Epílogo - cap 7
Harry Potter e suas personagens pertencem à JK Rolling.
As ruas estavam razoavelmente cheias, com o comércio bruxo reabrindo hoje, todos queriam voltar o mais rápido possível à normalidade. Harry puxou o capuz do casaco um pouco mais para baixo, quase tapando seus olhos e ajeitou o cachecol no pescoço, cobrindo parte do queixo. Apesar do frio, o dia estava claro, com a neve clareando todos os caminhos e telhados, dando uma desculpa para que ele usasse óculos escuros, escondendo a cor dos olhos, tão famosa.
Quando finalmente chegou à Hogsmead, porém, Harry percebeu que talvez não teria sido uma boa idéia sair do castelo. O famoso bairro bruxo fervilhava de gente, entrando e saindo das lojas, os bares e lanchonetes lotadas com rodas de magos e bruxos discutindo com algumas edições do Profeta Diário na mão. Aurores montavam guarda em cantos estratégicos.
Sem olhar para os lados, tentando não ligar para os comentários à sua volta, Harry andou a passos largos em direção ao prédio da redação do jornal de maior publicação do mundo bruxo.
"Harry Potter!", uma voz gritou ao seu lado, histérica e brava.
Receoso de que pudessem reconhecê-lo, Harry continuou a andar, certo de que não falaram com ele, mas sim dele. Porém, um puxão no seu casaco, que quase o fez cair, o parou imediatamente, justamente em frente às portas da redação do Profeta Diário.
"Harry Potter!", de novo, a voz gritou, mais brava.
Harry virou-se impaciente; como alguém poderia reconhecê-lo no meio daquela confusão? Mas um tapa, bem forte e bem dado, fez seu rosto virar-se num ângulo incômodo antes que pudesse ver quem o chamara.
"Ginny!"
Com os olhos arregalados, Harry endireitou o rosto, levando a mão enluvada ao queixo, na região que agora ficava vermelha. Tão vermelha quanto os fios de cabelos das três cabeças que estavam na frente dele. Ginny, Fred e George Weasley. George segurava a irmã, que lutava raivosa pronta para acertar mais um tapa nele, enquanto Fred permanecia parado ao lado deles, com um olhar distante, apesar de estranhamente sério.
"Ginny, comporte-se!", George rosnou, apertando os braços da irmã que finalmente cedeu, mas continuou a olhar ferozmente para Harry, "Todos estão olhando! É isso o que quer?"
"Eu quero ter a chance de me vingar desse mentiroso!", a menina disse, em alto e bom tom, recebendo exclamações de espanto dos curiosos.
"Ginny, nós nem sabemos se ele tem alguma coisa--", Fred começou, com uma voz calma, mas a irmã o interrompeu.
"Depois de tudo o que aconteceu você acha mesmo que ele não está metido nisso?", ela virou-se para o irmão, incrédula, "Ron morreu, Bill está no HMF e você--"
"Ginny!", George gritou dessa vez, irritado, assustando não só a irmã, mas todos em volta, "Agora chega! Nós não viemos aqui para ficar discutindo! Se quiser brigar com Harry Potter vá em frente, mas Fred e eu vamos terminar o que papai pediu, com ou sem você!", pegando na mão do irmão, George subiu as últimas escadas que davam para a porta de entrada do prédio do Profeta Diário, com uma Ginny resmungando brava atrás dele.
Sem se importar com os olhares curiosos e as perguntas que começavam a brotar à sua volta, Harry seguiu os três irmãos rapidamente, desviando-se das mãos que tentavam agarrá-lo e fechando a grande porta dupla atrás de si. Imediatamente um guarda veio até ele, olhando-o desconfiado.
Harry afastou o capuz e o cachecol e desfez o feitiço que fizera a lente dos seus óculos escurecerem, revelando os olhos verdes e a famosa cicatriz. Tudo com uma mão só, a outra segurava firmemente a porta contra seus supostos fãs, que se acumulavam cada vez mais do lado de fora do prédio.
Suspirando, Harry disse, "Pode, por favor, trancar essa porta?", ao olhar confuso do guarda ele continuou, "Eu tenho um assunto de extrema urgência para tratar aqui... e...", ele fez uma cara de mistério, "Espero que entenda... é um assunto muito importante... e secreto."
