APUROS EM HONG KONG
– CAPÍTULO OITO –
Tudo se tornou corrido depois que publicaram sua identidade no jornal. Os repórteres não a deixavam em paz, principalmente nos cinco primeiros dias, mas o que mais a preocupava não era a imprensa e sim os sonhos que estavam se tornando mais freqüentes, revelando uma visão desesperadora.
Esse dia em especial estava se tornando terrivelmente cansativo, faltando apenas dois dias para o noivado, boa parte da família Li iria chegar a Hong Kong dentro de poucas horas. Os criados corriam de um lado para o outro organizando tudo e Sakura já estava ficando maluca quando decidiu ir para a biblioteca, em busca de tranqüilidade.
Chegando lá começou a andar entre as prateleiras tentando fazer com que o tempo passasse mais rápido.
'Faz dois dias que Shaoran foi para Pequim…' – pensou melancólica no noivo que foi resolver assuntos das empresas na capital chinesa. Pegou um livro ao acaso na prateleira e foi até a poltrona sem nem mesmo olhar para ele. Sentou e o abriu ficando espantada ao ler o nome do autor – "Ora… Mago Clow!".
Começou a folhear o livro apenas passando os olhos sobre as páginas, não estava com vontade de ler nada. Parou ao ver uma figura no livro. Era uma construção antiga destruída com vários pilares no chão, ao lado estava escrito 'Korombos, a Ordem do Caos'. Passou rapidamente algumas folhas até chegar à outra figura. Vários esqueletos, ossos e partes de armaduras, bem como lanças e espadas espalhados como um tapete macabro. No canto esquerdo o único sinal de vida: um corvo negro pousado sobre um crânio entre algumas rochas 'Bairemuth, a Ordem da Morte' podia ser lido abaixo da imagem.
"Jovem Sakura…" – Wei a chamou da porta, fazendo–a levantar–se assustada e derrubar o livro no chão – "…perdão, não queria assustá–la!…".
"Não foi nada Wei…" – sorriu levemente constrangida.
"Só vim dizer que seria melhor a Senhorita ir se preparar para o jantar dessa noite,…" – sorriu para a garota que consentia com a cabeça – "…não seria apropriado que se atrasasse hoje!".
"Concordo!" – seguiu até a porta e parou em frente ao mordomo – "…Posso lhe pedir um conselho Wei?".
"Claro que pode Jovem Sakura!" – sorriu bondosamente.
"Que roupa me aconselharia a utilizar?" – perguntou apreensiva.
"Acho que a Senhora já cuidou desse detalhe!" – disse vendo a jovem piscar os olhos várias vezes – "Ela deixou um embrulho com… uma sugestão sobre sua cama…".
"Então,… com licença!" – prestou reverência ao senhor e se retirou deixando–o na porta da biblioteca sorrindo e balançando a cabeça.
Wei entrou na biblioteca e foi até o livro que Sakura estava lendo, que estava caído no chão. Abaixou–se e esticou o braço para pegá–lo, se deteve vendo a figura que ocupava as duas páginas do livro aberto. Uma construção em destroços com o chão coberto de crânios entre os pilares caídos. Arregalou os olhos quando leu sob a imagem 'Korombos e Bairemuth' – 'Creio que o tempo de descanso tenha acabado…' – pensou tristemente fechando o livro e colocando–o sobre a mesa, retirando–se em seguida.
Sakura estava deslumbrada na frente do espelho – "Mas é muito lindo!" – olhava para a roupa que estava vestindo. Um vestido em estilo chinês, na altura dos joelhos rosa claro com o contorno em linha branca de flores de cerejeira por todo o tecido e uma linha formada por pequenas pétalas de cerejeira brancas nas laterais. Tinha a gola alta e as mangas curtas. No pacote, junto ao vestido, havia uma presilha com sakuras presas por um cordão fino trançado. Ela prendeu o cabelo em um rabo de cavalo frouxo, permitindo que a algumas mechas caíssem livremente sobre a face. Enquanto examinava sua imagem sentiu que estava faltando algo – 'Mas o que?' – pensou lembrando de algo.
Seguiu para o closet e começou a mexer em algumas bolsas que estavam no chão mais ao fundo. A porta do quarto se abre sem fazer ruído algum e ela não percebe que alguém se aproximava, quando finalmente encontra o que procurava levanta e se vira para sair do armário, encontrando um par de olhos fitando–a intensamente. Assusta–se sentindo sua cintura sendo abraçada, no mesmo instante em que uma boca cola na sua. Deixa o pequeno pacote que tem em mãos cair no chão e passa os braços pelo pescoço do intruso, não só de seu quarto, mas de seus pensamentos e de sua vida. Shaoran era tudo para ela, sempre que precisava dele estava lá para ajudar, se sentia segura nos braços dele e queria ficar ali pelo resto de sua vida. Ele a abraçou forte, aproximando mais seus corpos. Depois que se separaram, por falta de ar, ficaram abraçados em silêncio e ele passou a beijar suavemente seu pescoço. Ela afagava os cabelos sedosos e aproximou a boca do ouvido dele.
"Senti tanto sua falta!" – sussurrou fazendo–o se arrepiar.
