Nota de Autor: Para variar um bocadinho, este capítulo é contado pelo
Draco. Espero que gostem, fiz o meu melhor. Embora não seja o meu capítulo
favorito...
********************** Ninguém disse que a vida era justa...**********************
Há muito tempo que não me sentia tão feliz... a Hermione... minha. Agora posso afirmar, com toda a certeza, que de facto o amor e o ódio são os sentimentos que mais rapidamente trocam posições. Há uns anos atrás eu nunca imaginaria isto. Mas agora o que eu mais queria era despachar-me depressa para poder ir almoçar com a minha Hermione. Sabe tão bem dizer... a minha Hermione. Pouco tempo depois de ela ter saído, dirigi-me ao balneário para tomar um duche rápido, dei uma olhada para o exterior e vi que ela estava com a Weasley. Só espero que essa não lhe meta ideias estúpidas na cabeça...
Os meus colegas de equipa olhavam para mim com cara de parvos, imaginando por que raio eu estava tão feliz se tinha acabado de perder um jogo importantíssimo. Mas eu tinha razões. Se tinha...
Mas para mal dos meus pecados, o treinador chegou, e todos já adivinhávamos o tradicional discurso pós-jogo. Ouvi tudo o que ele tinha a dizer, o que ainda demorou uns bons 15 minutos. Depois vesti-me rapidamente, e estava pronto para ir ter com a Hermione.
Saí para o exterior, e os meus olhos percorriam tudo à procura dela. Mas... nada. Onde será que ela se meteu? Tem calma Draco... ela vai aparecer. As bancadas... nada... nenhuma rapariga nem sequer parecida com a hermione estava lá... O segurança deve saber qualquer coisa.
"Stuart! Viste uma rapariga de cabelo castanho comprido, muito bonita, de estatura média?"
Stuart virou-se lentamente com o seu ar pachorrento habitual. E é tão feio... caramba, se eu fosse assim, processava a minha mãe. Depois respondeu-me num hálito que tinha um misto de tabaco e álcool... deveras nojento...
"uma que foi lá dentro falar contigo?"
"sim! É isso mesmo. Viste-a? Ela há uns 10 minutos estava aqui a falar com uma ruiva. Ela depois saiu? Falou contigo?"
"Eu via-a com a ruiva. Mas eu depois tive que ir à casa-de-banho e não vi mais nada. Quando aqui cheguei já não estava cá ninguém."
"Óptimo..."
Ok. A hermione desapareceu depois ter falado com a Weasley... por isso, aquela estúpida deve ter-lhe feito uma lavagem ao cérebro do género "Não Hermione, não te iludas, o Draco é mau, ele vai trair-te, não confies nele" merda! Ela conseguiu! Mas como é que a Hermione foi na conversa dela? Tenho que ir imediatamente àquela toca de Weasleys ver se ela tá lá. Tirem-me tudo, mas a Hermione, eu luto até ao fim!
Entrei no compartimento dos cacifos, peguei no meu saco, e na minha vassoura. Depois encolhi o saco para ficar do tamanho duma moeda, meti-o no bolso, e saí de vassoura em punho. Quando cheguei à relva pus-me em cima da vassoura e comecei a voar. Não demorei muito a chegar à toca, sendo a minha vassoura do modelo mais rápido do mundo. Desci atabalhoadamente e entrei na porta que dava para a cozinha. Estava tão nervoso que nem reparei que derrubei uma jarra cheia de água que estava do lado de fora da casa. Na cozinha dos Weasleys estavam todos a almoçar... menos a Hermione. E ficaram pasmados quando eu entrei de rompante na cozinha.
"A Hermione?!!! O que é que lhe disseram?!!!"
A Mrs. Weasley olhava para mim atónita. E levantou-se da cadeira.
"tem calma Draco... o que se passa?"
também o Ron se levantou de imediato.
"O que é que queres dizer?! Era suposto ela estar a almoçar contigo!"
"Pois era... mas... surpresa!!! Parece que não está!!!"
Harry agarrava Ron pelo ombro. Também ele se tinha levantado. Assim como Fred, George, e Ginny.
"Ginny o que é que lhe disseste? Tu foste a última pessoa a estar com ela!"
"Não achas que estás a exagerar Draco?"
