Nome da Autora: Cindy "Lain-chan"
E-mail: fly2angels@yahoo.com.br
Sinopse: Dois anos após terminarem seus estudos em Hogwarts, o trio formado por Harry, Hermione e Rony faz parte da Ordem da Fênix. A Guerra contra o Lado das Trevas está chegando em seu ponto mais crítico, e um estranho dom que Harry adquiriu, o de premeditar certos atos que os Comensais da Morte iriam fazer, será a peça principal para o cheque-mate de um dos lados. Resta saber se isso será uma vantagem para o Lado de Voldemort ou para o lado de Harry.
Disclaimer: Ok, como diria um conhecido meu, alguém que não saiba sequer o significado de "fanfiction" provavelmente não vai saber me processar por estar fazendo uma inocente fanfic...
Notas da Autora: Finalmente, o último capítulo! Quer dizer, ainda falta o epílogo, mas ele já está escrito, então eu já acabei de escrever a fic toda. Yeah! Espero que vocês tenham curtido essa fic tanto quanto eu tenho curtido escreve-la! Eu sei que eu demorei com esse capítulo, mas desde problemas de doença na família, até eu pegar uma gripe daqueles que te deixa o dia inteiro na cama, passando por crises de depressão, além de problemas típicos de adolescência, eu acabei não tendo muito tempo para escrever essa fanfic. Muito obrigada a todo mundo que tem lido essa fanfic! Se restar alguma dúvida cruel, deixe-a na sua review! Algumas dúvidas finais serão sanadas no epílogo, mas nem todas. Talvez eu ainda tenha de explicar uma ou duas coisas, não sei.
Nossa... é tão estranho terminar algum projeto depois de todo esse tempo.
Ah, uma pergunta geral: Alguém, com bom conhecimento de inglês, gostaria de traduzir essa fanfic? É que o público de língua inglesa é tão maior quanto o de língua portuguesa, sabecumequié... bom, fica aí a pergunta. Qualquer coisa, mandem-me um –email! Eu vou ficar muito feliz em responder qualquer e-mail!
Agora, vamos com a fic! E, sim, desde o título, até uma certa referência mais adiante no capítulo, são homenagens a Rammstein, a minha nova mania. Viva Rammstein, que me inspirou enquanto eu escrevia boa parte desse capítulo!
E Eu Sonhei Com Campos Onde Choviam Gotas Carmesins
Capítulo VII: Sonne
O calor naquele campo era sufocante, como se uma densa nuvem de bafo quente rodeasse aquele local. Ao longe, o horizonte curva-se, retorcia-se... nada mais era nítido quando o ar se tornava tão agitado que era possível observa-lo correr e se desmembrar enquanto aqueles pobres seres feitos de carbono teriam de conviver com aquele crescente abafamento.
Draco limpou uma gota de suor que insistia em escorrer através de sua face, enquanto observava o ambiente ao seu redor. Dez Minutos... Voldemort caminhando com premeditada impaciência, analisando o ar ao seu redor... Kimiko dançando ao som do calor... Nove Minutos... nenhum movimento... estaria Potter planejando isso? Chegar apenas ao bater do relógio? Teria de esperar por mais nove intermináveis minutos? Kimiko não parecia compartilhar da mesma apreensão que Draco, mas Voldemort parecia sentir toda a magia ao redor de si, como se buscasse por um sinal, um alerta... mas, diferente de Draco, Voldemort não parecia nervoso, apenas... ansioso. Não sentia medo algum, Draco sabia disso sem que precisasse pensar nisso conscientemente (afinal, Draco duvidava que Voldemort ainda fosse capaz de algum sentimento tão puramente humano... tão puramente... instintivo). Oito Minutos...
- Ele está aqui – Voldemort disse para o ar, que em resposta apenas aqueceu-se ainda mais. Mas Draco prestava atenção a cada movimento de Voldemort, esperando que qualquer movimento traísse o que seu mestre planejava. Mas era inútil. – Ele está aqui, apenas esperando o momento certo para aparecer.
Draco sabia que Voldemort não esperava resposta, e por isso se calou. Mas como ele poderia saber disso... seria mesmo verdade? Potter estaria ali, debaixo de sua capa de invisibilidade? Mas... se era assim, Voldemort não seria capaz de enxergar Harry Potter? Já não teria ele descoberto sua grande farsa? Estaria ele planejando algo contra a traição de Draco? Planejaria ele assassinar Potter novamente? Todas essas perguntas dançavam ao seu redor, sufocando-o como o ar quente. Sete Minutos...
Harry, apesar de escondido sob sua capa de invisibilidade, mantinha-se discretamente atrás de uma pequena caverna ao leste da planície, apenas observando... observando... Sim... logo chegaria... o seu tão esperado momento. Podia escutar cada palavra, cada murmúrio vindo da direção do trio... estava razoavelmente longe dos mesmos, mas, graças à uma poção feita pelo próprio Snape, sua audição estava mais de dez vezes mais perceptiva do que o usual. Abençoou a dita poção, pois se realmente planejava sair desta batalha vitorioso, precisaria de todas a ajuda que conseguisse.
