Capítulo 11
Os dois entraram na mansão como se tivessem sido derrotados. Yelan aproximou-se do filho, olhando-o fixamente e esperando as explicações, mas Syaoran passou direto indo postar-se a uma janela olhando para o jardim. Restou a Touya as explicações.
"Sakura foi levada." – disse simplesmente,. Sentando-se em uma poltrona, passando as mãos no rosto.
"Levada? Como? Por quem?" – Yelan preocupou-se com a garota.
Touya olhou para Syaoran e vendo que ele não responderia, continuou.
"Por Chang. O médico que..." – cortou olhando Syaoran.
Mas não foi preciso dizer mais nada Yelan entendera, que esse Chang fora o responsável por todo o sofrimento de seu filho.
"E agora?"
"Esperaremos." – foi a única coisa que Syaoran disse.
"Syaoran..." - começou Yelan a interpelar o filho.
"Mãe, depois a gente conversa. Por favor." – ele pediu.
A Yelan apenas restou concordar.
As horas passavam lentamente, Touya andava de lá para cá, sem trégua, Syaoran ainda na janela, seus pensamentos longe.
Touya parou olhando-o.
"Quando você se lembrou?" - ele perguntou, o que Yelan ansiava por saber.
Syaoran fez que não ouviu a pergunta, mas Touya pode ver seus ombros ficando tensos.
Depois de segundos que pareceram horas, ele virou-se lentamente.
"Como você descobriu?"
"Você não teria tido a reação que teve, ao perceber que Sakura fora levada, se não tivesse se lembrado." – disse Touya. – "Por que não contou a ela?"
"Não seria certo."
"Por que não?" – Touya começava a impacientar-se com a calma de Syaoran.
"Esqueceu quem eu sou? O que eu sou?" – ele pergunta ironicamente. – "Um assassino. Você quer mesmo que sua irmã viva comigo? Além do mais você nunca gostou de mim, por que esse interesse todo agora em que eu conte a ela?"
Agora o silêncio era de Touya, ele encarou Syaoran duramente, enfim sentou-se, e com os olhos para o chão, começou a falar baixinho.
"Sakura sempre será a pessoa mais importante para mim, eu nunca deixarei de preocupar-me com ela, ou com quem possa magoa-la. Quando você apareceu eu sabia que iria leva-la de mim, sabia que poderia faze-la sofrer, por isso, digamos assim, meu antagonismo por você."
Syaoran sorriu levemente, antagonismo era uma expressão muito suave, para descrever os sentimentos de Touya por ele, uma aversão instintiva seguida de rancor violento, seria mais propício, mas deixou passar.
"Quando vocês continuaram o namoro, eu via a cada dia as mudanças em minha irmã, ela sempre foi uma garota cheia de vida, mas junto de você ela parecia brilhar de felicidade, então vendo seu encantamento, digamos que, eu tenha abrandado meu modo de ser, mas não pense que eu te aceitei inteiramente." – Touya não queria dar o braço a torcer. – "Aí, você morreu, pelo menos era isso que pensávamos. E tudo mudou. O mundo antes feliz de minha irmã ruiu, sem aviso, e ela caiu junto com ele. Pensei que iria perde-la. Ela colocou na cabeça que você não tinha morrido." – Touya encarou Syaoran para ver sua reação, mas o rapaz estava de olhos fixos no chão, ele então continuou. – "Vivia ligando para Busca e Resgate atrás de informações, e a cada negativa eu a via mais cabisbaixa, não comia, não dormia, enfim era mais uma morta viva. Até o dia em que eu interferi. Ela me ouviu, mas disse que não poderia aceitar viver uma vida sem você, ouvir aquilo, me fez ter tanta raiva de você ter morrido, que provavelmente se eu soubesse um jeito teria te trazido do mundo dos mortos." – disse sorrindo brevemente. – "Disse que nunca deixaria de ama-lo e que nunca o esqueceria, que sentia como se estivesse abandonando-o, por desistir da busca. A partir daquele dia ela começou a alimentar-se e dormir melhor, mas nunca mais sorriu, não aquele sorriso que chegava a seus olhos, ela nunca mais brilhou, nunca mais correu pela casa, nunca mais foi feliz, nunca mais foi Sakura." – Touya parou de falar tentando perceber que efeito suas palavras causavam em Syaoran, mas ele era indecifrável.
