Capítulo 09 – Salto de fé

Naquela noite Cuddy respeitou o espaço dele e não foi procurá-lo, mas sentiu um vazio naquela casa. Ela sabia que insistia para que a House não vendesse o apartamento, pois ela sempre queria ter um plano B, C, D e até E caso as coisas dessem errado, mas pela primeira vez ela notou que estava boicotando o plano A em detrimento dos demais. Ela dizia que House sabotava qualquer chance de felicidade, mas ela estava fazendo o mesmo. Foi uma noite difícil e muito reflexiva, um momento importante. Ela só esperava que não fosse tarde demais.

[H] [H] [H] [H] [H]

House passou a noite sozinho em seu velho apartamento, mas logo cedo ele ouviu batidas na porta, era domingo.

Ele respirou fundo, na certa era Wilson preocupado, então ele nem olhou, só abriu.

"Wilson eu estou bem".

"Oi". Era Cuddy.

"Oi". House ficou chocado ao ver quem estava ali. Seu coração começou a bater de forma acelerada, ele sabia que ele tinha razão (em partes), mas Cuddy não era de admitir estar errada e isso sempre causava conflitos entre eles. Dois teimosos. Ele estava esperando pelo confronto eminente.

"Entre".

"Obrigada". De repente ela se viu toda formal com ele, seu namorado, o homem que a engravidou.

"Onde está Rachel?".

"Com Julia".

"Uh".

"House...".

"Você quer beber alguma coisa? Não que eu tenha muito na geladeira, mas talvez...".

"Não". Ela o cortou. "Precisamos falar".

"Posso beber algo antes? Talvez água...". Ele queria evitar a discussão e se apegaria a tudo pra isso.

"House, por favor!".

Ele respirou fundo. "Ok".

"Me desculpe!".

Ele arregalou os olhos surpreso.

"Eu sei que eu sou uma louca, controladora e medrosa. Eu sei que tento encontrar o que considero perfeito e sempre estrago tudo porque não existe tal coisa. Eu não sou perfeita, você não é, mas é perfeito pra mim".

Ele franziu a testa.

"Acho que... Minhas exigências, minhas cobranças, são uma maneira de me esquivar e me esconder. Eu amo quem você é e isso deve bastar".

"Mas não basta, certo?".

"Sim, basta! Eu estou feliz com você, muito feliz, nunca estive mais feliz. Desculpe se não demonstro isso com mais frequência".

"Você está falando sério?".

"Sim. Eu... Eu tenho dificuldades de demonstrar... talvez porque eu ache que você vai se encher de mim, ou vai se acomodar demais".

"Eu já sou acomodado demais".

Ela riu. "Você é um constante desafio pra mim, tenho medo que me ache... Entediante. Que enjoe de mim".

"Realmente?".

"Sim". Ela confessou corando.

"Eu jamais te acharia entediante".

"Como você sabe disso?".

"Com essa sua bunda... Você acha que eu pensaria que você é entediante?".

Ela riu. "É só isso o que te atrai em mim?".

"Claro que não. Você sabe disso".

"Não, você não diz com muita frequência".

Ele olhou sério para ela. "Me desculpe por isso. Eu devia dizer mais vezes o quanto te amo, o quanto acho você a mulher mais interessante e inteligente do planeta".

Ela corou.

"Eu jamais enjoaria de você, eu nunca estive mais feliz também".

"Mas com Stacy... Você se sentia mais adequado com ela".

House arregalou os olhos. "Você esteve com Wilson?".

"Ele não me disse nada demais, só queria nos ajudar".

"Eu mato Wilson!".

"House, fui eu quem o obrigou a falar...".

"Tenho certeza de que não precisou de muito esforço".

Ela pegou na mão dele. "Por favor, me diga que não terminou tudo entre nós".

"Você está louca? Claro que não terminou".

Ela sorriu aliviada.

"Eu... Eu te amo Lisa Cuddy!".

"Eu também te amo Gregory House. E pretendo fazer melhor".

"Eu te amo Lisa Cuddy e também pretendo fazer melhor". Ele repetiu carinhoso.

Trocaram um beijo e em seguida ficaram alguns minutos abraçados.

