APUROS EM HONG KONG
– CAPÍTULO DEZ –
Enquanto se dirigiam para o centro do salão, Shaoran sentia seu coração batendo descompassado, a felicidade e o nervosismo que se apossavam de seu ser naquele momento eram inimagináveis. Sua respiração estava exaltada e sentia que os olhares de todos estavam sobre ele e sua bela flor. A mão da garota que segurava seu braço se contraiu levemente de pura ansiedade. Olhou-a carinhosamente recebendo um lindo sorriso em troca.
O salão estava maravilhosamente enfeitado, flores de cerejeira e cravos foram colocadas em arranjos rodeando, em espiral, os grossos pilares da sala em formato octagonal. Peônias e magnólias ornamentavam as janelas enquanto flores de lótus-azuis e lírios brancas compunham os adornos das mesas. Mas nenhuma flor chamava tanta atenção quanto aquela que caminhava ao lado do guerreiro em direção à mesa principal, no centro do salão.
Não sabem dizer quanto tempo levaram para chegar a seu destino. Pode ter sido dois minutos, ou meia hora, o tempo pareceu se prolongar de tal maneira que não poderia ser contado em uma única vida.
Pararam e ele ficou calado por alguns segundos e nenhum som era ouvido no recinto. Abaixou a cabeça e respirou fundo, erguendo-a em seguida para encarar a todos.
"A felicidade que sinto esta noite é equiparável à grandeza do universo,…" – olha para onde estão os amigos de Tomoeda – "e me sinto honrado em poder compartilhar esse momento com todos!…" – olhou de relance para a noiva e sorriu – "Muitas coisas foram ditas a respeito desse acontecimento…" – olhou para os membros do clã – "muitas coisas aconteceram a respeito dessa comemoração…" – voltou a olhar para todos no salão – "mas hoje tudo será esclarecido… e é por isso que eu lhes apresento minha noiva e futura esposa… Sakura Kinomoto!".
Ela deu um passo para frente sentindo suas pernas tremerem. Sorriu e inclinou levemente a cabeça para cumprimentar a todos. Seus olhos começaram a arder, mas ela não iria chorar, por mais que essa fosse sua vontade.
Uma sensação de conforto, segurança e um calor agradável começaram a crescer em seu corpo quando ergueu a cabeça. Sentia a energia fluindo dentro de si de forma que não podia controlar, como se não fosse dela. Apenas sentiu espantada toda aquela presença esvair de seu corpo em uma explosão, vendo que muitas pessoas que estavam ali, todos os que possuíam magia murmuravam alguma coisa impressionados pelo poder que apesar de ser semelhante ao da Mestra das Cartas, era também diferente.
'Como se fosse o poder de outra pessoa…' – Sakura arregalou os olhos – 'Seria possível?…' – se perguntou virando-se para Shaoran que a olhava preocupado, simplesmente sorriu – "Eu preciso falar com você…" – sussurrou perto do ouvido dele voltando a fitar o salão.
"Espero que todos aproveitem a festa!…" – disse ordenando que a música começasse a tocar – "Vamos falar com Mai Su, e depois saímos por um instante…" – apontou para o amigo que estava com Meilin próximo de Eriol e Tomoyo, ela concordou com a cabeça.
"É um grande prazer conhecê-lo Sr. Hiiragizawa…" – Lang disse prestando leve reverência – "Fico muito feliz por conhecer os amigos de Li!".
"Ora Mai Su, quem te ouve falar pode chegar a pensar que não somos amigos…" – Shaoran se aproximou com Sakura ao seu lado, o rapaz sorriu.
"Não tivemos tempo de conversar ainda, não é mesmo Sr. Lang?" – Sakura olhou disfarçadamente para Meilin e sorriu.
"É verdade, Srta. Kinomoto… mas não se preocupe… teremos outras oportunidades…" – ele olhou para o amigo de relance – "Creio que tenha pessoas mais importantes com quem conversar…".
"Ninguém é mais importante que os amigos Mai Su!" – Shaoran disse olhando para Sakura – "Bem… talvez exista uma pessoa…" – sorriu e fez um movimento com a cabeça para que ela o acompanhasse – "Só um instante… nós já voltamos!…".