"Até o dia que ela viu você. Meu Deus, ela parecia uma criança no dia de Natal, como se tivesse ganho o presente mais desejado no mundo. Você! Nem adiantou eu dizer a ela que você tinha tentado matá-la, para ela você fazer isso era impossível, não o seu Syaoran, o amor da sua vida, que não importava que você não se lembrasse dela, ela o faria lembrar de um jeito ou de outro. Minha irmã nasceu de novo quando te viu. E você me vem dizer agora que não vai contar que lembrou-se dela, você vai contar sim, nem que eu tenha que te obrigar a isso." – Touya tinha subido a voz até estar gritando e apontando o dedo no peito de Syaoran, mas o rapaz continuava de cabeça baixa. – "Diga alguma coisa, diabos." – Touya se exasperava com aquele mutismo.
Syaoran lentamente ergueu o olhar, nos olhos todo o sofrimento pelo qual estava passando, e ao saber o que sua Sakura sentira quando ele supostamente tinha morrido, e ao vê-lo de novo. Touya pensou ter visto um brilho suspeito, mas Syaoran virou-se saindo da sala, ele ia segui-lo, quando Yelan barrou sua passagem.
"Deixe-o Touya, é muito para ele pensar."
Touya ia discutir, mas aceitou a decisão da sábia senhora, já tinha dito muito, cabia a ele agora tomar sua decisão.
Syaoran sentou-se nos degraus em frente a mansão, a cabeça entre os braços, soluços secos sacudindo seu corpo, ele tentara conte-los, mas ouvir tudo pelo que Sakura passara com seu desaparecimento fora demais para ele, sua flor sofrera, e quase desistira de viver, por ele. E agora ela estava em perigo por causa dele, de novo. Ele fazia mais mal a ela, do que bem. Céus, o que faria sem aquela mulher que era sua vida? Ele não poderia desistir dela, não faria isso, não quando ela não desistira dele. Mas e sua vida passada? Ela o olharia com ódio cada vez que se lembrasse das mortes pelas quais era responsável? Ou não? Aceitaria que ele não tivera controle sobre o que acontecera?
As dúvidas confundiam sua cabeça, deixando-o atormentado, quando de repente o som do telefone, fez com que corresse como um louco para dentro da casa, chegou antes de todos ao aparelho.
"Alô." – falou ofegante.
"Ora, parece que temos uma pessoa ansiosa esperando uma ligação." – disse uma voz irônica do outro lado.
"Chang, seu maldito. Onde está Sakura?" – a raiva em sua voz deixou o outro contente.
"Eu estou cuidando muito bem da sua garota Syaoran, não se preocupe."
"O que você quer?"
"Você sabe o que quero."
"Se você me queria, por que pega-la?"
"Por que quero vê-lo rastejando aos meus pés, com seu orgulho e sua arrogância finalmente vencidos." – o homem parecia cuspir as palavras pelo telefone.
Syaoran sentiu um medo profundo, se antes ele já era louco agora estava alucinado em sua ânsia de vingança contra ele.
"Farei o que você quiser, só não machuque-a, senão você será um homem morto."
"Não me faça ameaças." – ele gritou. – "Venha para o cais, estarei esperando-o no navio, você sabe qual."
"Deixe-me falar com ela." – Syaoran pediu antes que ele desligasse.
Do outro lado um silêncio em que ele pensou que Chang havia desligado.
"Vou fazer isso como um favor aos velhos tempos." – e soltou uma risada assustadora.
"Syaoran..." - ele ouviu-a baixinho.
"Sakura, vai ficar tudo bem, não fique nervosa, está bem? Você está machucada?"
"Não..." – ele sentiu a hesitação dela em responder.
"E as cartas? Não consegue usá-las?" – ele tentava passar tranqüilidade, mas era quase impossível.
"Ele as tirou de mim..."
"Tudo bem, estou indo te buscar..." – mas ela o interrompeu.
"NÃO! – ela gritou. – "Não venha, eu não quero, fique aí....." - sua voz sumiu, e ele pode ouvir um grito de dor.
"Sakura! Sakura!" – Syaoran chamava-a em desespero, o grito dela deixando-o em pânico.
"Meia-noite Syaoran." – ele ouviu de novo a voz de Chang.
"Não! Espere! Não a machuque...." - mas a linha já estava muda.
"Ela está bem? Está machucada?" – Touya perguntava ansioso.
