Um pesadelo torna-se realidade: abraça-me, por favor!

Shunrey acordou caída perto da cascata. via um monte de fogueiras à sua volta e muitos vultos escuros. Meio confusa, tentou-se levantar, mas sentia-se muito fraca.



- Ai está ela. A princesinha acordou... - uma voz falsamente suave arrepiou-a. - dormiu bem, menina?



Shunrey levantou a cabeça , abriu os seus olhou e asua boca abriu- se para soltar um grito de terror. Não, não podia ser verdade... não podia! Mas era. Tentou-se levantar para fugir, mas estava meio tonta e não conseguia. As mãos fortes do homem dirigiram-se para o seu corpo.



- Vamos, fique quieta, menina.



Shunrey afastou-se para trás com terror.



- Morto, tu estás morto... - repetia horrorizada.



- Como vê não estou. Agora, deixe-me ajudá-la a pôr-se mais... hem, confortável... - disse ele esticando as mãos para ela.



- Eu vi-te morrer... Afasta-te de mim! Não me toques com essas mãos imundas, Máscara da Morte.



Máscara da Morte limitou-se a mandar uma gargalhada para o ar:



- A menina não me viu morrer. Foi tudo uma ilusão. Acha mesmo que aquele falhado do Shiriyo ia-me derrotar, a mim, um cavaleiro de hierarquia superior?



Vários dos vultos haviam-se aproximado. Agora podia vê-los. Eram cavaleiros negros, espectros. Alguns olhavam para ela com ums expressão assassina, de raiva, outros como se fossem cães esfomeados a quem se abana um osso à frente do nariz. Mas tentou manter-se calma, não podia fazer mais nada neste momento do que defender-se com palavras.



- A sério? Não me digas...



Máscara olhou para ela de sobrolho levantado e rosnou uma interrogação. Então foi a vez de Shunrey soltar uma gargalhada de desprezo.



- Bem, não seria a primeira vez, pois não, aranha nojenta? Ele já te fez ver o inferno várias vezes, muitas vezes, porque é inteligente e tu não, porque ele é sábio e é bom e tu és um bronco cheio de mania e tão estúpido que cais sempre nas armadilhas dele;porque não o faria agora?



A face de Máscara endureceu mais, se possível, e a sua voz perdeu a doçura que anteriormente havia usado.



- Como te atréves! Dizeres que aquele percevejo é melhor do que eu? - disse irado. Mas de súbito a sua face amenizou-se. - Mas quem sabe, em breve poderás mudar a tua opinião acerca de mim, e veres em mim as características que vias no teu amado Dragão.



Shunrey abriu os olhos e enrijeceu o corpo.



- Sim, porque, Shunrey, eu não te quero magoar, não quero mesmo. Se é que me entendes, minha Shunrey...



Ela olhou-o rurborizada pela raiva e disse friamente:



- Não faço a minha mínima ideia do que estás a falar. Mas também não quero saber. Eu vou-me embora daqui. - levantou-se para ir-se embora em passos decididos, mas por dentro tremia como varas verdes. Ele agarrou-a por um braço, e ela sentiu-se enojada pelo ascoque lhe sentia.



- Ai sabes do que eu estou a falar sim. E não vais a lado nenhum. Vais ficar aqui até me aceitares. Leva o tepo que quiseres, eu sou paciente...



- Solta-me! - gritou ela, estrebuchando. Mas ele limitou-se a arrastá-la até um monte de mantas onde a forçou a sentar-se. Ela começou a sentir as lágrimas chegarem-lhe aos olhos - Shiriyo virá salvar-me e tu vais morrer consumido pelas chamas da raiva do Dragão!



Novamente Máscara riu-se, mas desta vez foi secundado pelos cavaleiros negros que se tinha ajuntado em seu redor. As suas gargalhadas eram grosseira e frias, e fizeram Shuinrey encolher-se assustada e enojada, pois parecia que conseguiaa sentir o hálito pútrido que provinha doss cavaleiros. Máscara olhou-a:



- Tu és tão ingénua, pequena Shunrey, tão pura. É isso que o Dragão gosta em ti. É isso que eu gosto em ti... - riu-se novamente - mas ainda não percebeste...