Shaoran abriu a porta do escritório e entrou logo após Sakura.
Ela ficou voltada para a janela, de costas para ele em silêncio enquanto o jovem a admirava. Sorriu e respirou fundo antes de se aproximar, abraçando-a por trás e encostando o queixo no ombro dela.
"O que está acontecendo, minha flor?" – sussurrou ouvindo-a suspirar. Ela ficou de frente para ele sorrindo, pegou a mão que estava em sua cintura e deslizou-a lentamente até a região do ventre.
"O que você sente?…" – perguntou sem desviar o olhar, enquanto diminuía ao máximo sua presença. Shaoran arregalou os olhos abrindo um sorriso.
"Is-isso… o-o que… vo-você… nós…" – respirou fundo e passou a mão nervosamente pelos cabelos tentando se acalmar um pouco – "Você está se sentindo bem?…".
"Estou sim,… não se preocupe…" – sorriu passando os dedos levemente pelos traços do rosto do noivo, que sorria.
"Nós temos que ver o que vamos fazer agora…" – a abraçou calorosamente – "temos que nos casar o mais rápido possível e também…".
"Shaoran…" – o chama meio envergonhada, mas ele não escuta.
"Temos que começar a comprar as coisas para o bebê…" – se afastou um pouco dela e a fitou – "você acha que vai ser menino ou menina?…" – sorriu e a ergueu – "e se forem gêmeos?…" – a colocou novamente no chão – "O que você acha de irmos morar em outra casa…" – colocou uma mão no queixo um pouco pensativo – "ou talvez você prefira que elas sejam criadas em Tomoeda… seria muito bom…" – foi interrompido por um beijo.
Sakura apenas encostou os lábios nos dele para calá-lo, mas Shaoran a abraçou pela cintura e lentamente a empurrou até que ela se encostasse à mesa do escritório sem interromperem o beijo. Passou a mão pela nuca dela, numa carícia gentil e provocante, fazendo-a se arrepiar. Ele aprofunda o beijo, prendendo-a entre si mesmo e a mesa, enquanto a beijava sem controle e passava as mãos pelas pernas dela que apareciam pela fenda.
"Não Shaoran… não podemos…" – reuniu todas as forças que tinha e se afastou dele ofegante – "A festa… todos estão esperando…" – foi para frente do espelho do escritório e passou a mão nervosamente pela própria nuca, enquanto regularizava a respiração.
Ele sentou na poltrona que ficava em frente à mesa e tampou o rosto com as mãos tendo os cotovelos apoiados nos joelhos, de costas para Sakura. Ela se voltou para onde ele estava sentado e ficou fitando-o por alguns momentos em silêncio.
"Shaoran…" – chamou fazendo-o erguer lentamente a cabeça, se aproximou com um pouco de receio – "Você está bravo comigo?…" – perguntou com a voz um pouco trêmula. Ele se ergueu rapidamente fitando-a de forma carinhosa.
"Não… Não estou…" – deu um passo em direção a ela e tocou levemente o seu rosto – "por que eu estaria bravo com você?…" – sorri fazendo-a se acalmar.
"Por eu ter te beijado e depois…" – ele pousou os dedos nos lábios dela e balançou a cabeça.
"Eu estou decepcionado é com o meu pouco autocontrole,… mas não estou bravo com você meu amor…" – respira fundo – "Vamos voltar para a festa!…" – dá um breve beijo nela depois se afasta indo até a porta. Sakura volta para frente do espelho e arruma a franja que escapou do coque. Vai até a porta onde Shaoran a aguardava e espera que ele a abra antes de sair e voltar para o salão.
Assim que entraram no salão, receberam os olhares de todos os presentes. Sakura se volta para o noivo e sorri constrangida.
"Não ligue, Sakura... Não aconteceu nada,… não é mesmo?" – Shaoran sorriu discretamente a ela.
"Não é isso… é só que não gosto de ser o centro das atenções…".
"Em pouco tempo você se acostuma!" – suspira – "Vamos falar agora com alguns sócios da empresa,… essa é a parte insuportável da festa…" – a observa enquanto caminham – "Dar atenção aos convidados e não ter nosso tempinho juntos…".