"Eu também, minha flor!" – encara–a fixamente e se aproximam novamente, mergulhando em outro beijo apaixonado. Separaram–se.
"Não sabe como foi difícil para mim… passar essa eternidade longe de você…" – ela apoiara–se no peito dele e sentia a fragrância relaxante que ele emanava.
"Acredite, eu também não agüentava mais…" – ele corria a mão pelas costas dela, fazendo um arrepio gostoso percorrer todo o corpo da jovem.
"Shaoran eu…" – ia falar algo, mas de repente se sentiu estranha e a imagem daquele crânio lhe voltou à mente e perdeu os sentidos por alguns instantes, fazendo com que seu corpo amolecesse e caísse de vez nos braços do guerreiro.
"Sakura!" – ele a segurou e ela logo abriu os olhos – "Meu anjo… o que houve?".
"Aquela imagem de novo… Venho tendo aquele sonho todas as noites e…" – ele colocou os dedos sobre os lábios dela, impedindo–a de falar.
"Vamos combinar uma coisa, meu amor…" – disse enquanto ela se aconchegava em seus braços – "…não vamos falar disso hoje!… Não quero que você pareça abatida durante o jantar!".
"O jantar…" – suspirou com os olhos fechados. Não queria deixar a sensação de segurança que estava sentindo ali e com certa tristeza se afastou.
"Às vezes me pergunto se realmente mereço tamanha perfeição!…" – ele exclamou reparando em como estava vestida segurando a mão dela, ela sorriu envergonhada.
Soltou a mão dele e ficou olhando quase que desesperada para o chão, assustando–o.
"Está ali!" – respirou aliviada olhando para um ponto atrás do rapaz.
"O que?" – ele olhou para trás e viu uma pequena caixa. Ela pegou a caixa e foi até a penteadeira, abriu o pacote e revelou algumas jóias. Uma corrente fina prateada com um pingente, também prata, de uma simples pétala de flor de cerejeira e um par de brincos de argola prata. Depois de colocar as jóias se voltou para o noivo que a observava curioso. Sorriu.
"Eram de mamãe…" – se afastou um pouco da penteadeira, dando uma última olhada no espelho – "…estavam com tia Sonomi,… e ela me deu quando completei 18 anos,… mas estava esperando uma ocasião especial para usá–los!" – deixou o espelho para trás e caminhou na direção dele.
Sorriu percebendo certo nervosismo na atitude dela, ele mesmo estava um pouco nervoso também.
"Está pronta?" – estendeu o braço quando ela parou na sua frente. Apenas concordou com a cabeça aceitando o braço do noivo, saíram do quarto em seguida.
Yelan e Meilin estavam na sala conversando com alguns parentes quando Shaoran entrou acompanhado de sua noiva. Todos os murmúrios cessaram naquele instante e vários olhos observavam o casal recém–chegado.
"Como você está linda, minha querida!" – disse a matriarca do clã se aproximando dos dois.
"Obrigada!" – estava levemente corada, por ser o centro das atenções. Yelan olhou para seu filho que encarava atentamente cada um dos membros da família presentes.
"Não vai nos apresentar sua noiva, primo?" – perguntou um dos rapazes, tinha os olhos num tom rubi como o de Meilin, seus cabelos eram compridos num tom castanho–médio. Aparentava ter cerca de 22 anos. Shaoran olhou–o seriamente e depois sorriu.
"Mas é claro que sim, Cheng!" – deu mais alguns passos adentrando a espaçosa sala e parou com a jovem ao seu lado – "Esta é Sakura Kinomoto… a Mestra das Cartas escolhida por Clow… e a escolhida por mim para ser minha esposa!".
Ela prestou reverência e ouviu sussurros, o que a deixou um pouco incomodada, no entanto tinha seu melhor sorriso no rosto quando voltou a erguer o tronco.
"Sinto–me honrada em estar aqui esta noite!" – disse controlando o nervosismo que estava sentindo perfeitamente.
"Tenho certeza que sim, Srta. Kinomoto,… afinal todas as garotas solteiras da China gostariam de estar no seu lugar nesse momento!" – uma voz feminina soou baixo e num tom sarcástico.
A japonesa voltou–se calmamente para quem falou e sorriu levemente para a garota de olhos negros, cabelos curtos castanho–claro e porte altivo.
"Não duvido que isso seja verdade,…" – disse tranqüilamente – "mas também tenho certeza de que nenhuma delas estaria aqui pelo mesmo motivo que eu!".
"E que motivo seria esse?" – perguntou irritada.
"Já chega Yung!" – Meilin se exaltou – "Será que você não consegue participar de uma reunião de família sem causar problemas?".
"Não sei porque todo esse nervosismo, priminha,… só fiz uma pergunta!" – disse com a maior indiferença.
Meilin estava quase partindo para cima dela quando Sakura se colocou na sua frente, segurando seu braço. Balançou a cabeça e Meilin respirou fundo. Sakura ainda sorria quando se voltou para Yung, que a encarava com os olhos em fogo.
