N/A: Gente, muito obrigada pelas reviews e pelos e-mails, vocês fizeram uma ficwriter muito feliz. Espero que gostem desse capítulo também. É o penúltimo. Bjks para todos!
Capítulo 5
"But oh, that magic feeling,
Nowhere to go
Oh, that magic feeling
Nowhere to go, nowhere to go"
Cochilara no sofá. Não sabia por quanto tempo havia dormido, mas já era escuro. Fora desperta por sussurros abafados e alguma coisa se enroscando perto das cortinas. Pensando que era apenas Bichento, ela acendeu a varinha. E, para sua surpresa, lá estava Draco Malfoy, semi nu, se amassando com uma garota, no mesmo estado.
- Pelo amor de Deus, Malfoy! – ela resmungou, mal humorada. – Isso aqui não é motel! Pelo menos vá para o seu quarto!
- O que você está fazendo aqui, Granger? – ele gritou, em choque, enquanto tentava se cobrir com as cortinas, juntamente com sua acompanhante.
- Como o que eu estou fazendo aqui? Eu moro aqui, esqueceu?
- Mas isso não é motivo pra ficar escondida, no escuro, bisbilhotando! Tá certo que você anda necessitada, mas não precisava chegar nesse ponto, Granger!
Não! Ela não ouvira direito. Não podia ter ouvido direito. Necessitada? Bisbilhotando? Isso já era demais. O que o imbecil do Malfoy estava pensando? A vontade de bater nele tornou-se algo incontrolável. Ela olhou em volta a procura de algo. Enxergou um vaso com flores na mesinha a sua frente. Não teve dúvidas: o agarrou e o atirou com toda sua força na direção de Malfoy, e só não acertou-lhe em cheio na testa porque ele desviou na última hora.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ela já havia saído e batido a porta, fazendo um enorme estardalhaço.
Foi nesse momento que a coruja de Rony entrou pela janela.
A primeira coisa que Rony fez ao sair de casa, foi aparatar diante da casa de Harry. Fora atrás do amigo para conseguir o endereço de Hermione.
Harry, que há tempos não via Rony, achou muito estranho ser procurado àquelas horas da madrugada e por aquele motivo. A idéia de Rony era simplesmente pegar o endereço de Hermione e sair correndo, mas Harry o obrigara a sentar-se e contar-lhe tudo o que estava acontecendo. Foi a contragosto, mas ele fez. Contou tudo.
- Eu te falei que ia dar nisso, não falei? – Harry disse depois de ouvir a história toda. – Mas você é cabeça dura!
- Tudo bem, Harry! Eu sou cabeça dura. Agora eu vou ir atrás dela.
- Rony, por acaso você tem idéia de que horas são? A Mione já tem problemas suficientes com aquela síndica doida do prédio onde mora para você aparecer por lá às quatro e meia da manhã.
- E o que você espera que eu faça?
- Espera amanhecer!
Também foi a contragosto, mas Rony esperou.
Antes das sete horas da manhã do dia seguinte já estava parado diante do prédio trouxa de três andares onde ela morava. Temeroso. Três horas de ócio o fizeram começar a pensar. De repente passava-lhe pela cabeça que ela poderia ter alguém. Ele não sabia. Naquele dia no Beco Diagonal ela esperava Harry, mas quem poderia lhe garantir que ela não teria ninguém esperando por ela em casa.
Talvez houvesse se precipitado. Não sabia se ela queria mudar tão bruscamente sua vida. Se ela estava disposta a largar tudo pra ficar com ele. E se ela tivesse alguém? E se ela não o quisesse? O que faria? E se ela o quisesse? Se estivesse disposta a largar tudo? O que iriam fazer? Ele não havia pensado nisso. Não havia pensado em nada. Apenas saíra de casa, batendo porta, sem pensar nas conseqüências. Não pensara em nada. As únicas coisas que lhe passaram pela cabeça naquela hora fora que amava Hermione e que precisava sair daquele lugar, naquele momento. Mas, e agora? O que faria?
"Bolas, Rony! Você vai subir e falar com ela! Foi pra isso que você veio e é isso que você vai fazer. Depois você pensa no resto."
E, foi com esse pensamento que, ele entrou no pequeno prédio e subiu as escadas, ansioso. Quando viu-se diante da porta dela respirou fundo antes de bater. Nenhuma resposta. Bateu de novo. Alguém resmungando lá dentro. Claro! Era muito cedo. O que esperava?
A porta abriu-se devagar.
Qual não foi seu choque ao deparar-se com ninguém mais, ninguém menos que Draco Malfoy à porta, com cara de sono e de avental. Só de avental.
- Weasley? - ele falou, espantado. Mas não mais do que Rony.