"Teremos tempo para ficarmos juntos…" – sussurrou sorrindo.
"Eu sei, mas acho tudo isso tanta futilidade…" – rolou os olhos e depois parou de andar olhando apara uma das mesas um pouco pensativo. Sakura se virou para ver o que havia chamado atenção dele, apenas sorriu ao ver Meilin e Mai Su conversando alegremente, estando sozinhos na mesa – "Até parece que aqueles dois já se conheciam…" – comenta voltando a caminhar.
'Meilin vai querer me matar na primeira oportunidade…' – Sakura pensou sorrindo acompanhando-o.
"Com licença, Senhores!" – Shaoran parou ao lado da mesa onde estava sua mãe. Os três casais que estavam ali se levantaram – "Deixe-me apresentá-los, Sakura estes são o Sr. Hiang e sua esposa Sra. Yung Bjang …" – cumprimentou os dois com a cabeça – "Ts'ui e a Srta. Chia Jên, sua filha…" – sorriu e os cumprimentou – "e esses são Kuai e Ming I Yu…" – ela contraiu levemente os olhos antes que ele continuasse – "São os pais de Jiang Yu…".
"Já conhece nosso filho Srta. Kinomoto?" – Kuai Yu perguntou olhando de relance para a esposa.
"Sim… já tive a honra de conhecê-lo!" – forçou um sorriso um pouco desconfortável.
"Que estranho que Jiang não nos tenha dito que já a conhecia…" – Ming I comentou calmamente.
"Talvez porque tenhamos pedido a ele que não comentasse…" – Shaoran mentiu forçando um sorriso.
"Ah… claro!" – a mulher se retraiu em seguida.
"Com certeza valeu a pena termos esperado tanto tempo para conhecer sua noiva, Sr. Li!" – Bjang se pronunciou – "É uma jovem muito bonita… tens bom gosto!…" – sorriu para Sakura que agradeceu o elogio com a cabeça. Bjang era um homem muito respeitado no mundo empresarial, mas fora dele, todos sabiam que era um homem cheio de vícios e corrompido pela luxúria, seu casamento era apenas fachada para uma vida de pecados. Shaoran sentiu-se deveras violado com o sorriso que o homem lançou a sua noiva.
"Com licença…" – prestou leve reverência e se voltou pedindo que Sakura o acompanhasse. Foram caminhando a direção de outra mesa onde duas de suas irmãs estavam reunidas com outros acionistas.
Sakura sentiu-se aliviada por sair dali, mas aquela sensação durou muito pouco. Uma caveira apareceu em sua mente e um grito estridente ecoou. Apertou o braço de Shaoran que a fitou um pouco assustado. Pressionava levemente a têmpora de cabeça baixa. Encarou-o fixamente após alguns segundos.
"Eles estão vindo!" – sussurrou pouco antes de desfalecer nos braços dele. A presença que sentiam volta e meia, vinda da cidade, se tornava cada vez mais forte.Várias pessoas se assustaram ao ver a jovem desmaiando e se aproximaram para ver o que ocorrera. Shaoran a pegou em seu colo e se dirigiu para a saída do salão. Quando passou por sua mãe dirigiu um olhar preocupado e balançou a cabeça positivamente.
"Está começando… tome as providências necessárias… não permita que ninguém que não possua magia saia da sala!" – sussurrou para Yelan antes de sair.
A mulher se voltou para o interior do salão tentando transpassar naturalidade.
"Está tudo bem… foi apenas uma queda de pressão… o dia foi muito corrido para a Jovem Kinomoto hoje e…" – ela se voltou para Touya que passou por ela tentando sair do salão e o segurou pelo braço – "Por favor, Sr. Kinomoto… não complique mais as coisas… sua irmã ficará bem… contanto que não saia desse salão!" – sussurrou recebendo um olhar frio como resposta do jovem.
"Minha irmã não tem problema de pressão!" – ele pronunciou todas as sílabas calmamente para que só a mulher escutasse.
