Epílogo - cap 10

Harry Potter e suas personagens pertencem a JK Rowling.



Harry, Hermione, alguns professores, a família Weasley e outros alunos foram obrigados a comparecerem ao Ministério da Magia no mesmo dia da morte de Remus Lupin. Um processo estava em andamento e ele não poderia ser deixado de lado apenas porque um bruxo morreu, mesmo que esse bruxo tenha ajudado, e muito, na guerra contra Voldemort.

Cada um deveria depor para uma comissão de quinze bruxos, além do ministro da magia, dando uma perspectiva de que o dia seria mais cansativo e longo do que se poderia pensar. O prédio do Ministério estava cheio de curiosos, mas que, felizmente, não puderam entrar, fato que deixou Harry muito aliviado.

O depoimento consistia em relatar, com o máximo de detalhes possíveis que a memória poderia apresentar, os acontecimentos desde anos antes do nascimento de Harry Potter. No caso do próprio Harry e daqueles que nasceram no mesmo ano ou depois que ele, deveriam relatar sobre os estranhos fatos que eles puderam observar a partir do dia em que conheceram Harry ou entraram em contato com qualquer coisa relacionada a ele ou a Voldemort.

Isso estava sendo feito, segundo o novo ministro da magia, por várias razões, sendo que as duas principais eram: descobrir como Voldemort conseguiu manter-se vivo e, principalmente, recuperar-se para uma nova investida contra o mundo bruxo e julgar, com maior conhecimento da história verdadeira e evidencias mais concretas, quem são, realmente, os death eaters, para que uma punição justa seja feita em cada um dos acusados pelo ministério.

Prevendo que seria o depoimento mais longo e um dos mais importantes, o ministro chamou primeiramente Harry Potter. Hermione, Dumbledore e os outros apenas assinaram um pergaminho confirmando que compareceram ao chamado do Ministério e, juntamente com Harry, escutaram o discurso do Ministro alguns minutos antes.

Sentado em uma cadeira estofada e razoavelmente confortável, Harry se encontrava no meio de um semi-círculo de cadeiras maiores e mais imponentes, onde estavam sentados o ministro e os quinze bruxos escolhidos. Na sua frente havia uma pequena mesa com uma taça de algum líquido que ele não se importou em verificar o que era.

"Por favor, fique de pé.", um dos bruxos pediu, "Espero que saiba que trataremos suas palavras como verdadeiras, mas não hesitaremos em usar de meios mágicos para verificar a veracidade delas se, durante o processo, não encontrarmos correspondência com os outros depoimentos."

"Sim, senhor."

"Pode sentar-se.", o bruxo suspirou e recomeçou, "Qual é o seu nome?"

"Harry James Potter."

"Quantos anos você tem?"

"Dezenove."

"Quando nasceu?"

"31 de Julho de 1980."

"Onde mora?"

"Em Londres, na Oxford Street, número 18, apartamento 121."

"Você está nesse endereço atualmente?"

"Não. Nos últimos dois meses tenho ficado em Hogwarts a pedido do diretor Albus Dumbledore."

"Tem algum parente vivo?"

"Não."

"Temos aqui a informação de que você tem um tio, uma tia e um primo muggles..."

Harry o interrompeu, dizendo brevemente, "Eles não me reconhecem como parente, senhor, então eu faço o mesmo."

"Sim... Qual é o tipo da sua varinha?"

"Azevinho, 28 centímetros, pena de fênix."

"Senhor Potter, vamos começar a segunda parte do depoimento agora.", um outro bruxo disse, "Você pode não querer responder algumas das perguntas, mas, aconselho-o a responder mesmo a contragosto. Facilitará o nosso trabalho e não lhe trará maiores problemas."

"Sim, senhor."

"Senhor Potter, quando foi a primeira vez que ouviu falar em Voldemort e por quem recebeu essa informação?", o bruxo disse o nome de Voldemort sem nem piscar, ganhando um pouco da admiração de Harry.

"Quando tinha 11 anos, através de Hagrid."

"Nessa época estava na casa dos seus parentes muggles, estou certo?"

"Sim, senhor."

"Hagrid foi a primeira pessoa do mundo bruxo que conheceu?"

Harry pensou um pouco e respondeu, "Sim, apesar de, durante toda a minha infância, vários outros bruxos me encontraram, cumprimentando-me ou apenas acenando. Mesmo assim, eu não sabia do meu passado e nenhum deles tentou conversar comigo, portanto, Hagrid foi o primeiro."

"Certo... senhor Potter..."

O depoimento de Harry durou mais de seis horas. E não tinha terminado. O ministro achou prudente continuar no dia seguinte após Harry ter-se declarado incapacitado para responder mais perguntas em função de seu cansaço mental.

"Senhor Potter, eu agradeço muito sua colaboração nesse processo.", o ministro apertou-lhe a mão, estendendo um pergaminho impresso, "Este é o cronograma das principais fases do processo. Sugiro que dê uma olhada nas datas, pois isso poderá ajudá-lo na hora de tentar lembrar-se de fatos e pessoas pertinentes ao assunto do dia."

