N/A: Novamente eu queria agradecer a todas as pessoas que deixaram reviews, e também a todas as pessoas que estão lendo esta fic. E me desculpem pela demora.

Capítulo 4

"Any jobber got the sack

Monday morning, turning back

Yellow lorry slow, nowhere to go"

Quase uma semana já havia se passado e ela não recebera notícias de Rony. Não que ela realmente esperasse que ele mandasse notícias, mas ansiava por notícias dele. Passava o tempo tentando ler, mas era algo quase impossível. Primeiro porque não conseguia se concentrar no que estava lendo, segundo porque quando conseguia ou vinha Neville com comentários inoportunos, ou, pior, vinha Malfoy com comentários cretinos.

- Hermione, o que você tem? – dizia Neville, preocupado. – Você voltou tão estranha de Londres.

- Aposto que tem homem nessa história! – completava Draco. E ela tinha vontade bater nos dois. Será que era pedir demais que lhe deixassem sozinha? Que parassem com as perguntas? Que Rony escrevesse? Que as férias terminassem de uma vez para que pudesse estudar como uma condenada e esquecer o mundo a sua volta.

- Ah, Granger! – Malfoy insistiu. – Confessa, vai! Você está tendo um caso, não é? Só não me diga que é com o Potter, senão eu vomito! É homem, né? Tem que ser. Eu nunca te vi assim antes. Você nem grita mais comigo. É o Potter, não é?

- Não seja ridículo, Malfoy! – falou Neville. – Hermione nunca teve nada com o Harry, o negócio dela era o R...

Mas Neville nunca terminou a frase, devido ao olhar assassino que Hermione lhe lançou.

- Quem? – insistiu Draco. – Desembucha, Longbottom! Quem era o caso da Granger?

- Vamos deixá-la em paz, Malfoy! Não está vendo que ela está tentando ler e nós estamos atrapalhando. Você não tem mais o que fazer, não? Por que eu tenho!

- Jura, Longbottom? Eu não tenho nada pra fazer, não! O que você tem de melhor pra fazer?

- Eu vou encontrar com uma garota da faculdade! E ela vai levar uma amiga. Quer vir junto?

- Amiga, é? E essa amiga é bonita?

- É!

- Não é trouxa?

- Não!

- É sangue puro?

- E eu é que vou saber, Malfoy! A garota é bonita e é bruxa, já não basta? O que mais você quer? A árvore genealógica dela? Quantos Comensais da Morte a família tem?

- Vamos embora e cala a boca, Longbottom! – esbravejou Draco, ofendido. Neville sorriu para Hermione, desculpando-se. Pobre Neville, resolvera estragar seu encontro levando o Malfoy à tira colo só para desculpar-se. Os dois se despediram e saíram. Ela ainda pôde escutar Neville, atrás da porta:

- E vê se não vai ser grosseiro com as garotas!

Ela respirou fundo, agradecendo o silencio. Agora podia pensar em Rony sossegada. O que ele estaria fazendo? Será que pensava nela, como ela pensava nele? Será que também sentia a falta dela?

"Ora, Hermione! Deixe de ser estúpida! O que interessa se ele pensa em você ou sente a sua falta? Você acha que ele vai fazer o que? Largar a mulher e a vida tranqüila e segura que ele tem na Alemanha para vir atrás de você? Para ficar contigo? Caia na real!"

Ele acordou com um sonoro bofetão na cara. Abriu os olhos e tudo estava escuro. Não conseguia orientar-se. Estava sonhando com Hermione e então...

- Mas que diabos? – esbravejou, sentindo seu rosto ser iluminado pela luz vinda da varinha de Astrid. Astrid? Ops! Problemas.

- Com quem você está tendo um caso? – ela gritou em plenos pulmões.

- Que caso, mulher? Deixe de ser louca!

- Eu não sou idiota, Ronald Weasley! Desde quando você me abraça quando está dormindo e me chama de meu amor?

- Sei lá, mulher! Eu estava dormindo! Vai ver eu sonhei!

- É claro que você sonhou. Sonhou com a outra! Você está tendo um caso!

- Eu não estou tendo um caso! Agora me deixe dormir, que ao contrário de você, amanhã eu trabalho!

- Nem vem que você não me engana! Com quem você está tendo um caso?

- Tudo bem! – ele falou, levantando. – Eu vou dormir no quarto de hóspedes!

E saiu. Ela ficou, por alguns minutos, estática, sentada na cama, não acreditando na reação dele. Então gritou para que voltasse e ele não obedeceu. Gritou de novo e de novo.

Do quarto de hóspedes ele podia ouvir seus gritos enquanto terminava o bilhete rápido que escrevera para Hermione:

Querida Mione,

Precisamos conversar. Estou indo para aí.

Beijos,

R.

No momento em que despachava a coruja pela janela, ela adentrou no quarto como um furacão.

- Cafajeste! Você está mandando uma coruja para ela!

Maldita coruja! Maldita hora que dera Pichi para Gina. Se a coruja fosse Pichi e não aquela coisa grande e desengonçada da casa, a megera não teria visto.

- Você está mesmo tendo um caso! Seu cafajeste! Ah, por que eu fui me casar com você?

- Porque você queria Astrid. Porque você sempre consegue tudo o que quer!

Ela sentou-se na cama, chorando.

- Eu fiz tudo que podia para que esse casamento desse certo! – ela suspirou. Ele sentou-se ao seu lado.

- Você fez tudo o que podia para que esse casamento se tornasse um inferno!

- Não, seu idiota! Eu apenas deixei de te amar quando vi que você nunca ia me amar. O que você esperava? Não ser correspondida cansa, sabia? Eu quis você na primeira vez que te vi, e quando você terminou com aquela namorada eu fiz tudo que estava ao meu alcance para te conquistar, para casar com você. Eu te amava. Achava que você poderia me amar também. Mas o tempo passou e eu percebi que estava enganada e que esse casamento foi um erro.

Ele segurou a mão dela.

- É claro que foi um erro, Astrid! Poderia ter dado certo, mas não deu! A gente ainda pode concertar isso, você sabe!

- Eu só vou te dizer uma coisa, Ronald Weasley: esqueça! Eu não vou te dar o divórcio nunca. Principalmente para você ficar com a talzinha que sempre esteve entre nós. Porque se não fosse por ela a gente teria sido feliz! Mas você nunca esqueceu ela, não é? Porque essa cara? Você acha que eu sou estúpida? Que eu não sei que só pode ser aquela tua ex-namorada para provocar esse tipo de reação em você?

- Para com isso, Astrid! Aonde você acha que esse casamento vai nos levar?

- Não me interessa! Ou eu fico viúva ou você fica viúvo, mas divorciados, nunca!

- Olha aqui, Astrid! Eu não vou ficar dando murro em ponta de faca. Não adianta conversar com você. Não agora, pelo menos. Eu vou sair e não sei se volto, e você faça o que quiser, porque eu não me importo!

Rony ignorou os gritos dela. Apenas trocou de roupa e saiu de casa. Iria atrás de Hermione.