mas imaginou que não foi coisa pouca. Seu primo estava transfigurado quando entrou com a namorada na casa e a arrastou para o quarto. Tomoyo fez um gesto para que a amiga chinesa alcançasse uma roupa para Sakura. Meilyn tirou uma camisola e estendeu para ela, que vestiu pequena feiticeira.

As três ficaram em silencio por algum tempo, Sakura tentava se recuperar e parar de chorar, foi quando Kerberus finalmente entrou no quarto com suas ultimas energias para ver como estava sua mestra.

Kerberus: 'Você esta bem, Sakura?'

A menina apenas confirmou com a cabeça.

Kerberus: 'Onde está o moleque?'

Meilyn: 'Eu o procurei pelo andar todo.'

Sakura: 'Ele voltou para Tókio. Disse que Hiroshi vai libertá-lo em dois dias.'

Meilyn (com as mãos na cintura): 'Mas é aquela porcaria de habeas-corpus?!'

Sakura: 'Ele não quer usar.'

Meilyn: 'Como Xiao Lang é cabeça-dura!'

Kerberus (se aproximando de sua mestra): 'Ele te machucou?'

Sakura balançou a cabeça negativamente.

Kerberus (apontando com a cabeça): 'E que mancha roxa é esta no seu braço?'

Sakura cobriu a mancha com a mão tentando escondê-la.

Sakura: 'Ele estava nervoso, não era a intenção dele me machucar. Além disso isso não foi nada.'

Kerberus: 'Ele não tinha o direito de ter feito isso com você!'

Sakura: 'Kero, por favor, não vamos discutir isso. Ele teve motivos para fazer o que fez.'

Kerberus: 'Não há motivos para maltratar uma mulher.'

Sakura: 'Não conte nada ao Touya ou ao Ywe.'

Kerberus: 'Não posso esconder isso deles! O Moleque está mais desenvolvido nos poderes das trevas do que eu e o besta do Ywe pensávamos. Precisamos ficar atentos, o que aconteceu hoje é só o começo.'

Sakura: 'Kero...'

Kerberus (saindo do quarto): 'Vou descansar e tentar recuperar as minhas energias, assim que eu puder vou falar com Ywe.'

O grande tigre saiu do quarto, deixando novamente as três mulheres sozinhas.

Meilyn: 'Vou preparar um chá para você.'

Sakura: 'Meilyn...'

Meilyn (se virando para ela): 'Sim?'

Sakura (se levantando da cama sem tirar os olhos da amiga): 'O que aconteceu com vocês quando voltaram para Hong-Kong?'

Meilyn arregalou os olhos fitando a amiga surpresa pela pergunta.

Meilyn: 'Oras, porque falar disso agora?'

Sakura: 'Me diga por favor, o que aconteceu com Syaoran quando ele voltou para a China?'

A chinesa começou a ficar nervosa, tanto Tomoyo quando Sakura perceberam que ela tentava falar alguma coisa mas desistia.

Meilyn (depois de respirar fundo): 'Oras, voltamos para a China e Xiao Lang começou o treinamento dele. Todo mundo sabe desta história.'

Sakura: 'E os anciões?'

Meilyn (brincando com as mãos): 'O que tem os anciões?'

Sakura: 'O que eles fizeram com Syaoran?'

Meilyn: 'Aqueles velhos? Ah eles ficaram chateados e mandaram ele começar o treinamento logo. Ah eu tenho que fazer o chá!' (a chinesa tentou fugir do quarto e do interrogatório)

Sakura (segurando o braço dela): 'Mentira! Está mentindo para mim, Meilyn!'

Meilyn: 'O que quer saber, Sakura?'

Sakura: 'O que fizeram com Syaoran quando ele voltou sem as cartas?'

Meilyn (começando a chorar): 'Ele me fez jurar...'

Sakura (sentindo novamente aquela dor fina no peito): 'Quem? Quem fez te jurar o quê?'

Meilyn (tentando fugir): 'Xiao Lang me fez jurar não contar nada.'

Sakura (segurando o braço da amiga forte): 'O quer fizeram com ele?! Me conta logo! Anda!!!'

Meilyn: 'Não me peça isso, Sakura.'

Sakura: 'Em nome da nossa amizade, Meilyn, me diga a verdade, por favor.'