Disse Harry calmamente olhando-me nos olhos.
"Não, não acho! Sei muito bem que a Ginny faz figas para que a Hermione não seja feliz comigo!"
"Não sejas injusto! O que eu disse à Hermione foi para ela ter cuidado. Mas eu entendi que ela só queria estar contigo. Nunca iria estragar isso!"
Mas eu continuei ignorando as palavras de defesa da Weasley.
"Grandes amigos... eu confiei em vocês e vocês tiraram-me a hermione. Estão contentes agora? Eu sei que todos me odeiam aqui... o Draco mau... o Draco devorador da morte... o Draco que nunca será bom para a Hermione. Não é assim?"
Ron avançou mais para mim e tinha o punho no ar. Mas se queria pancada, ia tê-la!
"Sabes Malfoy, se a minha irmã achou que tu não eras bom para a Hermione, Se calhar teve razão. E sabes porquê? Porque tu não vales nada, e a Hermione não é estúpida para te amar..."
Antes de ele poder fazer o que fosse, eu dei-lhe um valente murro no maxilar. Foi o primeiro murro duma série deles. Ron atacou-me atirando-me para o chão e saltou para cima de mim, sempre a esmurrar-me, mas pelo o que eu percebi, também Fred e George tentavam bater-me, mas eram impedidos por Ginny e Mr. Weasley que entretanto tinha chegado da sala. Harry tentava separar-nos mas sem sucesso. Mrs. Weasley não parava de se queixar, uma vez que antes de eu cair, dei um encontrão numa armário atrás de mim, e imensas peças de loiça caíram ao chão partindo-se. A situação estava invertida agora. Eu estava em cima de Ron e era eu que tentava esmurrá-lo. Mas depois Ron pegou num pedaço de vidro muito cortante e apontou-o ao meu olho, ficando a apenas milímetros. Foi o suficiente para eu ficar com a mão no ar, e engolir em seco. Ambos nos olhávamos com ódio nos olhos. O ódio que já há muito tempo estava guardado. Tentei levantar-me mas não consegui. O Weasley estava a prender-me as pernas com os joelhos. Por isso não perdi tempo e agarrei um pedaço de vidro também, apontando-o ao olho dele. Mas eu sabia que qualquer movimento que eu fizesse agora, significava ficar sem olho, e sabe-se lá mais o quê. Mas toda a raiva cessou quando se ouviu uma voz atrás de nós...
"O que é que se passa? Parem imediatamente!"
Ao ouvir a voz de Hermione, virei-me rapidamente e via-a à porta da cozinha. Ron estava tão boquiaberto quanto eu, e solto-me as pernas facilitando assim que eu me levantasse.
"Mione... o que se passou? Tu estás bem?"
Ela estava tudo menos bem. Tinha o manto enrolado e tremia de frio. Várias lágrimas desciam a cara dela. A maquilhagem que ela deve ter posto de manhã nos olhos, estava agora esborratada. Ela apoiava-se à ombreira da porta e não conseguia por o pé esquerdo no chão. Estava visivelmente abalada e via- se que ia desmaiar a qualquer momento. Por trás dela estava um muggle que tinha uma mão no ombro dela. Devia ser um polícia. Já tinha visto alguns na cidade, e sei distingui-los. Mr. Weasley desviou a atenção de Fred e George.
"Bem Malfoy, admitamos que essa pergunta não foi a mais inteligente. É obvio que ela não está bem."
Hermione ia mesmo desmaiar. Eu corri a ampará-la antes que ela se estatelasse no chão. Desmaiou nos meus braços. Mrs. Weasley também se aproximou prontamente.
"Deixa-me levá-la para cima. Eu trato dela. Fica tranquilo."
Mrs. Weasley olhou para mim ainda um pouco magoada pela luta com Ron. Ela e Ginny levaram a Hermione para cima. O policia muggle aproximou-se da entrada.
"Dão-me licença?"
Harry avançou para o polícia. Ele era o que tinha mais à-vontade para lidar com muggles. Eu tentei subir atrás de Hermione, mas George impediu-me dizendo que ela estava a ser bem tratada e para eu não interferir. Eu pelo menos confiava na Mrs. Weasley. Por isso decidi não fazer ondas e tentar saber o que lhe tinha acontecido pela boca do polícia muggle.