"Sabe... Precisamos conversar mais se quisermos que isso funcione". Cuddy disse. "E entre nós, não com Wilson como intermediário".

"Não era pra ele ser um intermediário de qualquer forma".

"Eu sei. Mas... Eu vou me atentar para demonstrar que você é importante na minha vida e na de Rachel, vou tentar ser menos controladora e exigente, entender a sua maneira de viver e respeitar isso".

Ele estava chocado com tudo o que ouvia.

"Mas também não custa você me ajudar mais com as coisas de casa de vez em quando, e com Rachel e...".

"Com o bebê". Ele disse.

Ela sorriu. "Sim, com o bebê".

Era a primeira vez que eles tinham uma conversa real sobre isso.

"Eu não posso garantir que serei o pai do ano, mas vou tentar".

"Eu nem quero que você seja o pai do ano porque não serei a mãe do ano com certeza".

"Eu vou fazer isso, mas... Eu vou fazer até onde posso".

"Ok, está suficiente pra mim".

"Será mesmo? Eu sempre sinto que nunca é o suficiente e olha que me esforço muito para fazê-la feliz".

"Você não precisa se esforçar muito para me fazer feliz. Você por perto já me faz feliz".

"Não é o que percebo na maioria das vezes".

"Eu sei, e eu falhei em demonstrar isso. Minha falha!".

Ele respirou fundo. "Quando eu faço algo... Você nega sexo como punição. Você me manda pra fora de casa".

"Não é como punição... Como você quer que eu faça sexo com você quando estou com raiva?".

"Sexo de raiva?".

"Nem sempre funciona assim".

"Então como faremos se sempre te irrito e você sempre quer me matar?".

"Não é bem assim...".

"Não?".

"Eu sei que eu exagero".

Ambos ficaram calados até que ela quebrou o gelo.

"Eu não vou te mandar mais pra fora de casa. Não é justo, não tem nenhum sentido".

"Teremos que mudar muita coisa...". House disse com a voz baixa.

"Ajustar algumas coisas. E faremos isso".

"Seu otimismo me contagia".

Ela o beijou docemente. "Nós estamos juntos!".

Ele acenou com a cabeça.

"House... Você comeu alguma coisa?".

"Pedi uma pizza ontem e comi o resto hoje".

"Volte pra sua casa, que é no meu lugar... No NOSSO lugar. Venda esse apartamento".

Ele franziu a testa. "Você não precisa fazer isso sob pressão".

"Eu tenho certeza do que eu digo, aliás, nunca tive tanta certeza na vida".

"Mas as coisas podem dar terrivelmente errado".

"Elas vão dar errado se não dermos um salto de fé".

"Wow! Você, a grande Lisa Cuddy conservadora e controladora querendo dar um salto de fé?".

"Eu não quero, eu já dei esse salto, só não tinha me dado conta". Ela disse acariciando a barriga.

House sorriu. "Você se lembra de que eu sou um viciado, certo?".

"Em abstinência. Eu sei bem". De repente ela parou e pensou. "House, você usou drogas ontem?".

"E se eu tiver usado... Você vai me abandonar?".

"Não! Claro que não. Eu te amo! Nós lidaremos com isso juntos".

"Você diz isso agora. Saiba que tomei três Vicodins".

"Sério?".

"Sim".

"Ok, nós vamos lidar com isso...". Cuddy tentou manter a naturalidade.

Ele olhou pra ela profundamente. "Eu não tomei nenhum Vicodin".

"Você quis me testar?".

"Aprendi com a melhor".

Ela sorriu triste, mas aliviada. "Ok, talvez eu mereça isso".

"Não é uma vingança, mas você precisa saber que esse é um risco real e há Rachel e... o bebê".

"Eu sei disso, mas estou disposta a enfrentar esse risco junto com você".

"Você não sabe o que diz".

"Eu já te disse... Eu dei um salto de fé".

"Espero que você seja bastante crente".


Naquele dia ele voltou pra casa com ela e, pela primeira vez, sentiu que aquela era a casa dele também.

"House!". Rachel correu para ele quando o viu. "Saudades de você!".

"Ei pequena. Ninguém faz um waffle como eu, certo?".

"Não. O waffle de mamãe é ruim".

