CAPÍTULO NOVE –MÁSCARAS DOS SENTIMENTOS

A garota se assustou com isso. Olhou para a caixa. Também se encontrava no estado de Nathalia. Soltou as suas coisas, e levou a mão ao pingente, rapidamente convertido ao báculo.

Todas as pessoas que se encontravam dentro da grande loja de roupas estavam sem as pupilas num aparente estado de inconsciência. Com uma grande diferença: elas começaram a andar.

Tomoyo gritou, e começou a correr. Todas as pessoas ali agiam de maneira estranha, tentando pegá-la. Ela correu, e, materializando o efeito da carta salto, ela subiu em cima de uma estante de roupas. O efeito produzido pela sua magia era o mesmo da sua magia para voar. Uma leve camada de purpurina, na forma de duas asinhas, uma presa em cada, pé, idêntica a de Sakura. Na verdade, seu estilo de magia era idêntico ao da amiga mestra das cartas, mas parecia mais transparente e etéreo.

Observou a loja. Todos se dirigiam na sua direção, e começaram a balançar a estante onde estava apoiada. Antes que caísse, Tomoyo começou a saltar de estante para estante, fugindo das pessoas.

Quando alcançou uma distância razoável para pensar, sentiu uma presença mágica forte, a mesma que sempre sentia quando um evento estranho ocorria. Ele sentia também as pessoas do local, e pareciam perturbadas. Ela tinha que tomar uma atitude, fazer algo por aquelas pessoas que estavam sendo controladas por alguém ruim. Mas o quê?

Este era o grande dilema de Tomoyo. Nessas horas, ela queria poder contar com alguém, como Sakura tinha o apoio de Kero.

A sua mente deu um estalido. Isso! Por que ela não tentava chamar ajuda? Só esperava que não tivesse nenhuma barreira isolando a loja da cidade...

Saltou mais um pouco, fugindo do alcance de dois homens que estavam tentando subir na estante onde se encontrava. Desceu e correu para o departamento de roupas de gala. Era um bom local para se esconder e se concentrar um pouco, mesmo que rapidamente.

Pensou com muita força na figura de Yue. Por que Yue? Tomoyo não sabia, mas foi o primeiro guardião que veio à mente de Tomoyo, e, além disso, ele era o encarregado de seu treinamento.

Mentalizou o belo rosto do guardião em sua mente, sua voz, sua magia, tudo que podia se lembrar dele. No seu nível mais alto de concentração que conseguiu reunir, pediu ajuda. E abriu os olhos.

Na sua frente, Nathalia segurava um manequim, e ia acertar Tomoyo na cabeça quando esta pulou, e seguiu fugindo de todos. Ela não tinha certeza se obtivera sucesso em tentar chamar ajuda por meios não convencionais, mas valia a tentativa.

Ela começou a chamar a garota, Nathalia. Nada, ela não respondia aos estímulos de Tomoyo, a nenhum deles. Tocou a menina num momento de distração desta, gritou com ela, nada. Resultado nenhum foi obtido.

Tomoyo não tinha mais idéia do que fazer quando sentiu que uma presença mágica mais forte, conhecida. Era a aura de Yue!

Ela se sentiu aliviada quando ouviu o som de vidro sendo quebrado, e a figura majestosa do Guardião da Lua entrar. Ela se sentia mais a vontade com Ruby e Yue, visto que compartilhavam o mesmo elemento.

- YUE!

Ele voltou a cabeça para onde Tomoyo se encontrava, indo ao encontro dela.

- O que houve aqui, Tomoyo?

- Não sei... Todos começaram a agir assim do nada, e me perseguem!

- Deve ser ordem de alguém que quer mal a você, Tomoyo. Assim como fez com Mizuki.

- Sim, com certeza... Mas eu não faço idéia de como acordá-los ou fazer qualquer coisa para que eles recuperam a consciência!

- Isso é algo novo... Não me parece um feitiço conhecido.

- É, e sabemos que não é de Clow, tendo em vista que Eriol não faria isso.

Yue concordou silenciosamente com a cabeça, e segundos depois saltava para longe do alcance de um objeto arremessado por alguém.

- Parecem sem controle algum... – murmurou Yue.

Ele e Tomoyo tinham se separado. A garota foi para o fundo da loja, e todos seguiram-na. Isso era estranho. Era evidente que Tomoyo não podia ajudar ninguém com magias de ataque e a sua capacidade de defesa não adiantaria, tendo em vista que ela precisava agir...Então como dar um jeito na situação.

De repente, Yue se lembrou de como pressentiu que Tomoyo precisava de sua ajuda. Ele não sabia ao certo o que era, apenas que alguém o chamava dentro da sua mente, indicando o caminho. Ele não pensou duas vezes e se dirigiu para lá.

Isso só podia ser coisa da mente... Será que Tomoyo era capaz de entrar nas mentes das pessoas e fazer com que recuperassem a consciência? Era uma grande alternativa...Afinal, este era o único campo inexplorado até agora.

