Tatá Calderon: Não se preocupe! Não fiquei chateada nem magoada nem nada – pelo contrário, agradeço por ter me avisado e lembrado dessa história. Eu decidi reescrevê-la porque me sinto uma escritora mais madura agora, e achei a história meio fraquinha. Quanto à sua história, me passe o link no próximo review para que eu possa lê-la e comentá-la!

Carol Cardilli: Muito obrigada pelo review! Quanto ao ship Snape/Lavender, não sei o que me possuiu para escrevê-lo, mas acho que vou continuar com ele, uma vez que a história está sendo reescrita. O que você acha?

Harry e Hermione

Capítulo III: Concursos e Surpresas

Aos poucos, recomeçou a correria para o Trio Maravilha. Era, como Hermione não cansava de lembrar aos amigos, ano de NOM (Níveis Ordinários em Magia), e ela os atormentava repetidamente para que fizessem revisão – o que, é claro, causava brigas homéricas entre ela e Ron.

"Pelo amor de Merlim, Hermione, os exames só são em junho! Ainda estamos em Outubro!" O ruivo gritou, exasperado, quando viu a amiga manuseando antigas anotações de História da Magia. Harry, que estava sentado ao lado de Ron e, portanto, de frente a Hermione, suspirou e levantou-se.

Isso tirou a atenção de Ron de Hermione, pelo menos temporariamente, pelo que ela ficou muito grata. "Aonde você vai?" Ron perguntou ao seu melhor amigo, com a testa franzida. Harry disse qualquer coisa em uma voz muito baixa e se afastou, ignorando as risadinhas de Marina e Vivien.

"Como você pode dizer que ele não é bonito, Vivi?" Marina perguntou em um sussurro à amiga. "Moreno dos olhos verdes... o Harry é lindo!"

"Eu não estou dizendo que o Harry não é bonito, Nina!" Vivien argumentou. "O que estou dizendo é que o Ron é muito mais bonito que ele!"

"Não, não é!"

"É sim!"

"Não, não é!"

"É sim!"

"Quer apostar que não é?" Marina disse em tom de desafio. "Eu aposto que as meninas de Hogwarts vão achar o Harry muito mais bonito que o Ron! Mais bonito que todos os meninos do castelo!"

"O que está pensando, Nina?" Vivien perguntou, interessada.

"Um concurso, é lógico! Para eleger o menino mais bonito do castelo!" Ela exclamou, com um largo sorriso. Os olhos de Vivien se iluminaram.

"Mas que ótima idéia!" Ela retrucou. "Será que temos que pedir permissão a alguém?"

"Seria bom que a gente falasse com o diretor, você não acha?"

E assim foi. As duas meninas foram até a mesa principal, onde Dumbledore estava sentado, tomando calmamente seu café. Ele sorriu ao ver as duas alunas aproximando-se cautelosamente dele. "Bom dia, srta. Creevey, bom dia, srta. Lupin".

"Bom dia, professor Dumbledore", Marina, que era a mais desinibida das duas, disse com um sorriso.

"Em que posso ajudá-las?"

"Bom, professor, sabe o que é? Eu e a minha amiga aqui tivemos uma idéia e queríamos saber se o senhor nos autoriza a realizá-la", Marina disse, ainda sorrindo.

Dumbledore ergueu uma sobrancelha. "Naturalmente, dependerá da idéia, srta. Lupin".

"O senhor nos permite organizar um concurso para eleger o menino mais bonito de Hogwarts? Faremos uma votação com as meninas do castelo, haverá uma fase eliminatória e, no fim, uma eleição entre os cinco mais votados para decidirmos quem é o mais bonito deste ano", Marina descreveu. Tanto Dumbledore quanto Vivien pareciam impressionados.

"Srta. Lupin, eu acho que você já vem pensando nisso há um bom tempo", Dumbledore disse com um sorriso.