"Não acredito que uma fraca como você seja realmente a dona das Cartas Clow!" – disse entre os dentes, Sakura abriu um pouco mais o sorriso e caminhou em direção de Shaoran dando as costas para a garota.
"Acho que você está mal informada…" – olhou para trás por cima dos ombros – "…faz seis anos que as Cartas Clow não existem mais!".
Shaoran sorria abertamente, espantando muitos dos 'Li' presentes na sala.
"Ter transformado todas as cartas, não faz com que você deixe de ser uma fraca…" – observou Sakura se voltar para ela lentamente, esperando ver uma expressão de cólera no rosto da garota, ficou frustrada ao vê–la lhe dirigindo um sorriso.
"É extremamente inadequado que me julgues apenas por minha aparência… ou pelo que eu permito que conheças de meu poder!" – murmúrios ecoaram pelo cômodo. Sakura sabia que Yung não era a única que duvidava de seu potencial e apenas esperava pelo momento em que poderia fazer uma demonstração. Não estava disposta a abrir mão de Shaoran e iria garantir seu lugar na família imediatamente, pois não queria que ele abrisse mão de sua posição no clã e sabia que o faria se não a aceitassem.
"Prove que estou errada então!".
"Acho que já chega Yung…" – Yelan decidiu intervir, mas foi interrompida.
"Não se preocupe Sra. Yelan…" – sorriu para a matriarca do clã, e voltou a encarar Yung, com um olhar sério agora.
Yung aumentou sua presença, ao que Sakura percebeu ser seu máximo, em alguns segundos – "Sua presença é impressionante…" – a japonesa comentou, completando mentalmente – '…para uma criança de dez anos!'. Levantou o braço, deixando a mão na altura dos olhos, fechando–a.
No mesmo instante uma árvore apareceu atrás da garota e seus galhos se enrolaram nos braços, pernas e no tronco da chinesa. Yung bem que tentava se soltar, mas a magia de Sakura era muito mais desenvolvida que a dela, de maneira que mal se podia notar a presença da Mestra das Cartas na sala, com exceção do lugar onde a árvore aparecera. Quando todo o corpo da garota havia sido enrolado pela árvore, Sakura abriu a mão e abaixou o braço, fazendo a árvore desaparecer e Yung cair de joelhos no chão da sala, de cabeça baixa. Todos que estavam na sala passaram a agir como se nada tivesse acontecido, voltando a conversar uns com os outros. Shaoran ia até onde Sakura estava, mas foi impedido por alguns rapazes, perguntando muitas coisas ao mesmo tempo.
"Espero que tenha ficado satisfeita, priminha…" – Meilin estava saltitante. Yung não era necessariamente sua prima favorita, pois se considerava melhor que ela por possuir magia.
Sakura percebeu que ninguém foi até Yung ajudá–la a se levantar. Sentiu–se mal por isso, ela sempre contou com os outros para ajudá–la, não saberia viver sem o apoio de seus amigos, de sua família,… de Shaoran. Olhou para ele e sorriu vendo–o conversar com alguns de seus primos. Yelan passava a mão pelo cabelo bagunçado do rapaz como se fosse uma criança, fazendo–o ficar envergonhado. Olhou novamente para Yung que continuava no chão e tomou uma decisão. Respirou fundo e caminhou até ela. Essa sua atitude atraiu atenção de todos na sala, mas não se importou. Parou na frente dela que ergueu a cabeça, com um sorriso sardônico no rosto e um olhar de arrogância, e estendeu a mão para ajudá–la a se levantar. Yung repudiou a ajuda de Sakura e se levantou depois de empurrar a mão da jovem.
"O orgulho de um guerreiro é algo de valor inestimável …" – um homem com cerca de 70 anos, tinha os cabelos brancos, uma barba comprida e rala, usava um traje chinês, composto de uma calça larga azul escura, e uma camisa de mangas compridas também azul. Todos que estavam na sala se curvaram quando ele entrou, com exceção de Shaoran e Sakura, que o olhava com certa admiração. O ancião parou em frente à garota e sorriu – "…mas a honra e a piedade para com os adversários vencidos têm maior peso no caráter, principalmente depois da piedade sobrepujar o orgulho!" – Sakura sorriu e prestou reverência, mas o homem tocou–lhe o queixo fazendo–a se erguer e, depois de lhe sorrir, pegou sua mão e voltou a caminhar até chegar em frente a Shaoran. Deixou–os lado a lado, deu um passo para trás e prestou uma leve reverência, voltando a falar assim que se ergueu – "O Pequeno Lobo escolheu a Mestra das Cartas para ser sua esposa e futura matriarca do Clã!… Os anciões acataram sua decisão e nada poderá ser feito para mudar isso!".
Nenhum som foi ouvido na sala até que o ancião voltou a falar – "Todos nós viemos aqui hoje para conhecermos a noiva de Shaoran…" – se voltou para Yelan e sorriu – "…mas também fomos convidados para um jantar!".
"É verdade mestre Law…" – Yelan sorriu e bateu palmas – "Vamos todos para a sala de jantar!…".
Todos se encaminharam para a sala de jantar e Shaoran e Sakura foram ficando, propositalmente, para trás. Assim que se viram sozinhos no corredor, Shaoran a segurou pela cintura.