- Tomoyo!

- O quê? – a garota tinha dificuldade em se desviar das pessoas. Yue arremessou vários cristais no chão, criando alguma dificuldade para as pessoas andarem.

- Como fez para me chamar?

Tomoyo parou, ofegante e com os olhos arregalados, para pensar.

- Eu me concentrei na sua imagem com força, e pedi para você vir me ajudar.

Yue quase sorriu. Quase.

- Tente isso com essas pessoas. Tente pedir para elas voltarem ao normal, mas com a força do seu pensamento.

Tomoyo estranhou a expressão de Yue, mas não comentou nada. Será que pensar ia adiantar alguma coisa?

Ela não sabia, mas partindo do ponto que sua magia funcionava devido aos seus pensamentos, ela deveria possuir então algum talento mental. Mas ela nunca tinha feito nada que comprovasse isso antes.

Foi chamada por Yue, mas não escutou, ainda pensando. Foi quando despencou de cima do armário de onde se encontrava, vítima de um golpe de algum dos clientes transtornados.

Ela caiu lentamente em direção ao chão, mas com força e soltando seu báculo, que simplesmente tinha voltado a ser um pingente. Ficou estendida ali, por alguns momentos, até ser apanhada por Yue.

A garota estava inconsciente. Sua magia tinha sido cancelada. Para dar um jeito naquilo tudo, Yue precisava que Tomoyo acordasse. Então teve a idéia de usar o que tinha falado para Tomoyo em si mesmo.

Tentou chamar a garota de volta, se concentrando.

Na mente de Tomoyo, tudo estava escuro. Ela não via nada, e isso a afligia. Por quê? Por quê tinha medo daquele lugar? Ela não sabia.

De repente, um ponto prateado surgiu ao longe. Ela não pensou duas vezes, e começou a correr para lá, para onde tudo parecia menos hostil. No meio de sua corrida, o brilho aumentava mais e mais, e ela sentia que alguém a chamava, indicando o caminho que ela tinha a seguir.

Momentos depois, Tomoyo alcançou o ponto brilhante. Tudo ficou muito claro, e ela fechou os olhos devido à claridade ofuscante. Assim que os abriu, os olhos frios de Yue a observavam. Mas eram frios. Não estavam mais.

Tomoyo podia jurar que o guardião sorriu, mas não teve tempo de perguntar ou confirmar suas suspeitas. Mais do que rápido, se lembrou de tudo.

- Yue! Eu entendi tudo!

- Muito bom. Agora tente. – O tom de voz dele era de aprovação.

O báculo prateado da Lua apareceu. A garota subiu em um armário alto, de onde podia ver a todos, ainda sem pupilas e naquele curioso estado de espírito. Reunindo suas forças, Tomoyo fechou os olhos e se concentrou, pensando em cada um que via ali, mesmo que não conhecesse. Pediu a cada um que se libertasse das trevas daquele lugar e corressem para o ponto de luz prateada, que os ajudariam a sair dali.

Yue unicamente observava. Depois de segundos que Tomoyo tinha fechado os olhos, as pessoas pararam completamente de andar. Depois disso, todas desmaiaram e caíram inconscientes. Tomoyo sorriu e desceu do armário.

- Trabalho feito.

Algum tempo depois, Tomoyo, Eriol e Yukito tinham terminado de reanimar a última pessoa. Eles tinham chamado Eriol, que deu um jeito de apagar as lembranças de todos. Ele tinha insistido para que Tomoyo fizesse isso, mas ela tinha medo de apagar coisas demais...

Yukito se despediu do jovem casal. Eriol chamou Tomoyo para que fosse à casa dele, se não tivesse nada para fazer. Tomoyo disse que por ela estava tudo bem, tinha apenas que guardar as roupas que tinha comprado.

- Roupas novas? – perguntou Eriol enquanto caminhavam

- Sim, para o sábado. – ela sorriu – É uma mania feminina...

- Que coisa curiosa... Mesmo que as garotas tenham o maior guarda-roupa do universo vão sempre renová-lo?

- Claro que sim.

- Isso é definitivamente estranho...

Chegaram em poucos instantes. Nakuru estava dormindo no sofá, com Suppi adormecido no ombro dela. Os dois acharam aquilo muito estranho...

- Nakuru e Spinnel dormindo tranqüilos, e ainda por cima juntos? Houve algo sério aqui... – a voz de Eriol era um pouco esquisita.

- É, realmente não é algo cotidiano.

Eriol deu de ombros, e pegou o telefone. Ele se sentou na beirada do sofá onde Nakuru dormia, e pediu para que Tomoyo sentasse em uma poltrona de frente para ele.

- Depois do que aconteceu hoje, acho que devemos chamar Sakura e Shaoran para cá o mais rápido possível.

- A Sakura? Por quê?

