"N/A: Esse capítulo vai pra vocês, que adoraram o apelido "Sr. Corno" rsss! Mas eu acho que fui um pouco precipitada... Ah, acho, sim...". Capítulo 6 – Incertezas  e ferimentos

A primeira coisa que Gina pensou quando pousou seus olhos no semblante preocupado de Harry foi: "Malfoy estava errado. Ele me ama, sim! E nós vamos viver bem juntos, quer esteja escrito ou não".

-Gina, você está bem? – Harry perguntou enquanto apertava firmemente a mão vermelha e arranhada dela.

-Estou – ela disse esboçando um sorriso triste. – Harry, eu precisava muito de você. Obrigada.

-Por que você está aqui, no chão? O que aconteceu?

-Eu... Eu briguei com Malfoy... Estava tentando sair, mas como eu já te disse, é meio impossível.

-Eu quero entrar. Quero falar com Malfoy, dar um jeito de tirar você daqui. Seus pais estão cada dia mais preocupados. Quiseram ir falar com o Ministério, mas respeitaram sua vontade de manter segredo. No entanto Gina, não posso ficar quieto depois de te ver assim.

-Eu também quero ir embora. Ajude-me, Harry… - ela pediu.

Harry aparatou para o lado de dentro do portão, já que este estava muito bem trancado, e ajudou Gina a se levantar. Caminharam até perto da rosa negra, que ela apontou. Ele não pode deixar de ficar admirado, assim como qualquer um ficaria com tal flor.

-Ela é linda... – ele murmurou.

-Ela é maldita. Você não sabe o quanto eu desejo nunca ter tocado nela... – Gina começava a chorar de novo e Harry rapidamente a conduziu pra dentro da casa.

Malfoy observou da janela do escritório Gina se debatendo no portão e logo depois Potter aparecendo. Ele se irritou ao ver que o bruxo aparatara pra dentro de seu jardim e ficou mais irritado ainda ao ver que os dois vinham pra dentro da casa. Agora, além de ficar com a Weasley ele sabia que teria que agüentar sermões do Potter, o bruxinho perfeito.

Caminhou até a sala de visitas e ficou esperando até que os dois apareceram lá.

Gina ainda tinha os olhos um pouco vermelhos e os cabelos totalmente bagunçados. Se Draco estivesse com quinze anos e num bom dia até poderia tirar sarro dela. Mas o olhar de ira, que Potter lhe lançava desde que percebera sua presença, o fez esquecer qualquer vestígio de humor que aquela cena poderia ter.

-É normal para você entrar sem ser convidado, Potter? Só pode ser, já que sua namoradinha também fez isso. – começou Draco.

Gina deu um passo a frente, querendo enfrentar Draco novamente, apesar de sua aparência acabada. Mas Harry a pegou pelo braço e falou:

-Malfoy, eu só vim aqui para levar a Gina. Por favor, colabore.

-Potter, será que você não percebe que eu não estou fazendo NADA pra manter sua namoradinha aqui?

-Ela não é minha namorada, Malfoy. É minha noiva.  – Harry mostrava um pouco de orgulho ao dizer isso – E não seja covarde, pare de esconder seu rosto com este capuz!

Draco imediatamente olhou pra Gina. Ela sabia, apesar da escuridão do capuz, que ele a encarava. Apesar de tudo, ele se sentiu agradecido por ela não ter contado nada para Potter sobre seu rosto.

-Olha, eu mandarei abrir o portão e você tenta tirar a sua noiva – disse dando ênfase na palavra – daqui. Se conseguir eu vou ficar muito satisfeito. Mas como eu sei que não, suma logo da minha casa.

Harry fez menção de sair, puxando Gina, mas ela lhe falou:

-Não vai adiantar... Eu já tentei muitas vezes e nada consegui...

-Então eu vou ao Ministério, vou dar um jeito de desfazer tudo isso, Gina.

-Pode ir. – falou Malfoy – Mas eu não vou deixar nenhum bruxo entrar aqui.

-Malfoy... – disse Harry enquanto se aproximava de Draco – Eu só quero tirar Gina daqui. Você não poderia apenas calar a boca e não atrapalhar?

-Por que eu não deveria atrapalhar quando a sua noivinha está aqui a mais de uma semana me atrapalhando? Por que você está tão preocupado com ela ao meu lado? Tem medo se ser traído, Potter?

Gina levantou seus olhos para os dois e desejou, mais do que nunca, que Harry desse um soco, um pontapé, qualquer coisa que pudesse ferir Draco naquele momento. Ele estava por demais a magoando naquele dia e ela não havia feito nada de tão grave para que ele agisse assim!

Mas para o desagrado dela, viu que Harry apenas ameaçou avançar no outro, mas deu as costas e puxou-a pela mão.

-Vamos sair daqui.

Eles foram para fora da casa e logo sumiram da vista de Draco, que estava confuso. Ele se sentou lentamente em uma poltrona, se perguntando porque tinha ficado mais furioso ainda quando Harry disse que era noivo de Gina. "Qual é a diferença? Que o que está escrito não se cumpra e ela possa viver com Potter pra sempre, não estando comigo não faz diferença nenhuma!" disse pra si mesmo enquanto o calor das chamas o tentavam a tirar um cochilo.