"Pode deixar que eu mesmo farei o seu waffle amanhã, com calda de cobertura extra".

Cuddy riu. Era fofa a interação deles, House se esforçando para não demonstrar sentimentos, mas falhando miseravelmente. Ela sempre ficava no pé de House para que não exagerasse na calda de cobertura para Rachel, mas dessa vez ela pouco se importou, o que importava era tê-lo com elas novamente.

À noite Cuddy tomou um banho e rastejou para a cama com uma lingerie nova e que deixava grande parte do corpo à mostra. Na verdade ela só cobria 1% de seu corpo, por assim dizer.

"Wow! Tenho que sair de casa mais vezes".

"Não diga isso...". Ela logo montou nele.

"Se ficar fora por uma noite resultar nisso...".

"Você fala como se nunca fizéssemos sexo".

"Obrigado Deus que sim. Mas hoje você caprichou além da conta nessa lingerie".

"Que bom que você gostou". Nenhum homem foi capaz de fazê-la se sentir mais desejada.

"Eu só não gostaria se fosse louco. Ou celibatário. Ou Wilson...".

"Você tira o meu tesão falando de Wilson...". Ela disse divertida enquanto começou a roçar em seu pênis por sobre o tecido.

"Uhhhh".

"Você gosta disso?".

"Muito...". Ele começou a ter dificuldade em pensar uma vez que o sangue estava se dirigindo para o seu pênis.

"Muito quanto?". Ela acelerou.

"Muito... Tudo".

Ela sorriu e mordeu o lábio quando notou como ele estava duro pra ela. "Isso é pra mim? Diga que é pra mim!".

"É pra você. Tudo pra você".

E naquela noite não foi sobre luxúria, bom... Isso também. Mas fundamentalmente foi sobre amor.

No dia seguinte pela manhã House acordou mais cedo que Cuddy surpreendentemente, e começou a fazer o café da manhã, incluindo waffle para Rachel.

"House!".

"Shhhhhh... Fale baixo. Não acorde a sua mãe".

"Por quê?".

"Porque eu vou fazer um café da manhã especial pra ela. Mas é surpresa. Você me ajuda?".

"SIM".

"Ahhh, fala baixo Rachel".

"Desculpe".

"Vamos, sua mãe gosta de torrada com geleia de damasco".

"Isso é nojento...".

"A geleia?".

"Gosmenta".

"É boa... Prove!".

"Não. Eca!".

"Eu prometo que é gostoso e só parece nojento".

A menina olhou desconfiada.

"Você não confia em mim?".

"Sim".

"Eu não sou seu companheiro pirata?".

"Sim". Ela respondeu rindo. "Você é o pirata barba branca".

"Você está me chamando de velho?".

Ela riu. "Não bobo. Mas você tem barba branca".

"Só uma parte. E as mulheres acham isso charmoso".

"O que é charmoso?".

"Alguém atraente".

"O que é atraente?".

"Eu! Agora prove a geleia e pare de me enrolar".

Com muito custo a menina provou um pouquinho, mas fez cara feia.

"Oh não exagere, não é tão mal assim".

"Eu prefiro calda de morango".

House riu.

Quinze minutos depois eles ouviram Cuddy levantar-se.

"Rachel vá distrair sua mãe na cama, não deixe que ela saia de lá e não fale sobre a surpresa".

"Sim". A menina correu para sua mãe.

"Rachel você está acordada?".

"Sim mamãe". Ela pulou na cama.

"Onde esta House?".

A menina ficou muda.

"Rachel, onde está House?".

"Na cozinha".

"Ele fez o seu cereal?".

Ela balançou a cabeça confirmando.

Cuddy respirou fundo. "Então vamos levantar pra eu...".

"NÃO MAMÃE!".

"Por quê?". Cuddy estranhou.

"Você não pode".

"Por que eu não posso ir até a cozinha?". Ela já havia pensado que House tinha feito alguma coisa errada e seu coração começou a bater forte no peito.

"Porque não".

Cuddy ia se levantando e Rachel tentava agarra-la.

"Rachel, o que houve?".

"Não posso falar".

Cuddy ficou ainda mais preocupada e se levantou rapidamente.