"Eu fiquei muito curioso para saber qual é o motivo pelo qual você está aqui hoje…" – disse junto ao seu ouvido. Ela o abraçou e ficaram encarando–se durante alguns segundos.
"Estou aqui por um único motivo,…" – ficou na ponta dos pés, fazendo com que seus narizes se tocassem – "Eu te amo mais que a mim mesma!" – sorriu sentindo o noivo aproximar seu corpo do dele e abaixar lentamente a cabeça até alcançar seus lábios. Beijaram–se ternamente.
"Eu a amo mais que tudo…" – sussurrou em seu ouvido após terem se separado – "…eu largaria tudo para ficar com você Minha Flor!".
"Eu sei…" – ela sentia lágrimas começarem a se formar em seus olhos e tratou de esconder o rosto no peito do noivo com esperanças de que ele não percebesse.
"O que foi Sakura?" – perguntou preocupado.
"Nada…" – disse sem conseguir evitar um soluço.
"Como nada?…" – ele ergueu o rosto dela e viu nele um lindo sorriso, apesar das lágrimas que escorriam das duas esmeraldas. Franziu a sobrancelha – "Por que está chorando?".
"Eu não consegui evitar, desculpe!" – secou o rosto com as costas da mão e sorriu – "É que agora falta tão pouco…" – ele fez uma expressão de quem não estava entendendo nada, então ela parou, respirou fundo e tentou se fazer mais clara – "Falta pouco tempo para eu me tornar a Sra. Sakura Li…" – pronunciou o nome com orgulho. Viu os olhos de Shaoran brilharem – "…está se aproximando a data em que meu maior sonho vai se tornar realidade e…" – ele interrompeu a frase beijando–a com paixão. Ela não precisava falar nada, pois conhecia bem a sensação que invadia seu ser toda vez que cogitava a possibilidade de tudo o que está acontecendo não passar de um sonho. Todas as manhãs em que acorda sozinho em sua cama sente um enorme aperto no peito, que o impede de respirar. Sua existência dependia daquela Flor que agora estava em seus braços. Separaram–se e ficaram mergulhados em um fascínio que os arremetia quando seus olhos se encontravam. Foram se aproximando lentamente e, quando estavam quase se beijando, ouviram um som gutural vindo da entrada do corredor.
"Todos os estão esperando para poderem iniciar o jantar!" – um dos primos de Shaoran foi quem os chamou. Ele tem os olhos castanhos e os cabelos negros curtos, cerca de 25 anos.
"Já estamos indo Lyu…" – Shaoran disse estendendo o braço para a noiva, que o aceitou com grande prazer. Seguiram para a sala de jantar, dando início na primeira noite da comemoração do noivado.
Sakura rolou na cama abraçada ao travesseiro, depois de murmurar algumas coisas, se espreguiçar e bocejar abriu lentamente os olhos ainda pesados de sono. Eram quinze para uma da madrugada quando os últimos tios de Shaoran resolveram se retirar e ela nem se lembrava como foi que chegou ao quarto, a última coisa de que se lembra era de estar subindo a escada e logo depois estava tendo bons sonhos. Levantou da cama e foi tomar um banho para terminar de acordar e tirar qualquer vestígio de cansaço.
Não tinha pressa, uma vez que não iriam para a Universidade hoje. Riu enquanto lembrava do escândalo que Meilin fez insistindo para não faltar à Universidade, Shaoran chegou a achar que ela estava doente, mas acabaram decidindo que Meilin iria ficar em casa também.
Saiu do banheiro enrolada em uma toalha e vasculhou o guarda–roupas buscando por algo para vestir. Decidiu–se por usar uma calça jeans de um azul desbotado e uma blusa de abotoar cor–de–rosa de manga larga três quartos. Fez uma trança e a enrolou em um coque, depois saiu do quarto.
"Bom dia Srta. Sakura!" – alguém disse, fazendo–a se voltar para trás, para encará–lo.
"Bom dia Sr. Tseng!" – sorriu educadamente para o mais velho dos primos de Shaoran. Ele tem 27 anos, cabelos castanhos escuros e olhos negros. Tem o físico muito bem definido, assim como a maioria dos homens da família. Ao lado dele apareceram Lyu e Cheng. Estavam os três usando roupas para treinamento – "Bom dia Sr Lyu, Sr. Cheng…".
"Está encantadora, realmente Shaoran tem muito bom gosto!" – disse Cheng.
"Que bom que tocou no assunto, sabe me dizer onde ele está?… Ainda não acostumei com tanta magia ao meu redor…" – mentiu, queria um motivo para sair dali, não se sentia muito bem perto de Cheng.
"Está falando com minha tia, disse que não nos dizia respeito…".
"Acho que sei do que se trata… Vou lá com ele, com licença!".
"Espere um pouco, senhorita…" – Cheng a segurou pelo pulso – "É até bom que Shaoran esteja ocupado, assim podemos falar com mais calma…".
"Vai com calma Cheng!" – disse Tseng.
"Pode deixar, não vou machucá–la!" –tinha um sorriso entre divertido e malicioso no rosto.
