Capitulo 11: O Caçador de Demônios.

Sakura estava num belíssimo bosque. Inúmeras cerejeiras dançavam ao som do vento. As flores pequeninas caiam graciosamente formando um exótico padrão de cores e perfumes. Completamente encantada com o local, a jovem demorou a perceber que estava sendo observada. Deparou-se com o menino de olhar mais penetrante que já vira... Seu entusiasmo aumentou ainda mais ao ver Li lhe dando um de seus mais tímidos sorrisos. Eles eram tão raros e especiais. Caminhou até ele tranqüilamente...

De repente seus sentidos se confundiram e tudo ao seu redor começou a girar. Assustada assistiu a cena de uma enorme sombra envolver seu pequeno lobo por trás...A moça só teve tempo de gritar.

Sakura: 'SYAORAN!!!!'

A sombra atacou fortemente o menino que se debatia desesperado. Sakura tentara procurar sua chave no pescoço, mas ela não estava lá! i "Droga" /i. Sem pensar duas vezes correu até eles o mais rápido que pôde... Seu desespero era tanto...Reuniu forças, e em um rápido movimento segurou a mão de Syaoran, puxando-o com força.

A sombra era muito forte, Sakura olhou para cima de Li. Viu a silhueta de uma mulher com cabelos longos e soltos, porém não conseguiu reconhecer o rosto.

Sombra: 'Não adianta lutar, ele é meu!

A jovem mestra fechou os olhos chorando, enquanto puxava com toda a força que possuía o seu pequeno lobo.

Syaoran: 'Me solte, Sakura.'

Sakura abriu os olhos e viu o belo rosto do namorado com seus 23 anos.

Sakura: 'Não vou deixar você ir.'

Syaoran: 'Me deixe ir.'

Sakura: 'NUNCA!!!!'

Syaoran: 'Você não vai conseguir...'

Syaoran: 'Não posso deixar você ir!!! SOLTA ELE!!!'

Sombra: 'Ele é meu!'

Sakura (Desesperada): ' NÃO!'

Li olhou para ela com ternura e sorriu de forma doce.

Syaoran: 'Adeus, minha flor!'

Suas mãos se soltaram e a jovem o viu se afastando tragado por aquela sombra.

Sakura: 'NÃOOOOOOO!'

Sakura levantou-se da cama do hospital gritando. Li , que estava dormindo na poltrona, literalmente caiu no chão com o susto. Ele a olhou assustado... Não imaginava encontra-la sentada na cama chorando. Sakura, por sua vez, se virou para ele e levantou da cama, suas pernas estavam tão fracas que bambearam.

Syaoran (segurando ela): 'Está louca? Não pode se levantar desta maneira!'

Sakura não respondeu, apenas agarrou o namorado desesperadamente.

Syaoran (abraçando ela): 'Calma, Sakura, calma...'

Sakura: 'Não me deixe... Não me deixe...'

Syaoran: 'Eu estou aqui. Shiiiiii... Pare de chorar.'

Li afastou ela um pouco do seu peito para ver a face perfeita e bela da namorada. Ele passou a mão calejada pelo delicado rosto de boneca e sorriu.

Syaoran: 'Eu sempre disse que você era uma fraca mesmo.'

Sakura: 'Me desculpe.'

Syaoran (secando as teimosas lágrimas): 'Eu é que lhe devo desculpas.'

Ela sorriu para ele, como era lindo o sorriso dela. Li tocou de leve os delicados e trêmulos lábios de sua amada, sentindo o doce sabor deles. A pegou no colo e levou para a cama novamente. Ela precisava descansar.

Sakura ficou apenas dois dias a mais no hospital. Ela saltou do velho Renault Clio e observou a casa branquinha à sua frente. Syaoran estava ao seu lado carregando uma mochila com as roupas que ela usara no hospital.

Sakura: 'Ainda bem que ela sobreviveu este tempo todo com a Tomoyo e a Meilyn.'

Syaoran (a abraçando por trás): 'Não se preocupe está tudo bem. A sala é que passou por uma reforma pequena.'

Sakura: 'O Kero acabou com ela, não é? A Tomoyo me contou.'

Syaoran (cortando o assunto): 'Não vamos falar sobre isso.'

Os dois subiram a varanda e abriram a porta, a sala estava toda escura, as cortinas fechadas, luzes apagadas.

Sakura (estranhando): 'Porque está tudo fechado?'

As luzes se acenderam de repente enquanto inúmeras serpentinas foram jogadas pelos ares.

Todos: 'SURPRESA!!!!'

Sakura olhava ainda assustada para a quantidade de pessoas que estava naquele pequeno cômodo. Todos os seus amigos estavam lá. Tomoyo, Meilyn, Eriol, Kimura, Makoto, Hiroshi, os amigos de escola e de faculdade. Todos estavam sorrindo alegremente a observando.

Sakura (emocionada): 'O-Obrigada...'

Tomoyo (abraçando ela): 'Que bom que está de volta! (a menina olhou para Li que estava logo atrás de Sakura) Que bom que vocês dois estão de volta!!!'