"Eu não sei. Ela gritou...." – Syaoran fechou os olhos soltando um suspiro profundo, pânico nesse momento não ajudaria Sakura, teria que manter a mente fria. – "Ele está me esperando."
"Eu vou com você." – Touya disse não admitindo recusas. – "Nem pense em me deixar para trás."
"Eu nunca faria isso." – disse Syaoran surpreendendo Touya. – "Além do mais precisarei de você para me ajudar." – completou, o que deixou Touya de boca aberta, afinal Syaoran era auto suficiente, e um pedido de ajuda com certeza custara-lhe muito.
O que Touya não sabia é que ele faria de tudo para salvar Sakura, até mesmo pedir ajuda a seu irmão que não ia com sua cara, ou rastejar aos pés de Chang, mas isso não seria necessário, ele já tinha decidido matar Chang, e seria lentamente.
Continua
N.A.: Olá...me desculpem de novo pelo capítulo curtinho, mas estou sem tempo, e só consegui dar uma revisada até este trecho, mas como a história está terminando acredito que vocês não vão ficar muito bravos, só temos mais dois capítulos, o próximo está demais. Não, falando sério, eu acho que vocês irão adorar o Touya, ai ele é tão lindinho, e o Syaoran? Ah, vocês tinham pegado no capítulo anterior que ele recobrou a memória? Foi naquela parte que a Sakura estava indo ao encontro dele no carro, antes de irem para a casa da família dele, eu tentei colocar sutilmente, mas acho que vocês sacaram né?
Essa nota está ficando enorme, vamos aos meus agradecimentos.
Miaka, valeu pelo comentário a Eu Vou lembrar de você... você leu o um e esqueceu do dois?..eheheh... e aí? Ainda tá brava comigo? Tá de bico?...mas está terminando, eu tô meio sem tempo, agora mesmo revisei às pressas..... mas eu sou má mesmo, eu tenho que concordar.
Patty, aquele conversível é lindo mesmo, a primeira vez que o vi, lembrei de cara que precisava de um carro para o Syaoran, o RX8 é perfeito.
Oi Dana, adoro seus comentários, e se você não percebeu quando o Syaoran lembrou-se, eu dei a dica ali em cima, espero que você continue acompanhando, mesmo as aulas tendo começado. E logo vem a Segunda parte Sem Barreiras.... muita água vai rolar.
Kath, Kath....O que é que você iria dizer do Touya hem? Vê se não entrega o jogo antes da hora....ahahah...ai Kath, você sabe que estou em cólicas com a história 3 né?....hihihi...será que vc vai gostar?
Oi Angel, o Touya e Syaoran são lindos e maravilhosos mesmo.... que bom que você aprova o tamanho dos capítulos, tem muita gente que reclama, mas eu ando com tempo curto.
Diana, acho que me enganei nos capítulos...ahahah...é só no próximo a cena que a Sakura...ai...fará uma coisa dolorida. Esses beijinhos estão bem castos não é?....heheheh....
Ei Midori, não precisa pedir desculpas guria, deixa review quando der, OK? Infelizmente não foi nesse capítulo que eles acharam a Sakura, mas será no próximo.
Marcelo, já comentamos e comentamos seus reviews....eheheh.... como eu disse sem obrigações, OK? Deixe o review pq quer, não pq deve alguma coisa. Eu adoro recebê-los, mas vc também deve gostar de envia-los.
Andy, coitada da Sakura...ahahah...eu queria desmitificar essa impressão que todos têm dela, de ser bobona, tontinha e tal, mas parece que vou ter que pegar mais pesado na dois, se bem que a senhora disse que ela anda apanhando pouco...ahahahah...Andy, adorei a Quinta-feira....ahahah....
Pessoal, me perdoem se esqueci alguém, ultimamente não estou recebendo via e-mail todos os reviews, e nem na página eles aparecem todos, por isso me desculpe se seu nome não estiver nos meus agradecimentos. Mas desde já muito obrigada!
Gente, eu adoro quando vocês deixam um review, ou mandam e-mails, mas se isso não for possível não fiquem constrangidos por não deixarem, vocês além de serem meus leitores, são meus amigos, só de saber que estão lendo a minha história e gostando já me sinto muito feliz, então não façam nada que se sintam obrigados, OK? Façam pelo prazer de fazer, vocês se sentirão muito melhor.
Um forte abraço a todos e obrigada.
Rô
robm@teracom.com.br
