Parte 5: Rin - Mãe
Não foram muitos os humanos que tiveram a oportunidade de chegar perto da casa nobre das Terras do Oeste, quanto mais de entrar nela.Por isso, a reação perante a figura da "humana ao lado de Lorde Sesshoumaru" não poderia ser outra.Os olhares curiosos não tinham coragem de pensar no óbvio, mesmo com todos os preparativos em volta.
- Bem-vindo, Ssessshoumaru-ssama!!! - Jaken foi ao encontro deles, particularmente orgulhoso de seu cargo - Já esstá tudo pronto, ssomente essperando a ssua chegada!O que devo faszer primeiro?
- Acompanhe Rin até os aposentos para que ela descanse da viagem.Providencie um banho e tudo o mais.
- Ssim, Ssessshoumaru-ssama!Ahn...quaiss apossentoss...?Quero diszer, ssão tantosss...
- Os meus é claro, que pergunta mais sem cabimento - Sesshoumaru disse a frase levemente mais alto, notando as atenções por ali - Estarei lá em breve.
Seguiu por um dos muitos corredores.Por um momento, Rin sentiu-se perdida entre tantas expressões interrogativas, mesmo tentando manter a calma.
-Então, vamos, Jaken? - sorriu - Eu queria mesmo tomar um banho...
- Claro.Por aqui, Rin-ssama.
Jaken percebeu a risadinha abafada atrás de si e esqueceu por um momento as formalidades.
- O que é engrasçado, hein??? - virou-se, indignado.
- Não me chame assim, Jaken.Não soa nada bem.
- Hunf... - começaram a andar - Poiss é melhor sse acosstumar... porque agora todoss já ssabem quem vai ocupar o lugar de Ssenhora dass Terrass do Oesste!Dê uma olhada, sse ainda não percebeu quem é o scentro dass atensçõess...
- Eu já percebi - corou, séria - Com certeza estão decepcionados por eu não ter nada de especial...
- Voscê esstá penssando ao contrário!!!
- Ao...contrário?
Jaken ficou sério também.
- Hunf...ninguém essperava viver para ver o cassamento de Ssessshoumaru-ssama.Nem messmo eu, sse quer ssaber.E de repente voscê aparesce, no papel de noiva-quasse-cassando.O que todos esstão tentando desscobrir???
- "O que essa humana..tem de especial...?" - baixou os olhos sem perceber.
- É!Exatamente issso.
Andaram em silêncio até a porta no final do corredor.O quarto tinha um aroma agradável - Rin desconfiou de que fosse jasmim - e as peças eram brancas com detalhes bordô e vice-versa, assim como a roupa de cama.
- O banho vai esstar pronto daqui a pouco.Pode desc...hum. - Jaken viu que o olhar de Rin ia muito além da decoração do quarto.
- "Entendo...é agora que começa de verdade..."
- Rin-ssama?
- Não me chame assim, Jaken. - suspirou, sorrindo para ele - Ao menos você, que me acompanhou até aqui.Me chame só de Rin, como sempre foi.Tá?
A calma na voz escondia o quanto ela ainda precisava colocar as idéias no lugar.
- O banho vai esstar pornto daqui a pouco...Rin. - Saiu, fechando a porta.
Ela sentiu uma leve dormência se espalhando pelas pernas, talvez o resultado daqueles dias de emoções e viagens finalmente vindo à tona.
- Obrigada, Jaken.Eu preciso mesmo! - caminhou devagar para o banheiro, ansiosa para tirar aquele cansaço incômodo do corpo.
Cansado também estava Sesshoumaru, depois de se encontrar com os regentes.Concluiu que o pouco tempo que ficara afastado tinha sido o bastante para colocar em risco a estabilidade do Oeste.Precisava mesmo ficar e cuidar de tudo pessoalmente.
- "Como sempre, estou cercado de incompetentes...mas as coisas vão mudar agora." - levantou-se da cadeira onde estava.
Ouviu a porta se abrir, e um youkai aparentando ser da mesma espécie de Sesshoumaru entrou no salão.Tinha os cabelos azul-escuro e os olhos prata muito vivos, além de um ar de nobreza.
- Mandou me chamar, Lorde Sesshoumaru?
- Sim, Yozora.Estou assumindo tudo a partir de agora.
- Eu esperava por isso - o youkai pareceu aliviado - Se o senhor não anunciasse, certamente eu o aconselharia!Mas foi ótimo que tenha me chamado, Lorde Sesshoumaru... - a última frase veio mais séria e cuidadosa.