Sakura e Li cumprimentaram um a um daquela festa surpresa. O som estava alto e dançante, com certeza os vizinhos reclamariam daquela festa durante a semana.

Kimura (abraçando forte Sakura): 'Que saudades de você, sua ingrata! Nunca mais ligou para mim!'

Sakura: 'Você também sumiu de circulação.'

Kimura (sorrindo): 'É que eu estou namorando um deus grego que trabalha na academia comigo! Ui, ui, ui!'

Sakura (erguendo uma sobrancelha): 'E o Makoto?'

Kimura: 'Nós terminamos...'

Sakura: 'Ah claro, pela milionésima vez.'

Kimura: 'Não, agora é definitivo!'

Sakura: 'Ah sim como da última vez que você disse que não voltava para ele nem que ele estivesse pintado de ouro.'

Kimura: 'Ah, mas foi diferente.'

Sakura: 'Sei? Diferente.'

Kimura: 'É. '

Sakura (olhando por cima do ombro da amiga): 'E porque será que ele não tira os olhos de você?'

Kimura (abrindo um sorriso): 'Ele está olhando para mim?'

Sakura confirmou com a cabeça.

Kimura (tentando conter o entusiasmo): 'Não me importa... Não quero mais saber dele. Eu agora estou namorando o... o... Ah! Não lembro o nome dele agora, mas ele é lindo!'

Sakura (balançando a cabeça negativamente): 'Você não muda, não é?'

Kimura: 'Você também! Acho que os homens fortes e gostosões gostam de garotas como você, frágeis e delicadas. (ela fez uma carinha de coitadinha) Vou adotar esta sua tática!'

Sakura: 'Hei, eu não tenho tática nenhuma.'

Kimura (dando uma cotovelada de leve nela): 'Então como consegue segurar o gostosão do Li por tanto tempo?'

Sakura (vermelha): 'Não é nada disso.'

Kimura (tomando um gole de cerveja): 'Não disse, já está vermelha! Vamos lá Kinomoto, vamos curtir a festa!'

Kimura praticamente arrastou Sakura para o meio da sala onde os amigos dançavam ao ritmo da música. A menina pensou que já fazia muito tempo que não dançava e esta era uma das suas principais diversões. i"O mundo adulto não reserva muito tempo para diversões"/i. Tomoyo e Meilyn se juntaram a elas dançando.

Li estava num canto da sala conversando com Hiroshi e Saito, que soube de tudo e foi visitar o amigo de estágio, Eriol e Mishimura, que apesar dos protestos de Sakura não saiu da casa.

Akami: 'Gente, que loucura o que aconteceu com você! Mas o tal Yanamoto já está preso?'

Hiroshi: 'Ele é filho de bacana, o negócio anda mais lento, mas já perdeu o cargo de juiz e está respondendo pelos processos.'

Saito (batendo no ombro de Li): 'Vocês ferraram com ele direitinho.'

Syaoran (depois de beber um pouco de cerveja): 'Agora ele está recebendo o que merece.'

Eriol: 'O destino sempre pune os que merecem.'

Syaoran (sorrindo): 'Eu espero não ser mais punido!'

Akami: 'Mas você foi vitima de tudo! Meu pai ofereceu ajuda ao senhor Suzuki, mas ele não aceitou.'

Syaoran (olhando sério para o ex-colega de dormitório): 'Não aceitou mesmo, né?'

Hiroshi: 'Só se eu quisesse apanhar depois que te tirasse de lá! Sei como você é o cúmulo do orgulho!'

Saito: 'Isso Li é mesmo! O cúmulo do orgulho!'

Eriol: 'Orgulho demais não leva muito longe.'

Syaoran: 'Pode até ser, mas não posso mudar mais isso.'

Eriol: 'Sempre podemos mudar.'

Syaoran (passando um braço nos ombros do amigo): 'Hiragisawa, eu sei que você é um homem casado e sério, mas que tal relaxar um pouco? Tem certeza que não quer uma cerveja?'

Eriol recusou polidamente, ele não bebia.

Saito: 'Não sabe o que está perdendo! Não há nada melhor que cerveja gelada, mulher gostosa e futebol de nível!'

Li e Hiroshi riram a toa, no fundo estava já começando a ficarem bêbados. Mishimura sorriu vermelha com o comentário dos rapazes. Eriol observava com atenção seu descendente, Li estava mudado, antes ele nunca tinha o visto bebendo daquela maneira. Hiroshi e Saito o puxaram para onde estavam dançando e apesar de protestar um pouco acabou indo. Daqui a poucos minutos estava dançando e cantando com os dois amigos. (Cara aqui está tocando a música "Anticipating" da Britney! Fala sério, a versão remix é o máximo!).

Mishimura (para Eriol que estava ao seu lado): 'Nunca imaginei que Li fosse tão alegre em festas, ele sempre foge de todas da faculdade.'

Eriol (sem tirar os olhos do rapaz): 'Eu também.'