"Por favor entre. Esteja à vontade. Quer tomar alguma coisa?"
"Não é preciso, obrigado. Eu tenho que ser breve, uma vez que ainda tenho que me deslocar a Londres por causa de um assalto a um banco. Uma coisa caótica."
O polícia era gordo de cabelo castanho e parecia bastante simpático.
"Conhecem a Ms. Hermione Granger certo?"
"Sim conhecemos. Ela é nossa amiga há muito tempo. Por favor diga-nos o que se passou."
"Durante a minha ronda, eu vigio bairros londrinos bastante problemáticos. Estava a passar numa rua, que estava particularmente deserta, e ouvi alguns gritos de uma rapariga. Segui o som, e fui dar a um beco, onde estava um homem, que penso eu, estava a tentar violar a Ms. Granger. Quando o homem notou a minha presença, desapareceu. É incrível mas verdade. Ele simplesmente evaporou. Nunca vi nada assim. Logo depois apressei-me a socorrer Ms. Granger que estava num estado lastimoso. Perguntei-lhe se ela queria ir para a esquadra, onde trataríamos dela e ela podia prestar declarações. Mas ela recusou-se e disse que tudo o que queria era vir para cá. Pobrezinha. Estava muito confusa. Falava num tal de Draco, que estava à espera dela. Depois ela indicou-me o caminho, e viemos ter aqui."
" O Scott..."
Murmurei. Harry olhou para mim, e acenou com a cabeça. Como fui estúpido! A primeira pessoa que podia ter feito mal à Hermione era o Scott. O meu GRANDE amigo Scott. o filho perfeito para o meu pai. Aquele que sempre me roubou o lugar em tudo. O grande Senhor das Trevas. Só naquele momento me apercebi de como fui precipitado. Se a hermione não tivesse chegado a tempo, não sei o que teria acontecido. Foi tudo infrutífero. Devia ter pensado bem antes de fazer as coisas. E eu que não ponha as mãos no Scott! Juro que o mato! O policia olhava impaciente para mim e para o Harry.
"têm suspeitas de quem é? É melhor apresentarem queixa. Vão por mim..."
Harry e eu trocamos um olhar. A policia nunca iria conseguir resolver o problema. Era apenas mais um monte de pessoas para o Scott gozar.
"é o namorado dela. Eles têm alguns problemas. Nada de especial. Não se preocupe. Mas falamos com ele hoje. Obrigada por tudo. Foi muito amável."
O polícia olhou desconfiado para nós.
"bem, se têm assim tanta certeza, não tenho mais nada a fazer aqui. Se mudarem de ideias não se esqueçam de passar na esquadra. Espero que a menina fique bem. Boa tarde."
Harry acompanhou o policia até ao carro. Todos os restantes olhavam para mim com um ar desiludido.
"Parabéns Malfoy! és um perfeito idiota."
"eu precipitei-me. Desculpa Ron. Não te devia ter agredido."
Ron olhava para o chão impaciente.
"Deixa lá. Eu também provoquei. Estava a pedi-las. Devia ter medido melhor as palavras. Também tenho que pedir desculpa."
Ouvi um barulho nas escadas, voltei-me para ver quem era e vi que era Ginny e Mrs. Weasley.
"Então, o que aconteceu? Ela não nos disse nada. Está muito confusa. Estivemos a limpá-la e a vestir-lhe o pijama. Ela tinha as roupas todas rasgadas. Só o manto sobreviveu. Agora está a descansar. Está quase a adormecer."
Mr. Weasley contou tudo às duas ruivas. No fim Ginny estava furiosa comigo.
"Vês? Eu não fiz nada. Foste muito injusto."
"eu sei. Peço desculpa. Não agi bem."
Considerando que é raríssimo o momento em que um Malfoy pede desculpa sinceramente, a família rapidamente perdoou. E foi então que Mrs. Weasley me chamou de parte e disse:
"Se quiseres podes ficar por cá. A Ginny já me contou mais ou menos a história, e penso que a Hermione vai ficar muito triste se acordar e não te vir. Podes dormir no sofá cama do quarto da Hermione. Que me dizes?"
"digo-lhe obrigado. É um convite irrecusável. Mas primeiro preciso de mandar uma coruja aos meus pais."
