Capítulo um: Um Mundo Novo

Não se lembrava de estar tão feliz quanto naquele dia. Tinha sido aceito em Hogwarts! Uma escola de magia, a melhor da Inglaterra. Mas Remo Lupin não se importava com isso. Não havia muitos diretores dispostos a aceitar um lobisomem na escola, na verdade nenhum.

Já tinha 12 anos, devia ter entrado na escola desde o ano passado, mas não tinha conseguido. Porém, a Sra. Amara Lupin não desistira (o Sr. Lupin havia falecido de desgosto ao ver no seu filho um licantropo) e que agora Dumbledore assumira a direção da escola, o aceitara. Remo sempre seria muito grato ao velho diretor por isso.

Fixou seu olhar na própria cama. Em cima da mesma se encontrava tudo que ia levar, o que não era muito. Suas vestes um pouco gastas eram de segunda mão. Os Lupin nunca foram nem um pouco ricos e a morte de Arnold Lupin só contribuiu para que a situação se agravasse. Sobreviviam de uma "pensão" que o Ministério da Magia dava, a qual era muito pouca. Naquele mês então, a situação estava mais difícil, pois tiveram que gastar um pouco mais da metade com o material e as vestes de Hogwarts.

Remo tinha ficado muito preocupado com aquilo.

- Pode deixar que eu me arranjo, o importante é que agora você vai estudar magia e me dar muito orgulho, isso está acima de tudo para mim... - Falou a Sra. Lupin, quando o garoto comentou o que andava pensando com a mãe, seguido de um sorriso meio alegre, meio triste, que Remo só encontrava nos lábios dela.

Agora o mesmo também se encontrava nos seus, mas ele não tomou consciência disso.

Voltou a olhar para a cama. Não havia muitas coisas: seu kit de Poções, o velho malão aberto, seus livros de segunda-mão, algumas poucas roupas para usar fora das aulas e mais outras coisas que são básicas para a escola. Dentre elas, Hewil, a coruja da família que sua mãe lhe havia permitido levar, precisava manter contato. A coruja estava dormindo, com a cabeça escondida sob uma das asas. Tinha a penugem amarronzada com algumas manchas pretas, porém não era uma coruja bonita, afinal já estava há muito na família. Não capenga, mas velha.

Sem muita pressa, Remo juntou tudo e colocou dentro do malão. Verificou umas duas vezes se não estava esquecendo alguma coisa, chegando à conclusão que não. Saiu do quarto rumo à cozinha, onde encontrou sua mãe e juntos foram tomar café da manhã.

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Os Lupin chegaram à estação King Kross mais ou menos às 10:50 am. Haviam pegado um ônibus trouxa, que tinha se atrasado todo por causa de um "pequeno" engarrafamento. Mas isso não importava, tinham chegado a tempo.

Remo ficou confuso ao ler o bilhete de passagem que dizia sobre uma tal de plataforma nove e meia. Quando falou isso para a mãe recebeu de resposta:

- Fique tranqüilo... Você só tende atravessar a parede entre as plataformas nove e dez.

- E como eu vou fazer isso, mãe? - Perguntou, a curiosidade estampada em seu rosto.

- Andando ou correndo... - Respondeu simplesmente, como se fosse a coisa mais normal do mundo. - Eu vou com você não se preocupe. - É claro que tinha que se preocupar, a idéia de atravessar uma parede de pedra não lhe era muito agradável. Mas se sua mãe disse que era assim o único modo de chegar na tal plataforma, deveria deixar o medo para trás, era óbvio que não iria desistir por uma bobeira. - Vamos, que você já está atrasado.

Respirou fundo para criar coragem, embora não houvesse conseguido nem um pouco. Olhou para os lados para ver se tinha algum trouxa observando e num ato meio que desesperado tomou velocidade em direção à parede. Fechou os olhos, enquanto esperava pelo impacto, que, felizmente não veio.

Abriu os olhos lentamente para encontrar uma bela locomotiva vermelha, onde lia-se EXPRESSO DE HOGWARTS. Voltou o rosto para a mãe e deparou-se com ela lhe sorrindo lindamente, não pode evitar de sorrir também.

Vagou os olhos por toda a plataforma, maravilhado com a coisa mais simples que fosse. Aquele era um mundo totalmente novo e, que pelos menos até agora, ele achava que seria fácil de viver. Como se enganara.

Um alto apito foi ouvido por todos no local, que indicava a hora da entrada dos estudantes, pois o trem logo iria sair.

- Vá, meu filho, está na hora... - Falou-lhe sua mãe, com os olhos marejados de emoção - Seja forte, lembre-se que qualquer coisa pode contar comigo e com Dumbledore... Não deixe de me mandar uma coruja assim que puder. Quero saber de tudo. - Falou tudo isso muito baixinho, sua voz um pouco abafada pelo choro contido.

Remo a abraçou fortemente, também já chorava. Não acreditava que finalmente iria estudar magia. A Sra. Lupin beijou-lhe o alto da cabeça e o afastou para encará-lo.

- Tchau, mamãe, vou sentir saudades...

- Eu também, meu filho... Eu também... - Ele caminhou lentamente até uma das portas da locomotiva e antes de entrar deu um tchau tímido para a mãe.

A partir daquele momento sua vida nunca mais seria a mesma, teria que enfrentar todos os seus temores e dar muito orgulho à sua família.

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Notas da Autora: Olá! Espero que tenham gostado! Bjx, Lady Malfoy