Hiragisawa estava observando aqueles jovens dançando alegres e felizes lembrou-se, então, de sua esposa, Kaho. Ela o tinha quase obrigado a voltar ao Japão para ajudar Sakura e Li. Ele sentiu uma tristeza pela saudade da esposa... Vasculhou o local com os olhos e encontrou algo lhe chamou a atenção. No meio daquela multidão, Tomoyo estava parada o olhando de forma carinhosa. A reencarnação de Clow sentiu os cabelos da nuca arrepiarem ao fitá-la tão bonita. Ela sorriu e acenou com a mão dando-lhe 'tchauzinho'. Ele sorriu de lado e acenou para ela de volta. A moça voltou-se para as amigas e continuou a dançar e conversar animadamente.

Akami: 'É a sua esposa?'

Eriol (levando um susto): 'Hã?!'

Akami: 'Sua esposa? É ela?' (disse apontando para Tomoyo)

Eriol (sem graça): 'Não, ela é só... Só uma grande amiga.'

Akami fez uma cara de quem não tinha entendido nada e Eriol pediu licença para se afastar e pegar uma água na cozinha, ele suava como louco. Assim que voltou, olhou para a sala e literalmente cuspiu a água que estava na boca para fora. Li, Hiroshi e Saito estavam dançando em cima da mesa, bêbados. As meninas gritavam por eles, Kimura era a mais empolgada e acompanhada pelas outras que tinham bebido um pouquinho demais incentivava os rapazes a fazer strip-tease. Saito era o mais entusiasmado já tinha tirado a camisa e começava a abrir a calça. Li desabotoava a camisa assim como Hiroshi. Os três riam à toa.

Sakura olhava para Li de boca aberta, não acreditando no que o namorado estava fazendo, realmente ele tinha bebido demais e acompanhado por dois elementos nem um pouco santos como Hiroshi e Saito, só poderia dar nisso mesmo. As meninas gritavam enlouquecidas quando Li tirou completamente a camisa e jogou para cima rebolando e rindo. Realmente entre os três amigos o rapaz ganhava longe no requisito físico. Sakura começou a fechar a cara emburrada. O que ela podia fazer se era ciumenta? (Minha querida, se eu tivesse um namorado como o Li também seria o cúmulo do ciúme, e com razão!).

A música era dançante e empolgava mais os trio bêbado de stripers. Quando Li ameaçou tirar a calça a menina não agüentou, aquilo já estava sendo demais. Pediu licença e correu até perto da mesa.

Sakura: 'Li Syaoran, desce já!'

Kimura: 'Ah Kinomoto, deixa de ser desmancha prazeres!'

Akami: 'Eles só estão se divertindo!'

Naoko (depois de dar um gritinho): 'Isso aí! Tudo é festa!'

Kimura: 'Nossa pelo jeito o Li não parou de malhar!'

Meilyn (olhando arregalada para o primo): 'Onde ele aprendeu a fazer isso?'

Tomoyo: 'Está parecendo profissional!'

Kimura (dando uma cotovelada de leve em Sakura): 'Pelo jeito anda treinando muito com a Kinomoto!'

Sakura explodiu de vergonha, observando o namorado em cima de mesa dançando e rebolando enquanto tirava as roupas. Ela não pode negar que ele tava bem sensual, o único problema é que ele estava fazendo isso na frente de todos os seus amigos.

Naoko: 'Lindo!'

Chirraru: 'Nossa o Li se rebelou! Nem parece aquele menino tímido!'

Naoko: 'Eu disse que tinha um verdadeiro vulcão dentro dele! Tira! Tira Tudo!' (para a Naoko dizer isso ela deve estar no quinto copo!)

Rika (vermelha): 'Nossa, ele está com um físico!'

Chirraru: 'Escolheu bem... Heim Sakura!'

Meilyn: 'Ele coloca no chinelo o Suzuki e estezinho ai!'

Kimura: 'Lindo! Tesão! Bonito e gostosão!'

Kath (eu mesma, vocês acham que eu perderia um striper do Li?): 'Lindo! Tira logo tudo!'

Meilyn (para Tomoyo): 'Quem é esta aí que só falta pular em cima do Xiao Lang?'

Tomoyo: 'Eu sei lá! Deve ser da faculdade.'

Meilyn: 'Que louca!' (louca é você Meilyn!)

Sakura (olhando para Li): 'Li Syaoran desce já desta mesa!'

Akami: 'Deixa de ser egoísta, você vê ele assim quando quiser!'

Kimura: 'Isso mesmo, Kinomoto! Deixa a gente se divertir um pouco! Isso aí Li!!! Tira logo a calça!'

Quando Li desabotoou a calça, abriu o zíper e começou a tirar, Sakura não agüentou pegou ele pela mão e puxou com toda força para descer da mesa. Como ele estava trêbado, o coitado caiu com tudo no chão, e pior de tudo, rindo como um idiota. As meninas foram em cima dele quase enlouquecendo a ciumenta namorada do rapaz.

Hiroshi: 'Hei Kinomoto! Estragou a festa!'

Sakura estava com a cara tão zangada que o amigo resolveu nem insistir. Ela empurrou Akami que tentava ajudar Li a se levantar.

Sakura: 'Solta ele sua aproveitadora!'

Akami: 'Aproveitadora é você!'

Sakura (levantando Li com raiva): 'Ele é o MEU namorado! Fica longe dele!'