Harry e Gina agora estavam sentados nos montes de folhas caídas perto das árvores que quase já não tinham folhagem nenhuma. Eles ficaram algum tempo sem falar nada, Gina mexendo nas folhas do chão.

-Sabe – ela disse quebrando o silêncio – essas folhas aqui tem propriedades mágicas, e podem ser muito úteis em algumas poções.

-Lembro-me do formato delas, mas não sei exatamente qual o nome dessa árvore. – disse Harry enquanto observava melhor a árvore atrás deles.

-Eu também me esqueci. Mas em casa tenho um livro muito bom sobre isso e posso procurar. – ela deu um sorriso triste – Pena que vá demorar um pouco.

-Oh, Gina! Precisamos tirar você daqui. Eu não posso me esquecer de como você estava quando eu cheguei, parecia que ia enlouquecer!

-Talvez até poderia mesmo. Malfoy me ofendeu tanto que eu não consegui mais agüentar ficar perto dele. Acho que ele faz isso para se proteger de si mesmo, ou dos outros. Ataca antes que o ataquem.

-Isso não justifica toda essa arrogância dele.

-Não mesmo... – Gina suspirou.

-Mas deixe isso pra lá. Há muito que eu estava com saudades suas e sua família também. Não quer saber como estão?

Gina pareceu se transformar a menção de sua família. Ela agora soltou um leve sorriso e perguntou entusiasmada:

-Oh, com tudo isso eu já estava me esquecendo do lado bom. Como estão meus pais e os garotos? E Hermione, já conseguiu o vestido?

-Seus pais estão eufóricos com os preparativos. Mas de vez em quando os pego com o olhar meio triste. Acho que pensando em você.

-Eu estou com muitas saudades de todos. – ela apertou a mão dele – Peça pra que venham aqui!

-Acho que se Malfoy os tratar como me tratou não será uma boa idéia, não?!

-Verdade. Então diga que eu estou bem e que não se preocupem, pois eu estarei no casamento de Rony e Mione! Eu saio desse lugar antes do inverno ou não me chamo Virginia Weasley.

-Nós vamos conseguir. Amanhã eu vou ao Ministério saber mais sobre maldições e...

-Não é bem uma maldição – interrompeu Gina – Me parece que o que me segura aqui é o encantamento que a mãe do Malfoy fez para tirar a maldição dele. E isso envolve aquela rosa. – terminou apontando pra flor que não estava muito distante deles.

-Então vou procurar sobre isso também.

-Fale com a Sra. Growed. Ela que é encarregada da seção de Feitiços e pode te ajudar, além de ser uma pessoa muito simpática.

-Está bem.

Harry a abraçou. Nesse mesmo instante, despertou em Gina uma certeza que ela parecia sempre ter, mas que estava guardada pra não se revelar. Ela soube pelo abraço de Harry, pelo calor que eles lhe passavam, soube que não era aquilo, ela queria mais. E antes que pudesse saber do que estava falando, já havia começado.

-Harry, eu... Eu não sei se te amo.

Gina sentiu ele ficar duro e a soltar do abraço com um olhar espantado. Ali não parecia o lugar ideal e muito menos uma boa hora pra se acabar um noivado, ainda mais depois que Harry afirmou querer tirá-la dali.

-Por que você diz isso? – ele perguntou com a voz falhando.

-Eu... Eu não sei. Simplesmente me veio – ela também parecia confusa.

-Você está querendo acabar nosso noivado? – Harry não disse nada, mas em sua cabeça havia a certeza de que talvez a suposição de Malfoy de que ele estava sendo traído não fosse falsa.

-Não! – disse ela, rápida – Eu apenas, não tenho certeza.

-Como não se pode ter certeza do que se sente? – ele retrucou.

Gina pegou a mão de Harry mais uma vez e a apertou como da outra vez.

-Eu não estou dizendo que não gosto de você, só disse que não tenho certeza se o amo.

Harry soltou a sua mão da de Gina e abraçou suas pernas olhando para o chão.

-Se você não tem certeza, é porque não ama.

-Alguém já lhe disse que amar é não saber?

-Não. Mas eu sei que te amo, Gina. Esperava que você também soubesse. – Harry se levantou rapidamente, e antes que Gina pudesse fazer qualquer coisa ele murmurou – Eu darei um jeito de te tirar daqui. Adeus – e desaparatou.

-Droga! – ela reclamou. – Por que eu fui dizer aquilo?

Gina sabia há muito tempo que não estava totalmente feliz com sua relação com Harry, mas era algo tão cômodo e normal, que ela simplesmente não fazia nada pra que pudesse melhorar seu lado. E agora havia soltado pra ele, admitindo pra si mesma também, que não sabia se realmente queria continuar com tudo aquilo.

"Talvez minha vida seja uma mentira, pelo menos nisso. Talvez Malfoy tenha razão... Será que ele tem que ser o portador de todas as coisas ruins?" ela se perguntava enquanto apertava suas roupas contra o corpo, devido ao frio do vento que a cortava. Recolheu algumas folhas que insistiam em voar e voltou pra dentro.