Eriol suspirou:

- Sabe Tomoyo, o que aconteceu hoje naquela loja foi algo muito grande. Eu não tenho dúvidas de que alguém lhe quer fazer mal, e é só a você. Todas as últimas vezes, eu estava junto, com algum dos guardiões, e não tinha certeza se eu também era um alvo. Hoje eu tive essa certeza. Precisamos falar com Sakura.

Tomoyo concordou silenciosamente. A sua vida estava em perigo real dessa vez, então? Ela já desconfiava daquela coisa desde que a profecia tinha aparecido na forma da professora Mizuki, mas não tinha levado muito a sério. Bom, era muito bom que Sakura estivesse de volta, mas Tomoyo se preocupava com uma coisa... Ela já quase não sentia mais a falta da amiga. Isso estava ficando sério, muito sério. O que tinha acontecido com ela, durante estes terríveis sete anos em que ficou sozinha?

- Bom, vamos telefonar para ela?

- Vamos Eriol, eu acho que... – de repente, Tomoyo parou. Um brilho forte se seguiu, parecido com o que sempre surgia quando Tomoyo usava magia e tinha que fazer seu báculo aparecer. No momento seguinte, todo o corpo da garota brilhava, e os olhos dela estavam focados no nada. Com uma voz séria e sem emoção, Tomoyo proferiu algumas palavras.

- Eles não virão, porque o responsável pela escuridão quer e assim deseja. – com essas palavras, Tomoyo caiu desmaiada.

- Como ela está?

- Acho que bem. Ela me disse algo que lembrava uma profecia.

- Uma profecia...Que coisa interessante. Ela parece se dar muito bem com o futuro, não é?

- É verdade...

Tomoyo abriu os olhos lentamente, e viu que estava deitada em um quarto. Aliás, foi naquele quarto que ela dormiu quando recebeu os poderes de Kaho. Se concentrando mais, percebeu três figuras distintas, conversando a meio-tom de voz para não acordá-la. Eriol, Nakuru e Suppi. Mas tinha uma enxaqueca muito forte para tentar entender a conversa.

Ela fechou os olhos de novo. Ela não sabia porque se sentia tão cansada. Parecia que tinha usado um monte de magia, que nem durante o concerto. Ela não se lembrava de nada, apenas da necessidade de falar com Sakura. Sakura... Ela gostaria tanto do apoio da sua amiga neste momento...

Por que Sakura tinha ido para Hong Kong? Por quê? Ela se lembrava que a sua amizade com Sakura não era a mesma desde que ela e Shaoran haviam se acertado. Quantas vezes ela foi esquecida pela sua melhor amiga... Ela não fazia por querer, tinha certeza. Mas era inevitável.

Sentiu uma lágrima solitária escorrer pela sua face. Solitária que nem ela se sentiu durante sete anos. Não mais agora. Tinha dado a volta por cima e conquistado novos amigos, retomado uma relação há muito perdida e ainda tinha um ritmo de vida bem fora do seu antigo rotineiro... Então, não tinha motivos para se sentir triste, certo?

Com mais convicção, Tomoyo enxugou a lágrima. O três perceberam, e foram até ela, com expressões preocupadas nos rostos.

- Tomoyo! Que bom que já acordou! – Nakuru lhe deu um abraço, sorridente – Como está?

- Estou muito bem... Obrigado.

Nakuru se levantou:

- Eu vou buscar algo para a gente comer, especialmente você! E Suuuuupiiii!!!!! – acrescentou – Você vem comigo!

Arrastando o pobre guardião porta à fora, ela deixou Eriol e Tomoyo sozinhos. O jovem mago se sentou na beirada da cama, observando Tomoyo. O ambiente estava calmo... Era nessas horas que Tomoyo sentia a face queimar, por estar sozinha e tão perto dele... Por quê? Era um sentimento estranho, não conhecido ainda...

Subitamente, Eriol tomou a sua mão, e ela sentiu a sua respiração quase falhar. Ele tinha um olhar de preocupação através das lentes do óculos e da franja que lhe caía charmosamente pela face. Falou num tom aveludado, confortável para Tomoyo:

- Como se sente?

- Bem, eu não estou mentindo... Apenas...Cansada.

Ele suspirou:

- Não me surpreende. Você se esgotou muito há pouco tempo.

- Como assim?

- Você fez uma previsão.

Tomoyo sentiu o seu coração bater mais depressa.

- Uma... Previsão? Do nada, assim, de repente?

- Sim, quando estávamos a um passo de telefonar para Sakura... – O semblante de Eriol fechou-se rapidamente, como que absorvendo alguma informação nova, para depois voltar ao normal – Você falou uma dúzia de palavras e caiu inconsciente...

- Meu Deus... E quanto tempo faz que eu estou aqui?

- Algo por volta de... Duas horas e meia.

Tomoyo levou a mão na testa, preocupada. Sentou-se com violência, caindo na cama outra vez com igual rapidez.

- Preciso falar com a minha mãe...