Voldemort, Draco Malfoy... e quem seria aquela estranha garota acompanhando os outros dois? Uma garotinha oriental, provavelmente da mesma idade que Draco... talvez um pouco mais velha. Harry balançou a cabeça. Não importava quem era ela. Não importava que ele estivesse sozinho e Voldemort tivesse a ajuda de Malfoy e daquela garota. Porque assim que a batalha começasse... ambos estariam sozinhos. Aquela era uma batalha deles, e de mais ninguém.
Com calma, Harry olhou para seu relógio de pulso. Seis Minutos... ainda havia tempo. Para que se apressar? Harry se recostou à parede da caverna, observando a árvore ao centro dali balançar levemente... uma brisa suave, como um golpe de misericórdia sobre aquela que sofria sob o incessante calor.
Obviamente, tal árvore tinha mais sorte do que qualquer um dos dois magos que saísse como perdedor dali... porque para tal não haveria misericórdia.
O calor agora se misturava àquela brisa... e Harry deixou-se levar. Sorriu, repensando em todas as coisas que aconteceram, em todas as coisas que descobrira naquelas últimas semanas. Suspirou ao se lembrar da parte mais difícil de seu plano: falsear sua morte. Provavelmente tal tarefa teria sido impossível não fosse a ajuda de Rony. Seu caríssimo amigo, seu caríssimo... ilusionista. Como alguém poderia acreditar que o ruivo pertencia a uma rara linhagem de ilusionistas e cujos poderes raramente se manifestavam em seu sangue? Pois se todos os seus irmãos e irmãs não desenvolveram nenhum poder do gênero, quem poderia prever que Rony, o quase caçula da família, viria a ser um ilusionista?
- Eu também não acreditei quando descobri – em sua memória, as palavras de Rony ainda eram nítidas. – Mas... depois de fazer alguns pequenos truques... eu tive de acreditar, não é mesmo?
- Mas por que você não nos contou isso antes? – do outro lado de sua mente, Harry conseguiu distinguir a voz estridente de Hermione. Estavam em uma reunião, discutindo como seria feito o ataque final da Ordem da Fênix - quando Rony disse que poderia ajudar, e após gritar "Eu sou um ilusionista!", todos caíram na gargalhada. Com exceção de Hermione e Harry. E Dumbledore. – Você sabia que isso poderia ter nos ajudado, e muito!
- Eu estava com medo – a memória de Rony dando de ombros ainda queimava em sua mente. – Quer dizer... eu dei uma olhada em um livro sobre o assunto... quase todos os ilusionistas foram extintos, e não pelos trouxas e sua maldita inquisição, mas por bruxos! Por bruxos!
- Rony, isso foi há séculos atrás! – veio a resposta estridente, novamente, de Hermione.
- Certas coisas... – e o olhar do ruivo se perdia. – Nunca mudam.
E outras... vinha a resposta de Harry, precisam mudar. Antes que sejam destruídas.
Cinco Minutos... ao sair da caverna, passo após passo, Harry sentia que não era o único a sair de seu esconderijo apenas agora. Uma gota após a outra, o calor sufocante deu lugar ao calor envolto por uma suave garoa.
- Droga – aquela garota oriental exclamou tão alto que mesmo que Harry não estivesse com seus sentidos tão aguçados ele a teria ouvido. – Eu odeio quando chove.
- Por quê? – Voldemort murmurou para si mesmo. – A chuva representa a mudança, minha pequena... a lembrança de que tudo deve fluir... existe algo mais magnífico do que a chuva?
- Para alguém eterno, você é um grande apreciador das mudanças – retrucou Kimiko, que assim como Harry escutara os murmúrios de Voldemort. Este apenas deu de ombros.
- Eu posso mudar – falou ele novamente, caminhando até a grande árvore (um imponente carvalho) ao centro. – Mas, assim como a água que cai sobre nós agora... eu sempre estarei aqui. Num eterno ciclo, do qual eu não mais preciso sair. E assim sendo, a mudança é boa, por ser necessária. Enquanto a morte não é necessária, a mudança certamente o é; pois tudo o que é imutável está fadado a perecer.
Belas palavras... a ironia sussurrava através dos pensamentos de Harry. Pois agora veremos o que você diz quando chegar a sua vez de mudar.
Quatro minutos... a garoa rapidamente se transformava em uma chuva forte, fazendo com que Harry desse alguns passos para trás para voltar a se esconder sob a caverna. Observava um pouco mais o seu inimigo... a sua presa. Sim... agora era Voldemort quem iria mudar. Pois Harry estava simplesmente muito cansado daquilo tudo. De ter de acordar, noite após noite, temendo e sabendo que muitos de seus pesadelos poderiam se tornar realidade se ele não tomasse alguma providência... a responsabilidade e o peso disso simplesmente estavam deixando-o sem energia. De não saber em quem confiar... de não saber o que fazer, para onde fugir... de não saber se amanhã ainda poderia encontrar todos os seus amigos...