Syaoran (tentando ficar em pé): 'Tem Li para todo mundo.' (Ai que metido!).

Sakura (fechando a calça dele): 'Você não tem vergonha, não? Que mico! Só o que me faltava essa, tirando a roupa na frente de todo mundo!'

Syaoran: 'Eu só estava me divertindo.'

Sakura: 'Então se divirta com roupa!'

Saito (passando um braço nos ombros de Li): 'Não sabia que a sua garota era tão ciumenta, He He...Ick...'

Syaoran: 'Você não viu nada.'

Sakura (irritada): 'Eu NÃO sou ciumenta!'

Hiroshi (se juntando a eles): 'Deixa de ser ciumenta, Kinomoto. Deixa as garotas serem felizes um pouco!!!'

Saito: 'É isso ai, as garotas estavam enlouquecidas quando o garanhão aqui tirou a camisa...He, he, he'.

Os três riam como bêbados que estavam. Tomoyo aproximou-se deles.

Tomoyo: 'Sakura, o delegado Amizuki está na porta da casa querendo falar com o Li.'

Sakura (arregalando os olhos): 'O quê?!'

Sakura e Tomoyo olharam para Li que estava abraçado aos outros dois bêbados cantando alto a música.

Sakura (balançando a cabeça): 'Era só o que me faltava...'

Tomoyo: 'É melhor o delegado não ver ele assim.'

Sakura: 'Eu vou falar com ele.'

Tomoyo: 'A Meilyn está tapeando ele.'

Sakura: 'Fica de olho no Syaoran. Se aquele branquela chegar perto dele me avise que eu arranco os cabelos dela.'

Tomoyo não respondeu, olhou novamente para Li que já estava dançando no meio da pista, virou-se para trás e viu a amiga tentando passar pelo mar de jovens.

Sakura chegou na porta e viu a patrulha da polícia. O delegado Amizuki olhava para a agitação daquela casa, ao lado dele estava a senhora Luy de hobby de dormir ao lado. "Só podia ser coisa daquela velha", pensou Sakura olhando para a vizinha.

Sakura (tentando sorrir): 'Boa noite, em que posso ajudar?'

Meilyn (revoltada): 'Esta velha rabugenta resolveu chamar a policia!'

Sra Luy: 'Respeito menina!'

Amizuki: 'Por favor, senhoras...'

Meilyn: 'Esta velha que é uma corta prazeres!'

Sakura (tentando controlar a amiga): 'Meilyn, isso não vai adiantar nada.'

Amizuki: 'Senhorita Kinomoto, já é tarde sabe que não pode ligar o som tão alto.'

Sakura: 'Me desculpe, delegado, estamos comemorando a volta do Syaoran.'

Amizuki (sorrindo): 'Eu soube de tudo, também estou muito feliz por ele estar fora daquele lugar.'

Sakura: 'Nós iremos abaixar o som.'

Amizuki: 'Tenho certeza que sim.'

Sra Luy: 'Peraí, o senhor está indo embora?'

Amizuki (sem entender): 'Mas a guria disse que já vai abaixar o som.'

Sra Luy: 'Não está vendo que esta casa é um centro de orgia de jovens?'

Meilyn (vermelha de raiva): 'O que você disse, sua bruxa?'

Sra Luy: 'Tem um rapaz que vive ai com três garotas! Estes jovens não tem mais vergonha na cara! Na minha época isso era inadmissível!'

Meilyn (trincando os dentes): 'Sakura, eu não vou responder por mim, esta velha está me irritando.'

Tomoyo (aparecendo na porta da casa): 'Sakura!'

Sakura fitou-a. Ela estava vermelha, ofegante.

Tomoyo: 'O Li ele está...'

Sakura (preocupada): 'O que tem ele?'

Tomoyo olhou sem graça para o policial e a senhora Luy.

Sakura: 'Fala logo, Tomoyo!'

Tomoyo (sem graça): 'Ele está vomitando...' (ela fez uma careta)

Sra Luy: 'Eu não disse!'

Sakura (olhando para o céu): 'O que eu fiz para merecer isso? (virando-se para a amiga novamente) É melhor deixar ele, quem mandou beber tanto.'

Tomoyo (mais sem graça): 'É que ele está vomitando na cozinha...'

Meilyn (arregalando os olhos): 'O QUÊ?!!!! Na cozinha que eu limpei hoje?'

Tomoyo acenou positivamente com a cabeça.

Meilyn: 'Ele me paga!!!'

Todo mundo acabou entrando na casa atrás da revoltada chinesa que xingava o primo de tudo quanto era coisa. Muitas palavras eram em chinês e com certeza não deveriam ter uma tradução muito bonita.

A senhora Luy ia logo atrás do delegado falando mal dos jovens dos dias de hoje. Sakura e Tomoyo estavam logo atrás da amiga que literalmente empurrava todos a sua frente abrindo caminho até a sua cozinha. Meilyn parou na porta observando a terrível cena a sua frente. Li estava com a cabeça dentro da pia vomitando enquanto Eriol estava ao seu lado dizendo que aquela situação era ridícula. Li não tinha condições de responder as provocações da reencarnação de Clow.