- Tudo se ajeita, Tomoyo. Agora, eu preciso que descanse. Avisamos a sua mãe que você está conosco, conversando e relembrando sobre a quinta série. Não se preocupe com nada. Apenas descanse. – e, passando a mão sobre o rosto de Tomoyo, a garota caiu em sono profundo, sem sonhos ruins, e sem acordar com nada.

- ERIOL!

O garoto quase caiu da cama com o grito de Nakuru.

- Não era para ter feito a Tomoyo dormir ANTES do lanche!

Suppi caiu no chão, com uma cara de tacho fenomenal, e Eriol levou a mão a cabeça:

- Nakuru, Tomoyo precisa descansar. Ela come mais tarde.

- Mas... O lanche que eu fiz com tanta dedicação e carinho...

- Será apreciado mais tarde, eu já disse.

- Tá bom, tá bom... – com ares ligeiramente irritados, Nakuru depositou o lanche em cima de uma mesa no quarto e saiu, resmungando, deixando um Eriol sorrindo sem motivos aparentes e um Suppi desmaiado.

Já de noite, Tomoyo acordo, sentindo-se maravilhosamente bem. Já eram por volta de oito horas da noite, e Tomoyo aceitou comer o lanche de Nakuru, muito bom, diga-se de passagem. Depois de conversarem normalmente, Tomoyo decidiu ir para casa, dormir cedo e acalmar sua mãe, que provavelmente estaria tendo um ataque àquela hora.

Se despediu e voltou para casa. Mal tinha atravessado o saguão de entrada quando escutou vozes. Conhecidas. Isso não era nada bom... Teria que se retirar com visitas, coisa que sua mãe não gostava muito... Bom, antes de tudo, compensava ver que era...

Quando entrou na sala, quase caiu para trás ao ver Hiroyuki. Não só ele, mas Ayumi e Kazuaki também! Que coisa, parecia que Tomoyo e Hiroyuki estavam ligados pelo destino, sempre. Não, pelo destino não. Por uma coisa chamada "pais".

- Tomoyo!

Tomoyo vagamente percebeu que estava sendo chamada, e acordou de seus devaneios para cumprimentar a todos, normalmente. Notou que Hiroyuki estava mais bonito e mais sorridente do que de costume. O que, aliás, era algo estranho... Depois dos cumprimentos, sentou-se ao lado de sua mãe, para terminar de escutar a conversa.

- ...Então, é isso, Sonomi. Acha que está tudo bem?

- Tudo ótimo. Não tem problema nenhum, além do que, amanhã é um dos últimos dias de férias dos dois...

Tomoyo ergueu uma sobrancelha... Aonde isso estava levando? De repente, Kazuaki virou-se para ela:

- O que acha, Tomoyo? Passar dois dias no campo conosco?

- Dois dias... No campo?

- Sim, você, sua mãe, Ayumi, Hiroyuki e eu. O que me diz?

- Vai ser divertido! – ajuntou Ayumi, com um belo sorriso.

- Por favor, Tomoyo. As nossas férias estão acabando. – O violinista se manifestava pela primeira vez.

Tomoyo ponderou rapidamente. Sua mãe já havia aceitado, o que adiantava dizer não? Deu um sorriso e concordou:

- Claro, por mim está tudo bem!

Ayumi, Sonomi e Kazuaki sorriram, e Tomoyo se controlou. Outra vez. Aquela coisa de tentar casar os filhos de novo. Eles não aprenderam nada com os livros? Tomoyo tinha plenos direitos de escolher com quem ela queria casar, SE ela quisesse casar!

- Bom, então nos vemos amanhã, às oito horas em ponto.

- Certo.

- Tomoyo?

A garota voltou a terra, quando foi chamada por sua mãe:

- Sim?

- Ficou este tempo todo na casa de Eriol?

- Não, não fiquei. Eu saí para comprar roupas novas, e encontrei com a Nathalia.

Sonomi tinha um ar intrigado.

- Ah, mãe. Eu esqueci de falar... Aliás, descobri hoje depois do almoço... Yuki convidou a mim, Eriol, Nathalia, Sakin e a você, Hiroyuki – ela olhou para o jovem em questão – para sair sábado à noite. Por isso saí para fazer compras. A propósito, Nathalia quer nos apresentar o irmão dela, Vincent.

- Interessante... – murmurou Hiroyuki – Eu vou sim. Yuki, aquela moça que trabalha na loja de música, não?

- Sim, é ela.

- Vai ser muito legal.

- Sim, é uma boa oportunidade para você interagir com os seus colegas, filho. – continuou Kazuaki.

Ayumi e Sonomi sorriram, conversaram por mais cinco minutos sobre os detalhes da viagem e depois foram embora. Finalmente, pensou Tomoyo, louca para ir dormir. Quando saíram, Sonomi explicou rapidamente alguns detalhes:

- Tomoyo, eu gostaria que arrumasse as suas malas. Coloque roupas para o frio e calor, a temperatura é inconstante. Pode levar algo para ler ou fazer no tempo livre, embora acredite que Hiroyuki dispões de muitos recursos para deixar o passeio agradável. Bom, é isso.