"Sim. Obrigado, senhor.", Harry guardou o pergaminho dentro do robe sem nem se preocupar em olhar seu conteúdo, "Farei o possível para lembrar-me de todos os acontecimentos. Quero que esse processo termine o quanto antes."

Hermione e McGonagall estavam esperando por ele, com os rostos ainda inchados e vermelhos de chorar. Mas Hermione sorriu levemente quando viu Harry.

"Então? Como foi?", ela perguntou, passando as mãos no rosto, tentando se livrar do sono.

"Chato... Mas acredito que amanhã termine tudo. Quer dizer...", ele suspirou, alongando os braços, "Pelo menos a primeira fase."

"O que quer dizer? Teremos que voltar mais vezes aqui?"

"Com certeza, senhorita Granger.", McGonagall respondeu por Harry, abrindo a porta da carruagem da escola que os trouxera até a cidade, "Provavelmente teremos que acompanhar todo o processo junto com eles. E pelo visto vai demorar muito até que o Conselho e o Ministro cheguem a uma conclusão."

"Até porque...", Harry disse, retirando o cronograma depois que a carruagem começou a se movimentar, "São várias as conclusões que eles terão que chegar."

Harry passou o pergaminho para as duas mulheres, que o analisaram longamente.

"Ora... estão querendo julgar cada um dos envolvidos...", McGonagall sussurrou, falando para si mesma, "Até Severus será julgado..."

"Ele não parecia preocupado quando se apresentou para o ministro.", Harry comentou pensativo, mas, depois, deu de ombros, "Se bem que não seria de se esperar muita coisa dele..."

"Apesar de tudo, senhor Potter, Severus ficou muito abalado com os acontecimentos de hoje de manhã.", McGonagall ergueu o rosto, dizendo, "São poucos os que fizeram parte da infância dele e que restaram... A geração dele...", ela parou, fechando os olhos brevemente, "São poucos, senhor Potter... qualquer pessoa ficaria abalada em uma situação assim. Por isso acho que não devemos julgar a atitude dele com o ministro."

"Provavelmente ele será julgado em liberdade...", Hermione disse, passando os olhos rapidamente pela lista de nomes dos acusados, até que exclamou surpresa, "Oh... estão querendo julgar o Malfoy."

"Mesmo?", Harry e McGonagall disseram juntos.

Pegando o cronograma de volta, Harry procurou pela lista até achar o dia do julgamento da Família Malfoy, "Vão querer julgar os três no mesmo dia?"

"Impossível. Os pais do senhor Malfoy morreram na guerra...", McGonagall silenciou-se ao perceber as expressões curiosas, "Vocês dois sabem disso. Não há motivo para julgar os mortos.", ela explicou, "Deve haver um engano. Eles provavelmente querem julgar apenas o senhor Malfoy."

"Sim, claro... e mesmo que estivessem vivos, seria impossível julgar os três no mesmo dia.", Hermione disse, usando de lógica para concordar com o pensamento de McGonagall, "Afinal, não podemos negar, a família Malfoy é uma das mais conhecidas pela proximidade com Voldemort... com certeza o julgamento será difícil, em razão do estado atual dele."

Ficaram em silêncio o resto da viagem.

Ainda naquela noite, todos se prepararam para o enterro de Remus na Floresta Proibida, mas Harry sentia-se muito cansado e não estava disposto a ver o antigo professor sendo enterrado para sempre. Mesmo com a insistência de Hermione, ele resolveu passar na Enfermaria antes de todos, para despedir-se sozinho.

Sabia que não iria encontrar ninguém, nem Malfoy, que estava em um quarto só para ele agora, e nem Pomfrey, que estava com Malfoy. Mas surpreendeu-se ao entrar e ver uma moça, vestida de branco, mexendo em Remus. Ao olhar melhor, Harry se acalmou, ao perceber que ela estava apenas preparando o corpo de Lupin para o enterro.

"Com licença.", ele chamou, "Eu gostaria de ficar a sós por alguns minutos com ele...", Harry pediu em voz baixa.

"Ah, sim...", a moça respondeu sem emoção, profissionalmente, virando-se rapidamente para Harry, "Só um minuto, eu vou... Harry?"

"... Cho? Cho Chang?"



Continua...

N/A: Alguém pode, por favor, me indicar um nome legal para o avô paterno do Draco? Please? Estou pensando e não consigo imaginar nenhum nome bacana... Agradeço desde já!!!^_^

N/A 2: Obrigada pelas correções, Daphne e Dana! ^^ Eu sou péssima com esses detalhes, importantes detalhes... Esse capítulo (corrigido) fica dedicado as duas, como agradecimento!^___^

N/A 3: Mas que *&%$@#!!!!! Eu tinha certeza que tinha corrigido as coisas... maldito...