Capitulo 2
N/A: Eu queria agradecer a todas as pessoas que deixaram reviews. Beijos para todas vocês, meninas!
"I never give you my number
I only give you my situation
And in the middle of investigation
I break down"
Ele respirou fundo, quando aparatou no Beco Diagonal: era bom respirar aquele ar tão familiar novamente.
Era agosto e aquilo estava infestado de alunos de Hogwarts, acompanhados de seus pais, comprando seus materiais. Rony sentiu uma nostálgica saudade de seus tempos de escola, quando ele próprio costumava vir comprar seus materiais, acompanhado da família. Eram bons tempos aqueles. Reclamava à toa das roupas velhas e dos livros de segunda mão. Pelo menos era feliz, embora não soubesse disso naquela época. Gostaria ter sabido certas coisas naquele tempo. Coisas que só descobrira agora, como valorizar a família que tinha, por exemplo.
Mas era bom estar ali e fingir que o tempo não tinha passado. Que mal fazia fingir? Estava contente de estar de volta, longe de seu pesadelo pessoal.
Enquanto caminhava pelo Beco Diagonal, sentia o sol quente de verão batendo em seu rosto e isto era bom. Assim como parar diante da vitrine da Artigos de Qualidade para Quadribol e sentir-se com treze anos novamente. Visitou também a Floreios e Borrões só para confirmar que a lista de livros de Hogwarts ainda era, basicamente, a mesma.
E foi assim, passeando pelo Beco Diagonal, que ele sentiu suas pernas tremerem e seu coração disparar. Acabara de avistar Hermione Granger sentada numa mesa, na calçada, da sorveteria Florean Fortescue.
O primeiro impulso foi ir até ela, porém se conteve. Mione deveria estar esperando alguém. Provavelmente o namorado. E a idéia dela estar esperando um namorado lhe embrulhava o estômago. E, de qualquer forma, iria até ela para dizer o que?
Quando sentiu aquela mão pousando em seu ombro, pensou que fosse Harry. Quase engasgou quando viu aquela velha e adorada cara sardenta atrás de si.
- Rony?! – exclamou, surpresa. Não esperava vê-lo ali. Sentiu-se angustiada: como deveria agir? Não estava preparada para aquilo. Mas ele ergueu-a da cadeira e deu-lhe um caloroso abraço.
O súbito e inesperado contato com o corpo dele fez voltar à tona um turbilhão de sentimentos que há tempos não lhe acometiam. O cheiro dele entrando pelo seu nariz, sem pedir licença, fez com que sentisse um arrepio lhe percorrer a espinha. Os lábios dele tocando seu rosto, o corpo dele tão próximo ao seu... Sentia-se como um vulcão prestes à entrar em erupção. E então soube o que lhe faltara por todos estes anos: eram os beijos dele, era o contado com sua pele, era o seu cheiro. Por um instante ela pensou em beijá-lo. Porém se recompôs e se afastou.
- Ah, Rony! Quanto tempo. Senti sua falta!
- Também senti a sua, Mione! – ele respondeu, sorrindo, as orelhas vermelhas do sol. – Está esperando alguém?
- Estou! Estou esperando o Harry. Me faça companhia. Ele vai gostar de vê-lo!
Ela não conseguia acreditar que tivera a cara dura de convidá-lo para esperar com ela. "Se comporte, Hermione! Ele é casado. Você não quer chorar tudo que chorou, novamente, quer?"
Eles conversaram por horas e Harry não apareceu. Mas nem lembravam mais que esperavam por Harry, naquelas alturas.
Falaram sobre a vida, sobre Hogwarts, sobre os velhos amigos. Conversaram sobre o futuro, sobre o passado. Mas nenhum deles comentou o quanto suas vidas estavam desajustadas.
Acabaram descobrindo que ambos haviam alugado quartos no Caldeirão Furado e que partiriam no dia seguinte. Rony iria visitar os pais, Hermione voltaria para casa. Resolveram jantar juntos, no Caldeirão Furado, para despedirem-se.
Antes de irem jantar, ela foi para seu quarto, para tomar um banho. Havia um bilhete de Harry, desculpando-se por não ter aparecido e justificando sua ausência. Mas a cabeça de Hermione simplesmente não conseguiu computar a informação. Estava nervosa. Muito nervosa. Estar perto de Rony, novamente, a perturbava.
Tomou um dos banhos mais demorados de sua vida, tentando adiar ao máximo o reencontro.
Quando, finalmente, desceu para encontrá-lo, ele parecia já a estar esperando há um tempão, visto seu semblante contrariado. Como quando namorávamos, ela pensou. "Agora só falta ele reclamar que eu demorei muito!"
Mas ele não reclamou. Puxou a cadeira para ela sentar. "A Alemanha ou a esposa conseguiram melhorar os modos dele".
Enquanto jantavam, lembraram-se dos tempos de Hogwarts e deram boas risadas.
- Você lembra quando o falso Moody transformou o Malfoy numa doninha quincante? –ele comentou, entre risos. Hermione apenas sorriu. Não havia lhe contado que agora morava com Malfoy.
- E quando seus irmãos deram creme de canário para o Neville? – ela continuou, temendo que ele perguntasse por onde andaria o Malfoy.
- E do Lockhart com seus diabretes da Cornualha? – ele levantou uma sobrancelha, malicioso. – Do Lockhart você lembra...
Ela achou graça.
- Claro! Lembro mais de você me importunando por causa dele!
Rony riu com vontade, e segurou sua mão.
- Sinto falta daquele tempo, Mione! – ele falou, um tanto melancólico. Ela sorriu, apertando a mão dele:
- Eu também, Rony. Eu também.
Quando terminaram de jantar ele a acompanhou até seu quarto. Deu-lhe um forte abraço, de despedida. Abraço que durou mais tempo do que deveria.
De novo aquele turbilhão de sensações. Quente demais, próximo demais.
Ela não soube se foi ele quem a beijou ou se foi ela. Mas quando deu por si estavam envoltos num beijo quente, apaixonado e, ao mesmo tempo, sufocante, angustiado. Beijo esse que não acabava nunca e que ela não queria que acabasse nunca. Lábios que não se descolavam, mãos que deslizavam cegas.
Ele a tomou nos braços e adentrou em seu quarto. Não havia mais o que fazer. O vulcão acabara de entrar em erupção.