Meilyn: 'Eles batiam nele! Eles batiam sempre nele! Deus sabe o que eu rezei para pararem com aquela tortura... (ela começou a chorar desesperadamente lembrando do passado)... era toda hora... ele era só um garoto, meu Deus....'

Sakura soltou o braço da amiga que continuava chorando. Tomoyo olhava perplexa para as duas enquanto Sakura tentava ingerir o que a amiga estava contando.

Meilyn: 'Eles diziam que Xiao Lang era a vergonha do Clã, que tinha perdido as cartas para uma japonesa fraca e despreparada. Eles tinham que colocar a culpa em alguém e tinham que descontar a raiva que sentiram por ter perdido definitivamente as cartas...'

Tomoyo: 'Mas... mas batiam nele?'

Meilyn (confirmou com a cabeça): 'Xiao Lang falhou na sua missão. Falhas não são admitidas pelo clã.'

Tomoyo (levando uma mão a boca): 'Meu Deus!'

Meilyn: 'Eu não podia fazer nada, tia Yelan também não! Eles é que mandam nas tradições.'

Sakura (tentando controlar a dor no peito): 'Quantas vezes isso aconteceu?'

Meilyn (depois de soluçar): 'Inúmeras... Só terminou quando ele foi isolado para o treinamento.'

Sakura (com uma mão no peito tentando controlar a dor no coração): 'Então quando eu ligava e você me dizia que ele estava no hospital era...'

Meilyn: 'Ele não tinha agüentado os ferimentos.'

Sakura (explodindo): 'Mas você me dizia que ele apenas tinha se machucado no treinamento! Que era coisa pouca e não era para em preocupar!!!'

Meilyn: 'Ele me fez jurar não contar nada para você. Ele não queria que você soubesse o que estava acontecendo com ele.'

Sakura caminhou de um lado para o outro com as duas mãos no peito. Imagens de Li quando pequeno vinham na sua mente. Ele era tão pequeno, tão criança quando disputaram as cartas Clow.

Sakura: 'Porque não me disse, Meilyn?!!! Porque não me avisou e eu teria dado as cartas para ele. Eu as teria dado sem pestanejar.'

Meilyn: 'Xiao Lang sabia que você daria as cartas para os Anciões e não achava justo. Você tinha passado pelo juízo final, tinha batalhado por elas, ele não poderia pedir para você as entregar para o clã.'

Sakura: 'E o quê era justo?! Me diga! Era justo ele ser espancado por eles!!! Meu Deus, por que não me contaram... foi tudo culpa minha.... foi tudo culpa minha...'

Sakura se abaixou abraçando os joelhos e escondendo o rosto entre eles chorando. Meilyn se abaixou até ela e passou a mão nos cabelos da amiga.

Sakura: 'Ele deve ter me odiado...'

Meilyn (sorrindo tristemente): 'Eu também pensei nisso, e não posso mentir que te odiei quando o via sangrando e cheio de hematomas e cortes pelo corpo, mas sabe o que ele me dizia quando eu blasfemava contra você?'

Sakura levantou o rosto e encarou o olhar sereno da chinesa.

Meilyn: 'Que ele não podia odiar a pessoa que tinha lhe ensinado o que era o amor.'

Sakura chorou mais imaginando o que seu pequeno lobo havia sofrido, ele tinha vivido sempre num inferno por causa dela, ela sempre havia atrapalhado a vida dele. A dor no peito começou a ficar asfixiante, suas pálpebras começaram a ficar pesados e seu corpo mole, logo tudo era apenas escuridão a sua frente, última coisa que pode ouvir foram os gritos de Tomoyo e Meilyn a chamando.

Sakura estava num grande pátio. Havia inúmeros monumentos e imagens ao seu redor. Ela olhou para os lados e pode ver as construções perfeitas e detalhistas. Ela parecia estar na China pois havia várias coisas escritas no idioma do namorado. Encantada ela começou a apreciar aquele magnífico lugar quando ouviu um grito, era um grito de uma criança.

A jovem olhou para os lados identificando de onde vinha, logo outro foi ouvido e mais outro a desesperando. Ela começou a correr guiada por aquele terrível som que vinha de trás de uma daquelas construções viu um homem forte com um cacetete de madeira batendo num menino que estava já encolhido no chão apenas tentando se proteger dos pontapés e pauladas.