"Concordo", Vivien disse, obviamente perplexa. "Não sabia que você já estava com tudo pensado, Nina".

Marina encolheu os ombros. "Eu estou copiando o modo operacional dos concursos de beleza trouxas que eu vi na televisão", a garota explicou à impressionada amiga. "Depois eu te explico o que é televisão", ela acrescentou quando viu a expressão de curiosidade de Vivien, e virou-se para o diretor. "Mas e aí, professor, o senhor nos permite?"

"Mas é claro", Dumbledore sorriu. "Vão em frente".

As duas amigas deram pulinhos de felicidade. "Obrigada!" Disseram em uníssono, afastando-se e tagarelando sem parar.


Não demorou muito para a novidade do concurso espalhar-se junto às meninas de Hogwarts, graças, é claro, à eficientíssima rede de fofocas do castelo. Cada Casa tinha pelo menos uma boa fofoqueira e, ao sussurrarem a novidade nos ouvidos destas ditas fofoqueiras, Marina e Vivien garantiram o sucesso de sua empreitada.

Logo, as meninas eram vistas fazendo campanha por seus preferidos. Harry era quem tinha maior número de votos entre as alunas, obviamente, mas Draco Malfoy também não ficava atrás, pois as alunas da Sonserina votavam todas nele, além de Annabella, é claro, que fazia campanha ostensiva para eleger o namorado o aluno mais bonito do castelo.

Para a surpresa das atarefadas organizadoras, vários meninos além de Draco e Harry foram mencionados pelas alunas. Justin Finch-Fletchey e Ernie MacMillian foram mencionados pelas alunas da Lufa-Lufa, e uma inconsolável Cho chorou quando lhe perguntaram quem ela considerava o aluno mais bonito do castelo. Susan Bones e Hannah Abbott tiveram um terrível bate-boca em pleno corredor, e acabaram na enfermaria, pois uma dizia que Justin era mais bonito, e a outra discordava, defendendo veementemente Ernie.

"Escuta, Nina, quando vamos fazer a eliminatória?" Vivien perguntou uma noite, depois que as duas haviam passado suas horas vagas recolhendo as dezenas de formulários que haviam espalhado pela escola.

"Mês que vem", uma sonolenta Marina respondeu, estirada no sofá.

"E a final vai ser quando?"

"Na noite do último fim de semana em Hogsmeade antes do Natal", Marina retrucou, quase cochilando.

"Ótimo", Vivien disse, já cochilando.

Além do acirrado clima de competição, o concurso demonstrou um lado desconhecido da personalidade de Ginny Weasley. Conhecida por seu temperamento doce e gentil, desde que não lhe pisassem nos calos, a ruiva andava mal-humorada e azeda feito limão desde que ficara sabendo do concurso. Ela se controlava para não sair distribuindo sopapos entre as várias fãs de Harry e se mordia de ciúmes ao perceber como o moreno era popular.

Hermione percebeu a súbita mudança de humor da amiga, e estranhou. Mas, mais preocupada com os NOM e com Harry, que andava muito alheio e calado, decidiu não se meter. Se Ginny quisesse conversar com ela, sabia muito bem onde encontrá-la, assim como sabia que Hermione a ouviria incondicionalmente, e daria os melhores conselhos possíveis.


Aquela noite estava fria e sem estrelas. Outubro dava mostras do inverno pesado que viria por aí, e todos estavam encasacados e bem agasalhados, apesar de o inverno ainda nem ter começado. Todos os alunos e professores estavam trancados em seus quartos e salas comunais, aproveitando ou o calor dos lençóis, ou a quentura do fogo que ardia nas lareiras.

Severus Snape não era exceção. Estava trancafiado na masmorra que lhe servia de quarto, sentado à sua escrivaninha e debruçado sobre um livro antigo de poções sul-americanas. Desde que Dumbledore lhe pedira para abrir mão das aulas de Poções e que se dedicasse apenas a espionar Voldemort, Snape estudava muito, aproveitando que a sobrinha do diretor havia tomado seu lugar.

