Nota da Tradutora: os créditos desta fanfic são totalmente e somente da autora, ShayaLonnie, eu apenas fiz a versão para o português.

Os nomes dos personagens e feitiços foram mantidos no formato original; os lugares seguiram a tradução oficial dos livros.

The Debt of Time

Por: ShayaLonnie

tradução para o português: Javoski

Disclaimer: As personagens do universo de Harry Potter são propriedades de J.K. Rowling. Todas as personagens canon, enredo, e situações não pertencem a mim e eu não obtenho nenhum lucro com essa história.


Atenção: Classificado M por causa da linguagem, violência, e as ocasionais cenas de sexo entre menores.

N/A *Atualizado em Abril de 2015* Essa história foi terminada em Abril de 2015 e passou por uma edição pesada. A história e o enredo não foram mudados, mas graças ao time de Betas, agora está muito melhor (não por minha culpa). Obrigada a todos que ajudaram Betar essa história inteira: Fluffpanda, LJSumeers, kaida171, glittergrrrl05, worthfull1, DramionesLady, iheartpadfoot1981,shannonnichole9, drarryfanatic47, IHEARTPADFOOT, and corvusdraconis.


The Debt of Time

Parte Um - A Dívida de Vida

Capítulo Um: O Ritual da Dívida de Vida

". . . Tears stream down your face
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes . . ."
(Fix You - Coldplay)

10 de junho, 1997

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

Salão Comunal da Grifinória

"Harry, o funeral dele foi há dias," Hermione tentou argumentar com seu melhor amigo mais uma vez. "Eu sinto muito, muito mesmo, mas nós precisamos nos focar na missão, nas horcruxes. Isso é o importante." As lágrimas já estavam ameaçando transbordar novamente. O olhar no rosto de Harry a mantinha em luto perpétuo, mais por ele do que por ela. "É o que Dumbledore teria desejado."

Seu Diretor, o maior bruxo que já existiu, estava morto há mais de uma semana. Embora o resto do mundo parecesse pronto para abraçar a dor e seguir em frente com quaisquer meios que tivesse, Harry Potter estava determinado a procurar uma maneira de contornar a morte.

Hermione sabia que ele se culpava pela morte de Alvo Dumbledore, independentemente de quantas vezes ela, Ron, e o resto da Ordem insistisse no contrário. A culpa estava completamente nas mãos dos Comensais da Morte que invadiram a escola, de Draco Malfoy por deixá-los quebrarem os feitiços de proteção de Hogwarts, e do próprio assassino, Severo Snape.

"Você não tem como saber o que ele teria desejado, Hermione," Harry insistiu teimosamente. "Você pode apenas... você pode apenas procurar?"

"Harry, você não pode trazer de volta os mortos," ela disse, esperando pôr um fim na ideia bizarra que ele tinha em mente. "Snape usou a Maldição da Morte. Ninguém sobrevive a ela!" ela retrucou—e imediatamente se arrependeu.

"Eu sobrevivi!" Harry gritou de volta e ela se encolheu ante seu tom.

"Você não é culpado!" Ela devolveu. "Só porque você sobreviveu a Maldição da Morte não significa que todo mundo que morreu é mais merecedor de ser poupado dela do que você! Além disso," ela bufou com raiva, oficialmente cansada do complexo de mártir dele, "você não morreu e voltou, Harry. Você repeliu a maldição. Tem uma... diferença." Ela abaixou o tom para algo mais suave quando viu os olhos dele começarem a embaçar com lágrimas.

Finalmente. Talvez ele fosse capaz de lamentar agora e seguir em frente. Dumbledore estava morto e não tinha como trazer alguém de volta dos mortos. Os últimos seis anos ensinaram a cada um deles essa lição incrivelmente bem.

oOoOoOo

6 de julho, 1997

A Toca - Residência dos Weasleys

Um mês depois, Hermione sentou no quarto de Ron n'A Toca, um livro sobre Horcruxes em sua mão; o assunto de Morte virou algo de grande interesse. Definitivamente, não havia jeito de voltar dos mortos. Entretanto, uma pesquisa mais profunda sobre as Horcruxes a mostrou as nuances de cinza, as quais eram diferentes das limitações 'preto e branco' que Hermione conhecia sobre vida e morte. Uma coisa era certa, não havia jeito de trazer de volta Albus Dumbledore.

