TÍTULO: Problemas No Paraíso
AUTORA: Amarna
E-MAIL: amarna_lupin@pop.com.br
DISCLAIMER: Os personagem de Harry Potter são propriedade de J. K. Rowling e todos os seus produtores associados (incluindo Scholastic Press, Bloomsburg, e Raincoast). Possíveis personagens originais viriam a ser meus. Essa fanfic não foi escrita com fins lucrativos.
CENSURA: 14 anos
CATEGORIA: Drama
SPOILERS: terceiro livro
RESUMO: seqüência de Open Your Heart. Sirius e Remo têm de lidar com os sentimentos levantados com a sua relação.

Sirius e Remo iam muito bem, obrigado, na sua relação. Nem os constantes rumores sobre quem escolheram para ser seu par lhe tiravam os sorrisos, mais do que bobos, dos rostos.
Aqui e ali se achava um aluno que dizia que alguém vira os dois de mãos dadas, outros afirmavam que tinham ouvido sobre beijos escondidos em salas de aulas vazias, mas todos esses rumores eram algo quase mítico, já que todos sabiam mas não acreditavam, ou não podiam provar.
E os únicos que sabiam que tais fatos quase certamente haviam ocorrido de fato eram Tiago Potter e Pedro Pettigrew, que agora se encontravam no dormitório dos meninos na torre da Grifinória.
- Quanto tempo você acha que eles vão conseguir manter esse namoro em segredo? - Pedro questionou.
- Segredo? A escola todo está comentando! Que tipo de segredo é esse? - a resposta de Tiago veio acompanhada de uma risada.
- Sim! - disse Pedro, um tanto aborrecido - Mas eles não tornaram oficial ainda. Não é como se as pessoas soubessem, elas desconfiam.
- Sim, sim, Rabicho... Mas todos sabem que onde há fumaça, há fogo, portanto se há rumores, certamente há motivos.
Pedro ficou olhando para Tiago, ponderando sobre a teoria do amigo.
- Ontem ouvi Simara Pearl conversando com as amigas, falando que perdera totalmente a esperança em namorar Sirius, já que quem ele escolhera para "ter acesso" ao corpo dele era Remo - Pedro disse, fazendo o sinal das aspas no ar.
- E ela tem razão...
- Você acha que...
- Que o quê, Pedro?
- Que eles...
- Fizeram amor? Provavelmente. Você tem dormido no mesmo dormitório que eu? - Tiago disse num tom sarcástico.
Pedro fez uma cara estranha que refletia os próprios pensamentos de Tiago.
- Pois é... Eu não sei como me sentir. Eu quero que os dois sejam felizes, mas como lidar com o fato de que seus melhores amigos... er... bem...
Tiago foi interrompido pela entrada de Sirius e Remo no quarto, de mãos dadas e aos risos.
- Vocês tinham que ver a cara de duas meninas do segundo ano lá na Sala Comunal! - disse Sirius, quase chorando de rir. - Eu só dei um beijo no Remo, no rosto, e elas arregalaram o olhos e sumiram da sala! Era como se nós fossemos acabar um em cima do outro em algum sofá perto da lareira! - Sirius continuava rindo, mas Remo percebera que algo tinha sido parado no meio com a entrada dos dois.
- Qual a pauta do dia? - perguntou Remo, delicadamente.
- Nada! - se apressou Rabicho, e era exatamente isso que Remo esperava.
- Nada logicamente significa algo, e esse algo provavelmente significa Sirius e eu...
- Por que haveria de ser? - Pedro continuou, evitando olhar o garoto maior diretamente nos olhos.
- Porque quando você fica na defensiva como agora, Pedro, é porque há alguma coisa, e o que poderia ser que fez vocês dois pararem de falar assim que Sirius e eu entramos por essa porta? - Remo não falava zangada nem rudemente, mas os outros podiam sentir um fio de mágoa solto entre suas palavras. Sirius colocou sua mão esquerda sobre o ombro direito de Remo, lhe dando apoio ao mesmo tempo que tentava acalmar seus ânimos.
- Ok, vamos parar com isso... - disse Tiago. - Pedro e eu estávamos sim conversando sobre vocês dois. Sobre o relacionamento de vocês, sobre os boatos que correm o castelo.
- Ninguém tem nada com o que há entre nós... - começou Sirius, mas Tiago o cortou.
- Eu e Pedro temos muito com o que há entre vocês dois, Sirius! Nós somos amigos, e amamos vocês, de maneira diferente das quais vocês se amam, lógico, mas ainda assim amamos, e não queremos que os outros fiquem falando coisas sobre vocês pelas costas, fiquem fazendo fofocas de encontros às escuras em salas de aula! Quantas vezes eu já ouvi Bellatrix andando com a turminha da Sonserina pelos corredores e chamando você de bicha propositadamente quando me vê, para deleite das colegas dela? Minha vontade é de pular no pescoço dela, ou enfeitiça-la para que nasçam furúnculos enormes e doloridos no seu nariz, mas o que eu posso fazer realmente senão deixar que ela fale? É ofensivo? É. Mas não deixa de ser verdade.
Remo que escutara tudo em silêncio fez Sirius, que começava a responder, se calar para que ele falasse.
- Agradeço muito pela sua preocupação, Pontas, mas deixe estar. Palavras machucam sim, mas só se você se importar com quem as fala. Enquanto for Bellatrix que achar que o meu namoro com o primo dela é nojento, tudo bem por mim, porque eu acho ela nojenta. O que me importa é se você e Pedro acham a nossa relação perturbadora...
Tiago e Pedro se olharam.