Uma leve batida na porta distraiu-o de seu livro. Erguendo os olhos para seu relógio, ele franziu a testa: passava das onze horas – quem seria? Com certeza não Dumbledore, pois o diretor não bateria em sua porta – apenas entraria, com a autoridade conquistada em mais de cinqüenta anos no cargo, e o respeito que infundira no ex-aluno.

Snape também não achava que alguma grande tragédia havia acontecido. Todos estavam tranqüilos e ele não escutara nenhuma comoção. Então, quem seria?

Não vou saber se não abrir a porta, ele pensou, e o fez.

Seu rosto se abriu em um pequeno sorriso.

Uma silhueta alta e esguia, coberta por uma longa capa com capuz, entrou na masmorra. Duas mãos pequenas e esguias baixaram o capuz, exibindo longos fios loiros que emolduravam um rosto jovem de faces coradas. Era uma adolescente, quase uma menina, que sorria para o mestre de Poções.

"Não devia estar na cama?" Ele perguntou.

Ela fez uma careta. "Também estava com saudade", ela retrucou, abraçando-o. Snape riu e correspondeu ao abraço, beijando-a delicadamente.

"Você é louca, Lavender", ele afirmou, com o rosto bem próximo ao dela.

"Sou, mas mesmo assim você me ama", ela disse, rindo.

Sim, meus caros leitores – Lavender Brown e Severus Snape estavam juntos. Eram namorados, amantes, ficantes – e em segredo, desde o começo do ano. Nenhum dos dois sabia explicar como aquele romance inesperado se iniciara, mas o amor que os unia agora era muito forte para resistirem a ele.

Por isso, e para evitar que ou ele ou ela fossem punidos por tal romance, Snape propusera à namorada que se encontrassem em segredo. E assim faziam, para a angústia da apaixonada Lavender, que tinha a tendência a demonstrar seu amor de maneira grandiosa e que estava tendo dificuldades em disfarçar que estava enamorada.

Embora lutasse para esconder o melhor possível, Lavender sabia que Parvati, sua melhor amiga e fiel confidente, já havia percebido que algo estava se passando com ela. Lavender não flertava mais com os rapazes, e, às vezes, exalava suspiros apaixonados, olhando para o nada com uma expressão distante e sonhadora.

Já Snape surpreendia-se mais uma vez com as armadilhas e artimanhas preparadas por ele por seu estranho e incompreensível coração. Pela segunda vez em sua vida, Snape apaixonava-se por uma aluna da Grifinória – e, para piorar, desta vez o alvo de seus amores era uma menina que tinha idade para ser sua filha.

Lavender tinha algumas semelhanças com a primeira paixão de Snape – não fisicamente falando, obviamente, pois uma era tão diferente da outra quando o dia era da noite. Como Lily Evans, Lavender era uma amiga fiel e dedicada, uma menina carinhosa, leal e doce, com um profundo senso de justiça.

Mas Lavender correspondia aos seus sentimentos, ao contrário de Lily, que gentilmente explicara que não o amava e, pouco depois, ficara noiva do detestável Potter. Snape costumava sentir o estômago ficar retorcido ao imaginar a delicada Lily ao lado de Potter. O que ela via nele, Snape jamais poderia dizer. Meses mais tarde, Lily Evans tornava-se Lily Potter e tinha um filho, Harry.

Quando via o garoto, Snape sentia emoções contraditórias. Por causa de Lily, sentia ternura pelo menino, mas, por causa de Potter, também o odiava. Mas, acima da ternura e do ódio, Snape também se sentia muito velho. Ele perguntava-se se os professores que haviam conhecido os pais de Harry também se sentiam assim, ou se aquela sensação era apenas sua.

Lavender, notando a distração e o silêncio do namorado, estalou os dedos diante de seu rosto. "Alô? Terra para planeta Snape?" Ela disse com vontade de rir. Snape piscou e lhe sorriu.