Sakura correu até ele e o empurrou para longe do menino. O homem caiu no chão e se levantou encarando a jovem.

Homem: 'Não se meta nisso!'

Sakura: 'Como tem coragem de fazer isso a uma criança?'

Homem (rindo): 'Ele é um fraco! Não merece respeito nem consideração! Talvez apanhando aprenda a se tornar um guerreiro de verdade daqui a alguns anos!'

Sakura (trincando os dentes): 'Não vou permitir isso!'

Homem: 'Não deveria proteger um ser que só trouxe vergonha e constrangimento para sua família. Ele não vale nada!'

Sakura: 'Cale-se!'

Homem (se afastando rindo): 'Por hoje está bom. Amanhã continuamos o seu treinamento, Xiao Lang.'

Sakura sentiu o sangue escorrer ao ouvir o nome do menino, ela se ajoelhou na frente dele e levantou o rosto do pequeno para vê-lo.

Syaoran (batendo na mão dela): 'Não deveria ter se metido! Você sempre se mete em tudo, Sakura.'

O menino levantou o rosto e encarou Sakura nos olhos. A jovem quase gritou ao ver o rosto cheio de hematomas e com inúmeros cortes.

Sakura (chorando): 'Como tiveram coragem de fazer isso com você, meu amor.'

Syaoran: 'Eu mereci. Eu sou um fraco.'

Sakura (pegando as mãozinhas dele): 'Não! Você nunca foi um fraco.'

O menino se levantou com dificuldade e se apoiou no muro, ele tinha inúmeros machucados no corpo, o que desesperou mais a jovem. Li começou a caminhar devagar e com dificuldade se afastando dela. Sakura vendo que ele se afastava dela se levantou e tentou ir atrás dele mas alguém segurou o seu punho.

Sakura (ainda observando o menino se afastar): 'ME SOLTA!'

Voz: 'Deixe-o ir. Não pode mudar mais isso.'

Sakura reconheceu a voz do seu amado, virou-se devagar para trás e o viu olhando sério para ela. Li agora estava com seus 23 anos.

Sakura: 'Porque não me contou? Porque deixou que fizessem isso com você?'

Syaoran: 'Era o meu castigo por não ter cumprido a minha missão.'

Sakura: 'Eu daria as cartas para você! Eu daria todas elas para você!'

Syaoran: 'Não era justo!'

Sakura: 'Dane-se! Dane-se que não era justo!!!'

Ela olhou para o menino que tinha caído no chão fraco pelos machucados e tentou correr até ele para ajudar, mas Li a segurou com força. Sakura se debatia para que ele a soltasse mas ele permanecia olhando sério para ela.

Sakura: 'Me larga! Eu vou tirar ele daqui! Eu vou levar ele comigo! Vou cuidar dele! Não vou deixar que ninguém o machuque mais! Nunca mais!!!!'

Syaoran: 'Não tem como mudar mais isso.'

Sakura: 'Tenho e vou!!!'

Li a soltou e Sakura caiu no chão com tudo, a teimosa menina se levantou e tentou correr até a criança que permanecia no chão desmaiada, ela o tiraria daquele lugar de velhos loucos. Ela o protegeria de tudo. Ela correu na direção dele mas bateu em uma barreira invisível, fazendo a menina cair novamente de bunda no chão e com um pequeno machucado na testa devido ao forte choque. Ajoelhou-se com as mãos na parede invisível, podia ainda ver a criança desmaiada no chão, aquele mesmo homem veio e puxando o garoto por um dos braços o arrastou para dentro de uma das construções. Sakura batia na parede com os dois punhos.

Sakura: 'Não faça mal a ele!!! Se afaste dele!!!'

A jovem chorava vendo os dois se afastarem de sua vista, ele olhou para trás e viu Li a encarando sério.

Sakura: 'Porque fez isso? Porque não deixou que eu o ajudasse?'

Syaoran (sorrindo debochado): 'Você nunca ajuda Sakura. Você apenas atrapalha.'

Sakura arregalou os olhos para ele o fitando com imensa mágoa.

Sakura: 'Não diga isso.'

Syaoran: 'Eu a odeio por ser a minha fraqueza. Nunca serei um guerreiro completo enquanto você existir, enquanto eu amar você!'