Mas as coisas haviam chegado ao seu cúmulo quando Harry dera de cara com a mais crua realidade: o que a Ordem estava se dispondo a fazer com seus membros para destruir os aliados de Voldemort e o próprio não era muito melhor do que os mesmos poderiam fazer com qualquer membro da Ordem que fosse capturado. Foi como um despertar perceber o que Gina e Cho Chang estavam se dispondo a fazer... sim, haviam conseguido escapar com sorte até agora, mas.... seria justo que a Ordem pedisse a elas para perderem as suas inocências por uma causa maior? E Snape, Sirius, Lupin... Rony, Hermione... cada dia correndo cada vez mais riscos... cada dia caminhando mais próximos à linha... e ao perceber que ele próprio estava contra sua melhor amiga... tudo por causa de uma maldita guerra. Não, aquela insanidade toda teria de parar antes que, antes que... antes que a diferença entre o bem e o mal se dissipasse, e a Ordem passasse a cometer atos tão monstruosos quando os de Voldemort. Não... Harry fechou os olhos com força. Ele não poderia deixar que as coisas descessem tão fundo. E o vento começava a soprar com mais força em sua direção... a chuva piorava... não demoraria muito até se transformar em tempestade. E em seu relógio continuavam a piscar números coloridos...
Três Minutos...
Ah, foda-se. Estava na hora de sua entrada triunfal, quer o seu relógio concordasse com isso ou não. Caminhou sob a chuva até a árvore, ficando algum tempo sob a mesma a contemplar Voldemort. E retirou sua capa de invisibilidade.
- Oras, oras... – grunhiu Voldemort, fitando Harry e poderia ser apenas o pavor de Draco, mas ele poderia jurar que, com o canto do olho, Voldemort também observava seu traidor. – Quem nós temos aqui?
- Por muito tempo você desejou ser imortal – vociferou Harry, com falso tom casual. – Pensei que poderia passar por aqui e lhe dar mãozinha.
- Caso suas notícias estejam desatualizadas, Potter, eu já sou imortal – falou Voldemort, fazendo um gesto para que Kimiko se acalmasse. Resignada, a garota parou de avançar na direção de Potter.
- Mas é irônico que atualmente eu tenha mais provas de que EU sou imortal do que você, provas de que você é imortal – Harry brincava com sua capa da invisibilidade, como se pouco lhe importasse a reação de Voldemort. Levantou o olhar na direção de Voldemort. – Não é mesmo?
- Claro. Mas... eu não preciso de provas para que todos saibam que sou imortal. Meus Comensais concordariam comigo – agora era Voldemort quem, de forma lenta e decidida, se preparava para um confronto direto.
- Comensais? – Harry fingiu contemplar a palavra por um momento, como se não tivesse certeza de seu significado. – Ah, sim. Mas prefiro não imaginar o que tais seres comem – provavelmente uma reunião com seus 'Comensais' é o tipo de coisa que figuraria melhor em um seriado pornô classe 'B' do que em um relato sobre alguém que deseja conquistar o mundo.
Lembrando-se do fato de que ele próprio era um Comensal, Draco sentiu algum sangue subir-lhe a face. E, com certa surpresa, pensou que este tipo de coisa era o que ele próprio diria para desestabilizar um inimigo. Tentou descobrir o que isto poderia significar – inutilmente.
- Crucio – Voldemort levantou sua varinha com medida calma e apontou-a na direção de Harry, que saltou a tempo de desviar-se do feitiço. Começaram a rodear um ao outro, e Kimiko e Draco foram obrigados a tomar alguma distância; Draco, por medo, Kimiko, por não ousar desobedecer Voldemort.
- Impedimenta! – grunhiu Harry, apontando sua varinha com ímpeto na direção de Voldemort, que se resignou a criar um escudo ao redor de si. Ao ver isto, Harry sorriu. – Oras, oras... com medo de me enfrentar sem um escudo, meu caro?
- Seria tolice minha baixar minha guarda perante você, Potter – Voldemort grunhiu, e o escudo prateado brilhou com mais força. – E eu nunca fui um tolo.
- Oh, é mesmo? – Harry reprimiu com sarcasmo. – Caindo em mentiras de criança, perdendo batalhas contra bebês... não passas de um tolo, seu velho feiticeiro.
- Minha única tolice talvez tenha sido confiar em informações de um idiota – e Voldemort virou-se na direção de Draco, o olhar frio como o de um cobra – mas, até aí, nada de surpreendente. – Avada Kedavra.