"Realmente, …mas você não poderá ajudar no que está para acontecer…" – ele a fitou espantado – "deixe que nossa família cuide da Pequena Flor… Shaoran não permitirá que nada de ruim aconteça a ela!" – ele concordou com a cabeça, e um pouco contrariado voltou para o centro do salão onde seu pai estava com semblante levemente preocupado. Ela voltou a fitar os outros convidados – "Gostaria de pedir que permanecessem no salão enquanto vamos averiguar se está tudo bem!…" – olhou para suas filhas que imediatamente se levantaram e foram até a entrada – "Não permitam que ninguém sem magia saia da sala… usem o que for necessário!" – e se retirou deixando as garotas para trás.
Shaoran percorreu toda a mansão com passos largos carregando sua preciosa carga nos braços. Não permitiria que tirassem sua Flor dele, principalmente agora. Chegou a um cômodo separado da mansão. Aquele cômodo havia sido preparado para que não fosse possível sentir a presença de ninguém que estivesse ali. Entrou e depositou Sakura na cama que se localizava no centro do quarto. Sentou-se ao lado dela acariciou-lhe a fronte com ternura.
"Perdão Minha Flor!" – sussurrou antes de lhe dar um beijo.
"Tem certeza de que essa é a melhor solução meu Filho?…" – perguntou entrando no quarto. Ele se levantou e ficou frente a frente com a mãe.
"Não posso permitir que ela lute mãe!… Tenho que protegê-la… custe o que custar!" – olhou por cima do ombro da mulher onde cinco figuras se aproximavam.
"Essa é a presença de que me falou Yelan?…" – Eriol parou na porta do cômodo olhando para a figura de Sakura na cama.
"Sim… essa presença vem aumentando com o passar dos dias… com a aproximação do Eclipse…" – confirmou as suposições de Eriol e saiu do quarto.
"Tem certeza que isso vai funcionar, Caro Descendente?" – Shaoran não se importou com a maneira que Eriol o chamou, apesar de achar a hora imprópria para brincadeiras.
"E por que não daria?…" – ergueu uma sobrancelha fitando os guardiões de Sakura se aproximarem dela.
"Se o poder de quem estiver preso aqui for grande,… você sabe que a magia que envolve o quarto é anulada…" – disse calmamente.
"Tudo terá terminado antes que Sakura acorde!" – respirou fundo vendo seus primos se aproximarem junto aos anciões – "Yue, Kerberus… vocês dois vão ficar cuidando de Sakura ou vão lutar?".
"Bem que gostaríamos de ficar cuidando de Sakura…" – Kero disse olhando de relance para o guardião da Lua.
"Mas creio que devida à situação… Sakura iria querer que fossemos com você… para protegê-lo…" – Yue saía da sala seguido de Kero – "Além do mais… nossa presença no quarto poderia acabar criando uma sobrecarga de poder… isso seria perigoso para nossa Mestra!".
Shaoran confirmou com a cabeça e olhou uma ultima vez para Sakura antes de fechar a porta e terminar de selar o quarto.
No salão de Festas…A música continuava tocando, mas não havia ninguém que realmente estivesse aproveitando-a.
"O que será que aconteceu?…" – Mai Su perguntou olhando para Meilin que parecia bem perturbada – "Nunca Vi Shaoran tão nervoso antes!".
'Deve ter alguma relação com Magia… todos os membros do clã com dons mágicos ou saíram do salão ou estão cuidando das entradas…' – olhou para Lang e sorriu – "Shaoran ama muito Sakura… deve ter ficado apavorado porque ela desmaiou de repente… ele sempre foi um pouco exagerado com essas coisas…" – se levantou – "Eu vou falar com Daidouji por um segundo Mai Su… ela parece bastante aflita,… já volto está bem!" – ele concordou com a cabeça e viu Meilin se aproximar da amiga japonesa, que apertava as mãos nervosamente contra o peito.
"Ah… Meilin… você sabe o que está acontecendo?" – Tomoyo perguntou fazendo com que todos os amigos que estavam ali se voltassem para ela com alguma expectativa.
"Ahm,… bem Tomoyo… na realidade eu apenas tenho uma suspeita… mas não é nada confirmado!" – Tomoyo balançou a cabeça indicando que suspeitava da mesma coisa.