Remo sentiu o estômago revirar. Já não tinha mais certeza se queria ouvir o que os dois tinham para dizer.
- Perturbador não é o termo certo, Remo... - disse Tiago - Mas é estranho para nós, vocês tem de compreender...
- Compreender? - perguntou Sirius. - Compreender o que? Sabe o que parece isso, Tiago? Parece que vocês dois pensam exatamente como a Bellatrix, só que ainda pior, porque ela tem coragem de sair externando as opiniões dela, enquanto vocês dois ficam aí, com esses sorrisos simulados quando nos vêm, mas realmente falando de nós pelas costas. - ele terminou de falar, enquanto Remo colocava uma das mãos em seu peito, como se querendo segurá-lo para que não avançasse para cima do amigo.
Tiago não podia acreditar no que Sirius dizia.
- Você realmente acha isso, Sirius? Você acha que eu, que sou seu amigo por tanto tempo, me comportaria dessa forma mesquinha e ridícula? Eu, que quando descobri ser amigo de um lobisomem fiquei feliz por saber que Remo confiava em mim ao invés de querer ele o mais longe possível? Por que razão eu ficaria com nojo de vocês? Por que vocês são gays? Que bom saber o que você pensa realmente de mim, Sirius... - Tiago disse, virando as costas para o outro garoto.
Sirius passou a mão pelos cabelos negros e olhou para Remo, completamente sem ação.
- Não foi isso que ele quis dizer, Tiago, e você sabe... - disse Remo.
- Não mesmo? Então o que foi? - o garoto se virou mais uma vez, de volta para os outros.
- Bem... - Remo lançou um olhar para Sirius - Acho que estamos todos nervosos porque esse é um assunto delicado e...
- Pára com essa sua mania de sempre querer colocar panos quentes, Remo! - berrou Sirius. - Eu disse o que disse e está dito!
Tiago deu um sorriso.
- Claro! Como haveria o nobre Sr. Black de se retificar perante simples mortais?
Sirius se desfizera dos braços de Remo e ia em direção de Tiago, que não recuou.
- Chega! - veio uma voz que não se fazia presente por um tempo. Pedro gritara, parecendo apavorado, e agora todos o olhavam. Ele continuou - Chega! Vocês vão brigar agora? Vão se socar como dois brutamontes? Vocês dois são os melhores amigos um do outro, eu nunca vi duas pessoas mais ligadas que vocês, mais iguais. Tiago não tem nojo de vocês, assim como eu também não, nós só ainda estamos tentando nos acostumar com essa nova situação.
- Lembra como foi o primeiro dia de aula aqui em Hogwarts? Lembra como você se sentiu deslocado, Sirius? Todos nós nos sentimos um tanto assim no começo das aulas. Porque era uma situação nova, algo que nenhum de nós havia vivido antes. E o que nós estamos vivendo agora é uma situação tão nova quanto àquela, se não ainda mais.
- Tiago já sabia muito antes de vocês se abrirem o que vocês sentiam um pelo outro, e nunca foi maldoso ou julgou vocês mal por isso. Mas convenhamos que é um tanto estranho ver vocês desaparecerem nas camas, usando todo o tipo de feitiço conhecido para que nós não possamos ouvir ou ver o que vocês estão fazendo. Ponha-se no nosso lugar, Sirius!
O silêncio reinou após o fim do discurso de Pedro. Ambos Sirius e Tiago não se olhavam, preferiam encarar o chão.
- Desculpa, Pedro... Nós nunca paramos para pensar nisso, e eu me sinto muito mal agora que você disse tudo isso porque você tem toda a razão. Nós deveríamos ter previsto que essa transição de amigos para namorados ia afetar não só a amizade entre Sirius e eu como afetaria a amizade de todos nós. Desculpa...
Ao ouvir as palavras de Remo Sirius levantou os olhos do chão e olhou para Tiago, que mantinha os seus grudados com o assoalho.
Ele saiu em direção do outro garoto, que percebendo o movimento olhou para cima e quando percebeu estava envolto nos braços do amigo.
- Desculpa, mil desculpas! Eu fui rude, grosso e tudo o mais. Remo tem razão. Isso pareceu tão fácil para nós, tão simples e tão certo que não paramos para pensar que as outras pessoas poderiam não ver as coisas como nós dois a vemos. Não parei para pensar nas reações e sentimentos das outras pessoas que se importam conosco. Me desculpa, Pontas.
Tiago deu um sorriso que Sirius não pode ver, mas abraçou o amigo também, dando leves tapas nas costas dele.
- Tudo bem Sirius, eu entendo. - ele disse. E então, após algum tempo no qual Sirius não fez menção alguma de soltá-lo, ele adicionou. - Agora vai abraçar o teu namorado, que eu gosto é da Evans!
Sirius largou Tiago e deu uma risada. Pedro acompanhou e Remo fingiu estar com ciúmes, agarrando Sirius pela mão e o puxando para perto. Parecia que nada tinha acontecido, eles já tinham voltado à ser os grandes amigos que sempre foram.
Enquanto iam para as camas, Tiago e Pedro ouviram Remo falar.
- Hm... sabe que aquilo que você disse sobre ficarmos um em cima do outro na frente da lareira não é má idéia? - o garoto disse com um sorriso malicioso.
- Ah... É mesmo? - Sirius disse, agarrando Remo e lhe beijando os lábios.
Nesse instante Pedro e Tiago se olharam e logo após se abrigaram atrás de suas cortinas, usando todos os feitiços imagináveis para que não pudessem ouvir nem imaginar o que se passava na cama ao lado.