Draco se surpreendeu com a quantidade de medo que explodiu dentro de si no curto tempo em que percebeu o feitiço voando na sua direção – mas, novamente, era o mesmo medo que estava com ele desde que chegara ao campo, desde que vira o fantasma de Potter, desde que entrara para os Comensais da Morte, desde que entrara pela primeira vez na Floresta Proibida... apenas esperando o momento ideal para explodir. No final das contas, não passava de um grande covarde – e ele aproveitava para admitir isso a si mesmo apenas agora que não havia mais nada a ser feito.
E então algo aconteceu – um milagre, embora não realizado por um deus, mas por Potter. Um escudou fez com que Draco voasse para longe do destino da magia de Voldemort, deixando-o caído a alguns metros da batalha. Mesmo dali, deitado ao chão, Draco podia enxergar o que se passava, embora sua cabeça e seu coração parecessem prestes a explodir. E ele podia perceber o modo como o maldito, agora santo, Potter sorria.
- Ah, não se desvie de nossa batalha – vociferou Potter a toda planície. – Você não pode se dar esse luxo.
- É o que veremos – Voldemort dissipou o escudo ao redor de si. – Avada Kedavra! – pela primeira vez em muito tempo, Draco ouvia Voldemort gritar algum feitiço ao invés de meramente dize-lo.
- Avada Kedavra! – Potter gritou de volta, e os raios esmeralda se conectaram, formando uma esfera luminosa ao centro do campo. Draco ouvira falar sobre o que acontecera na última vez em que Potter e Voldemort se confrontaram, há cinco anos atrás – Priori Encantem. E esperou por um momento, uma ávida curiosidade em deslumbrar aquela rara magia. Por um momento, sua curiosidade superara seu medo.
Mas Draco tinha certeza de que não era o Priori Encantem que estava ocorrendo. Seja lá o que fosse, não era o Priori Encantem - a esfera luminosa apenas continuou a crescer, até que voltou a diminuir, até desaparecer. E quando Draco pensou que as magias simplesmente desapareceriam, uma nova explosão ocorreu, e, do outro lado do campo, Kimiko explodiu. Como uma bomba relógio. Como um balão cheio de água. Explodiu, espalhando vários pedaços de carne e ossos pelo campo. Mas foi seu sangue que assustou Draco; as gotas carmesins molhando o campo e escorrendo através das gotas transparentes da tempestade.
Após este espetáculo, foi um trovão, e não uma magia de qualquer um dos bruxos, que trouxe o fogo àquele cenário; o velho carvalho, bruscamente atingido, partiu-se ao meio e queimou – fogo que não desapareceu mesmo sob a forte chuva. Mas Draco provavelmente era o único a observar aquilo tudo, pois novamente Potter e Voldemort se confrontavam.
- Muito bom – Voldemort elogiou com desvairado sarcasmo. – Para um principiante.
Potter deu de ombros. – Eu faço o melhor que posso.
Por um momento após a explosão de Kimiko, Harry ficou em estado de choque – era como se um mar de informações tivesse sido despejado em sua mente, e ele agora sabia que aquela garota fora fruto de seu primeiro confronto com Voldemort, e que ela descobrira Voldemort algum tempo após o Priori Encantem entre Voldemort e ele – que ela era uma alma impregnada da magia maligna que Voldemort usara para tentar assassinar Harry, que ela apenas existia pois seus pais haviam feito um Ritual de Invocação dos Espíritos durante sua concepção, que ocorrera ao mesmo tempo em que Voldemort lançara sua magia. Que tudo isso criou, a partir de uma série de eventos em cadeia, uma alma maligna para a garota.
E essa alma, e esse corpo e essa carne, e especialmente esse sangue, não mais existiam – a magia criada pela união de varinhas de Voldemort e Harry acabaram por destruir a frágil alma de Kimiko, como havia quase acontecido quando houvera o Priori Encantem. Fosse a magia de Harry mais forte e mais negra, provavelmente aquela garota haveria perecido com meros treze anos de idade.
Mas Harry não conseguiu sentir um pingo de pena daquela garota de alma maligna – pois ao mesmo tempo em que se dera conta de todos esses fatos também percebera que ela era uma Degê – ou DreamGazer, como queira – e como tal, responsável por todos os sonhos premonitórios de Harry, os mesmos ligados entre si por aquele elo terrível, e então... responsável também... pela farsa.
E Hermione quase morrera, incriminada por seus melhores amigos, por culpa daquela maldita garota.
Não, Harry nunca sentira tamanha ausência de pena de alguém quanto sentia agora.
Mas não havia tempo para considerações aos seus sentimentos, e Harry logo voltou sua mente à batalha à sua frente.
Uma batalha que ele iria ganhar.
Custe o que custasse.
O que, no final das contas, acabou sendo muito mais do que ele jamais tencionara pagar – sua vida era um preço baixo perto do preço final daquela maldição.
Sem saber disso, Harry deu um passo à frente.
Era hora de acabar com tudo aquilo.