Mas outra coisa no livro chamou sua atenção.

Depois de ler brevemente alguns parágrafos que o livro tinha sobre Horcruxes, Hermione folheou o resto do livro com grande interesse. Se o trio estava indo caçar as coisas que mantém Voldemort ligado a este mundo, ela queria saber tanto sobre a vida e a morte quanto possível, a fim de derrubar completamente o Lorde das Trevas sem a perda de qualquer outra pessoa no processo.

Tinha um capítulo informativo sobre a Maldição da Morte, que entrou em detalhes sobre como usá-lo, os efeitos físicos antes e depois da morte, e - apesar de não haver menção de sobreviventes - tinha uma pequena nota escrita à mão no final da página que dizia "Sacrifício por Amor: Lily Potter, 1981," na letra que ela reconheceu ser de seu antigo Diretor.

Ansiosa para evitar o lembrete de como e por que eles acabaram nesta situação, Hermione se apressou em fechar o livro. Ela tinha que tratar de algumas tarefas e, apesar dela ter conseguido evitar a maioria dos Weasley até agora - especialmente depois deles terem descoberto que ela teve que Obliviar os pais há duas semanas - era tempo de encarar o resto do mundo. Fechando o grosso livro, Hermione levantou e se dirigiu a uma pequena pilha dos outros que continuavam a crescer no canto do quarto de Ron. Todos os livros que ela tinha trazido de casa e de Hogwarts estavam empilhados um em cima do outro em um amontoado organizado, todos esperando para serem separados ou guardados para a caça das Horcruxes. Deixando o livro no amontoado, Hermione virou para sair do quarto quando os livros caíram no chão atrás dela. Deixando escapar um suspiro exasperado, a bruxa se virou para limpar a bagunça quando percebeu que o livro que ela estava lendo agora mesmo caiu aberto. O título do capítulo chamou sua atenção e ela estreitou os olhos desconfiada; era como se um fantasma tivesse virado naquela exata página.

Dívidas de Vida.

Puxando o livro de volta para seus braços, ela examinou as palavras cuidadosamente.

"Um vínculo mágico formado entre um bruxo ou bruxa e a pessoa cuja vida eles salvaram. A pessoa que deve a dívida para o salvador um dia será obrigada a pagar o débito fazendo algo benéfico para ou pelo referido salvador. Tal vínculo pode ser formado mesmo entre o pior dos inimigos, independentemente de qualquer das partes envolvidas quiserem ou não. Como esse vínculo é feito magicamente, a pessoa que está em débito pode se comprometer a pagá-lo sem mesmo saber, ou mesmo contra a sua vontade...

...Por causa do vínculo mágico da dívida de vida ser tão forte e incontornável, se ela for 'chamada', a maioria das bruxas e bruxos que possuam essa dívida se oferece para pagá-la imediatamente e sem hesitação para que o salvador não possa chamá-la depois.

O próprio ritual da dívida de vida é uma mágica que chama o devedor para acertar as contas usando Sangue Mágico e Sacrifício. Esta poderosa mágica flui através do par tão fortemente que uma vez realizada, é criado um vínculo entre o devedor e seu salvador.

Dívidas de vida foram usadas muitas vezes em tempos de guerra quando os Bruxos Negros botavam em perigo a vida de uma bruxa de propósito para salvá-la depois e poderem cobrar a dívida. Ele iria então usar o ritual da dívida de vida para ligar a bruxa a ele contra a sua vontade, mais especificamente se um pedido de casamento já houvesse sido recusado pela bruxa e sua Família.

O ritual em si foi proibido - apesar de não ser especificadamente considerado fora da lei - em 1242 depois que o bruxo Cadmus Peverell foi suspeito de ter posto em perigo e depois salvado a vida de seis filhas de uma Família rival com o intuito de usar o ritual de dívida de vida para vinculá-las todas a ele. Cadmus usou o poder contra a Família rival para barganhar o casamento com uma das filhas de bom grado em vez de casar com as seis forçadamente.