- Tem algo que precise falar, Yozora? - levantou as sobrancelhas, já imaginando o que seria.
*****
- "Um banho realmente faz milagres!Estou inteirinha mais leve!" - Rin abriu os braços, já mais à vontade na casa apesar dos olhares. Tinha resolvido dar uma volta por ali enquanto Sesshoumaru não voltava, pois não havia prestado atenção em nada na primeira vez que passara.
- "Fiquei tão nervosa quando cheguei aqui...ainda sou uma grande boba.Mas para tudo se dá um jeito!"
- Não há jeito para isso, o senhor sabe!
- "Hum?"
A voz desconhecida chamou a atenção de Rin para a fresta da janela.Não teria ficado ali mais tempo, se não tivesse visto pelo vidro Sesshoumaru de costas, conversando com o estranho.Prestou atenção, nas pontas dos pés.
- Pare com esse escândalo, Yozora.Não será isso que mudará qualquer decisão minha. - as palavras de Sesshoumaru eram praticamente uma ordem, mas Yozora não parecia estar perto do final.
- O trabalho de um conselheiro inclui pensar a longo prazo.E não dá para dizer que ela se encaixa em nossa idéia de "longo prazo".
- Você não precisa ficar me dizendo coisas que eu já sei.
- Então, confirma-se que essa humana não tem nada de diferente mesmo... - Yozora cruzou os braços, parecendo inconformado.
- "Essa humana" será minha esposa daqui a algumas horas.Cuidado com as suas palavras, não me custa cortar a língua de um ou dois conselheiros - Sesshoumaru endureceu a voz encarando o outro, que deu um passo para trás.
- Eu só digo a verdade - justificou-se - Não se pode mudar a natureza.
- Nem a verdade, nem a natureza vão me impedir de fazer o que quero. - falou, em tom de fim de conversa.
- Os humanos passam rápido por este mundo! - Yozora não desistia.
- Mais um motivo para não perder meu tempo com os seus acessos. - foi em direção à porta de saída.O conselheiro passou à frente e olhou Sesshoumaru seriamente.
- Lorde Sesshoumaru.Não há futuro para ela aqui. - enfatizou a frase de tal modo que Rin sentiu-se esfaqueada no peito. Imediatamente afastou-se da janela, já arrependida daquele passeio.
Na pressa de voltar ao quarto, ela não viu a reação de Sesshoumaru, igualmente negativa mas muito mais perigosa.Tendo um olhar muito pior do que o primeiro, segurou Yozora peça gola do kimono tão rápido que ele não pôde disfarçar o medo.
- Lo-lorde...e-eu... - gaguejou, gelado.
- Eu só não tem mato agora porque você é um verme infeliz...e porque Rin não merece ter o dia de seu casamento manchado de sangue.
Largou-o para um lado, enojado.
- Mais tarde, pode agradecer a ela por ainda ter a cabeça sobre os ombros.
Saiu do salão, deixando um atordoado Yozora com as pernas bambas.
- O que quer que tenha acontecido nesses anos...ele continua mesmo assustador... - segurou a própria garganta, ainda tremendo.
Rin entrou no quarto, ainda com a frase martelando em sua cabeça.
- Não há futuro para ela aqui!
Isso era uma sentença cruel.De repente, Rin enxergava coisas em que jamais pensara, como o futuro.Aprendeu cedo que o melhor era viver o presente.Evitava o sofrimento, em parte.
- "Isso só prova que eu estava certa nessa idéia..."
E agora um desconhecido lhe jogava na cara que, por maiores que fossem seus esforços, sua existência não era mais do que uma breve passagem destinada ao esquecimento.Isso não era justo, depois de tudo por que passara.
- "Natureza ou não, eu já tomei a minha decisão.Se é para ser teimosia...então que assim seja..."
Divisou o alvo manto sobrado sobre a cama.Então, aquilo representaria a sua importância?
- "Mas esse manto é eterno...nada o faz perder o viço..."
Sentou-se na cama e abraçou o manto macio, como se na história dele estivesse a solução de que precisava.
- "Pode me ceder um pouquinho só desse viço...a senhora que teve um amor tão lindo...?Um amor que nunca se apagou...?"
Deitou-se de atravessado no colchão, olhando o teto branco como o manto.Ela sentia-se pequena e fraca agora, pensando se um dia seria digna de portar aquele tesouro.