De longe, Draco apenas observa tudo aquilo – e como estivessem parados por um instante, não pôde deixar de reparar no que estava escrito em branco na negra camiseta de Potter – Mein Herz Brennt. E, logo abaixo, o nome de uma banda alemã que Draco desconhecia. Por um momento, Draco se esqueceu de tudo ao seu redor e sorriu. Meu coração queima.
Era bastante... apropriado. E se Draco tivesse visto a parte de trás da camiseta, onde se lia Der Meister, teria sorrido ainda mais em toda aquela ironia.
O Mestre.
E finalmente Voldemort percebeu que aquela batalha poderia não tomar o rumo que ele esperava. O olhar de Harry Potter era o bastante para denunciar algo – profundamente decidido, certo demais de que iria ganhar. E se um mero garoto de dezenove anos esperava ganhar aquela batalha contra um imortal, Voldemort poderia chegar a apenas duas conclusões: ou aquele jovem estava puramente insano, ou conhecia algo que poderia significar a queda de Voldemort. E em longos dezenove anos que conhecera Harry Potter, Voldemort jamais questionara a sanidade do garoto.
Agora seria um bom momento para começar, pois Voldemort não planejava deixar que um mero garoto destruísse seus planos, seu império – uma criança que não poderia saber o que a eternidade significava.
E então ele não sabia que talvez as únicas a conhecerem algo sobre o Imortal sejam as crianças – as únicas ainda não confrontadas com sua própria efemeridade. E nesse ponto, uma criança haveria de conhecer muito mais do que um velho eterno.
Mas Harry Potter, por mais que Voldemort pensasse contra isso, não era uma criança. Não – já confrontara a morte e a efemeridade por demais para ainda ser considerado inocente. E como tal, sabia que não estava prestes a matar Voldemort – era primeiramente impossível nas atuais circunstâncias, e um golpe de misericórdia contra um ser que não mereceria a bondade do mais benigno dos anjos. E Harry Potter jamais chegara sequer perto de ser um anjo.
Harry finalmente levantou sua varinha, fazendo um longo movimento circular, e disse o feitiço. – Memento Mori.
Por um momento, Voldemort não pôde deixar de se impressionar com as palavras daquele feitiço que desconhecia – Lembre-te que morrerás? Mas isso não durou mais do que um segundo.
E então tudo o que ele conhecia desapareceu – o céu ao seu redor, o chão sob seus pés, a certeza da imortalidade. Voldemort percebeu que seu corpo desaparecia – sua carne, seus ossos, transformando-se em pó. Mas não temeu. Isso já havia acontecido antes, há dezoito anos. Seria apenas questão de tempo antes que Voldemort voltasse ao seu corpo – e destruísse Potter por sua impertinência. Apenas uma questão de tempo.
Mas quando seu corpo finalmente desapareceu e apenas sua alma ficou em seu lugar, Voldemort percebeu o que estava acontecendo. O maldito Potter havia descoberto... ! Uma magia antiga, sem dúvida. Certamente criada na Idade Média – apenas em tempos tão obscuros tal magia poderia ter surgido. Tirando com tamanha simplicidade o que ele próprio levara anos para conseguir – a magia em seu corpo e em sua alma, a certeza de que era possível vencer o tempo, que tentaria desunir suas partículas em mil pedaços para formar outras formas de vida. A certeza de que ele existiria para sempre, a certeza de que ele merecia existir para sempre.
E, uma a uma, todas as suas certezas caíram.
Mas Voldemort ainda não compreendia – se seu corpo fora totalmente destruído, porque sua alma permanecia ali? Ah, claro... por mais forte que fosse o feitiço, nada poderia separar sua alma em mil fagulhas – palavra alguma poderia destruir aquilo que não chegava a ser uma certeza, mas uma mera esperança alimentada desde seus tempos de criança. E Voldemort teria sorrido não fosse o fato de não possuir mais lábios.
Você falhou, Potter, você falhou miseravelmente.
E ao encontrar o sorriso de Potter estampado em sua face, Voldemort soube que estava enganado, e novamente Harry ergueu sua varinha. Mas não disse palavra alguma. Fez alguns movimentos rápidos com a mesma e a apontou para Voldemort, que sentiu sua alma ser sugada para... algum lugar. Mais precisamente, para o coração de Harry Potter.
Claro. Se ele não pode me destruir, irá me aprisionar para que eu não possa voltar a me reerguer.
Essa foi a última coisa que Voldemort pensou antes de ser sugado para seu novo cárcere – a própria alma do garoto que por tantas vezes o confrontara.
Harry olhou para seu próprio peito durante um instante – podia sentir a presença de Voldemort em sua alma, como uma sombra que cega àqueles que a fitam durante muito tempo – e em seguida para o campo ao seu redor. Sorriu. Não havia percebido que havia parado de chover.