"Me machucar?" – disse ela com sarcasmo. – "Sua irmã não conseguiu nada e aquilo não era nada da minha capacidade, agora me solte antes que eu me irrite!" – o encarava seriamente.
"Isso foi uma ameaça?" – perguntou divertido.
Ela não disse nada, apenas desviou os olhos para o braço que Cheng segurava indicando que era para soltá–lo.
"Não vou te soltar Senhorita, pois, desde que a vi, não pude pensar em outra coisa a não ser em como seria tê–la em meus braços…" – os olhos rubi brilhavam maliciosamente.
"Acho que você se esqueceu de um pequeno detalhe…" – ela disse irritada.
"Que você é noiva do meu primo?" – ergueu a sobrancelha.
"Não,… que eu tenho mais poder que você…" – ela segurou a mão dele e o empurrou com tudo contra a parede, porém não mediu sua força e acabou quebrando os três quadros que estavam ali – "Nunca mais ouse encostar um dedo em mim… nem Shaoran faz isso sem que eu permita!…" – ela se afastou dos três e desceu as escadas.
O dia passou correndo. Sakura e Shaoran estiveram juntos durante o tempo todo, mas não tiveram um segundo sequer de privacidade, para poderem namorar. Quando eram cinco horas, Sakura foi se arrumar, para ir ao aeroporto receber sua família e amigos, que chegariam em Hong Kong no vôo das seis horas. Shaoran não poderia ir recebê–los, pois outros parentes chegariam nesse dia e ele tinha que estar em casa. Saiu da mansão cinco e meia.
Quando chegou ao aeroporto, descobriu que o avião estava atrasado. Decidiu passear pelas lojas do aeroporto enquanto esperava e percebeu que algumas pessoas a apontavam e cochichavam. Respirou fundo – 'Tenho que me acostumar com isso…' – pensou antes de ouvir o alto–falante anunciar a chegada do vôo proveniente de Tokyo. Sorriu e foi até o portão de desembarque.
Viu várias pessoas passarem pelo portão e começou a sentir uma grande ansiedade, que só desapareceu ao ver Tomoyo, que quase chorava, e Eriol, com seu clássico sorriso de quem sabe algo que os outros nem desconfiam, sendo seguidos por Touya, Yukito, Naoko, Fujitaka, Sonomi, Masaki, Yamazaki, Chiharu, Rika, Nakuru e o Professor Terada
Ela cumprimentou todos com grande entusiasmo.
Tomoyo não esperou nem um minuto a mais, pegou sua filmadora e começou a filmar uma Sakura que ficou extremamente vermelha e balançou a cabeça, pensando que a prima nunca iria mudar.
"Sinto muito por Shaoran não ter vindo,… mas ele teve que ficar em casa para receber alguns parentes…" – disse polidamente – "Mas vamos indo,… quando estiverem todos devidamente instalados, nós poderemos conversar melhor!".
Seguiu até a área externa do aeroporto, onde um Meriva e um Frontera os aguardavam. Sakura foi com Eriol, Tomoyo, Nakuru, Touya e Yukito no Frontera e Fujitaka, Sonomi, Masaki, Chiharu, Terada, Rika, Yamazaki e Naoko no Meriva. Sakura estava se sentindo muito bem com a presença de seus amigos ali. Fizeram todo o caminho falando de coisas cotidianas, acontecimentos sem muita importância. Chegaram rapidamente à mansão. Shaoran os esperava na porta da casa.
"Sejam todos bem vindos!" – disse indo cumprimentar a todos – "Desculpem–me por não ter ido buscá–los no aeroporto!".
"Não se preocupe, Li… Sakura já nos explicou…" – Yamazaki apertou a mão do amigo – "Meus parabéns…".
"Muito obrigado!" – cumprimentou um por um – "Acho que devem estar cansados da viagem…" – pediu a todos que o seguissem com o braço – "Vou lhes mostrar seus aposentos… conversamos melhor durante o jantar!".
"Não precisa ser tão formal conosco também, ouviu bem?" – Nakuru alegre como sempre.
"Não adianta, Nakuru, ele é cabeça–dura mesmo…" – disse Sakura. – "Estamos na casa da família dele… Por mais estranho que pareça,… ele fica mais formal…".
"É, mas quando estão a sós ele não é nada formal, não é?" – insinuou Tomoyo.
"Tomoyo!" – Sakura e Shaoran ficaram totalmente vermelhos, enquanto todos riam e Touya se enfurecia.
"Ué… eu disse alguma mentira?" – perguntou se fazendo de desentendida.
"Já chega está bem,…" – Sakura cruzou os braços e tentou encarar Tomoyo seriamente, mas não agüentou e começou a rir. Shaoran passou o braço pelas costas dela e deu–lhe um beijo na fronte. Touya foi para cima do rapaz e o segurou pela gola.
"É bom que não tenha feito nada para a minha irmã… porque se eu descobrir alguma coisa você vai se arrepender,… ouviu bem Moleque?" – Touya diz entre os dentes enquanto Sakura, Fujitaka e Yukito balançam a cabeça.
"Tudo bem, Touya…" – Sakura tira as mãos dele da roupa do noivo e o empurra pelo corredor, todos riram ao ver a cena.