- "Me ajuda a encontrar um modo...de não deixar que se apague também?"
Sem ela perceber, o sono foi chegando e pesando nas pálpebras. Logo ressonava de trajes mesmo, praticamente envolta no manto.
*****
Quando abriu os olhos, Rin sentia a cabeça mais leve.Certamente, por ela estar acomodada em um confortável travesseiro.
- "Hum...quando foi que eu..."
- Você dormiu bastante.
Sentado na beira da cama, Sesshoumaru olhava Rin serenamente. Ela sorriu, tendo a impressão de que a importância de sua preocupação diminuía diante aquele olhar.Animou-se.
- Eu nem percebi...acho que estava mais cansada do que pensava. -sentou-se - Está bonito assim! - notou que ele estava sem armadura, vestindo um hakama branco simples.Era a primeira vez que o via em trajes diferentes.
- Obrigado. - ele sorriu - Gosta do quarto?
- É lindo, muito aconchegante!A casa toda é!
- Que bom.Não achei que tivesse reparado na casa, com tanto nervosismo. - falou, descontraído.Rin corou.
- Hum...agora estou bem!É verdade! - não deixaria suas preocupações aborrecerem ele, que estava tão tranquilo.
- Já que está revigorada, pode aproveitar melhor isso. - colocou sobre a cama um pequeno baú de madeira envernizada - Pode abrir.
Rin deu uma risada gostosa ao ver o conteúdo do baú.
- São...perfeitos!!! - segurou nas mãos o par de sapatos bordô com detalhes prata.
- Experimente-os.
- Claro! - calçou-os e deu uma voltinha pelo quarto - Muito macios...e silenciosos!Não esquentam os pés também, eu sempre me incomodei com isso.
- Dignos de uma noiva.Pode usá-los no casamento.
- Sim, é o que vou fazer! - sentou-se de novo, ao lado dele.De repente, perdeu a vontade de falar qualquer coisa.
- Algum problema? - ele perguntou, já desconfiando do que fosse.
- É que - suspirou - sabe...parece que estou sonhando...tudo isso...é estranho, eu lutei por tudo isso...e agora tudo parece um sonho, eu não queria estar sentindo isso, é como se...
- Ei - levantou o rosto dela, olhando-a nos olhos - Não é para sentir-se sufocada por qualquer coisa, muito menos por palavras absurdas de alguém como Yozora.
Evitou os olhos dele.
- Percebeu que eu...estava por lá...
- A casa é sua também, e ele é um escandaloso - justificou-a - Só lamento as sandices que ouviu.
- Mas não é a verdade?Não há mesmo futuro...
- Não diga algo assim - encostou o dedo nos lábios dela - Posso ver que a machuca.
Comovida com a dedicação, Rin resolveu nunca mais esconder qualquer sentimento de Sesshoumaru.Mesmo porque, via que seria difícil isso acontecer.
- Eu só queria..corresponder à altura.Provar que meu amor não vai se apagar nunca, mesmo que meu tempo seja curto...
Ele sorriu.Um pouco diferente, mas sorriu.
- Rin...você tem correspondido à altura desde a primeira vez que nos vimos.
Levantou-se sem tirar os olhos dela, puxando-a para si em um beijo que tornava qualquer palavra desnecessária.Estariam sempre juntos, definitivamente.
- Estão todos nos esperando agora.Pronta?
- Sim. - enlaçou seu braço no dele, confiante em sua vida, em seu amor e também no amor dele.
- "Afinal...somos marido e mulher, né?"
*****
Assim, tudo transcorreu como devia ser.Em pouco tempo, a idéia de uma senhora humana tornou-se normal e agradável, isso em grande parte devido à personalidade de Rin.Ninguém podia esperar que as paredes de uma casa, mesmo que luxuosa, fossem pará-la.
Verdade que experimentava uma segurnaça quase inédita em sua vida, mas nada superava as cavalgadas ao ar livre em Ann Unn e os passeios noturnos com Sesshoumaru.Quanto a ele, mesmo com as responsabilidades que um vasto feudo exige, procurava fazer isso sempre que possível.Parecia que finalmente conseguiria passar uma longa temporada na terra natal sem se aborrecer.
Após dois verões, isso ficou ainda mais confirmado.Rin demorou um pouco para perceber o atraso nas regras, mas logo não havia mais dúvidas: o primeiro herdeiro estava a caminho.