Lembrou-se de Draco, jogado a alguns metros dali. Caminhando com firmeza, ele se dirigiu ao antigo inimigo de escola e parou ao lado do mesmo. Draco olhava para Harry, mas sua mente estava muito longe dali – e Harry sabia o porquê. Balançou a cabeça, finalmente com pena de alguém naquela batalha – sim, Draco não passava de um covarde, mas sentir o que ele sentira por mero efeito colateral do feitiço que Harry havia usado não parecia algo que mesmo aquele Malfoy merecia sentir.
E o modo como Draco encarava Harry... quase um pedido de ajuda, mas totalmente desinteressado em ser atendido. Harry tentou sorrir apesar dos pesares – estava tudo acabado agora. Ou quase – agora era tempo dele desaparecer. Ao menos até conseguir controlar as novas sombras que haviam surgido em sua alma... e pensar que ele jamais havia considerado que Voldemort pudesse ter, de fato, uma alma. Mas ele a possuía, e ela estava agora presa no espírito de Harry. E Harry tinha certeza de que o significado usual de "estar preso em seu coração" não era esse. Mas Harry deu de ombros – isso pouco importava agora.
- Avise que Voldemort se foi. E que não vai mais voltar – Harry sorriu. Por mais abalado que Draco estivesse, ele iria se lembrar disso – pois o problema de Draco agora não seria tanto sua memória quanto seu estado emocional. Observou quando o olhar de Draco reluziu por um momento – sim, o sonserino de fato o escutava. – Espalhe as boas novas.
Virou-se de costas para o sonserino e partiu – poderia ter desaparatado, mas preferiu caminhar um pouco antes de se decidir para onde desejava ir. Preferiu observar o campo molhado, o carvalho em chamas e o recém-surgido arco-íris antes de partir – ao menos agora ele se sentia disposto a observar aquele cenário.
E ao observar com certo receio a alma de Voldemort aprisionada dentro de si, ele sabia que isso não duraria muito tempo. Bom, ele sabia que teria de ser assim – sabia sobre os efeitos colaterais desta dupla maldição desde que lera sobre a mesma há cerca de dois anos atrás, quando decidira precipitadamente que não valia a pena pagar tão alto para livrar o mundo de Voldemort, e certamente haveriam outras maneiras de banir o maldito desde mundo.
O que Harry descobriu dois anos depois é que não haviam outras maneiras de destruir Voldemort – e que talvez perder parte de sua alma para aprisionar aquela alma maligna não seria um preço tão alto a se pagar. Pelo bem de Hermione, pelo bem de Rony, pelo bem de todas as pessoas que o ensinaram que haviam certas coisas pelas quais valia a pena morrer; pelo bem de todas essas pessoas, ele perderia parte de sua alma. No final das contas, não parecia uma troca tão injusta; parte de sua alma pelo bem de todas as pessoas que já amara.
Embora tentasse pensar assim, Harry agora sabia que teria de se exilar para longe da Inglaterra para que pudesse impedir que aquela pequena parte de sua alma que agora se encontrava em sombras viesse a contaminar sua alma por completo – e então ele seria tão vil e maligno quanto Voldemort.
Não, ele não deixaria isso acontecer.
Nunca.
E havia apenas um lugar para onde ele poderia ir, sim, apenas um lugar. Um único lugar onde ele poderia estar sozinho para combater Voldemort em seu próprio território, onde ele poderia aprender mais sobre Visões – que ele não mais teria, já que elas eram causadas por Kimiko – e magias raras.
Observando pela última vez o céu inglês, ele Desaparatou.
*****
- Sim, sim, eu já chamei os homens do St. Mungo – Dumbledore tentava, sem muito sucesso, acalmar os membros da Ordem da Fênix – Sim, eu acredito que Harry tenha sucedido em sua missão.
- Onde está o Harry? – Rony perguntou, com uma mão ao redor de Hermione e outra ao redor de Gina, como se tentasse protege-las. Ambas tremiam.
- Provavelmente, bem longe daqui. E eu não acredito que ele queira ser seguido – respondeu Dumbledore, massageando seus olhos sob os óculos de meia-lua.
- E nós podemos acabar com o Malfoy agora? – retrucou Rony, lançando olhares na direção de Gina e Draco.
- Não, você não pode acabar com o Sr. Draco Malfoy, Rony – Dumbledore voltou a ficar sério por alguns instantes. – Ele irá para o St. Mungo e, quando acordar, talvez ele tenha algumas informações para nós. Não é como se nós tivéssemos algum outro informante.
- E o restante dos Comensais? – veio Sirius, finalmente parando de examinar o campo de batalha repleto de sangue e carne. – O que será feito deles?
- Sem um líder, será fácil para nós do Ministério capturarmos os malditos – interveio o Sr. Weasley, ficando ao lado de Dumbledore.