Meilyn: 'LI XIAO LANG!!!! O QUÊ VOCÊ FEZ COM A MINHA COZINHA?!'

Sakura: 'Calma, Meilyn, depois a gente limpa...'

Tomoyo: 'Isso, pior seria se ele não conseguisse chegar até aqui.'

Eriol (depois de limpar a garganta): 'Bem ele não conseguiu.'

Sakura: 'O quê?'

Meilyn (andando de um lado para o outro): 'Eu mato ele, eu juro que eu mato ele!!!'

Tomoyo: 'Calma, agora não adianta nada isso.'

Sakura (ao lado de Li): 'Você está bem meu amor?'

Eriol: 'Como ele pode estar bem vomitando deste jeito!'

Sakura: 'Sei lá perguntei só por perguntar! Mas bem feito para você senhor Li Syaoran, onde já se viu beber daquela maneira.'

Tomoyo: 'Ele dançou muito em cima de mesa, deve ter feito mal ao estômago.'

Eriol: 'Nisso ela tem razão.'

Sakura: 'Você quer dizer rebolado! Ai! E eu sempre que pensei que ele fosse duro para dançar!'

Meilyn (erguendo uma sobrancelha): 'Vai me dizer que ele não treinou com você?'

Sakura (vermelha): 'Claro que não!'

Eriol e Tomoyo riram discretamente.

Meilyn: 'Você e esta sua carinha de anjo não me enganam!'

Syaoran (com a cara dentro da pia): 'Sakura...'

Sakura (virando-se para ele): 'Sim, meu amor, o que foi?'

Syaoran: 'Eu não tô legal...'

Sakura: 'É claro que você não tá legal!!!'

Tomoyo: 'Não é uma boa hora de brigar com ele. Eriol, ajude a Sakura a levar o dançarino aí para o quarto dele.'

Eriol passou um braço de Li pelos ombros e ajudou o amigo a caminhar até o quarto. O coitado do rapaz quase morreu levando o forte e pesado descendente até o segundo andar. Li deitou-se na cama como uma pedra, sem nem trocar de roupa, apesar de que ele só estava de calças mesmo.

Sakura: 'Tomoyo, tente tapear o delegado Amizuki. E...Eu vou tentar cuidar dele.'

Tomoyo observou o amigo deitado na cama e olhou para Sakura sorrindo.

Tomoyo: 'Acho que não pode fazer muito por ele agora... Amanhã sim.'

Sakura: 'Amanhã?'

Tomoyo (saindo do quarto atrás de Eriol): 'Acho que já vou preparar um café bem forte.'

Sakura viu a amiga fechando a porta e olhou para o namorado que já tinha caído no décimo sono, ela respirou fundo pensando no sermão que daria a ele no dia seguinte.

Eriol acompanhou Tomoyo até o primeiro andar, a festa já estava acabando porque o delegado já tinha cortado o barato de todo mundo e desligado o som. A sala estava quase toda deserta, apenas Meilyn olhava perplexa para a sujeira que tinha no chão, Akami Mishimura que estava tentando ajudar Saito a se levantar, Kimura e Makoto que estavam emburrados um com o outro e o delegado Amizuki ao lado da senhora Luy.

Tomoyo: 'Isso vai dar trabalho.'

Eriol: 'Este é o menor de nossos problemas.'

Tomoyo (fitando o amigo): 'Por que diz isso, Eriol? O que você sabe?'

Eriol ficou em silêncio, colocou as mãos nos bolsos da calça e desviou o olhar de Tomoyo.

Tomoyo: 'Você e sua mania de esconder as coisas...'

Eriol: 'Às vezes é melhor que não saibamos do futuro.'

Tomoyo: 'Será mesmo? Como pode ter certeza disso? Se você contasse que o Li morreria no caos talvez pudéssemos impedir aquilo.'

Eriol: 'Não tinha como impedir aquilo... Estava escrito nas profecias.'

Tomoyo: 'Ah claro a vida de um amigo meu foi decidida por causa de profecias idiotas escritas há milhares de anos atrás!'

Eriol (arregalando os olhos): 'Você não está entendendo...'

Tomoyo (começando a ficar vermelha de raiva): 'Sabe Eriol estou de saco cheio disto. Olha só para o Li! Aquele não é o Li que eu e você conhecemos! Ele está diferente...'

Eriol (depois de respirar fundo): 'E é isso que eu estou falando, isto é apenas o começo das mudanças dele.'

Tomoyo: 'Como assim?'

Eriol (olhando com tristeza para ela): 'Sakura precisará ser forte agora, ela é a única que pode impedir ele de cair no abismo.'

Tomoyo: 'Você viu isso?'

Eriol (balançando a cabeça negativamente): 'Eu não, Kaho foi quem viu e me disse.'

Tomoyo (sorrindo levemente): 'A professora Mizuki... Ela tem este dom, né?'

Eriol confirmou com um gesto.

Tomoyo: 'Foi por isso que você voltou?'

Eriol: 'Sim.'

Tomoyo (passando uma mão no rosto dele): 'Obrigada...'