"Desculpe, amor. Eu estava pensando em outras coisas", ele disse.

"Obviamente", ela disse rindo, e lhe deu um selinho. Afastou-se dele, com os olhos cheios de algo que Snape não conseguia reconhecer. "Severus, tenho uma coisa para lhe contar".

Algo na voz dela deixou Snape preocupado. "Acha que eu devo me sentar?"

Ela deu uma risada trêmula. "Sim, acho que deve".

Ele o fez, e ela sentou-se ao lado dele, segurando em sua mão. Ele fez carinho em sua palma. "O que houve, meu amor?"

Lavender respirou fundo e olhou direto nos olhos negros de seu amante. "Severus, acho que estou grávida".

Se Lily Evans – correção, Potter – entrasse pela porta e se declarasse a Snape, não o abalaria tanto quanto as palavras que Lavender haviam abalado.

Ele sentiu o fôlego lhe faltar. Grávida?

"Sim, Severus. Acho que vamos ter um filho", ela disse, com a voz embargada de lágrimas. Não sabia o que fazer – sabia apenas que, se estivesse mesmo grávida, teria aquele bebê e que, se Severus não ficasse do seu lado ou não quisesse assumir a criança, então ele que fosse para o inferno.

Snape nem havia percebido que havia dito aquela palavra em voz alta. Sentia-se tonto, confuso e com a garganta seca. Passou a língua pelos lábios para umedecê-los, e perguntou em voz baixa. "De quanto tempo?"

Lavender fez umas contas mentalmente, e retrucou em voz tão baixa quanto ele, "Um mês, um mês e meio, por aí". O silêncio dele pesava no coração de Lavender e, sem suportar mais, ela se colocou de pé. "Eu só vim lhe dizer isso porque achei certo que você soubesse da criança, mas, se não quer assumi-la, não tem problema. Posso criá-la sozinha".

"Está louca?!" Snape rugiu, segurando-a pelo braço e virando-a para si. "É claro que vou assumir esse filho, Lavender. Sou o pai, e quero ser presente na vida desta criança".

Os olhos azuis da moça estavam cheios de lágrimas, e ela o abraçou, soluçando. "Oh, Severus, o que vamos fazer?" Ela perguntou, com a voz abafada pelo tecido das vestes do amante.

Num impulso, ele decidiu o que queria fazer. "Case comigo".

Ela recuou, olhando-o com perplexidade. "O quê?"

"Case-se comigo, Lavender", ele repetiu, ficando de joelhos e pegando na mão dela. Lavender o encarava, os olhos azuis arregalados e perplexos. "Eu te amo, Lavender. E quero que nós dois tenhamos uma vida juntos. Case-se comigo".

Ela começou a chorar mais uma vez, mas não de tristeza e sim de alegria, e assentiu com a cabeça, com a garganta embrulhada de lágrimas. Ele sorriu, levantou-se e a abraçou, beijando-a em seguida.

"Não se preocupe, Lavender", ele disse, acariciando seus cabelos. "Nós vamos ficar muito bem. Eu lhe prometo".

Continua...

Nota da Autora: Mudança total na revelação da gravidez de Lavender. Ao reler a história, não gostei muito do jeito que a escrevi, então decidi refazê-la por completo. Dumbledore não estava sendo o homem compreensivo, e não havia motivos para ele aparecer nesta cena.

Sim, Snape está muito diferente de sua personalidade nos livros de titia JK, mas, oras bolas, tudo é permitido com a licença poética. Tatá e Carol, espero que gostem desta nova versão!

Aos que estão lendo esta história: pelo amor de Harry, não se esqueçam de deixar review! Eu adoro saber se meus leitores estão gostando dos rumos que estou dando à história! Não custa nada, não mata nem engorda e é só clicar em submit review, ali embaixo!!!!!!!