- Tudo bem, mãe.

- Estaremos lá às oito em ponto. Tudo bem?

- Tudo.

- Tomoyo... – Sonomi andou até a filha, abraçando-a – O que você tem? Parece tão exausta...

- Ah, não se preocupe! É apenas sono, mãe.

- Sério?

- Sério.

- Bom, então acho melhor descansar. Eu arrumo as suas malas.

- Não precisa, mãe!

- Não, eu faço questão. Pode ir dormir, não faço barulho nos armários.

- Tudo bem, então. Boa noite, mãe. – Tomoyo beijou Sonomi.

- Boa noite, filha. – Ela fez um carinho no cabelo de Tomoyo e as duas subiram rumo aos quartos.

No dia seguinte, Tomoyo levantou cedo e tomou banho. Já tinha separado a roupa da viagem, uma saia azul clara, com uma blusa de manga curta branca, com alguns bordados no tom da saia. Prendeu o cabelo num rabo-de-cavalo, e desceu para tomar o seu café.

Na mesa, encontrou a sua mãe, já pronta, e dando ordens aos empregados ao mesmo tempo em que terminava sua refeição. Cumprimentou Tomoyo com um grande sorriso:

- Bom dia, filha! Tudo arrumado?

- Sim, tudo pronto. Só preciso comer e podemos ir para a casa do Hiroyuki...

- Não parece muito animada, Tomoyo. Você está bem?

Tomoyo balançou a cabeça. Tinha que parar de agir desse modo, ou sua mãe ficaria preocupada. Deu um lindo sorriso:

- Imagina, mãe! Estou perfeitamente bem!

As duas terminaram o café e logo tudo estava pronto, num dos carros. Tomoyo e Sonomi entraram, chegando em pouco tempo à mansão dos Atsuhiro.

Descarregaram tudo e colocaram no imenso carro de Ayumi e Kazuaki. As duas se espantaram que tanta bagagem coubesse ali dentro, ainda mais com cinco pessoas. Mas parecia que o carro era realmente espaçoso e apto para grandes cargas.

Esperaram um pouco do lado de fora, quando Ayumi, Kazuaki e Hiroyuki apareceram, todos com roupas leves e mais para o estilo casual. Tomoyo não conseguiu deixar de notar que seu amigo estava muito, muito bonito. Parecia que todas as vezes que se encontrava com ele, ele sempre conseguia parecer mais deslumbrante. Sonomi percebeu o espanto da garota, mas não falou nada.

Enquanto os pais se cumprimentavam, Hiroyuki caminhou na direção de Tomoyo. Ela pensou que Hiroyuki fosse apenas dar uma aperto de mão ou então, como sempre fazia, fosse beijar sua mão. Mas dessa vez o comportamento dela superou todos as expectativas.

Hiroyuki abraçou Tomoyo, que arregalou os olhos ante este gesto. Ele trouxe a garota para muito perto do seu corpo, e ela se viu com o rosto quase enterrado nos cabelos escuríssimos e perfumados dele. Ela podia sentir a respiração dele, na sua nuca. Em seguida, quebrou o abraço, beijou a mão de Tomoyo, sem tirar os olhos do rosto dela:

- Fico muito feliz por ter vindo. – e foi atrás dos pais.

Os outros tinham dado a volta no carro, e não puderam ver nada, para o alívio de Tomoyo. Ela resolveu se juntar a todos, para não ficar parada ali no meio feito tonta. Todos se encontravam examinado um grande mapa.

- E esta é estrada por onde saímos. Mais alguns quilômetros e chegamos na residência de campo.

- Certo. Vamos então. – sugeriu Ayumi. Todos entraram no carro.

Para surpresa de Tomoyo, ninguém iria dirigir para eles. Somente os cinco estavam saindo de viagem, para a casa de campo dos Atsuhiro, que não deveria ser pequena, pensou a garota. Kazuaki ia dirigir, tendo ao seu lado Ayumi. No banco de trás, Hiroyuki, Tomoyo e Sonomi.

Os cinco saíram de Tomoeda dentro de poucos instantes. Durante o caminho, todos conversavam animadamente, e Tomoyo tentava dar o melhor de si para parecer animada. O fato é que ela não conseguia se sentir "normal" com tantas coisas acontecendo em paralelo...

Aquela profecia que ela falou. Ela não se lembrava das palavras. Da última vez, Kaho fez uma, e ela ainda não sabia todas as linhas. Agora, ela que profetizava algo. Mas da primeira vez, que previu algo com Meilin, não tinha desmaiado nem nada. Estranho...

No meio de tudo aquilo, se lembrou de Eriol. Ele estava um pouco estranho, ultimamente, aliás, estranho desde o caso do violino, na terça-feira daquela semana. Ele não estava mais tão espontâneo. Sorria e falava como sempre. Andava e se vestia como sempre. Mas parecia que algo faltava.