Sakura (correndo até ele para abraçá-lo): 'Não diga isso, por favor...'

Li levantou a mão para ela e deu um forte tapa no rosto da moça que caiu no chão, o tapa tinha sido tão forte que abriu um pequeno corte acima da maça do rosto. Ela olhava para o rapaz a sua frente em desespero.

Syaoran: 'Eu a odeio por amá-la tanto!'

Sakura (choramingando): 'Não me d-diga isso, p-por favor.'

Uma sombra negra em forma de mulher abraçou Li por trás. Sakura olhava assustada a mulher se esfregando de forma sedutora no seu namorado.

Sakura: 'O quê é isso?'

Mulher: 'Ele é meu, sua idiota.'

Sakura (se levantando do chão): 'Syaoran, a afaste de você!'

Li não a escutou, pelo contrario se virou para a sombra e a enlaçou a beijando com voracidade na boca enquanto se encaixava entre as pernas dela.

Sakura (observando aquela cena): 'Não... não... se afasta dela... p-por favor.... você me ama, é a mim que você ama...'

A jovem ficou de joelhos no chão tampando o rosto para não ver a cena que passava a sua frente. Os gemidos de Li invadiam os seus ouvidos, a torturando de forma cruel.

Sakura (se encolhendo no chão): 'NÃO!!!!'

Tomoyo olhava a amiga se debater e gritar na cama do hospital de Tomoeda. Uma enfermeira se aproximou delas e injetou uma droga na veia da jovem que estava na cama agitada, aos poucos Sakura começou a se acalmar e cair no sono tranqüilo. A jovem de olhos violeta estava desesperada, Sakura estava com uma febre absurda e os médicos não sabiam diagnosticar o que era.

Enfermeira: 'Não se preocupe. É normal ter sono agitado quando se está queimando em febre. Tenho certeza que sua prima vai ficar boa.'

Tomoyo: 'Assim espero.'

Tomoyo se aproximou novamente de Sakura e limpou um pouco o suor da testa da amiga que agora tinha suavizado suas feições.

Enfermeira: 'A doutora Mayume deve passar daqui a pouco aqui para vê-la. Tenho certeza que os exames serão bem conclusivos.'

A porta foi aberta devagarzinho e o rosto preocupado de Touya apareceu por ela. O rapaz pediu para entrar e a enfermeira consentiu. Touya estava de saco cheio em ver a irmã num leito de hospital. Ele se aproximou de Tomoyo e olhou com ternura para o rosto do seu querido tesouro.

Touya: 'Como ela está?'

Tomoyo: 'Acabou de ter um pesadelo, mas a senhorita Fuigy já lhe aplicou um remédio para ela se acalmar.'

Touya (franzindo a testa): 'Ela ainda está com febre?'

Tomoyo: '41º'

Touya (pegando a mão da irmã entre as suas): 'Está muito alta.'

Tomoyo: 'Tenho certeza que ela vai superar.'

Touya (depois de beijar a mão da irmã carinhosamente): 'Não me dê mais sustos monstrenga. Vê se acorda logo.'

Tomoyo se afastou um pouco deixando o irmão cuidando de Sakura. Ela precisava descansar também estava a mais de 30 horas em pé ao lado de Sakura e não tinha comido nada. Se desmaiasse seriam duas internadas no hospital.

A jovem saiu do quarto e caminhou pelos corredores daquele imenso hospital. Ela já esteve nele tantas vezes que sabia o mapa direitinho do prédio. Estava caminhando distraída com seus pensamentos quando esbarrou em algo macio e forte. O impacto fez a menina se desequilibrar e ela já estava para cair quando sentiu ser segurado por duas mãos fortes.

Voz: 'Você está bem, Tomoyo?'

Tomoyo levantou o rosto e finalmente pode fitar quem estava a sua frente.

Tomoyo (sorrindo tristemente): 'Eriol... que bom que está aqui.'

Eriol: 'Me perdoe pela demora.'

Tomoyo se abraçou a ele finalmente chorando no peito do rapaz, estava sento tudo tão difícil para ela agüentar sozinha. O rapaz a envolveu em seus braços e lhe fazendo um leve carinho nas costas pediu calma.