"Esse aí não tem jeito…" – uma voz sussurrou de dentro da bolsa de Nakuru, que balançou a cabeça confirmando e, seguia o grupo.
Depois que todos foram levados para seus quartos, Sakura e Shaoran foram para o jardim procurar por um pouco de sossego, mas parece que essa palavra desapareceu para os dois desde que acordaram, pois eles mal sentaram em um banco no jardim namorando e três garotas apareceram abraçando Sakura e apertando–a. Eram Fenmei, Shiefa e Fanrei. Fuutie só não a estava abraçando também porque estava com seu filho nos braços.
"Mas que linda…" – Fenmei apertou um pouco mais a bochecha dela. As outras duas concordaram.
"Estávamos com saudades…" – Fanrei bagunçou os cabelos, as duas concordaram.
As três de repente soltaram Sakura e se entreolharam. Viraram rapidamente para Shaoran e o agarraram.
"Nosso irmãozinho vai se casar…" – Shiefa apertou mais o abraço sufocando–o.
"E vai ser muuuuuuito feliz…" – disse Fenmei, em tom malicioso.
"Fenmei!" – Shaoran se irritou.
"Nem adianta fingir, Lobinho, não é segredo pra ninguém que você não é santo." – Fuutie se aproximou.
"Shaoran…" – Sakura disse em tom ameno – "Não adianta ficarmos preocupados… suas irmãs são sensíveis… e podem perceber qualquer coisa que fizermos…".
"Isso mesmo, então podem ir contando tudo…" – disse Fanrei.
"Não nos preocuparmos não significa que contaremos alguma coisa…" – Sakura sorriu – "Além do mais,… vocês são mulheres casadas…" – depois de dizer isso deixou Shaoran e as irmãs no jardim para ir se encontrar com Tomoyo que vinha caminhando em sua direção.
Shaoran passou boa parte da tarde conversando com seus primos e suas irmãs, enquanto Sakura permanecia com o pessoal de Tomoeda, isso até a hora do jantar. O jantar foi bem animado e os noivos jantaram com seus amigos e os familiares de Sakura. Da mesa principal, algumas pessoas observavam a interação do futuro líder do clã com aqueles 'estranhos'.
"Como ele pode estar tão animado conversando com os convidados da Mestra das Cartas, se nunca abriu um único sorriso para a própria família?" - Cheng sussurrou para Lyu, que estava ao seu lado.
"Não são apenas convidados da Srta. Kinomoto, Cheng..." - Lyu disse - "Todos eles são amigos de Shaoran desde a época em que ele foi para o Japão...".
"Isso não justifica!..." - estava começando a se exaltar - "...Por que ele trata com maior afinidade aqueles estranhos do que a nós que somos sua família?".
"O que vocês fizeram quando Shaoran precisou de apoio?" - Fuutie perguntou calando-o.
"Todos vocês o abandonaram a partir do momento em ficou decidido que ele seria o futuro líder do clã..." - Fanrei respondeu a pergunta feita por sua irmã.
"Já aqueles 'estranhos', como você falou, sempre estiveram apoiando-o..." - Fenmei observava a figura sorridente do irmão.
"Mesmo que ele não pedisse ou precisasse do apoio..." - Shiefa sorriu e bebeu um pouco de suco.
Na outra mesa...
"O Shaoran podia ser sim, o mais envergonhado,... mas foi o Eriol quem acabou demorando em pedir Tomoyo em namoro..." - Yamazaki disse apontando para o amigo, tentando fazer com que ele ficasse, pelo menos, embaraçado.
"Eu não demorei a pedi-la em namoro Yamazaki..." - Eriol disse com a maior naturalidade - "o pedido foi feito no momento certo,... nem antes, nem depois do devido tempo...".
"Como você pode ter tanta certeza?" - Naoko perguntou curiosa pela forma com que ele havia dito a frase.
Eriol sorriu e Shaoran se perguntava como ele iria sair dessa - 'Ele certamente não vai poder dizer que consegue prever o futuro...' - pensou olhando para Sakura.
"Bem,... ela aceitou nãO é mesmo?" - sorriu - "Mas não sei se aceitaria se eu pedisse antes,... ou mais tarde...".
"Com licença..." - Rika se levantou rapidamente da mesa e saiu apressada da sala de jantar.
"Com sua licença...!" - Terada pediu polidamente, levantando-se e seguindo sua esposa com o semblante preocupado.
"O que será que houve?" - Sakura perguntou e observou que, com exceção de Shaoran, todos na mesa sorriam olhando para a porta por onde eles haviam saído.
"Não se preocupe, Sakura..." - Eriol fitou-a de maneira terna - "Isso é normal...".
Ela ficou sem entender o que a reencarnação de Clow quis dizer com aquelas palavras.
"Aconteceu alguma coisa, Lobinho?" - Fuutie se aproximou da mesa.
Shaoran fez uma careta de desagrado.
"Não sabemos Fuutie..." - Sakura disse e viu Cheng se aproximar da mesa também -'Ele gosta de arranjar problemas...' - pensou, desviando o olhar.