Eriol ruborizou-se com o contado da delicada mãozinha de Tomoyo em sua face. Ela sorria para ele de forma tão pura e agradecida que o rapaz teve vergonha do que estava sentindo. A jovem indiferente ao que acontecia no íntimo do amigo ainda deu um beijo na bochecha dele antes de se virar para descer as escadas e falar com o delegado Amizuki. Eriol ficou estaqueado ali, observou a bela jovem se afastando dele, levou a mão ao rosto e passou delicadamente seus longos dedos na face beijada pela menina.

Eriol: 'O que está acontecendo comigo?'

Sakura acordou no meio da noite, sentia frio demais. Rolou um pouco para o lado procurando o calor do namorado para se aquecer. Rolou e rolou e rolou até cair com tudo no chão. (De novo!!!!)

Sakura (com a mão na cabeça que tinha batido no chão): 'Syaoran?'

Como não teve resposta se esticou para acender a luz do abajur e constatou que o namorado não estava na cama, olhou para a janela e a viu escancarada, ali estava o motivo de tanto frio. Começou a ficar preocupada, Li poderia ter voltado a se sentir mal à noite. Levantou-se e começou a procurar o rapaz pela casa. Estava tudo deserto e escuro. Nenhum sinal dele. Sakura começou a ficar nervosa, onde ele estaria? Olhou todos os cômodos da pequena casa e nada de Li. Ela voltou a subir para o quarto, pronta para trocar de roupa para procurá-lo quando o encontrou no banheiro lavando o rosto.

Sakura (parando na porta): 'Onde estava?'

Syaoran (depois de levar um susto): 'Hã?'

Sakura (se aproximando dele): 'Te procurei pela casa inteira? Você saiu?'

Syaoran (mentindo): 'Não! Estava no banheiro. Você é que é uma tonta e não repara em nada.'

Ele secou o rosto e colocou a mão na cabeça que doía.

Syaoran: 'Droga de dor de cabeça.'

Sakura: 'Quem mandou beber demais.'

Syaoran (indo em direção ao quarto): 'Não bebi tanto assim.'

Sakura: 'Imagina!'

Ele se jogou na cama novamente e respirou fundo para voltar ao sono. Sakura se deitou ao lado dele brincando com seus dedos nos cabelos embaraçados do rapaz.

Sakura: 'Está melhor?'

Syaoran: 'Mais ou menos.'

Sakura: 'Tomoyo fez um café forte. Quer um pouco?'

Syaoran: 'Não agora, meu estômago também não está muito bem.'

Sakura (ao ouvido dele): 'Quem mandou rebolar tanto em cima da mesa.'

Syaoran: 'Você sabe que eu sou duro para dançar.'

Sakura (abraçando ele): 'Pois então amoleceu.'

Syaoran (sorrindo de leve): 'Que mico, né?'

Sakura: 'King-Kong!'

Syaoran: 'Mas foi divertido.'

Sakura: 'Eu não achei graça nenhuma. As garotas ficaram insinuando que eu tinha ensinado isso a você.'

Syaoran: 'Você é muito tímida para isso.'

Sakura: 'Como assim?'

Syaoran (depois de um bocejo): 'Que você nunca teria coragem de fazer um para mim.'

Sakura: 'E você gostaria?'

Li não respondeu já tinha caído no sono novamente. Ela ficou ali fazendo carinho nele enquanto o admirava dormindo tão serenamente, deu um beijo na bochecha dele e se deitou ao seu lado para dormir.

Numa sala escura, iluminada apenas por inúmeras velas, um grupo de magos vestido elegantemente orava, cada um em sua língua e a sua maneira. A que se destacava era uma jovem senhora de longos cabelos encaracolados e um senhor. Eram Harmony e Garwood. Havia, também, dois feiticeiros mais jovens que estavam num canto descansando.

Charles: 'Estamos nisso a mais de dois meses, não agüento mais orar.'

Smith: 'Precisamos continuar, sinto o poder daquele demônio se fortalecendo.'

Charles: 'Se pelo menos o pilar estivesse conosco... Abriríamos qualquer portal em minutos.'

Smith: 'Aquela garotinha é uma idiota. Ela não percebe que o demônio apenas se deita com ela para controlá-la.'

Charles (franzindo a testa): 'Não deveria falar assim da pessoa que salvou sua vida, ou melhor, salvou este universo inteiro.'

Smith: 'E o que adianta se agora ela nos põe um risco muito maior?'

Charles: 'A mestra das cartas parece uma pessoa muito boa, não foi à toa que carrega dentro dela uma magia tão poderosa. (ele sorriu lembrando da jovem japonesa de olhos verdes) Não foi à toa que o guardião Li virou um demônio apenas para voltar para ela.'

Smith: 'Ele voltou por poder! Apenas pessoas idiotas e românticas como você acreditam naquela história de amor!'

Charles: 'Como você é mal amado!'

Smith: 'Quero logo que um guardião venha e acabe com Li.'

Charles: 'Acho que está levanto para o lado pessoal, Smith.'

Smith (quase gritando): 'O que está querendo insinuar?!'

O inglês se afastou vendo que o feiticeiro americano começava a perder o controle, se sentou ao lado de Garwood voltando a sua oração. Smith observava todos os mais de trinta feiticeiros orando, eles tinham que conseguir encontrar um guardião e acabar com aquele demônio de uma vez, antes que aparecesse um novo imperador para o planeta Terra.