"Mamãe é surpresa de House". A menina começou a chorar.

De repente House abriu a porta com uma bandeja em mãos.

"Que drama foi esse?".

"Eu não consegui". A menina se lamentou com lágrimas nos olhos.

"Claro que você conseguiu pirata. A sua mãe ainda está aqui". Ele piscou pra ela e a menina sorriu limpando o rosto.

"O que aconteceu? O que é essa bandeja?".

"Café da manhã especial". House disse.

"Oh...".

"Eu e Rachel fizemos tudo".

"Sim mamãe". A menina respondeu orgulhosa.

Cuddy entendeu. "Oh pequena, obrigada".

"E eu?".

"Você também, namorado atencioso. Obrigada!".

House sorriu como uma criança feliz.

"Uhhhh. Isso é damasco?".

"Sim mamãe, isso é nojento".

Os adultos riram.


"Como estão as coisas entre você e Cuddy?".

"Melhor impossível".

"Ótimo!".

"Mas não é graças a você".

"Eu não disse isso".

"Mas sei que pensou. Você não é cupido ou o grande casamenteiro, Wilson".

"Você tem que ser um idiota sempre?".

De repente Cuddy se aproximou da mesa em que os dois amigos almoçavam.

"Ei Wilson".

"Oi Cuddy".

"Posso me juntar a vocês?".

"Claro!".

House estranhou, mesmo depois do inicio de relacionamento não era usual Cuddy se juntar a ele no almoço no restaurante do hospital. As vezes eles combinavam de almoçar fora de lá, mas quase sempre terminava no apartamento de House para que fizessem sexo no meio do dia.

"Ei". Ela sorriu para House assim que sentou-se e o beijou.

Wilson corou.

"Wilson, para de ser uma menina adolescente, foi só um selinho".

Cuddy riu.

De qualquer forma aquilo estava fora dos padrões para eles, Cuddy nunca gostou de demonstrações de afeto publicas no hospital.

Eles almoçaram e Wilson precisou sair antes de terminar por uma emergência na oncologia.

"Hoje a tarde terei consulta com a Dra. Patrícia".

"Oh...". House nunca tinha se desculpado com ela.

"Você quer vir comigo?".

Ele estava em um duelo interno. Ele queria ir, mas ao mesmo tempo Cuddy descobriria que ele nunca havia se desculpado com a médica ginecologista.

"Claro!". Ele não pensou em nada diferente para dizer.

"Ótimo. Me encontre as 4 horas da tarde em frente a sala de ginecologia".

"Estarei lá".

Ela sorriu e se afastou.

House ficou pensando em como lidaria com a situação, então às três e meia da tarde ele estava em frente ao consultoria de Dra. Patrícia.

"House? Veio me agradecer?". Dra. Patrícia estranhou a presença dele.

"Não. Eu preciso falar com você por cinco minutos".

"Preciso chamar os seguranças?".

"Não".

"Ótimo".

Ele entrou sem graça e foi logo ao assunto. "Eu quero me desculpar".

Dra. Patrícia arregalou os olhos.

"Eu fui um idiota, geralmente eu sou um... Não quero que isso interfira...".

"Eu sou profissional o bastante para continuar realizando o pré-natal de Cuddy sem que isso interfira em nada, além do mais, Cuddy é uma colega querida".

"Sim, ela não tem culpa por ter um fraco por idiotas como eu".

Patrícia riu. "Exatamente meu ponto".

"Ótimo que estamos entendidos".

"Ótimo".

Ele saiu e foi comprar um refrigerante para aguardar o horário da consulta da namorada.

Às quatro horas em ponto Cuddy apareceu. "Você já está aqui?". Ela perguntou surpresa.

"Não, esse é um holograma meu".

Ela o ignorou e sentou-se ao lado dele pegando em sua mão. "Obrigada por estar aqui, isso significa muito pra mim".

Ele corou. "Ok". Depois se culpou por dizer apenas isso. 'Ok?'. Sério House?'.

Quando a porta se abriu Dra. Patrícia os convidou para entrar.

"Boa tarde Lisa, como estão as coisas?".

"Bem, eu acho...". Ela respondeu insegura.

"Dr. House".

"Pode me chamar de Greg também".