- Ainda não percebi o quê? - perguntou ela, em pânico.



- Raciocina, pequena Shunrey, se estamos aqui, é porque os cavaleiros de Atena não nos conseguiram derrotar. É porque nós os derrotámos. - Máscara ergeu os braços triunfante - Hades venceu! É ele agora o senhor e dono desta terra.



- Não... não é possível... Atena... os cavaleiros... mestre... Shiriyo! - balbuciou Shunrey em lágrimas.



- Então, o Dragãozinho não te vai poder salvar - riu-se maldosamente - e adivinha o quê - ergeu-lhe o queixo com a mão - tu és só minha... - Shunrey afastou-o bruscamente. Máscara riu-se ainda mais.



- Assassino! Mataste-o! - desesperada, atirou-se a ele, tentando agredi-lo. Mas ele era um cavaleiro muito forte e ela apenas fora treinada em alguma defesa pessoal.



- Quem disse que eu o matei? Quem disse que ele está morto? - Shunrey olhou-o com esperança e ele moveu a cabeça em direcção a um dos cavaleiros - vai buscá-lo.



Momentos depois, momentos de angústia depois, dois cavaleiros trouxeram Shiriyo, ferido, com o corpo chei de chagas, os pulsos amarrados grosseiramente, sendo arrastado pelo chão. Atiraram-no para os pés deles.



- Shiriyo! - gritou Shunrey soltando-se de Máscara e abraçando o corpo de Shiriyo com carinho. Ergueu-lhe o rosto e olhou para a face do seu amado.



- Shunrey...



- Oh, Shiriyo, o que te fizeram? O que nos vão fazer?



- Muito comovente, princesinha. Agora vamos ter o momento alto desta peça. Não, vamos ter um dos momentos altos desta peça. - Máscara olhou para Shunrey - Beija-o.



- O quê?



- O que estás a tramar, Máscara da Morte? - perguntou fracamente Shiriyo.



- Beijem-se agora mesmo! Ou será pior para ela! - gritou Máscara.



Eles obedeceram. Era o primeiro beijo. E pareceu-lhe que os portões do Céu se abriam no Inferno. Mas foram bruscamente afastados pelos cavaleiros a um sinal de Máscara. Então, este puxou Shunrey para ele e disse rancorosamente para Shiriyo:



- Agora vê a tua amadaa a se entregar a mim totalmente. Vê não... porque tu não podes ver, não é Dragão? Sente. Não sei o que será pior...



- Shunrey! Larga-a!



- Não, pára! Larga-me, sua besta, se ani... - mas foi silenciado pelo asqueroso beijo de Máscara da Morte. Este forçou a abrir a boca e a deixar-se invadir pela sua língua áspera. Por fim largou-a no chão. Shiriyo controcia-se e chorava de raiva no chão, agarrado por quatro cavaleiros, gritansdo impropérios contra Máscara. Mas este não ligou; olhava vitoriosamente para a garota que estava no chão a chorar.



- Muito bem! Cavaleiros! Lacem-no no fogo... - disse sorrindo cruelmente.



- O quê? - gritou Shunrey - Não deixem-no, larguem! Shiriyo! - tentava ir ter com ele mas era agarrada por Máscara. Virou-se para ele - Eu faço tudo o que quiseres, mas poupa-o, por favor! - Mas Máscara estava demasiado excitado pelo que estava a acontecer para lhe ligar.



- Shunrey! - gritou Shiriyo desesperado, antes de ser lançado no fogo - Eu amo-te!



- Eu também te amo. Shiriyo. NÃO!



A horrível cena parecia esbaterce e Shunrey pensou que estava a desmaiar outra vez quando ouvi a voz de Shiriyo:



- Shunrey! Shunrey!



Que estranho... a voz parecia estar cada vez mais forte...



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Ai, a inspiração está a pulsar forte.



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Bjokas