=*=

Dippy estava mexendo na lenha da lareira da sala de visitas. Normalmente não se via lenha nas lareiras bruxas, já que não era necessário para se produzir fogo. Mas Draco gostava do leve barulho da madeira crepitando, e às vezes ordenava que Dippy colocasse algumas, como naquele dia.

O elfo viu que seu senhor dormia próximo dele e continuou seu trabalho com o máximo de silêncio possível. Estava pegando um pedaço de brasa particularmente grande quando, atrás dele Draco falou:

-Dippy!

No mesmo instante o elfo deu um pulo de susto, tão concentrado estava em seu serviço, que acabou perdendo o equilíbrio e jogando a pinça com a brasa pra cima. Tudo foi tão rápido que quando Draco viu uma brasa caindo aos seus pés só pode sentir a dor da pinça a lhe entrar na perna esquerda.

Sentia a dor do ferro quente a lhe queimar a carne, ao mesmo tempo em que sentia o sangue começar a escorrer por sua perna, quente e pegajoso. Ainda pode ouvir o elfo começar a guinchar antes que a dor tomasse conta completamente de si e jogasse a cabeça pro lado, desmaiado.

Quase no mesmo instante em que a brasa caía, Gina entrava pela porta. Uma onda quente foi lhe subindo, pois comparada ao frio do ar de fora, a casa era a mais confortável que já tinha estado. E quando a garota já ia seguir um corredor, tentando chegar à cozinha, ouviu gritos vindos da sala de visitas onde a pouco ela e Harry haviam estado com Malfoy.

Começou a correr naquela direção e pode reconhecer os guinchos de Dippy, assim que os ouviu mais claramente. Entrou rápido na sala e assim que viu Malfoy soltou um grito.

-O que... O que aconteceu aqui, Dippy? - ela perguntou.

Dippy não lhe respondeu, não conseguia. Só ficava a soltar seus gritos e pular de um lado pro outro ao redor de Draco.

Gina viu que não conseguiria nada se esperasse Dippy se acalmar, então tomou coragem, e segurando com as duas mãos, arrancou a pinça da perna de Draco. No instante seguinte teve ânsias de vômito devido ao sangue escorrendo do instrumento de ferro, mas logo o entregou ao elfo, lhe ordenando que tirasse a brasa do tapete.

Tendo parte da situação controlada, Gina chegou mais perto do rosto de Draco, sentindo a respiração pesada e quente do louro. Sabia que era necessário curar imediatamente aquele ferimento, antes que pudesse piorar.

-Dippy, leve Malfoy pro quarto.

-Di… Dippy não consegue, senhorita.

-Então use a varinha dele – disse pegando-a por dentro as vestes de Draco.

-O senhor nos pro... proibiu de usar mágica, senhorita.

-Mas eu estou dizendo pra você fazer isso, vá.

-Mas...

-VÁ, DIPPY!

O elfo não pensou mais e, usando a varinha do dono, foi levando Malfoy flutuando até o quarto.

Gina correu até a cozinha, chamando poR Kally.

-Sim, senhorita – disse vindo de fora.

-Preciso que você vá até o quarto do Sr. Malfoy levando água para limpar o ferimento. – disse rapidamente.

-Ferimento? Que ferimen...

-Kally! Não dá pra explicar agora, aliás, nem eu sei de nada. Só faça o que eu estou pedido. – o elfo balançou a cabeça afirmativamente – Você sabe me dizer onde posso achar algum livro de poções? E onde posso prepará-las?

-Claro, senhorita! Há muitos livros lá no escritório do meu senhor e na biblioteca, mas acho que os mais importantes ficam no escritório.

-E quanto a algum laboratório, ou sala onde haja ingredientes para o preparo das poções?

-Bem, senhorita... – ela hesitou – Eu não tenho certeza se posso dizer.

-Você precisa dizer, Kally! Seu senhor está com um grave corte na perna e se não tratarmos logo dele, poderá infeccionar. Já sei! Nós poderíamos chamar um médico e...

-Sr. Malfoy não gosta de visitas.

-Eu sei, eu sei, mas... – ela pensou um pouco – OK, é melhor não. Diga-me então, onde fica a sala.

-Senhorita eu...

"Hoje é dia de impor autoridade..." pensou Gina.

-Diga logo, Kally! – Gina quase gritou.

-Fi... fica embaixo do tapete.

-O quê? – a ruiva perguntou.

-Em... embaixo do tapete há algumas salas, o laboratório também.

-Embaixo do tapete da sala de visitas?

-Sim, senhorita, na sala de visitas.

"OK, então lá vou eu..." ela suspirou.

"N/A2:Espero que desta vez eu tenha parado no ponto certo... hauhauhauha... Afinal, não é nada interessante descobrir o que aconteceu com o Draco, e o que a Gina vai fazer com ele, né?! É, eu sei que não é interessante, por isso eu parei aí. =)".

"N/A3: Obrigada pelas reviews!!"