Sentindo-se honrado ou, no mínimo, alegre por garantir um favor do próprio Harry Potter, o guarda o saldou e colocou um feitiço sobre a porta, garantindo que não deixaria ninguém entrar até que ele fosse embora.
Ao virar-se para o pequeno salão de entrada do prédio, composto por alguns sofás, grandes edições antigas penduradas nas paredes e um majestoso balcão para recepção, Harry se deparou novamente com os três Weasleys, que se dirigiam para os sofás, provavelmente para esperarem até serem chamados.
Quando deu seu primeiro passo, Ginny, entre os dois irmãos, percebeu sua presença e virou-se bruscamente, "Ora, seu...", com o movimento, ela acabou empurrando Fred sem querer, que perdeu o equilíbrio e quase caiu no chão, não fosse seu irmão segurando-o a tempo.
"Ginny! Cuidado!", George disse, ainda irritado, ajudando Fred a se firmar.
A garota virou-se no mesmo instante para os irmãos, com um olhar de culpa, "Oh, Fred, me desculpe!"
O ruivo ergueu uma mão, que foi pega pela irmã, sorrindo, "Não se preocupe... não foi nada demais.", ele então disse, sem se virar, "Harry?"
Engolindo em seco, ele deu mais dois passos à frente, alcançando-os, "Fred, George...", ele olhou para a pequena ruiva, que transmitia claramente raiva no olhar, "... Ginny..."
"O que você está fazendo aqui, Harry?", George perguntou, sério.
Sentindo-se novamente perdido, o moreno olhou em volta, esfregando as mãos enluvadas nervosamente, "Bem... eu... eu acho que... a mesma coisa que vocês, eu acho...", ele disse baixinho, incerto. Acostumando-se muito à contra-gosto com as próprias mudanças de temperamento.
Ao olhar incrédulo e desconfiado dos irmãos, Harry abaixou o rosto, envergonhado, continuando, "Eu não sabia... estava em Hogwarts quando Snape veio correndo na minha direção... exigindo explicações sobre essa... essa coisa.", ele escutou um dos gêmeos murmurar algum comentário sobre Snape, mas ignorou e continuou, "Então, tivemos uma reunião com Dumbledore... e ficou decidido que eu viria aqui para desmentir tudo."
"Oh...", Ginny colocou uma mão sobre a boca aberta, "Então... então não foi você quem inventou isso?", ela perguntou, acrescentando rapidamente, ainda descrente, "Dumbledore pode confirmar o que está dizendo?"
"Ginny! Não se envergonhe mais.", Fred disse antes que Harry pudesse responder, virando-se para ele, com uma mão estendida, mas olhando por cima do ombro do moreno, "É bom saber disso."
Arregalando os olhos, abrindo a boca com espanto, Harry percebeu porquê da atitude estranha de Fred. Pegando a mão dele, depois de notar os olhares nervosos dos outros Weasleys, ele fechou a boca e sentiu-se mais pequeno e infantil, vendo os olhos agora cinzas de Fred olharem através dele.
"Fred... eu... eu não sabia..."
George pegou novamente a mão do irmão e o guiou até um dos sofás, sentando ao lado dele. Ginny e Harry fizeram o mesmo, mas ele sentou-se na frente dos três irmãos.
"Eu fico feliz...", o ruivo respondeu, sem graça, "É bom saber que não é tão fácil assim para os outros perceberem que fiquei cego.", ele apertou a mão de George, num movimento quase imperceptível, sorrindo, "Ele mesmo só notou um dia depois. E o resto da família somente... bem, logo depois que Bill ficou melhor. Depois disso, eles, e até eu, pudemos olhar com mais calma a nossa volta e notar o que a guerra fez com a gente.", ele terminou sério, não conseguindo manter o sorriso por muito tempo.
"Bill está no Morgana...", diante do olhar confuso de Harry, George explicou, "Hospital Morgana. É um hospital antigo, que foi desativado depois da construção do Saint Mungos. Mas agora o prédio foi reaberto para ajudar com os feridos; o Saint Mungos está lotado, não suporta mais nenhum ferido..."
Naquele instante, o chefe da redação e o dono do Profeta Diário apareceram, com seus melhores robes, um sorriso de orelha a orelha, cumprimentando Harry Potter.
"Senhor Potter! É um prazer imenso recebê-lo em nosso jornal!"