Então era o Malfoy! Ele não podia acreditar. Claro que imaginara que Hermione poderia ter alguém. Mas nunca lhe passou pela cabeça que esse alguém poderia ser o Malfoy. Como ela podia?
Seu estômago estava embrulhado e suas pernas fracas. Ele não podia acreditar. Olhou para Draco, com nojo.
- E pensar que eu quase larguei tudo por causa dela! - esbravejou. - Eu vou voltar pra casa, pra minha mulher, que faço melhor negócio!
Virou as costas e desceu, batendo os pés. Furioso. Indignado com Hermione, aquela traidora. Por que, entre tantas pessoas no mundo, ela tinha que ter escolhido justo o Malfoy?
Ela saiu de casa injuriada com Malfoy. Aquilo fora a gota d'água. Monstro! Era isso que ele era! Monstro mal criado! Criatura insuportável! Ela poderia matá-lo com suas próprias mãos. Nunca fora tão ofendida em toda sua vida! Não passaria mais um só dia convivendo com aquele monstro desaforado. Neville, se quisesse, que o fizesse. Ela iria procurar outro lugar pra morar quando amanhecesse. Ou acabaria esganando o Malfoy quando o visse.
Andou e andou até amanhecer e sua cabeça esfriar. E então tomou o rumo de casa. Naquela altura o monstro já estaria dormindo, sonhando com os anjos abraçado em sua amiguinha e, com sorte, não acordaria tão cedo.
Abriu a porta sem fazer barulho, mas foi em vão. O monstro estava ali, parado em pé na sua frente. Com o maldito avental.
- Não encontrou com a tua visita lá em baixo? – falou com aquela irritante voz arrastada. – Ele acabou de sair!
- Que visita, Malfoy? – ela suspirou.
- Weasley, quem mais? Saiu daqui furioso, batendo os pés. Acho que foi ele quem te mandou esta coruja. – disse apontando pra coruja empoleirada no sofá.
Ele dissera Weasley! Seu coração disparou. Ela correu até a coruja e pegou o bilhete. Merlin, ele viera.
– Acho que ele pensou que a gente tem alguma coisa, por que saiu daqui esbravejando que ia voltar pra casa e pra mulher dele. Se você correr, ainda o alcança. E diz pra ele que eu e você, só naquela cabeça doente dele!
Alguma coisa com Draco? Que absurdo! Em que Rony estava pensando? Ele havia largado a mulher? Será que ele havia enlouquecido? Largar tudo e vir atrás dela?
Hermione sentiu medo. E se não desse certo? E se um dia ele lhe jogasse na cara que largara tudo por causa dela? E, o pior de tudo, como ele poderia conhecê-la tão mal a ponto de achar que ela teria alguma coisa com aquele mostro desaforado do Malfoy?
- Foi melhor assim! – ela suspirou, ainda com o bilhete na mão. A coisa estava resolvida. Ele iria voltar para a mulher e nunca mais viria atrás dela. Assim seria melhor e, cedo ou tarde, ela acabaria tirando-o da cabeça. – Eu não vou ir atras dele!
- Como não vai? – esbravejou Malfoy, injuriado. – Então ele te torna ainda mais insuportável e, como se não fosse o suficiente, ainda me tira da cama e, pior de tudo, sai daqui achando que eu tenho alguma coisa com você e você me diz que não vai ir atrás dele? Ah, mas você vai sim! Deixa de ser covarde e vai atrás dele, agora. Se não quiser ir por você, pelo menos vai pra limpar o meu nome. Tudo bem que vocês terminem o romance por outra razão, mas porque ele acha que você tem um caso comigo eu não admito!
- Ai! Cala a boca, Malfoy! Você me dá dor de cabeça. – ela disse entredentes.
- Então deixa de ser covarde e vai atrás dele! Por que você vai ver o que é dor de cabeça se você não for. Garota burra! Se acerta com ele de uma vez e pára de encher o meu saco e o do Neville, que ninguém mais te agüenta aqui dentro dessa casa.
- Não enche, Malfoy!
- Então tá! Garota burra! Fica. Fica e agüenta eu, o Neville e a síndica para o resto da tua vida! E passe todos os dias que te restarem afogada em arrependimento, se lamentando. Eu não me importo de morrer com meu nome na lama! Mas você vai lembrar pra sempre que o teu querido Weasley pobretão voltou pra mulherzinha dele por que você preferiu deixá-lo pensando que nós temos alguma coisa à tomar uma atitude, porque você tem medo. Eu não estou nem aí para o que acontece contigo, ou com ele. Mas deixa eu te dizer uma coisa: se fosse comigo, eu não ia ficar aqui perdendo tempo. Eu iria atrás, porque eu não sou covarde e eu não tenho medo de encarar a vida de frente, como você!