Não poderia ser melhor.Em um entardecer de outono, nascia o garoto Akasora.
- Ele tem os seus olhos, Sesshoumaru.
Poucas vezes o olhar do Lorde do Oeste teve tanto orgulho quanto ao ver aquela pequena bolinha de pêlos no colo de Rin.
E depois de Akasora, veio a bela Tsukiko em uma noite quente de verão.Sem avisar, a pequena Fuyumo chegou durante um inverno rigoroso.
Se uma criança muda tudo, quem dirá três, crescendo em ritmo acelerado!
- Nunca me imaginei assim, cercada por tantas crianças! - Rin não cansava de sorrir enquanto andava de um lado para o outro, cuidando de tudo.
- Você pode ter mais criados para isso, se quiser.Parece agitada.
- Eu tenho muito prazer em fazer isso!A sua ajuda e a da Jaken são mais do que me basta.
- Já que sente-se tão bem...realmente, isso é normal nas fêmeas...
- Claro - ela sorriu - Mas você entende como me sinto.
- Foi uma das coisas que aprendi a fazer.Era realmente desconfortável não entender o seu sorriso.
- Eu posso dizer o mesmo.Mas agora, nossas crianças terão o melhor de nós dois.
Suspirou de contentamento ao dobrar o último kimono branco e azul e colocá-lo sobre a cama, junto a outros dois.Alisou-os um a um.
- Falando nisso, Fuyumo vai querer te ver quando acordar.
- Eu sei.Mal acredito que já tenha oito anos.
- É, o tempo passa.
Rin ficou quieta.Não gostava desse assunto.
- Ela fala tanto quanto você na mesma idade.
- Tanto assim?Bem, para compensar Tsukiko e Akasora.Ele não te lembra ninguém?
- Claro que sim.É como eu mesmo na infância...um pouco mais calmo.
- Então, talvez Fuyumo não tenha puxado apenas a mim?
- Hum...talvez.Que tal mudar de assunto?
- Você é quem sabe. - olhou na direção da porta - Mas acho que o assunto já está aqui...
Um olhinho amarelo surgiu, e logo depois a cabeça toda de Fuyumo encostou-se na porta.Sorriu, deixando à mostra o canino saliente.
- Ainda está com cara de sono, querida -Rin sorriu também, chamando-a - Entre!
- Logo passa, mamãe! - correu quarto adentro até a mãe, afagando o rosto no manto que ela vestia sempre - Né, pai?
Sesshoumaru fez que sim com a cabeça, a fitando.Era impossível não encontrar aquela presença nos olhos amarelos de Fuyumo.E as orelhinhas saltadas não ajudavam.Talvez um dia ela soubesse o quanto lembrava o tio hanyou, talvez não.Afinal, ele estava a centenas de quilômetros distante, mesmo.
- Pai! - saltou na frente dele - Eu já cresci bastante, né?
- Ainda tem muito o que crescer, Fuyumo.
- Mesmo assim!Minhas garras já estão aparecendo, veja! - mostrou as unhas, orgulhosa.Ele se fez de desentendido.
- E daí?
- O senhor sabe... - fez voz dengosa - Para eu aprender o Dokassou!
- Fuyumo!Continua com isso? - Rin preocupou-se, falando como uma típica mãe protetora.
- Não se preocupe, mamãe!O pai vai me ensinar certinho, né? - olhou para ele suplicante.
- Não sei... - olhou as mãozinhas afoitas - Cresceram um pouco, mas ainda estão fracas.Não, tenha mais paciência.
- Ah..mas pai... - murchou as orelhas, decepcionada - Tudo bem...
Rin afagou os cabelos prateados, consolando-a.
- Seus irmãos já estão lá fora.Porque não vai brincar com eles?
- Vou, sim.Tsuki-chan deve estar no jardim, eu vou para lá.
Acenou com a cabeça e saiu correndo do quarto.
- Sesshoumaru, o que unhas fortes têm a ver com algo como o Dokassou? - Rin não conteve a curiosidade.Ele a olhou calmamente.
- Nada, é claro.Mas não é coisa para crianças.
- Claro! - ela riu de leve daquela estratégia.
*****
No jardim, Tsukiko colhia flores e folhas tranqüilamente, recolhendo-as em uma cesta, absorta na tarefa.
- Esse arranjo vai ficar muito bonito. - Akasora observava a irmã de um galho de árvore próximo.Ela sorriu para ele.