Sim, algo estava faltando. Eriol tinha uma máscara, que nem a de Tomoyo. Por mais que ela negasse, sabia que era verdade. Ambos raramente eram verdadeiros com seus sentimentos. Raramente deixavam-se corar ou ficar envergonhados.

Eles eram parecidos, mas ao mesmo tempo diferentes. Tomoyo nunca tinha se imaginado tão próxima de Eriol como estava agora. E ainda se sentia de um jeito novo, quando estava sozinha com ele. O que será que poderia ser aquilo?

Tomoyo tinha a sensação de que aquele sentimento era algo que estava sento retomado. Ela tinha a intuição de que aquilo já tinha sido vivido, só que muito antes. Agora, um novo estímulo estava provocando o despertar daquela sensação.

Tomoyo interrompeu sua linha de raciocínio para rir de uma piada muitíssimo bem contada pelo pai de Hiroyuki. Ela participava da conversa, enquanto a cidade já tinha sido substituída por um meio mais arborizado, em direção ao campo. Porém, apenas seu corpo estava ali, agindo sozinhos. Sua mente vagava em outro canto, longe dali...

Por mais que tentasse, Tomoyo não conseguia recuperar mais a linha de seu pensamento... Só depois que estivesse muito mais concentrada poderia pensar novamente naquilo tudo. Então virou para o lado.

Hiroyuki olhava para ela, com os belos olhos negros de que era dono. Ela rapidamente comparou-os aos de Eriol. Intenso azul, verdadeiros mares, onde ela gostaria de se perder... Ora, o que ela estava dizendo? Voltou à sua comparação: contra os de Hiroyuki, onde nada se via, a não ser um brilho leve da luz externa.

Não trocaram palavras, mas Tomoyo teve certeza absoluta de que ele sabia que ela não estivera presente, ali em corpo e mente, nos últimos minutos. Seu rosto não tinha uma expressão definida. Nem seus olhos.

Então ele sorriu. Um belo sorriso, num belo rosto. Tomoyo mais um vez percebeu que Sonomi a observava. Ela não ligou, e olhou nos olhos de Hiroyuki. Então, instintivamente, levou a mão ao pingente.

Seu rosto tinha uma expressão quente, alegre. Mas seus olhos não. Estavam inexpressivos, frios.

Lembrou-se que Eriol falou que os olhos eram o espelho da alma. Se aquilo fosse verdade, deu a Tomoyo uma péssima impressão da alma cuja qual Hiroyuki era dono. Apertou o pingente e esfregou os olhos. Quando o encarou novamente, nada mais viu. Tomoyo conteve uma expressão de dúvida e se voltou para a estrada, como antes.

Naquele momento, Tomoyo foi surpreendida pelo pedido de uma canção. Ela se assustou. Parecia que todos eram uma grande família. Ela não se importava com isso, nem se importava em cantar, mas que era estranho além do comum, isso era. Aliás, Sonomi, Kazuaki e Ayumi estavam MUITO íntimos, se levado em conta o tempo que os três se conheciam.

Tomoyo concordou, e escolheu uma música linda, que sempre gostou muito e cantava com o seu coral. Ela já tinha ouvido essa música no piano. Aliás, Eriol a tocara no piano. Uma canção inglesa, talvez. Mas que Tomoyo adorava, e sabia em japonês: Kureyuku Hitotose.

Tomoyo deu início à canção, afinando a voz. Ela agradeceu pela estrada não estar esburacada, caso contrário, teria problemas para segurar um tom ou outro. Mas isso não aconteceu.

Durante a música, percebeu que todos sorriam ao escutá-la. Depois que acabou, recebeu palmas, menos do motorista atual, que se desculpou. Tomoyo riu e explicou a origem da música, como tinha ouvido de Eriol.

- Esse rapaz deve ser muito bom mesmo! – exclamou Kazuaki

- Bom, não sei se é opinião de todos, mas eu o admiro. – continuou Tomoyo – muitas das coisas que aprendi devo a ele. E muito do que sou hoje também. Se atualmente estou feliz, também é uma dívida minha com ele.

- Mas... Ele voltou quando da Inglaterra?

- Este mês. Nós nos correspondíamos por cartas. Aí ele se mudou para casa vizinha.

- Para a casa vizinha? – exclamaram os pai de Hiroyuki exatamente ao mesmo tempo, numa reação cômica.

- Sim, para a casa vizinha. – Tomoyo aproveitou – Eu passo muito do meu tempo livre lá. Gosto da casa dele, ajudei-o a arrumar a mansão depois que chegaram aqui.

Tomoyo se divertiu com os olhares trocados entre todos. Até Hiroyuki parecia que não tinha desconfiado de tanta intimidade entre Eriol e Tomoyo. Mas de longe, ele era o que menos se espantou.