- E eu acredito que você tenha plena consciência de que terá de depor como testemunha em diversos julgamentos, não é mesmo, Severo? – Dumbledore parecia muitíssimo cansado, assim como todos ao seu redor. Snape, que permanecia ao canto do grupo, apenas olhou para Dumbledore durante um longo instante antes de assentir com a cabeça e voltar novamente sua atenção para o chão ao seu redor.
- Bem, eu acredito que agora todos vocês já viram o campo de batalha, como tanto desejavam – Dumbledore falava de voz calma, mas era possível perceber a repreensão por tratarem daquilo como uma atração turística. – Eu acredito que todos poderiam ir para casa, já que agora eu posso cuidar de toda essa sujeira sozinho. Além disso, eu acredito que todos vocês estão muitíssimo cansados, e todos vocês, sem exceção, merecem esse descanso.
Murmurando alguma coisa, Cho Chang, Sirius e Lupin Desaparataram, deixando apenas Rony, Gina, Hermione, Snape, Dumbledore e o Sr. Weasley no campo de batalha. Observando isso, Rony se virou para Gina e a abraçou.
- Maninha – murmurou, deixando-se perder entre os cabelos ruivos de sua irmã. – Agora... eu acho que é hora de voltar para casa.
- É, eu acho que sim – murmurou Gina de volta, fechando os olhos. – Acabou, não é mesmo?
- É, eu acho que sim – respondeu Rony de volta.
- Nossa – interrompeu Hermione, e Rony e Gina se viraram para ela. – Como vocês conseguiram se esquecer rápido do Harry, não é mesmo? Ele sumiu, não sabemos o que raios aconteceu com ele, e vocês ficam comemorando. Mostra o tipo de respeito que vocês têm pelo nosso amigo.
- Ele venceu, não venceu? – Gina murmurou, aproximando-se de Hermione. – Quer dizer, Dumbledore disse que sim, e Dumbledore raramente mente. Não em questões tão sérias. Então... é só uma questão de tempo até que ele volte. Talvez ele queira ficar sozinho por um tempo – mas nós com certeza estaremos aqui quando ele voltar, não é mesmo? – e quando o olhar de Hermione abriu-se em espanto, Gina a abraçou com força. – Porque eu tenho certeza de que ele vai voltar, Hermione. Pode demorar, mas ele vai voltar.
Quando Gina se afastou para olhar para a amiga, percebeu que Hermione estava segurando algumas lágrimas. Sua amiga era forte, mas não tão forte, e Gina sabia disso agora. Olhou para Rony, e de volta para Hermione.
- Gina, eu – Hermione abriu a boca para dizer algo, agradecer, desculpar-se, qualquer coisa que fizesse com que ela pudesse evitar as lágrimas que pareciam querer transbordar de seu olhar. Mas Gina fez sinal para que a sua amiga sabe-tudo se calasse. E, por uma das raras vezes em suas vida, Hermione assim fez.
- Eu acho que vocês precisam conversar, você e meu irmão – e então Gina se virou para Rony. – Vou estar esperando na Toca, maninho! – saiu correndo na direção de seu pai, que conversava alguns detalhes com Dumbledore, e o abraçou. – Vamos, papai?
Arthur abraçou Gina com mais força. – Claro, Gina, claro – virou-se para Dumbledore com uma expressão preocupada. – Qualquer detalhe... contate-me, certo, Alvo?
- Sim, claro. Pode descansar um pouco, Arthur – Dumbledore novamente assentiu com a cabeça, e Gina e Arthur Weasley Desaparataram.
- Hermione, eu... – Rony também parecia inseguro. Como dizer em poucas palavras tudo o que sentia? Toda a raiva que sentira de si mesmo desde que chegaram àquele campo de batalha, ao perceber que durante todo aquele tempo tentara incriminar sua amada amiga sem razão? Como gostaria de pôr toda a culpa em Harry e em seus sonhos, mesmo sabendo que isto não era possível? Como sentia raiva de si mesmo por duvidar de alguém que fora sua amiga durante mais de oito anos?
- Oras, cale a boca, Rony – Hermione grunhiu, e abraçou Rony com força, deixando o ruivo rubro como seu cabelo. – Eu acho que é aqui que nos despedimos...
- Você pode vir para a Toca, ficar um tempo conosco – sugeriu Rony timidamente, mas Hermione gargalhou enquanto Rony ainda falava, e o ruivo teve de parar e olhar Hermione com certo espanto.
- Não me faça rir, Ronald Weasley – ela disse com desdém. – Adeus! –e então Desaparatou.
Rony ficou um longo tempo olhando para o espaço vazio onde antes se encontrava Hermione, e então Desaparatou também.
****
- Você realmente acredita que não ouviremos mais falar de Voldemort? – perguntou Snape quando apenas ele e Dumbledore se encontravam no campo.
- Quem sabe? – Dumbledore, pela primeira vez em muito tempo, deu de ombros. – Mas não tão cedo... não tão cedo. Eu não sei o quão certo a magia de Harry foi feita, mas é certo que ao menos em parte ela foi feita com sucesso.