"Não se preocupe Sra. Hsieh...(lê-se Chi-ei)" - Eriol se levantou e a cumprimentou - "Está tudo bem com a Sra. Terada...".
"Então está bem... - encarou o inglês e depois se voltou para o irmão - Lobinho... mamãe quer falar com você!".
"Está bem Fuutie..." - respirou fundo e levantou - "Com licença a todos!" - saiu seguindo a irmã.
"Por que a irmã do Shaoran o chama de 'Lobinho', Sakura?" - Chiharu perguntou levemente corada.
"O nome dele significa 'Pequeno Lobo'..." - sorriu para a amiga que ergueu as sobrancelhas.
"Ele pode até ter algo de lobo, mas já deixou de ser pequeno há muito tempo..." - Yamazaki falou erguendo o braço, indicando que o amigo era mais alto que ele. Todos riram do comentário.
"Os lobos são animais interessantes... de hábitos noturnos e há quem acredite que são as criaturas mais fiéis do planeta..." - Naoko disse um pouco pensativa, lembrando de algo que ela certamente leu em algum livro.
"Isso é bem interessante..." - Cheng disse tentando participar da conversa.
"Eu não confio em lobos..." - Touya disse carrancudo e encarando o noivo da irmã. Eriol observava tudo com um sorriso misterioso.
"Eu não teria coragem de me aproximar de um lobo..." - Chiharu pensou um pouco - "Acho que se eu quisesse um bicho de estimação que parecesse um lobo eu ficaria com um Husky Siberiano...".
"Mas o Husky é um cão de porte grande Chiharu..." - Tomoyo disse-lhe gentilmente - "...você não poderia ter um morando em um apartamento...".
"Isso é verdade Tomoyo..." - ponderou por alguns segundos - "Takashi,... você poderia me comprar um poodle ou um pintcher, não poderia??...".
"Claro..." - Cheng olhou um pouco curioso, chegou a conclusão de que o rapaz de pequenos olhos era namorado da garota que lhe pediu um cachorro. Yamazaki percebeu que o rapaz o observava e sorriu levantando-se para ficar de frente para ele - "Você sabia que várias pesquisas indicam que o cachorro é uma evolução de ursos polares!" - Yamazaki tem o olho brilhando e o indicador erguido. Cheng pisca os olhos várias vezes.
"É verdade! Dizem que os ursos polares há milhares de anos saíram voando do pólo-norte e percorreram toda a Terra..." - Eriol diz bem sério e o chinês balança a cabeça positivamente, prestando atenção no que eles falavam.
"Mas eles perderam a habilidade de voar quando foram atingidos na cabeça por um paralelepípedo gigante voador..." - Yamazaki olha para o Eriol e os dois balançam a cabeça afirmativamente.
"Sim,... os paralelepípedos gigantes voadores eram criaturas terríveis e muito poderosas!" - Eriol se inclina para frente chegando mais perto de Cheng. Sakura contém um riso e balança a cabeça.
"Eles eram tão poderosos que acreditam na possibilidade de terem sido responsáveis pela extinção dos dinossauros e..." - Yamazaki leva um cascudo.
"Yamazaki... você não toma jeito mesmo..." - sai arrastando-o pela orelha - "Me prometeu que não iria contar mentiras esse final de semana... Não sei como eu ainda acredito que vai conseguir manter essa boca fechada..." - Cheng olhou sem compreender a cena e quando se voltou para a mesa viu todos rindo muito. Olhou seriamente para Sakura que o encarou, como quem pergunta: 'O que foi?'.
"Quando eu ia imaginar que Clow estava mentindo...?" - perguntou ele fazendo Naoko parar de rir e encarar os dois jovens com certa curiosidade.
"Quando soubesse que ele vive fazendo isso..." - Sakura retrucou debochada enquanto via o rapaz se afastar com passos duros. Sorriu.
"Sakura..." - Naoko a chamou - "...quem é Clow?" - ela encarou a amiga espantada e só então percebeu o que Cheng havia dito.
"Clow,.. bem... Clow é..." - Sakura estava meio perdida.
"Clow é a maneira com a qual alguns dos Li me chamam Naoko..." - Eriol disse enquanto sentava - "Foi um antepassado dos Li... o qual Shaoran já havia me dito certa vez que tinha bastante semelhança comigo, pelo menos físicas..." - sorriu e Naoko balançou a cabeça.
'O Eriol fala as coisas com uma naturalidade…' – pensa olhando para a porta por onde Rika e Terada acabavam de passar rindo, deviam ter visto Chiharu arrastando o namorado pela orelha. Espera que eles se sentem – "O que foi que aconteceu, Rika…" – perguntou reparando na face levemente empalidecida da amiga.
"Eu apenas tive um enjôo Sakura, não se preocupe!" – sorri.
"Será que foi alguma coisa que você comeu…" – a garota de olhos verdes fica um pouco confusa.
"Você ainda não contou a novidade Rika?" – Tomoyo questiona, fazendo Sakura olhar de uma para a outra.
"Que novidade?" – Shaoran pergunta voltando a sentar-se na mesa.