Tomoyo (ente soluços): 'Está tudo tão confuso por aqui, Eriol.'

Eriol: 'Eu sei, eu sei. É por isso que eu estou aqui.'

Tomoyo (abraçando forte a cintura do rapaz): 'Me prometa que vai protegê-la, Eriol. Prometa-me isso.'

Eriol: 'Você a ama muito, não é?'

Tomoyo (confirmando com a cabeça no peito do rapaz): 'Mas que a mim mesma.'

Eriol (sorrindo de lado): 'Ela é uma menina muito especial.'

Tomoyo: 'Porque tudo tem que acontecer com ela? Porque ela nunca pode ser completamente feliz?'

Eriol (tristemente): 'A vida nem sempre é justa conosco, Tomoyo.'

Tomoyo: 'A vida nunca é justa para a Sakura. Ela sempre está sofrendo, nunca a felicidade dela dura mais que alguns meses! Eu abri mão do meu amor para vê-la feliz e olha o que está acontecendo! Eu só a vejo chorando... '

Eriol: 'Sei como está sendo difícil para você, mas acredite, tudo vai terminar bem.'

Tomoyo (se afastando dele e o fitando com os olhos vermelhos): 'Como pode ter certeza disso? Você falou a mesma coisa quando eles enfrentaram o Caos e o Li acabou morto!'

Eriol (engolindo seco): 'T-Tomoyo... eu não posso, eu não posso interferir no destino...'

Tomoyo (se revoltando): 'E porque vocês possuem magia?! Para que vocês têm esta porcaria de magia se não podem fazer nada... se não podem a usar para serem felizes... para fazer os outros felizes?!'

Hiragizawa olhou para os lados constrangido com o que a menina acabara de gritar para o hospital inteiro ouvir, sorte que ele estava vazio e havia poucos funcionários muito atarefados para prestar atenção num casalzinho discutindo.

Eriol (tentando controlar a amiga): 'Sakura é forte, ela vai sair desta.'

Tomoyo (escondendo o rosto com as mãos): 'Coitadinha dela...'

Hiragizawa voltou a abraçar a amiga e beijou carinhosamente a cabeça cheirosa de Tomoyo. Um arrepio gostoso percorreu a sua espinha com aquele ato inocente entre amigos. Ele piscou os olhos tentando entender o que tinha aconteceu com ele que o fez se arrepiar todo ao sentir o cheiro gostoso dos cabelos negros e sedosos da amiga de infância.

Tomoyo indiferente ao que acontecia a Eriol apenas aproveitou aquele abraço confortável. Nos braços da reencarnação de Clow ela tinha finalmente encontrado um lugar seguro para desabar suas frustrações e medos.

Policial (batendo o cacetete na grade da cela): 'Oh chinês!'

Li levantou os olhos para ele, o rapaz lia um livro indiferente ao que acontecia a sua volta.

Policial: 'O senhor Tanaka quer falar com você.'

Syaoran (sem se mover): 'O que aquele idiota quer comigo?'

Policial (franzindo a testa): 'Eu não sei o que você andou fazendo para todo mundo deixar você com esta liberdade toda, mas não acha que ta ficando folgado demais?'

Syaoran (voltando ao livro): 'Se ele quiser falar comigo que venha até aqui.'

Takahashi e Yoshida se entreolharam assustados. O chinês tinha desaparecido uma noite inteira, pensaram que o garoto estava até morto e depois ele volta como se tivesse ido até o bar comprar cigarros, o que não deixava de ser verdade porque o rapaz começou a adquirir este habito. O pior de tudo era que agora Tanaka e Watanabe tinham lhe dado todo o tipo de liberdade, ele saia quando queria e não era mais obrigado a fazer a limpeza do presídio.

O policial trincou os dentes com a resposta atravessada do prisioneiro, abriu a cela e caminhou em direção ao rapaz que permanecia lendo o seu livro indiferente a aproximação dele. Ele levantou o braço pronto para bater no rapaz com toda força porem Li segurou o cacetete no ar.

Syaoran (ainda como os olhos no livro): 'Está atrapalhando a minha leitura, idiota.'

O Policial tentou puxar o pedaço de madeira da mão do rapaz, mas era como se ele estivesse preso no ferro.

Syaoran (finalmente olhando para ele): 'Eu detesto quando me atrapalham.'