Patrícia riu e Cuddy se surpreendeu, ela havia pensado que House nunca tinha se desculpado com Patrícia, mas devia estar errada.

"Você tem experimentado enjoos?".

"Só matinais, mas eles passam rapidamente".

"E depois ela praticamente devora a casa pelo resto do dia".

Cuddy arregalou os olhos e olhou pra ele.

"Ótimo. Algum sangramento?". Dra. Patrícia continuou.

"Nenhum".

"Cólicas?".

"Não".

"Tonturas? Dores de cabeça?".

"Também não, só muita sonolência".

"Isso é natural. Seios doloridos?".

"Sim, isso sim".

"E maiores...". House falou empolgado. Cuddy corou e Patrícia riu.

"Vejo que você está aproveitando a gestação de Lisa agora".

"Eu sinto muito, mas me recuso a fornecer detalhes íntimos de nossa vida". House disse e Cuddy balançou a cabeça enquanto Patrícia ria ainda mais.

"Alguma dor durante a relação sexual? E isso é estritamente profissional". Dra. Patrícia perguntou bem humorada.

"Não, nenhuma". Cuddy respondeu envergonhada. Ela sentiu-se um pouco boba por ficar como uma adolescente naquela situação.

"Eu não quero me gabar, mas dor é o oposto do que ela sente...".

"House!".

Patrícia tentou conter a risada. "Ok. Ótimo! Vamos examiná-la então? Seu hormônio Beta HCG está bem alto, perto do pico".

"Isso explica muita coisa". House falou.

Cuddy novamente corou e resolveu sair logo da sala para colocar o avental deixando o namorado e a ginecologista sozinhos.

Depois de algum tempo de silencio constrangedor a médica falou.

"Você é um sujeito peculiar, Dr. House".

"Uh... Não sei se isso é bom ou ruim".

"Definitivamente é compreensível a razão pela qual Lisa está com você".

House franziu a testa. "O que isso quer dizer?".

"Que somente um homem peculiar iria se tornar um desafio para ela".

"Uh... Então tomo isso como algo bom".

"Nesse caso, sim".

"Também só um homem peculiar iria fecundar aquele óvulo".

"Ok, não tenho comentários sobre isso".

"Foi muito pra você?".

Dra. Patrícia riu e foi salva pela volta de Cuddy.

"Vamos começar?".

Cuddy subiu na maca e Dra. Patrícia começou os exames. "Tudo bem até aqui. Vamos fazer o ultrassom transvaginal, ok?".

"Ok".

"Ok... Pode ser meio estranho pra mim outra pessoa introduzindo...".

"House, cale-se!".

"Eu vou entrar protegida". Patrícia brincou enquanto colocava preservativos no aparelho.

"Oh, melhor assim".

Cuddy queria morrer.

"Veja... Aqui está o feto".

Cuddy estava com taquicardia, o medo de que algo de errado fosse detectado estava dificultando a sua respiração.

"Está tudo bem?".

"Aparentemente... Deixe-me fazer algumas marcações".

"Por quê?".

"É normal, Lisa...".

House estava sem palavras olhando para o monitor e vendo o aglomerado de células que possuía 50% de seu DNA.

Nesse momento Dra. Patrícia disse. "Escutem...".

De repente um som alto e nítido e muito acelerado se fez ouvir.

"Oh meu Deus!". Cuddy começou a chorar imediatamente ao ouvir o batimento cardíaco.

House ficou ainda mais estático até que ele sentiu uma mão envolvendo a sua e apertando com força, então ele voltou a si, era Lisa que chorava emocionada e o segurava com toda a força que tinha.

House olhou pra ela e não sabia o que sentir. Medo? Alívio? Alegria? Preocupação?

"150 batimentos por minuto, o coração está a todo o vapor para o desenvolvimento desse embrião". Dra. Patrícia disse. Cuddy só chorava mais e mais. "Tudo parece absolutamente normal".

"Obrigada!".

"A vesícula vitelínica está aqui, vejam... O saco gestacional...".

Cuddy só fazia chorar e chorar e House continuava em total catarse.

"Diga alguma coisa, House". Cuddy pediu.

"O embrião tem... um cabeção".

Continua...