De repente uma luz forte explodiu do nada no centro do círculo todos fecharam os olhos evitando assim uma cegueira certa. Quando a luz começou a ficar menos intensa formando apenas uma bola no centro, todos olharam boquiabertos para a bela fonte de luz multicolorida.

Garwood (mal contendo o entusiasmo): 'Conseguimos! É uma brecha!'

Harmony (hipnotizada pela bela luz): 'É linda!'

De dentro da luz uma forma humana podia ser vista caminhando na direção deles, assim que a pessoa saiu da luz, ela se apagou tornando o ambiente novamente escuro e mal iluminado.

Todos olhavam com admiração o belo rapaz que estava de pé. Ele tinha o porte imponente e musculoso, mas que Li inclusive, prova de que era forte e passara por algum treinamento. Seus cabelos eram negros e presos em uma longa trança que batia na cintura. Uma franja rebelde cobria-lhe parte dos olhos negros e profundos. Tinha uma pequena cicatriz na bochecha esquerda e vestia uma roupa negra de batalha, pois havia em sua cintura várias armas de fogo e facas. Apesar de tudo, aparentava ter menos de 25 anos.

Rapaz (avaliando o lugar): 'Onde estou e quem são vocês?'

Garwood (se aproximando): 'Somos feiticeiros...'

Rapaz (empunhando uma espada): 'BRUXOS!'

Garwood (nervoso): 'Não, meu bom rapaz! Não somos bruxos. Nossa magia é branca e benéfica! Protegemos os humanos contra os demônios...'

O rapaz abaixou um pouco a espada, mas continuava a observar todos de forma arisca.

Harmony (sorrindo): 'O chamamos aqui para nos proteger de um demônio.'

Rapaz (franzindo a testa): 'Me chamaram?'

Harmony: 'Sim, você veio por um portal do universo.'

Rapaz: 'Do que estão falando? Estão loucos?!'

Smith (batendo na testa): 'Droga! Ele não sabe nada.'

Garwood: 'Cale-se Smith! (depois voltando para o rapaz) Explicaremos tudo a você com calma, por favor não nos trate como inimigos.'

Harmony (se aproximando dele até tocar seu braço): 'Qual o seu nome, meu belo rapaz?'

Rapaz (depois de levar um susto com a aproximação dela): 'Logan... Jake Logan.'

Garwood: 'Bem vindo ao nosso universo, Senhor Logan.'

Smith (debochado como sempre): 'Me diga, senhor Logan, para que anda com tantas armas?'

Logan (fuzilando ele com os olhos): 'Sou um caçador.'

Smith (sorrindo debochado): 'Caçador? Era só o que nos faltava um reles caçador.'

O rapaz se irritou, com um salto pulou todos os magos que mal tiveram tempo de perceber o que estava acontecendo. Parou na frente de Smith colocando a ponta afiada da espada no pescoço do mago.

Logan (bem próximo à cara do mago): 'Caço pessoas como você, bruxo. E posso dizer que sou o melhor de todos.'

Smith engoliu seco, Harmony novamente teve que interferir para dispersar a vontade do rapaz de passar a lâmina no pescoço de Smith.

Harmony: 'Calma, meu rapaz. Ele é inofensivo, seu grande problema será um demônio superior.'

Smith: 'Eu, inofensivo?'

Logan (apertando a lâmina no pescoço dele): 'Cale-se idiota! (ele se virou para a senhora com os olhos trêmulos) Está me dizendo que há um demônio superior aqui solto?'

Harmony confirmou com a cabeça.

Harmony: 'Por isso imploramos por vossa ajuda.'

O rapaz se afastou de Smith dando pouca importância para o mago, ele tinha um desafio muito maior pela frente.

Logan (sorrindo): 'Eu já estava cansado de matar só aqueles insetos.'

Meilyn arrumava a casa como podia, tinha pegado Kero de jeito para a ajudar a limpar a sujeira que ficou na sala e na cozinha. A menina xingava o primo de vez em quando, mas era só Kero falar alguma coisa que Meilyn voltava a proteger ele, enlouquecendo o bichano. Tomoyo estava na cidade fazendo algumas gravações para o seu cd. Sakura estava no trabalho e Li...Ela olhou para o relógio na parede e pensou que há esta hora o primo estava chegando no estágio depois de uma manhã de aula. Tudo no final sobrou para a poderosa Meilyn!

Meilyn (caindo no sofá): 'Nossa! Desta vez eu cansei!'

Kero (sentando no lado dela com a língua para fora): 'Nunca vi tanta sujeira numa casa só!'

Meilyn (limpando o suor da testa): 'Nem me diga, estou morta e ainda tenho que ir ao mercado comprar alguma coisa para o jantar porque alguém aqui limpou a geladeira.'

Kero: 'Poxa, eu precisava me alimentar para limpar toda aquela bagunça! Estou trabalhando sem nem salário mínimo!'

Meilyn (se levantando): 'Vou tomar um banho e vou ao mercado.'

Kero: 'Oba! Compra bastante doces!!!'