Ele se levantou, puxou o cacetete das mãos do policial e jogou no chão. O policial cerrou os punhos, pronto para atacar o chinês mas com dois jab e um gancho de Li o pobre homem caiu no chão desacordado. Takashida foi socorrer o policial que estava com o nariz quebrado e com um corte no canto da boca sangrando. Logo outros policiais entraram na cela e socorreram o companheiro, nenhum dirigiu uma palavra para Li que voltou a se deitar na cama e continuar a ler seu livro não ligando para a agitação da cela.

Os dois companheiros de cela não lhe dirigiam a palavra, havia um boato que ele era o próprio coisa ruim, Touhu fugia dele como o diabo da cruz. Watanabe lhe tinha dado todos os privilégios, diziam que tinha até oferecido um quarto no prédio administrativo, mas o chinês tinha recusado. Tanaka estava tentando desesperadamente o transferir e procurando o juiz que tinha lhe dado a sentença para revogá-la. O chinês era agora o novo rei do presídio. Nos banhos de sol os presos só faltavam o reverenciar. Alguns tentaram lutar contra ele para tentarem não perder o poder que achavam que adquiririam com a derrocada de Touhu, mas Li havia lhes dado uma surra que os levavam para a enfermaria para passarem uma temporada lá. O médico do presídio já estava com falta de alguns remédios e de anti-sépticos.

Passaram-se quatro dias até Hiroshi conseguir não apenas um habeas-corpus para Li, mas a anulação de sua sentença. Com aqueles documentos foi provado que Yanamoto era um juiz corrupto e foi aberta uma sindicância para a averiguação das denuncias e autenticidade das provas. Mas o principal foi que o juiz de Tókio considerou a prisão de Li abuso de poder e o declarou livre desde que arrumasse sua documentação.

Hiroshi (dirigindo o carro): 'Conseguimos...(sorrindo maliciosamente) O Yanamoto está tão enrolado agora vai preferir estar morto.'

Syaoran (que vinha no banco de carona no carro do amigo): 'Era esta a minha intenção, agora ele deve estar preferindo que eu o tivesse matado quando pude.'

Hiroshi olhou de relance para o amigo e pode vê-lo sorrindo.

Hiroshi (depois de pigarrear): 'Ele abriu uma denuncia contra você a quatro dias.'

Syaoran (erguendo uma sobrancelha): 'Mesmo? Como é idiota.'

Hiroshi: 'O delegado não a registrou porque era obvio que você estava no presídio e não tinha como ter feito o que ele descreveu.'

Syaoran (se divertindo): 'E o que ele falou?'

Hiroshi (balançando a cabeça): 'Uma historia louca! Disse que você invadiu o quarto dele enquanto ele estava com a Kinomoto...'

Syaoran (interrompendo): 'Ele teve coragem de colocar ela no meio?'

Hiroshi (se arrependendo de ter comentado): 'Sim, eu sei que ela é sua namorada, também não acreditei em nada, era apenas a palavra dele e de alguns seguranças dele. E um depoimento muito louco! Eles dizeram que foram impedidos por uma barreira de vidro, não sabem nem inventar uma mentira convincente! (o rapaz sorriu com gosto) Mas provavelmente quando Kinomoto melhorar deve ter que ir a delegacia.'

Syaoran (franzindo a testa): 'Melhorar? O que ela teve?'

Hiroshi ficou sem fala como contar ao amigo que acabou de sair da prisão que a namorada estava internada a quatro dias no hospital.

Syaoran: 'O que aconteceu com ela?'

Hiroshi: 'Ela está no hospital.'

Syaoran (nervoso): 'Como no hospital?! Por que?!'

Hiroshi: 'Tente se acalmar! Não vai adiantar nada isso, ela está melhorando, Daidouji me disse que a tal febre maluca já abaixou.'

Syaoran (sentindo o coração acelerar): 'Febre? Como assim? Febre do nada! Ela estava resfriada?'

Hiroshi: 'Já estamos chegando em Tomoeda.'

Syaoran (se ajeitando incomodando no banco do carro): 'Me leve direto para o hospital.'

Hiroshi: 'Não quer ir primeiro para casa tomar um banho.'

Syaoran (ríspido): 'Não, por favor me leve para lá o mais rápido.'