Quando sua noiva morreu antes do casamento, houve boatos de que Cadmus queria usar o débito para trazê-la de volta do túmulo, mas não teve sucesso. Apesar do ritual de débito da vida ser magicamente forte o bastante para se estender através do tempo e espaço, forte o bastante para passar além do véu, morte pela Maldição da Morte é a única exceção para esse ritual."

"Exatamente o que eu disse a ele, ninguém volta depois de uma Maldição da Morte." Hermione sacudiu a cabeça em uma leve frustração enquanto recordava sua discussão com Harry um mês atrás, logo após o funeral de Dumbledore. Com um profundo suspiro, ela fechou o livro e reorganizou a pilha de livro, mas não antes de botar uma fita vermelha entre as páginas. Embora não seja relacionado com a busca pelas Horcruxes, dívidas de vida sempre foram de interesse dela, e não faria mal marcar a página para uma leve leitura mais tarde.

Claro, ela já sabia um pouco sobre dívidas de vida embora nada sobre um ritual ter sido mencionado para ela antes. Ela não podia imaginar o alcance que bruxos ávidos teriam a fim de manter poder sobre outros. Hermione tinha certeza que ela tinha uma dívida de vida para muitas pessoas, Harry com certeza, ao mesmo tempo em que ele também lhe devia algumas, se não mais. Ela sorriu, pensando em quão grata ela era que esse ritual fosse, para a maioria, desconhecido. Hermione sabia que Severo Snape devia ao pai de Harry, James, uma dívida de vida por ter sido salvo de um ataque de lobisomem durante uma lua cheia. O pensamento de que o pai de Harry teria se ligado de propósito ao Professor Snape para que pudesse chamar a dívida de vida era quase cômica. Pelo que ela tinha ouvido falar sobre James Potter, ele não era um ser tão cruel. Sirius Black, por outro lado...

Hermione parou no meio do caminho enquanto a cor ia embora do seu rosto. Ela correu de volta para a pilha de livros e abriu na página marcada para reler a passagem.

"...Apesar do ritual de débito da vida ser magicamente forte o bastante para passar além do véu..."

Ela olhou, olhos arregalados. "Mãe de Merlin," ela sussurrou e virou a página.

oOoOoOo

21 de julho, 1997

A Toca - Residência dos Weasley

Depois de duas semanas de intensa pesquisa que envolveu duas viagens à biblioteca de Hogwarts, cortesia da Rede de Flu no escritório da Professora McGonagall, Hermione tinha um plano em ação. Infelizmente, ela não era a única. Senhora Weasley tinha um plano em ação a respeito de um grande casamento. A Ordem tinha um plano bastante complicado em relação à remoção de Harry dos Dursleys. Ron tinha um plano muito preguiçoso a respeito de contar a seus pais que ele, Harry e Hermione não estavam voltando para Hogwarts para seu sétimo e último ano, mas em vez disso eles iriam ter uma tediosa viagem ao longo da Grã-Bretanha, na esperança de descobrir vários pedaços da alma de Voldemort guardados em embrulhos brilhantes, como anéis e medalhões. Todos tinham um plano.

Mas o plano de Hermione precisava ser posto em ação imediatamente, antes da capacidade de realizá-lo fosse limitada pelo Ministério, a Ordem e os Weasleys. Não ajudava ela não poder contar nem ao Rony ou Harry. Ela precisava contar a alguém, contudo. Sob o pretexto de sair para uma viagem de última hora para o Beco Diagonal para comprar material escolar, enquanto a Sra Weasley estava fora cuidando do jardim e Ron estava no andar de cima dormindo até tarde, Hermione jogou Pó de Flu na lareira e esperou pelas chamas verdes em erupção antes de gritar, "O Recanto!" e desaparecer no fogo.

oOoOoOo

O Recanto - Residência dos Lupin

Do outro lado da Rede de Flu, Hermione saiu de uma lareira rasa, tossindo e tirando a poeira de suas roupas. "Remus? Tonks?" ela chamou, sabendo que desde o casamento deles no início do mês, provavelmente seria inapropriado interromper os recém-casados na casa deles.