"Mas isso é muito estranho…!" – Naoko analisava tudo com muita cautela – "é como se de uma hora para a outra todos ficassem em estado de alerta!".
"Você tem razão… espero que Sakura esteja bem…" – Rika apenas apoiou a cabeça no ombro do esposo que lhe segurava uma das mãos.
"Alguém saberia me dizer por que o Eriol pôde sair?" – Yamazaki perguntou, recebendo como resposta apenas o silêncio.
"Não só o Hiiragizawa, como Akizuke e Tsukishiro também…" – Chiharu olhou para a porta um pouco preocupada.
"Não se preocupem…" – Fujitaka sorriu apesar de toda a apreensão do ambiente – "Não deve ser nada muito sério… e tudo vai acabar bem!".
Touya olhou confuso para o pai. O que ele estaria sabendo que ninguém mais ali sabia? Ele iria perguntar se não visse algo que lhe chamou muito a atenção. Meilin estava discutindo alguma coisa com Fuutie, que havia ficado encarregada da porta, enquanto Tomoyo passava desapercebida.
"Ah… essa não!" – saiu correndo para tentar alcançar a prima que estava saindo, mas foi em vão. Parou assim que Tomoyo saiu e foi caminhando até onde estavam as chinesas, encarou Meilin seriamente – "Você não deveria ter feito isso… Tomoyo pode acabar se machucando… além de acabar criando problemas lá fora…" – Fuutie então percebeu o que Meilin havia feito e começou a conversar em chinês com a prima. Touya voltou a caminhar até onde estava sua família.
"Onde Tomoyo foi?" – Sonomi se aproximou olhando para a porta.
"Foi ver como Sakura está…" – Touya forçou um sorrindo, sentindo-se mal por mentir.
"Ah… que bom que ela pôde sair… estou me sentindo como se fosse uma prisioneira aqui!".
"O que a irmã do Moleque me disse é que a segurança aparentemente foi ultrapassada…" – Touya disse pensando em uma desculpa para manter todos dentro do salão – "Isso aconteceu pouco antes de Sakura desmaiar… e só se pode sair do salão acompanhado por algum segurança…" – Sonomi ficou um pouco preocupada, mas logo se acalmou indo sentar-se ao lado do avô.
"Vou conversar com Sonomi e o Vovô…" – Fujitaka levantou da cadeira onde estava saindo atrás de Sonomi. Touya olhou para o pai e depois se virou para a porta ficando a encará-la de forma estática.
&*&
Sakura se encontrava sozinha no meio de um lugar escuro e frio. Estava assustada e não conseguia enxergar nada além dela mesma. Saiu correndo tentando chegar em algum lugar. Não importava onde, contanto que não fosse tão escuro.
'Shaoran… onde você está?' – pensava enquanto corria desesperadamente.
"Socooooorroooo!" – ouviu alguém gritar e parou imediatamente. Aquela voz era incrivelmente familiar – "Alguém me ajude!… Sakura!".
"Tomoyo?… Onde você está?" – começou a chamar a prima. Ouviu passos vindos da direita e começou a correr para lá.
&*&
Tomoyo percorria os corredores da mansão, mas parecia não haver um único sinal de vida em toda a casa. Chegou na biblioteca e olhou seu interior, não tendo visto ninguém se volta para a porta.
A última coisa que viu foi uma mão aberta diante de seu rosto.
&*&
Sakura corria e era só o que fazia, sentia-se como se estivesse correndo há séculos.
"Tomoyo!…" – gritou olhando para as trevas em que estava imersa, parou de ofegante – "Trevas?" – se perguntou concentrando-se no ambiente a sua volta. Começou a sentir uma presença. Uma presença que ela conhecia – 'Shaoran?' – sentiu-se segura e ao mesmo tempo confusa.
"Socorro!" – ouviu novamente um grito que parecia ser de Tomoyo. Concentrou-se e chamou interiormente pela carta Luz. Quando abriu os olhos viu que tudo havia se iluminado e a sua frente estava Tomoyo mantida presa por alguém coberto por um manto negro.