Porém, logo a conversa se estendeu para outros assuntos, caindo num marasmo total, e Tomoyo voltou aos seus devaneios. Para ser mais exata, aquele era um pedaço extremamente chato da viagem, que foi aliviado com uma parada para o almoço. Só aí Tomoyo se deu conta que estavam há horas na estrada.

Pararam num restaurante conhecido pelos Atsuhiro, que garantiram a qualidade da comida. Todos desceram e se acomodaram. Porém, assim que Tomoyo chegou, pediu licença para ir ao banheiro.

Lavou o rosto, as mãos e tentou dar um jeito no seu rabo-de-cavalo, que tinha desmoronado. Com muita paciência, recolocou a fita azul que prendia seu cabelo e saiu do banheiro. Porém deu uma escapadinha do restaurante, saindo para o estacionamento rapidamente.

Ela se sentou e se pôs a observar o movimento. Viu o carro deles estacionado, a poucos metros de distância. Tinha que voltar para mesa, mas parecia que algo a impedia.

Ela levou a mão ao pingente pela segunda vez, olhando cada vez com mais perspicácia cada carro que entrava ou saía. Então ela reparou.

Durante todo o percurso, um carro comum havia sempre estado atrás deles, ou mudando de faixa, de vez em quando. Isso era definitivamente estranho, uma vez que aquele carro não era conhecido. Uma outra peculiaridade era o vidro do carro. Era mais escuro, impossibilitando qualquer pessoa de identificar os acompanhantes, bagagem ou sequer o motorista.

Ainda segurando o pingente, ela teve impressão de sentir uma presença. Uma presença que ela estava acostumada no dia a dia, mas não ali, com certeza. A presença de Eriol Hiiragizawa.

Mas isso era completamente impossível! Como Eriol estaria ali, naquele exato momento? Por mais que Tomoyo quisesse que aquilo ocorresse, por motivos ainda não muito bem definidos pela própria garota, aquilo não deixava de ser uma fantasia.

Eriol não sabia da viagem de Tomoyo, não tinha como saber. E mesmo que soubesse, não a seguiria, não é mesmo?

Talvez sim, talvez não... Ah! Mas que besteira! Eriol tinha os seus afazeres, não perderia tempo perseguindo uma amiga! Balançando a cabeça, Tomoyo se levantou e voltou para mesa.

Mesmo não acreditando que Eriol pudesse estar ali, ela voltou examinando as mesas com calma, até sentar-se de novo na sua.

- Nossa, Tomoyo. Você demorou!

- Me desculpe, mamãe. Acho que a minha pressão tinha caído por causa do calor, então eu saí no estacionamento rapidinho.

- Pressão baixa? – indagou Ayumi, se inclinando para a frente.

- Sim, pressão baixa. Acho que estava muito quente dentro do carro, e acabei por me sentir um pouco mal.

- O estacionamento estava mais fresco, com brisa?

- Sim, estava. Por isso eu demorei, me desculpem.

Todos murmuraram que não era nada, e Kazuaki até mesmo fez menção de ir comprar algo para Tomoyo, que recusou. Disse que aquilo era um mal-estar temporário, e logo passaria. Então, Ayumi ofereceu seu lugar na frente do carro, onde era mais fresco e perto do ar condicionado, o que faria melhor para a garota.

Tomoyo agradeceu, e o pedido chegou. Todos comeram bem, exceto Tomoyo, que não encontrou muito apetite para a gigantesca refeição. Tudo terminado, os cinco voltaram ao carro, e trocaram as posições.

A viagem recomeçou. Porém, com o vento no rosto, a viagem foi muito melhor agora para Tomoyo, que tinha apenas o senhor Atsuhiro ao seu lado. Ela notou olhando no espelho, umas duas vezes, que o próprio Hiroyuki não gostou muito dessa parte da viagem, sendo bastante excluído por Ayumi e Sonomi. Fato engraçado, por sinal.

Tomoyo também percebeu que o carro continuava a seguindo. Ou melhor, o carro onde estava ainda era seguido. Mas a presença... Tinha sido muito rápido, muito mesmo. Mas o suficiente para que Tomoyo imaginasse coisas...

Exatamente uma hora e meia depois, eles se afastaram bastante da estrada e chegaram a um lugar lindo. O campo era vasto e bem verde, o dia estava lindo e o Sol brilhava muito. Uma grande casa começou a aparecer no fim da estreita estrada de onde estavam. Kazuaki sorriu:

- Chegamos.

Tomoyo admirou a casa. Definitivamente, era uma linda casa. Com dois andares, toda pintada de branco por fora, cheia de sacadas. Tomoyo pôde ver uma piscina fantástica, um pouco de mata e ainda quadras esportivas, duas ou três, mais ou menos. Ela estava maravilhada com tudo aquilo.

Descarregaram tudo pacientemente, sendo que alguns empregados da casa fizeram o serviço. A casa não estava cheia de gente, apenas com o necessário para cuidar da manutenção local.