"Eaí, Mione!" Tonks disse enquanto entrava na sala através da pequena cozinha adjacente.

Hermione estremeceu com o apelido que Ron lhe dera. Ela detestava apelidos e tinha sido firme sobre isso desde o início. A única pessoa permitida para fazer quaisquer abreviações de seu nome era Grope, porque como se discute com um gigante? Apesar de discutir com qualquer um que a chamasse de qualquer coisa além de "Hermione", ela desistiu quando viu que seus amigos ignoravam seus desejos ou eram muito preguiçosos para falar um nome de quatro sílabas.

O cabelo rosa chiclete de Tonks brilhou mesmo nas sombras do quarto mal iluminado que parecia ser mantido escuro pelas cortinas fechadas contra o sol nascente à distância. "Desculpa," Tonks murmurou antes de ir abri-las. "Lua cheia foi ontem à noite; ele tem dores de cabeça aqui e ali," ela explicou com um sorriso suave.

"É bom ver que ele está sendo bem cuidado," Hermione sorriu para a jovem Auror. Apesar da momentânea falta de fé que Hermione teve com seu ex-professor na Casa dos Gritos anos atrás, ela sempre sentiu um forte senso de preocupação quando se tratava de seu bem-estar.

Ela atribuiu isso à sua natureza empática quando vinham em conta todas as criaturas desprezadas pela supremacia de sangue puro no mundo Mágico. Nascidos trouxas, lobisomens, elfos, duendes, gigantes e centauros; todos indignos de magia. Embora ela, como uma bruxa, teria sido dada muito mais oportunidades do que os outros, isso a fez querer lutar por suas liberdades e tudo o mais. "Eu teria vindo ajudar de novo..." Hermione começou.

"Não é um problema," Tonks insistiu. "Tenho que aprender a lidar com ele sozinha eventualmente. Não tenho como te dizer o quanto apreciei sua ajuda no mês passado entretanto," a jovem Auror disse com um triste sorriso.

"Ele está bem?" Hermione perguntou em voz baixa.

"Bem melhor, graças ao estoque de poções totalmente abastecido." Tonks assentiu. "Além disso, eu pus um pouco de poção para dormir sem sonhos ontem no café da manhã e o forcei a descansar."

"Você tem certeza de que é da Lufa-Lufa? Isso soa terrivelmente Sonserino de você." Hermione riu. "Você é uma boa esposa, Tonks. Fico feliz que ele tenha você."

"Bem, eu estou meio que presa com a grande besta agora, não estou?" Tonks sorriu.

"Não foram esses seus votos de casamento?" Uma voz cansada veio do corredor e um cansado Remus Lupin entrou na sala com um doce sorriso dirigido a sua nova esposa enquanto ele beijava sua bochecha.

Hermione abriu um grande sorriso. "Bom dia, Remus!"

Sua voz trouxe a atenção dele para sua presença e por uma fração de segundo os olhos dele se iluminaram. Ele inalou, apertando Tonks levemente em volta dos ombros antes de oferecer um sorriso calmo para Hermione. "Hermione, você parece bem."

"E vocês também." Hermione apontou para o casal. "Casamento parece estar tratando você bem, Remus."

"Está." Ele concordou, e ela quase podia ver um leve rubor rastejar até as maçãs do rosto, o que foi uma visão agradável em comparação com a cor pálida doentia que ele obteve durante a semana de lua cheia.

"É porque ele tem uma esposa jovem." Tonks brincou seu marido, que mal parecia estremecer na menção da diferença de idade.

Hermione sorriu. "'A juventude é desperdiçada nos jovens'."

"Oscar Wilde," Remus disse com um sorriso.

"Trouxa."

Ele riu. "Bruxo."

"Sério?"

"Quem?" Tonks levantou uma sobrancelha em confusão ante o sorriso radiante de Hermione. "Eu juro que nunca sei do que vocês dois estão falando. Poderiam muito bem-estar falando Sereiano por tudo de bom que eu sairia das suas conversas." Ela riu docemente enquanto se sentou em uma grande e macia poltrona. "Então, o que o traz aqui, Mione?"