- E como você pode ter certeza de que foi Harry quem saiu vitorioso? – perguntou Snape, olhando ao seu redor – e não encontrou nada de especialmente animador...
... sangue, grama molhada, grama queimada...
... destroços humanos, árvores destruídas, vidas mudadas para sempre...
... e, em meio a tudo isso, um maldito arco-íris brilhava ao horizonte – tão brilhante, tão maldito em seus tons coloridos a contrastar com os tons cinzentos e vermelhos daquela batalha...
- Eu conheço um pouco sobre a magia que Harry pretendia usar – Dumbledore disse, pousando uma mão confortante sobre o ombro de Snape. – E, a tirar conclusões pelo estado em que encontramos o Sr. Malfoy, Harry realmente conseguiu usa-la.
- Mas... então nós voltaremos a ouvir falar de Harry Potter? – Snape perguntou, tentando não soar preocupado com o garoto arrogante. E falhou miseravelmente.
- Sim, eu acredito que sim. – Dumbledore permitiu-se sorrir. – Provavelmente sua fama como herói irá aumentar ainda mais depois desse feito. Eu acredito que você não goste muito disso, não é mesmo, Severo?
- Claro que não – Snape suspirou com ironia. – Ele é muito mais do que um herói.
- Poucas pessoas acreditam que exista algo melhor do que ser um herói, ou algo mais difícil – Dumbledore soltou o ombro de Snape e caminhou até o carvalho destruído.
- Mas eu sei que isso não é verdade... pois Harry conseguiu algo muito mais difícil do que lutar por um mundo melhor baseando-se em tolas morais – ele viu a verdadeira escuridão e conseguiu voltar ao lado do 'bem' para lutar não por um mundo melhor ou mais justo, mas por um mundo onde ele gostaria de viver. Onde ele pudesse viver – suspiro de Snape. – E eu sei que isto é muito mais difícil do que sempre lutar pensando-se estar melhorando o mundo, sem nunca pensar no que se está fazendo para conseguir tal coisa.
- Eu posso lhe compreender, Severo – Dumbledore falou, fechando os olhos com cansaço. – Eu também posso compreender o que é não ser um herói, mas apenas alguém que luta por não pode fazer nada melhor, que se une a um lado não por acreditar em uma causa, mas apenas para poder cuidar de alguém que precisa de ajuda. E que nunca vai lhe agradecer por isso.
- Como você pode entender? Você sempre foi o herói, Alvo; você sempre acreditou estar melhorando o mundo – e, no lugar do usual sarcasmo, havia cansaço na voz de Snape.
- É, eu acho que sim – mas Dumbledore não sorriu. – Mas você é assim, Severo. Foi por isso que você conseguiu gostar do Garoto de Ouro quando ele finalmente entrou para a Ordem, não é mesmo? Quando você finalmente descobriu que ele era muito menos um herói e muito mais alguém como você?
- É, eu acho que sim – disse Snape, os olhos fixos no horizonte. Então, deu-se conta do que havia dito e voltou-se para Dumbledore. – Ei! Eu nunca disse que simpatizava com o garoto!
- Eu pensei que alguém como você saberia que ações costumam dizer muito mais do que vãs palavras, Severo – e novamente Dumbledore sorriu. Snape apenas deu de ombros.
- Você vai limpar toda essa sujeira? – disse Snape, apontando para todo o sangue ao seu redor.
- Vou – assentiu Dumbledore. – Agora que está tudo acabado, alguém precisa limpar toda a sujeira deixada para trás, não é mesmo? Além do mais, eu não quero que isso saia nos jornais, então eu preciso limpar tudo isso antes que os repórteres do Profeta Diário cheguem aqui – fez uma pausa, olhando ao seu redor. – Mas... é bastante sujeira. Importa-se em me ajudar, Severo?
- Nunca – e então Snape e Dumbledore começaram a limpar o que sobrou daquela sórdida batalha.
E o céu inglês nunca estivera, em muito tempo, tão azul quanto naquele primeiro de setembro de dois mil. E, mesmo assim, muitos diriam que logo voltaria a chover na Inglaterra.
Mas não agora... não agora.
- Depois daqui... uma cerveja amanteigada no Três Vassouras? – perguntou Dumbledore enquanto fazia movimentos precisos com sua varinha.
- Uma cerveja amanteigada... ? É... e faremos um brinde a Harry Potter – e pela primeira vez durante aquele dia Severo Snape pôde sorrir. – O Homem que Salvou o Mundo Novamente.
- Eu não acredito que ele fosse gostar desse novo apelido, Severo.
- Eu sei – novo sorriso – será que um sorriso poderia se tornar comum no rosto de Snape – E isto não é motivo suficiente para que eu o use?
- Claro. Façamos um brinde ao Homem que Salvou o Mundo Novamente, então.
- À Harry Potter!
- Sim... À Harry Potter!
~ Finis ~