O resto do percurso foi em silencio, Li olhava para a paisagem da estrada, Hiroshi acelerou o carro, mas isso não deixou o amigo mais calmo, por ele saia daquele carro e voava até o hospital que seria muito mais rápido, mas era dia claro, suas asas seriam percebidas com muita facilidade num céu quase sem nuvens.

Em meia hora depois o carro de Hiroshi parava em frente ao hospital de Tomoeda.

Syaoran (saltando do carro): 'Valeu por tudo, Hiroshi.'

Hiroshi (apertando a mão dele): 'Não tem de quê. A gente conversa mais tarde.'

Syaoran: 'Prometo que assim que puder pago tudo que lhe devo.'

Hiroshi (sorrindo): 'Você não está falando sério, né? Eu que lhe devo por me ajudar a ferrar com o idiota do Yanamoto.'

Li soltou a mão dele e acenou com a cabeça, antes de se virar para entrar no hospital. O rapaz teve que se controlar para não correr pelo hospital.

Syaoran (para uma enfermeira): 'Por favor, Kinomoto Sakura, onde está?'

A enfermeira olhou no para um caderno na recepção procurando o nome dela.

Enfermeira: 'Quarto 603, no sexto...'

Li não ouviu mais nada, ele conhecia o hospital o suficiente para saber onde era o quarto, o que mais o preocupava era que não sentia a presença da amada isso significava que ela estava inconsciente ainda. Ele não esperou o elevador foi pela escada de emergência e subiu de dois em dois degraus. Caminhou rápido pelos corredores até achar o quarto 603. Respirou fundo para não entrar de supetão e abriu a porta. Tomoyo estava dormindo na poltrona ao lado da cama da amiga. Meilyn estava ao lado de Sakura molhando a testa da amiga que ainda estava ardendo em febre. Li entrou e se aproximou.

Meilyn (olhando para ele): 'Xiao Lang!'

A prima correu até ele e se jogou nos braços do primo abraçando ele forte. Li retribuiu sorrindo, estava com saudades dos abraços sufocantes de prima. Tomoyo acordou com a gritaria de Meilyn e se levantou encarando o amigo. Ela sorriu de forma triste para ele. Syaoran caminhou até ela e parou na sua frente.

Syaoran: 'O que aconteceu com ela?'

Tomoyo o abraçou de forma carinhosa, por mais que não tentasse pensar as palavras de Meilyn ecoavam na cabeça dela, a jovem imaginou o que o querido amigo tinha passado quando criança, Li era um sobrevivente.

Tomoyo (com lágrimas): 'Estou tão feliz em ver você aqui. Agora eu sei que ela vai ficar boa.'

Li olhou para sua amada na cama, caminhou até ela e pegou sua mão quente pela febre. Com a outra mão passou na testa suada da amada e mexeu nos cabelos sedosos da menina.

Syaoran: 'O que aconteceu?'

As duas ficaram quietas se entreolhando, como contar para o rapaz que ela tinha ficado assim depois de saber o que tinha acontecido com ele quando garoto. Para sorte das duas Eriol entrou no quarto pois havia sentido a presença do amigo.

Eriol: 'Que bom que conseguiu sair daquela confusão.'

Syaoran (se virando para ele): 'Eu sempre saio das minhas confusões.'

Eriol (fitando a amiga adormecida): 'Que tal deixarmos eles sozinhos.'

Tomoyo e Meilyn saíram do quarto acompanhando Eriol. Li puxou um banco e se sentou ainda com a mão de Sakura entre a sua.

Syaoran (suavizado as feições): 'Me desculpe, não deveria ter agido com você daquela maneira. (ele se aproximou do rosto dela) Não pense em me abandonar Sakura, não pense nisso.'

Sakura (entre os lábios): 'S-Syaoran...'

Syaoran: 'Eu estou aqui, minha flor. Eu estou aqui.'

Uma lágrima caiu pelo canto de um dos olhos fechados da menina.

Sakura: 'M-Me p-perdoe...'

Syaoran (passando a mão nos cabelos dela): 'Não há nada a se perdoar.'

Sakura: 'E-Eu não sabia...'

Li tocou seus lábios nos dela delicadamente.

Syaoran: 'Volte logo para mim.'

Continua...