"Bem,… é que…" – Rika fica levemente corada, estavam ali para comemorar o noivado dos amigos, não queria se tornar motivo de preocupação, e sabia que da mesma maneira que aconteceu em Tomoeda, os amigos iriam passar a tratá-la com maior atenção, olhou para o semblante preocupado da amiga – 'Não seria justo deixá-la sem saber… Sakura sempre foi muito gentil comigo… e depois todos já estão sabendo…' – suspirou e abriu um sorriso – "Vamos ter um bebê…".
"Como é?" – Shaoran e Sakura indagaram ao mesmo tempo com um sorriso.
"Rika está no segundo mês de gestação…" – Terada confirmou, com um sorriso orgulhoso.
"Isso é maravilhoso…" – Sakura se levantou e abraçou a amiga sem se importar com os olhares curiosos da família Li voltados para si. Uma lágrima escorreu por seu rosto de pura felicidade.
"É uma notícia fabulosa Sr. Terada…" – Shaoran disse cumprimentando-o com um saudoso sorriso.
"Nós temos que comemorar isso e…" – Sakura estava empolgada.
"Não há necessidade Sakura…" – Rika a interrompeu.
"Tudo bem…" – ela sorriu para a amiga. Sabia que a Sra. Terada não gostava de chamar atenção.
"Visto que todos já acabaram o jantar,… vamos para a sala de estar,…" – Yelan anunciou a todos – "mas quem não quiser nos acompanhar está livre para andar pela propriedade…" – após dizer isso saiu, sendo seguida por vários membros da família, enquanto outros saíam em direção ao jardim.
"Vamos dar uma volta?" – Sakura sugeriu.
"Muito obrigada,…" – Naoko balançou a cabeça – "…acho que vou me retirar!… Com licença!".
"Eu também vou descansar um pouco…" – Rika sorriu e foi caminhando ao lado de Naoko.
Sakura olhou para Sonomi.
"Querida Sakura… me desculpe, mas tenho que resolver algumas coisas relacionadas à empresa…" – apontou para o 'notebook' ao lado de sua bolsa.
"Adoraria dar uma volta, querida…" – Masaki olha com carinho para a bisneta – "Mas a idade já não me garante tanta resistência…" – deu um beijo na testa da garota.
"Eu e Terada vamos dar uma olhada no jardim, Sakura…" – Fujitaka sorriu sabendo que a filha compreenderia que iriam falar sobre a estrutura, história, suposta idade e vários outros detalhes sobre a construção, além de examinar as espécies de flores e plantas, enfim, seus passatempos eram trabalhar, de certa forma.
"Está certo papai…" – balançou a cabeça vendo-os se afastar e voltou-se para Touya e Yukito, depois olhou para Eriol.
"O que era tão importante para que fizesse com que todos saíssem daqui Eriol?" – perguntou fazendo-o se espantar um pouco, ela riu – "Sim… eu percebi que estava usando magia!".
"Minha mãe pediu para a encontrarmos na biblioteca…" – Shaoran os interrompeu.
"Eu vou levar algo para Kero e Suppi comerem…" – Tomoyo disse com a maior naturalidade, como se não tivesse escutado nada do que disseram.
"Eu vou avisar Kerberus e Spinel sobre a reunião…" – saiu atrás da namorada – "Nos encontramos na biblioteca…".
Sakura e Shaoran se entreolharam, depois olharam para a falsa identidade do guardião das cartas Sakura, que estava com um incomum olhar sério. Touya percebendo que coisas muito importantes seriam tratadas na biblioteca simplesmente se voltou para a porta e saiu da sala.
"Devemos ir logo para a biblioteca…" – Yukito sugeriu, saindo também. Sakura suspirou pesadamente.
'Acho que vamos finalmente descobrir o que está acontecendo…' – pensou seguindo o noivo que ia calado à sua frente – "Afinal,… é a primeira noite de lua cheia…" – sussurrou para que só o vento pudesse ouvir.
Continua…*******************************
N/A – Parece que as coisas estão ficando sérias… o Yukito não estava sorrindo?… É o fim do mundo!!!!!!O.O… hehehe… Não… nada tão sério…
Bem… o que eu posso dizer… eu disse para algumas pessoas que alguns fatos seriam explicados nesse capítulo,… mas infelizmente ele se estendeu mais do que eu pretendia… então não foi possível mesmo começar as explicações… desculpem!!… Espero que não deixem de ler por causa disso…
Por favor, gente… postem seus comentários… ou enviem um e-mail para mim com suas sugestões ou opiniões… Meu endereço?… yoruki_mizunotsuki@yahoo.com.br
Agradeço de coração a quem perde seu tempo lendo esse negócio… especialmente a Miaka, que me ajudou (de novo) no capítulo… Cherry, fofinha… obrigada pelos seus e-mails me apoiando e me incentivando a escrever… Não se preocupe viu, porque o 'MFqaM' está a caminho, só preciso dar uns retoques… Felipe, você é um amigão e sempre lê meus trabalhos… Eu também queria agradecer a dois amigos muito especiais para mim… O Monstrengo do Touya*CCSM-C*, e o Mago Clow, que por mais que não leiam, me deixam de bom humor para escrever…
Beijos…
Yoruki.