"Na verdade..." o sorriso de Hermione murchou. "Eu preciso da ajuda de vocês com algo de séria importância," ela disse, escolhendo suas palavras e a ênfase dessas palavras cuidadosamente. Enquanto Tonks parecia estar alheia ao tom de Hermione, o queixo de Remus se contraiu ligeiramente e suas sobrancelhas levantaram uma fração de centímetro.

"É sobre Harry?" Tonks perguntou, naturalmente assumindo que as preocupações de Hermione eram com seu melhor amigo. Afinal de contas, era a única coisa que todos nas reuniões da Ordem falavam sobre ultimamente.

"De certa forma, sim, mas não diretamente", ela tentou explicar. "Eu preciso... Eu preciso primeiro que vocês confiem em mim", ela implorou a ambos. "Depois eu preciso de sua ajuda em algo perigoso e... Possivelmente ilegal". Ela falou as palavras em voz baixa, à espera de qualquer um deles a empurrassem de volta para o Flu.

Quando nenhum dos dois se moveu, ela continuou. "Eu preciso entrar no Ministério da Magia," ela declarou.

"Mais uma vez?" Remus fez uma careta com uma sobrancelha levantada.

"Não faça essa cara, você vai ter rugas." Ela sorriu docemente para ele, algo que só fez a carranca dele aumentar. "Não, não como da última vez. A segurança está diferente, por isso que eu preciso de uma Auror." Ela inclinou a cabeça para Tonks. "Estou ciente de que o Ministro Scrimgeour vai fazer uma grande declaração amanhã."

"Sim." Tonks assentiu. "Alguma grande conferência de imprensa para lembrar ao mundo que o Ministério sabe o que está fazendo." Rolou os olhos e no processo eles mudaram de um marrom profundo para uma cor azul brilhante. "Então você quer ir para a conferência de imprensa?"

"Não." Hermione balançou a cabeça. "Eu quero que você me ponha para dentro e, em seguida," ela disse, virando para Remus, "eu quero que você venha comigo para o Departamento de Mistérios."

"Você está falando sério?" Ambas as sobrancelhas de Remus subiram até a linha do cabelo.

"Escolha de palavras interessante," Hermione disse cuidadosamente. "E sim, eu realmente quero voltar lá. É importante. Eu fiz uma descoberta e preciso testá-la. Eu não sei que outro dia vou ter a chance de fazer isso. Sei que a Ordem acredita que logo o Ministério vai estar infiltrado, se já não estiver... mas atualmente, há confusão o suficiente para que eu possa me esgueirar com o que quero tentar. Se Voldemort realmente tiver poder sobre o governo, talvez não tenha outra chance nunca. O que eu preciso pode ser destruído e eu não estou disposta a deixar isso acontecer."

Tonks pareceu mais do que feliz em ajudar, o que foi uma surpresa considerando o fato de que ela não tinha absolutamente nenhuma ideia do que exatamente Hermione estava planejando. Remus, sendo o brilhante bruxo que era, parecia estar em sintonia com os pensamentos dela de alguma forma, ou talvez fosse algo mais primitivo do que isso. O jeito que ela respirava entre as palavras e manteve sua postura enquanto falava com eles. Como se estivesse procurando nela por algo específico. Seu olhar intenso parecia procurar uma qualidade que lhe faltava, e ela desviou o olhar de vergonha.

"Tudo bem." Remus finalmente concordou. "Eu confio em você."

"Obrigada." Hermione deu um suspiro de alívio e sorriu. "Eu tenho tudo que preciso pronto. Podemos nos encontrar aqui amanhã de manhã, digamos às seis?" ela perguntou.

"Tudo bem." Remus assentiu.

"Você tem certeza? Precisa de mais tempo para se recuperar?" Hermione perguntou, um olhar preocupado em seus olhos.

"Eu vou ficar bem, Hermione, obrigado." Ele sorriu gentil para ela. "Então, às seis?"