- Não quer me ajudar, irmão?
- Não dou para essas coisas.Você tem que ter muita paciência! - desceu da árvore de um pulo.Ela levantou-se segurando alguns ramos.
- Então, pode carregar a cesta para mim?
- Claro! - recolheu-a - É muito leve.
Saíram caminhando sem pressa.
- Mamãe pediu para eu fazer o arranjo de mesa no próximo jantar.
- É uma ótima idéia.Você tem talento para isso!. - sorriu de orgulho da irmã.
- E você tem talento para ficar amuado em qualquer jantar.Não estou bronqueando, mas...
- 'Mas o primogênito tem certos deveres', é, eu sei... - perdeu a vontade de sorrir em um minuto.
- Papai mesmo já disse para não guardar as coisas que Yozora-san diz.Ele é um escandaloso. - revirou os olhos, tanto por Yozora quanto pelo aborrecimento do irmão.
- Que seja - deu de ombros - Multidões me deixam aborrecido mesmo.
- Isso é verdade!Aka-chan é tímido demais! - Fuyumo apareceu de repente mo meio dos dois - Olha, Tsuki-chan!Para o seu arranjo! - estendeu uma grande flor amarela para a irmã, que a colocou na cesta.
- Obrigada, Fuyumo, vai ficar muito bem aqui.
- Puxa vida. viu! - Fuyumo cruzou os braços - Papai não quer mesmo me ensinar o Dokassou!
- Isso não é coisa para crianças, Fuyumo.Você é mesmo ansiosa! - Akasora suspirou.Ela olhou de soslaio para o irmão.
- Sei...sou bem eu quem fica de olhos vidrados cada vez que vê Tenseiga e Toukijin...
- Eu não fico desse jeito.Você sabe muito bem...
- Mesmo sendo reservado e tímido, Akasora tem o espírito de um nobre youkai. - Tsukiko cortou ambos, mas sem sucesso.
- Um hanyou, você deveria dizer.
- Akasora! - Tsukiko franziu as sobrancelhas - Não fale com esse tom!
- Sabe muito bem do que falo.Isso ainda conta, não importa o que digam. - ignorou o tom de repreensão da irmã.
- Mas já contou muito mais.E você sabe muito bem do que falo. - falou firme para ele.
- Não tem mais como reclamar, Aka-chan.Os youkais mais próximos dos humanos estão cada vez mais se misturando.Parece algo que está acontecendo naturalmente, entende?
- Agora você resumiu as coisas, Fuyumo.
- Mas vocês...
- Pare de se preocupar com isso, Akasora. - Tsukiko deu tapinhas no ombro dele - É muito cedo para esse tipo de problema.
- Tsuki-chan nem parece mais nova que Aka-chan... - Fuyumo comentou com si mesma.
Chegaram ao galpão onde Tsukiko trabalhava em seus arranjos.Um lugar singelo, cheio de flores diferentes e de aromas misturados.Provavelmente, por causa disso a garota tinha um cheiro tão próprio, flora,l mas impossível de definir.
- Seus arranjos duram tanto, Tsuki-chan!Nem parece que são flores de verdade, né... - havia alguns arranjos sobre a mesa, nenhum com menos de uma semana.
- Eu tenho meus métodos! - sorriu ela, orgulhosa.
- Bem, isso é com vocês agora - Akasora passou a cesta para Fuyumo - Como já disse, não dou para essas coisas.
- Aka-chan...! - apesar do desapontamento da caçula, Akasora apenas acenou e se afastou devagar, cruzando os braços atrás da cabeça.
- Ele vai estar bem, Fuyumo.Realmente, arranjos de flores não combinam.O cheiro é bem diferente....
*****
Notas finais: Bem, finalmente acabei o capítulo 5.Falta pouco para chegar ao fim definitivamente, agora.Não é a primeira vez que uma fic minha chega na reta final, a de Harry Potter está assim também.Mas, acho que pelo estilo, estou emocionada com esta aqui.Quando eu ia imaginar que ia se transformar em um conto de anos?Não posso evitar de sentir os personagens como um pouco meus também...desde novembro escrevendo essa história, né!
Eu quero agradecer a todas as pessoas que estão me apoiando nessa fic, é a maior alegria ser merecedora de seu tempo e de seus comentários.Então, espero que estejam aproveitando a história, e queiram chegar até o final.Até a próxima!^_^