Meilyn: 'Corta essa, bola de pêlo, o dinheiro que a Sakura deixou é para comprar co-mi-da, comida de verdade!'

Kero: 'E quem disse que doce não é comida de verdade?!'

Meilyn: 'Você é um olho grande!'

Kero (emburrando): 'E você uma encrenqueira!'

Meilyn estava tão cansada que resolveu não responder a provocação, tomou um demorado banho já que não tinha ninguém na casa para ficar batendo na porta pedindo para ela andar logo. Depois se arrumou, vestiu um lindo vestido vermelho na altura dos joelhos em estilo oriental. Prendeu o cabelo em dois coques, um de cada lado, com pequenas mechas lisas molduravam o rosto redondo e belo da chinesa. Pegou a bolsa e o casaco e saiu até o mercado, ouvindo a lista de doces de Kero. Apesar do cansaço, ela se sentia feliz, nunca tinha apreciado tanto a liberdade. Ela podia fazer o que quisesse, na hora que quisesse, e não tinha ninguém que ela precisava dar satisfações. Ela olhou para o céu azul de Tomoeda e sorriu. Ela era livre, tão livre quanto os pássaros que voavam no céu. Desde que tinha terminado os estudos no segundo grau ela tinha vivido apenas estudando para ser uma esposa exemplar. Aprendeu todas as normas de etiquetas de todas as culturas orientais e ocidentais. Aprendeu sobre os costumes e a posição da mulher na criação dos filhos e na sua obrigação em dar suporte ao marido. Não poderia sair sem pedir permissão para alguém, não poderia nem mesmo se retirar de um aposento sem pedir permissão ao membro mais velho que estivesse ali ou para o marido.

Meilyn: 'Hyo Ling...'

Ela amava o marido porque ele era diferente, na frente dos outros ele seguia a tradição a risca, até porque era o mais cotado para substituir Xiao Lang como o patriarca do clã, mas em casa e sozinhos, ele era o mais adorável e doce dos maridos, aquele que fazia massagem quando ela fazia uma cara de que estava cansada ou com dores nas costas, que a carregava nos braços para qualquer lugar se ela se mostrava cansada, que respeitava quando ela apenas não retribuía um beijo. Ele lia tudo em seus olhos, ela não precisava dizer o que sentia ou o que queria, ele simplesmente sabia olhando para os olhos dela.

Uma dor fina invadiu o peito da jovem, e o que ela lhe deu em troca de tanto carinho e amor? Nada, nem mesmo um filho que deveria ser sua obrigação ela não tinha capacidade de lhe dar. Meilyn se sentou num dos bancos da praça em frente ao supermercado tentado recuperar as forças para seguir em frente.

Voz: 'Nossa! Como você é bonita!'

A menina se assustou com aquele comentário. Ela literalmente pulou do banco encarando feio o senhor que estava a sua frente sorrindo amistosamente.

Meilyn: 'Seu velho tarado! Pois saiba que eu sou uma mulher casada! Se o meu marido sabe disso ele quebra todos os ossos do seu corpo, está me ouvindo?!'

Senhor (abanando as mãos): 'Vamos, calma, eu não estou lhe passando uma cantada...'

Meilyn (franzindo a testa): 'Não?'

Senhor: 'Não.'

Meilyn (com as mãos na cintura): 'Então o que o senhor quer comigo?'

Ele lhe estendeu um cartão ainda com um enorme sorriso nos lábios. A menina pegou desconfiada o pedacinho de papel e o leu.

Meilyn: 'Shoji Hieyro, diretor e produtor de teatro... (ela levantou os olhos para ele) E daí?'

Hieyro: 'E daí que estou produzindo uma peça de teatro e acho que você ficaria perfeita como uma das protagonistas. Você tem experiência teatral?'

Meilyn (pensando): 'Bem eu já fiz algumas peças na escola...'

Hieyro: 'Perfeito!!! Por favor, vá amanhã no endereço que tem neste cartão para fazer o teste, tenho certeza que você se sairá muito bem!'

Ele estendeu a mão e ela a apertou ainda receosa.

Hieyro: 'Tenho certeza que já achei a minha Hérmia!' (Para o pessoal que não está entendendo nada, Hérmia é uma personagem de Sonho de uma noite de verão de Shakespeare. Ah eu não posso fazer nada se eu adoro ele! Tem uma página que dá para pegar os roteiros das peças dele, não o livro e sim o roteiro mesmo! É o máximo!!!!)

Meilyn acompanhou o senhor se afastando, ela olhou novamente o cartão em suas mãos.

Meilyn: 'Porque não?'

Provavelmente Li chiaria, mas ela não agüentava mais viver de favor na casa do primo e da amiga. Tomoyo ajudava nas despesas e ela apenas ficava limpando a casa, talvez aquela seria sua grande chance. Ela não precisaria pedir permissão para o marido para fazer o teste como na China. Finalmente teria sua independência financeira. Um sorriso começou a aparecer nos seus lábios.

Meilyn (com uma mão na cintura e outra apontando para o céu): 'O mundo do Show bizzness vai conhecer a poderosa Li Meilyn!!!!'

Continua...