Uma senhora indicou o caminho do quarto de Tomoyo. Era amplo, com uma grande cama em estilo antigo. Atrás tinha uma imensa varanda, com vasos de plantas, flores e algumas cadeiras. O seu quarto também tinha dois armários grandes, lindos tapetes e era anexo a um banheiro, igualmente bonito. Tomoyo não pôde deixar de notar que seu quarto ficava bem no meio do segundo andar, de frente para o local onde o Sol se punha. Era uma vista privilegiada.

Ela arrumou tudo rapidamente, e tratou de tomar um bom banho. Ela detestava quando não podia se refrescar depois de uma viagem! Assim que terminou tudo, colocou uma roupa limpa, um vestido leve verde claro, amarrou o cabelo e desceu.

Encontrou os adultos na sala, sentados. Ayumi e Sonomi tinham trocado de roupa, mas Kazuaki ainda não. Ele estava sentado em um sofá, assistindo a algo muito interessante na televisão. Ayumi e Sonomi conversavam. Quando Tomoyo chegou na sala, Ayumi se virou para ela:

- Tomoyo, tudo bem?

- Tudo, obrigada. Eu me sinto bem melhor. A propósito, que lugar lindo! Adorei a casa!

Kazuaki sorriu:

- Sabia que iria gostar! Daqui a algumas horas, suba ao seu quarto para ver o por-do-sol. É deslumbrante.

Tomoyo concordou com a cabeça, quando Hiroyuki apareceu. Ele vestia uma calça preta e uma blusa do mesmo tom de verde do vestido de Tomoyo. Ele sorriu:

- Você não pode perder esse acontecimento que o meu pai falou, Tomoyo. Acredite, é bonito mesmo

- Acredito! – sorriu Tomoyo

- Hiroyuki, porq que não mostra a casa para Tomoyo? Assim, amanhã de manhã, vocês tem o dia todo livre e podem ir onde desejarem. – sugeriu Kazuaki.

- Tudo bem. Voltamos quando para Tomoeda?

- Sábado de manhã. Senão, vocês perderiam o passeio com seus colegas à noite.

- Certo. Vamos? – Hiroyuki ofereceu o braço para Tomoyo, que aceitou. Ele começou pelo andar de baixo, mostrando todas as salas, a cozinha, salão de jogos, tudo. Do lado de fora, mostrou três quadras, para vários tipos de esporte, a piscina, a sauna e uma parte que tinha uma piscina aquecida com cascata. Mostrou também uma trilha que tinha sido aberta na mata, para caminhadas. Ele contou que havia uma clareira aberta em um ponto da trilha, onde tinham construído uma espécie de área para piquenique.

Voltando para dentro de casa, ele mostrou todos os quartos, suítes, na verdade e as sacadas das pontas do corredor. Ele falou que o quarto de Tomoyo era sim o melhor da casa, com a melhor visão da propriedade e tudo mais. Os dois resolveram usufruir da varanda do quarto da garota.

- Mas, me fale: gostou da casa?

- Adorei! Hiroyuki, muito obrigada pelo convite!

- Imagine, Tomoyo. O prazer é todo meu.

Os dois apoiaram-se no balcão da varanda. Eles tinham demorado bastante naquele passeio, e já estava começando o por-do-sol.

Tomoyo não conteve um gesto de espanto. Era maravilhoso! Os campos, até onde ela enxergava, iam sendo tingidos de laranja claro, passando para um laranja forte, para vermelho, vermelho mais intenso para depois começar a desbotar e ficar mais escuro, indo para o azul, para o roxo e para o negro da noite estrelada. Tomoyo viu que todos tinham saído da casa para presenciar o fato.

Quando tudo estava escuro, a Lua saiu detrás das nuvens, assim como as estrelas. A luz da Lua refletiu no pingente de Tomoyo, criando um bonito espetáculo. Ela teve a sensação de que a professora Mizuki, agora, ali, naquele momento, falava dentro dela um "muito obrigado", e continuava junto dela, a apoiando para continuar na sua missão, perante uma escuridão desconhecida...

Então Tomoyo desviou os olhos do céu e voltou a cabeça para o solo. Notou que Hiroyuki ainda olhava o céu. Então, um pouco mais adiante, na pequena estrada, ela notou um movimento. Era estranho, porque não existiam casas ali, a não ser a de Hiroyuki. Apertou mais os olhos, tentando descobrir o que era, ao mesmo tempo sem chamar a atenção de Hiroyuki. Então ela viu algo que quase fez com que caísse para trás.

Vindo devagar pela estrada, com os faróis apagados, vinha o carro que tinha a perseguido por todo o caminho...

FIM DA NONA PARTE

Oi pessoal! Eu estou muito feliz de ter chegado até aqui! E eu vou ser chata de pedir novamente para que escrevam e comentem sempre, para que a história fique do agrado de vocês. O e-mail é mari-chan.mlg@bol.com.br!

Adoro todos vocês, e super obrigado pela paciência!

Mari-chan.