Continua....
Harry Potter e suas personagens pertencem à JK Rolling.
As ruas estavam razoavelmente cheias, com o comércio bruxo reabrindo hoje, todos queriam voltar o mais rápido possível à normalidade. Harry puxou o capuz do casaco um pouco mais para baixo, quase tapando seus olhos e ajeitou o cachecol no pescoço, cobrindo parte do queixo. Apesar do frio, o dia estava claro, com a neve clareando todos os caminhos e telhados, dando uma desculpa para que ele usasse óculos escuros, escondendo a cor dos olhos, tão famosa.
Quando finalmente chegou à Hogsmead, porém, Harry percebeu que talvez não teria sido uma boa idéia sair do castelo. O famoso bairro bruxo fervilhava de gente, entrando e saindo das lojas, os bares e lanchonetes lotadas com rodas de magos e bruxos discutindo com algumas edições do Profeta Diário na mão. Aurores montavam guarda em cantos estratégicos.
Sem olhar para os lados, tentando não ligar para os comentários à sua volta, Harry andou a passos largos em direção ao prédio da redação do jornal de maior publicação do mundo bruxo.
"Harry Potter!", uma voz gritou ao seu lado, histérica e brava.
Receoso de que pudessem reconhecê-lo, Harry continuou a andar, certo de que não falaram com ele, mas sim dele. Porém, um puxão no seu casaco, que quase o fez cair, o parou imediatamente, justamente em frente às portas da redação do Profeta Diário.
"Harry Potter!", de novo, a voz gritou, mais brava.
Harry virou-se impaciente; como alguém poderia reconhecê-lo no meio daquela confusão? Mas um tapa, bem forte e bem dado, fez seu rosto virar-se num ângulo incômodo antes que pudesse ver quem o chamara.
"Ginny!"
Com os olhos arregalados, Harry endireitou o rosto, levando a mão enluvada ao queixo, na região que agora ficava vermelha. Tão vermelha quanto os fios de cabelos das três cabeças que estavam na frente dele. Ginny, Fred e George Weasley. George segurava a irmã, que lutava raivosa pronta para acertar mais um tapa nele, enquanto Fred permanecia parado ao lado deles, com um olhar distante, apesar de estranhamente sério.
"Ginny, comporte-se!", George rosnou, apertando os braços da irmã que finalmente cedeu, mas continuou a olhar ferozmente para Harry, "Todos estão olhando! É isso o que quer?"
"Eu quero ter a chance de me vingar desse mentiroso!", a menina disse, em alto e bom tom, recebendo exclamações de espanto dos curiosos.
"Ginny, nós nem sabemos se ele tem alguma coisa--", Fred começou, com uma voz calma, mas a irmã o interrompeu.
"Depois de tudo o que aconteceu você acha mesmo que ele não está metido nisso?", ela virou-se para o irmão, incrédula, "Ron morreu, Bill está no HMF e você--"
"Ginny!", George gritou dessa vez, irritado, assustando não só a irmã, mas todos em volta, "Agora chega! Nós não viemos aqui para ficar discutindo! Se quiser brigar com Harry Potter vá em frente, mas Fred e eu vamos terminar o que papai pediu, com ou sem você!", pegando na mão do irmão, George subiu as últimas escadas que davam para a porta de entrada do prédio do Profeta Diário, com uma Ginny resmungando brava atrás dele.
Sem se importar com os olhares curiosos e as perguntas que começavam a brotar à sua volta, Harry seguiu os três irmãos rapidamente, desviando-se das mãos que tentavam agarrá-lo e fechando a grande porta dupla atrás de si. Imediatamente um guarda veio até ele, olhando-o desconfiado.
Harry afastou o capuz e o cachecol e desfez o feitiço que fizera a lente dos seus óculos escurecerem, revelando os olhos verdes e a famosa cicatriz. Tudo com uma mão só, a outra segurava firmemente a porta contra seus supostos fãs, que se acumulavam cada vez mais do lado de fora do prédio.
Suspirando, Harry disse, "Pode, por favor, trancar essa porta?", ao olhar confuso do guarda ele continuou, "Eu tenho um assunto de extrema urgência para tratar aqui... e...", ele fez uma cara de mistério, "Espero que entenda... é um assunto muito importante... e secreto."