&*&
"Tomoyo,… não!" – abriu os olhos e se viu em um quarto fracamente iluminado – "Onde estou?" – levantou-se e foi até a porta tocando-a suavemente – "Shaoran…" – murmurou sentindo a presença dele em todo o quarto – "Este feitiço…" – se concentrou tentando descobrir o que mantinha o quarto fechado – "é um selo!" – levou a mão direita até a chave começando a aumentar sua presença – 'Desculpe-me meu amor,… mas vou ter que negar sua proteção…' – pensou sentindo a barreira ao poucos se partir.
No Jardim…Shaoran sentia uma grande quantidade de magia se concentrar em volta da mansão.
"Droga!… Em quanto eles são?" – perguntou a Eriol que não conseguia esconder seu espanto – "Não importa!… Temos que mantê-los longe de Sakura até o final do Eclipse!" – caminhou até sua mãe – "Quanto tempo temos?".
"Faltam 15 minutos…" – olhou para o filho – "acho que Sakura despertará antes desse tempo!".
"Espero que não Mãe!" – respirou fundo voltando para o lado de Eriol.
Alguém finalmente é avistado andando no jardim da vasta propriedade. Shaoran estreita os olhos fixando-os sobre o vulto negro. Atrás dele outra pessoa caminhava carregando algo. Shaoran sentiu que Eriol estava ficando tenso. Voltou-se rapidamente para o amigo vendo-o empalidecer.
"Não…" – o inglês murmurou balançando a cabeça nervosamente fazendo com que Shaoran voltasse a fitar quem se aproximava. Arregalou os olhos.
"Tomoyo!…" – sentiu-se desesperado, não só pela garota, como pelo amigo ao seu lado que apertava nervosamente a chave mágica em sua mão. Tinha idéia de como Eriol estava se sentindo. Deu um passo para frente resoluto, segurando em sua mão as esferas negras – "Quem é você?… E o que quer aqui?" – perguntou fazendo o invasor parar.
"Quem sou eu pouco importa!…" – disse asperamente – "E acho que todos sabem o porquê estou aqui!… Vim buscar a dona do poder da Estrela!".
"E o que te faz pensar que ela esteja aqui?" – olhou nervosamente para a reencarnação de Clow que respirava com dificuldade atrás de si.
"Não se faça de bobo Sr. Li!" – esbravejou – "Sua noiva se encontra na casa… eu mesmo a fiz desmaiar há pouco tempo!" – apesar de não poder ver o rosto do homem que falava, Shaoran sentiu que ele ria do desespero que se acumulava sobre eles devido o trunfo que tinham em mãos – "é melhor me entregar a Mestra das Cartas,… ou essa mulher vai sofrer as conseqüências…" – apontou para Tomoyo e gargalhou – "e seria uma pena machucar imaculada criatura, não acha… Clow?…" – Shaoran precisou segurar Eriol para que ele não fizesse alguma loucura.
"Me solte Shaoran,…" – tentava se livrar do chinês que o segurava, mas ele era muito mais forte – "Não posso permitir que machuquem Tomoyo,…".
"Isso não irá acontecer Eriol!…" – ele parou de se debater e sentiu a mão de Shaoran, que segurava seu braço, soltá-lo devagar.
Shaoran sentiu seu sangue gelar e seu coração parou de bater por alguns segundos. Olhou para trás e viu Sakura que se aproximava – "Soltem minha prima…" – parou ao lado do noivo e abriu os braços – "Estou aqui!…".
Continua…*******************
N/A – Oh não!... a Tomoyo foi pega de refém e querem nada mais, nada menos que a vida de Sakura em troca… Será que Shaoran vai permitir que sua amada se entregue.... ainda mais nessas condições?… Como eles sairão dessa delicada situação?…
Não perca o próximo capítulo,… onde será pesado o valor da amizade… e revelações surpreendentes serão feitas…
Miaka,… minha eterna salvadora... hehe…
Felipe… amigão,... se eu souber que você andou me comparando com o Kero de novo vai ter na cabeça.... apesar de ser uma das pessoas que mais me apóia…
Cherry, DianaLua, Jenny-Ci, Rosana, Angel Nanda, Kaworo e todos que acompanham o fic… muito obrigada…
Até o próximo capítulo de APUROS EM HONG KONG…
Yoruki Mizunotsuki.