"Parece bom o bastante para mim." Tonks sorriu. "O discurso está marcado para as sete. Isso vai nos dar tempo o suficiente para ficarmos prontos, aparatarmos para o Ministério e entrar com você durante a agitação. A segurança só vai estar forte no Átrio principal onde o Ministro vai estar; eu posso passar você pela entrada dos Aurores por trás. Nós temos um elevador privado que leva a todos os andares. Quanto tempo você acha que precisa para fazer sei lá o que que você vai fazer?"

"Não tenho certeza." Hermione estremeceu. "Você sabe se o Departamento de Mistérios está ativo agora?"

"Pode estar." Tonks deu de ombros. "Eles se esforçaram bastante para reparar o dano que vocês causaram no verão passado." As palavras foram tingidas com alegria e admiração, como se Tonks estivesse aplaudindo a destruição que tinha sido causada durante a batalha contra os Comensais da Morte. "Claro, eu mesma lancei uns bons feitiços." Ela deu de ombros de novo, não querendo ignorar sua parte na luta, especialmente considerando que ela acabou inconsciente no final.

"Eles vão estar lá amanhã?" Hermione perguntou claramente.

"Improvável. Toda a droga do lugar vai ser montada para o Ministro," a mulher de cabelos rosa insistiu.

"Tudo bem." Hermione botou a mão dentro do bolso e pegou um pequeno galeão, entregando para Tonks. "Aqui."

Tonks riu. "Presente de casamento atrasado?"

"Comunicação," Hermione explicou. "Eu os criei alguns anos atrás quando Umbridge tomou Hogwarts. O grupo de defesa que Harry criou precisava de um jeito para se comunicar para que a gente soubesse quando e onde se encontrar," ela disse, deixando sua mão na criação da AD de fora. "Eu botei um Feitiço de Proteu nesses galeões. Quando eu enfeitiçar o meu com uma mensagem, o seu vai esquentar e então você poderá ler. Quando Remus e eu acabarmos com a minha missão eu vou te mandar uma mensagem para que você saiba que estamos prontos e que podemos ir embora."

"Maldoso." Tonks sorriu enquanto Remus tirava o galeão de seus dedos.

"Você disse que criou isso há alguns anos atrás?" Remus perguntou, olhando a moeda curioso, como se ele já tivesse visto antes.

"Sim." Hermione sorriu. "Eu tive a ideia com os Comensais da Morte na verdade," ela disse rindo. "A Marca Negra." Ela disse apontando para a pele do braço e Remus assentiu entendendo, rapidamente escondendo a nostalgia que apareceu em sua expressão.

Obrigou-se a sorrir para ela. "É extraordinário, Hermione."

"Certo," Tonks continuou. "Então você vai esquentar a moeda e eu vou buscar vocês. Se vocês acabarem rápido, nós podíamos ir embora com o resto da mídia. Eu posso transfigurar seu rosto um pouco, fazer você menos notável," ela ofereceu.

"Não." Hermione balançou a cabeça. "Embora a gente devesse me transfigurar um pouco só por via das dúvidas." Ela encolheu os ombros em reconhecimento. "Mas se eu tiver sucesso, nós vamos precisar sair imediatamente pelo elevador privado e aparatar o mais rápido possível. Aqui de preferência, se vocês não se importarem," ela disse, apontando para a casa deles. "Eu iria sugerir o Largo Grimmauld, mas..." ela suspirou.

"Mas não sabemos se Severus alertou os outros Comensais sobre a existência do lugar," Remus terminou seu pensamento. "Eu entendo."

"Bom," ela disse em um só fôlego. "Então nós vamos nos encontrar aqui amanhã, às seis e repassar tudo antes de sairmos?"

"Soa como um plano para mim." Tonks levantou-se rapidamente e abraçou Hermione. "Mal posso esperar. Eu amo surpresas," disse ela com um sorriso feliz. "Você vai acabar me contando o que está planejando, né?" Ela perguntou com curiosidade de uma criança.

Hermione sorriu nervosamente. "Se funcionar, não vou precisar contar."