Sentindo-se honrado ou, no mínimo, alegre por garantir um favor do próprio Harry Potter, o guarda o saldou e colocou um feitiço sobre a porta, garantindo que não deixaria ninguém entrar até que ele fosse embora.
Ao virar-se para o pequeno salão de entrada do prédio, composto por alguns sofás, grandes edições antigas penduradas nas paredes e um majestoso balcão para recepção, Harry se deparou novamente com os três Weasleys, que se dirigiam para os sofás, provavelmente para esperarem até serem chamados.
Quando deu seu primeiro passo, Ginny, entre os dois irmãos, percebeu sua presença e virou-se bruscamente, "Ora, seu...", com o movimento, ela acabou empurrando Fred sem querer, que perdeu o equilíbrio e quase caiu no chão, não fosse seu irmão segurando-o a tempo.
"Ginny! Cuidado!", George disse, ainda irritado, ajudando Fred a se firmar.
A garota virou-se no mesmo instante para os irmãos, com um olhar de culpa, "Oh, Fred, me desculpe!"
O ruivo ergueu uma mão, que foi pega pela irmã, sorrindo, "Não se preocupe... não foi nada demais.", ele então disse, sem se virar, "Harry?"
Engolindo em seco, ele deu mais dois passos à frente, alcançando-os, "Fred, George...", ele olhou para a pequena ruiva, que transmitia claramente raiva no olhar, "... Ginny..."
"O que você está fazendo aqui, Harry?", George perguntou, sério.
Sentindo-se novamente perdido, o moreno olhou em volta, esfregando as mãos enluvadas nervosamente, "Bem... eu... eu acho que... a mesma coisa que vocês, eu acho...", ele disse baixinho, incerto. Acostumando-se muito à contra-gosto com as próprias mudanças de temperamento.
Ao olhar incrédulo e desconfiado dos irmãos, Harry abaixou o rosto, envergonhado, continuando, "Eu não sabia... estava em Hogwarts quando Snape veio correndo na minha direção... exigindo explicações sobre essa... essa coisa.", ele escutou um dos gêmeos murmurar algum comentário sobre Snape, mas ignorou e continuou, "Então, tivemos uma reunião com Dumbledore... e ficou decidido que eu viria aqui para desmentir tudo."
"Oh...", Ginny colocou uma mão sobre a boca aberta, "Então... então não foi você quem inventou isso?", ela perguntou, acrescentando rapidamente, ainda descrente, "Dumbledore pode confirmar o que está dizendo?"
"Ginny! Não se envergonhe mais.", Fred disse antes que Harry pudesse responder, virando-se para ele, com uma mão estendida, mas olhando por cima do ombro do moreno, "É bom saber disso."
Arregalando os olhos, abrindo a boca com espanto, Harry percebeu porquê da atitude estranha de Fred. Pegando a mão dele, depois de notar os olhares nervosos dos outros Weasleys, ele fechou a boca e sentiu-se mais pequeno e infantil, vendo os olhos agora cinzas de Fred olharem através dele.
"Fred... eu... eu não sabia..."
George pegou novamente a mão do irmão e o guiou até um dos sofás, sentando ao lado dele. Ginny e Harry fizeram o mesmo, mas ele sentou-se na frente dos três irmãos.
"Eu fico feliz...", o ruivo respondeu, sem graça, "É bom saber que não é tão fácil assim para os outros perceberem que fiquei cego.", ele apertou a mão de George, num movimento quase imperceptível, sorrindo, "Ele mesmo só notou um dia depois. E o resto da família somente... bem, logo depois que Bill ficou melhor. Depois disso, eles, e até eu, pudemos olhar com mais calma a nossa volta e notar o que a guerra fez com a gente.", ele terminou sério, não conseguindo manter o sorriso por muito tempo.
"Bill está no Morgana...", diante do olhar confuso de Harry, George explicou, "Hospital Morgana. É um hospital antigo, que foi desativado depois da construção do Saint Mungos. Mas agora o prédio foi reaberto para ajudar com os feridos; o Saint Mungos está lotado, não suporta mais nenhum ferido..."
Naquele instante, o chefe da redação e o dono do Profeta Diário apareceram, com seus melhores robes, um sorriso de orelha a orelha, cumprimentando Harry Potter.
"Senhor Potter! É um prazer imenso recebê-lo em nosso jornal!"
Continua....