"Vai lá então." Remus apontou para o Flu. "Não imagino que você tenha falado para os outros sobre esse seu plano, o que significa que você mentiu para Molly sobre vir aqui." Seus olhos brilharam com malícia por um momento e tanto Tonks quanto Hermione sorriram um pouco, apesar da última parecer corar com constrangimento com a perspectiva de estar mentindo para a senhora Weasley. "Melhor voltar antes que ela perceba. Tonks vai te mandar uma coruja mais tarde pedindo sua ajuda com algo para amanhã de manhã... algo para o casamento de Gui e Fleur. Imagino que isso vá acalmar Molly sobre te deixar sair."

"Pode ser a única coisa. Se eu fosse um de seus filhos, ela não me deixaria botar o pé na varanda da frente, a menos que eu fosse lá para varrer." Hermione riu. "Muito obrigada a ambos." Ela abraçou Tonks mais uma vez e, em seguida, virou-se para abraçar Remus, que parecia hesitante em retribuir o afeto e quando ele finalmente o fez, parecia estar segurando a respiração.

"Tudo bem, boa viagem de volta, Hermione. Remus, venha aqui e coma a porcaria do café da manhã." Tonks ralhou. "Você ainda está muito magro para o seu próprio bem. Eu gosto de um lobo com alguma carne nos ossos." Ela piscou para ele e ele enrubesceu. Hermione riu enquanto ele virava para oferecer um olhar de desculpas pela sua esposa antes de ir atrás dela.

Hermione entrou na lareira, estendendo a mão para o pó quando a bolsa de contas caiu de um bolso de suas vestes. "Opa," ela murmurou e se inclinou para pegá-lo. Considerando tudo o que tinha dentro dela, ela pensou imediatamente em colocar um Feitiço Adesivo no saco, colando permanentemente a um cinto, para que ela não perdesse. Quando ela se inclinou para recuperá-lo, ouviu Remus e Tonks na cozinha. Embora ela não fosse de bisbilhotar, especialmente seus amigos, ela não pôde deixar de ouvir seu nome. Desesperada para saber se eram ou não verdadeiros sobre o desejo de ajudá-la, Hermione escutou.

"Me desculpe por isso," Remus murmurou. "Às vezes, Hermione pode..."

"Não há necessidade para isso," Tonks insistiu amorosamente. "Nós já passamos por isso durante um ano. Desde que você me contou a verdade. Nada para se envergonhar, certamente nada que eu precise me preocupar." Hermione podia ouvir o sorriso na voz dela.

"Você tem certeza?" Remus perguntou.

"Tanta certeza quanto que eu sou sua companheira," Tonks disse firmemente. "Você acha que ela vai lá para pegar..."

"É possível." Remus suspirou. "Apesar de eu duvidar que as razões dela sejam as mesmas que as minhas."

"Mas você tem certeza de que está perto?" Tonks perguntou.

"Perto." Remus parecia inquieto. "Se nós sobrevivermos a essa guerra, talvez. Só o tempo irá dizer, eu suponho."

"Você se preocupa muito," Tonks insistiu.

"Você sabe que eu te amo, certo?" Remus perguntou tranquilamente.

"Eu sei," Tonks respondeu. "Está tudo bem, amor. Algumas coisas você não pode evitar e essa com certeza é uma delas. Você não planejou como tudo isso iria acontecer. Nós não podemos evitar o que sentimos."

"Mas você sabe que eu te amo, certo?" Ele perguntou de novo.

"Sim, Remus, você me ama, você nunca vai me abandonar, eu sou a sua companheira. Eu sei." Tonks riu e Hermione podia dizer que essa conversa já tinha acontecido mais de uma vez. De repente, pensando que ela estava invadindo um momento bem íntimo entre o casal, ela entrou na Rede de Flu, jogou o pó e sussurrou, "A Toca" antes de desaparecer.

"Ela ainda estava aqui," Remus avisou Tonks no momento em que Hermione sumiu. "Provavelmente escutou cada palavra que falamos."

"Você e sua audição canina." Tonks sorriu afetuosamente enquanto ela apertava uma das orelhas dele. "Ela sempre foi de bisbilhotar?" Ela riu baixinho.

"Você não tem ideia do que aquela garota é capaz." Remus riu. "E agora, nem ela."