Mrs. Weasley olhou para mim preocupada.
"vais dizer-lhe que estás aqui? Isso não te causa problemas?"
"Não. Eu vou dizer que estou na casa de um amigo qualquer. Eles já estão habituados. É só para não ficarem preocupados. Já me perdoou por ter feito mal ao seu filho?"
"sabes, acho que estranhamente foi maior acto de coragem e amor que fizeste pela Hermione. E eu ponho as mãos no fogo em como os vossos sentimentos são verdadeiros."
A Mrs. Weasley é mesmo uma senhora muito simpática. Por vezes penso como seria como se tivesse nascido numa família como esta. Eu mudei muito com o passar dos anos. Pode dizer-se que comecei a abrir a pestana. Fui criado à imagem do meu pai. Frio, calculista, e mau. Mas depressa me apercebi que as coisas não são sempre resolvidas murmurando crucio. Tornei-me mais humano, mas posso dizer que ainda conservo muitas das características que me foram incutidas na infância. Já há muito tempo que amava a hermione, mas sempre me recusei a aceitar esse sentimento. Foi quando a vi naquele treino de Quidditch que todas as sensações voltaram. Eu aprendi a amar, e o meu coração é da Hermione.
Passámos a tarde a falar do jogo de Quidditch, mas o sentimento que mais pairava no ar era o de revolta pelo o que aconteceu à Hermione. A conversa do jogo era só para tentar disfarçar o indisfarçável. Perto da hora do jantar Mrs. Weasley apareceu com um tabuleiro.
"Meninos, vou lá acima levar um tabuleiro com uma comida leve para a Hermione. Daqui a pouco jantamos. Pode ser?"
Levantei-me rapidamente.
"deixe-me eu levar o tabuleiro. Ela vai ficar contente em ver-me."
"Tens razão Draco. Leva-lhe lá então. Mas nada de muitas conversas... ela tem que descansar. E por favor, vê se ela come bem. É o quarto da porta azul ao fundo do corredor."
"Fique descansada. Eu já venho."
Subi rapidamente as escadas e entrei no quarto da porta azul. Pousei o tabuleiro num cómoda que estava ao lado da porta. A Hermione estava com um pijama branco, e estava deitada tapada por um edredon de penas. Tinha a cara de lado, e os cabelos cheios de caracóis cor de chocolate estendiam-se pela almofada. Já não tinha maquilhagem. Agora parecia um anjo. Um anjo perfeito. Aproximei-me mais um pouco, peguei na mão que estava pendente do lado de fora da cama, e chamei levemente por ela.
"Mione... Mione..."
Ela abriu os olhos muito lentamente, e olhou para mim durante algum tempo.
"Draco... onde estamos?"
"Estamos na Toca dos Weasleys. Sentes-te melhor?"
"Dói-me a cabeça... não me lembro como vim cá parar..."
Ela parecia muito confusa.
"vou fazer-te uma poção para isso, mas primeiro tens que comer. Ok?"
"Não me apetece Draco..."
"Mas tem que apetecer. Tens que te alimentar senão ficas fraca."
Levantei-me para ir buscar o tabuleiro, mas ela voltou a falar.
"Draco..."
Virei-me para voltar a falar com ela.
"Diz amor."
"Promete-me que nunca mais sais de ao pé de mim. Não quero que aquela cena se volte a repetir. Tenho tanto medo dele..."
sentei-me na cama ao lado dela, mas primeiro afastei a perna dela cuidadosamente.
"Achas que já me consegues contar o que se passou? Não precisas de dizer. Não te quero pressionar. Tudo tem o seu tempo."
"Mas eu quero contar-te. Eu lembro-me de tudo... "
Ela ajeitou-se na cama, levantando-se mais, para ficar à minha altura. E então começou a relatar o que se lembrava do acontecimento.
"Eu estava à tua espera. Depois de falar com a Ginny, ouvi a voz dele por detrás de mim, e tinha varinha apontada para mim. Ele disse que me queria e que me ia ter, e disse para eu ir com ele. Aí, eu disse que não, e comecei a andar para os balneários para te pedir ajuda. Mas tudo calmamente. Já tinha procurado o segurança mas ele não aparecia. Quase ninguém estava ali. Mas foi quando eu virei as costas que eu percebi que não ia ser assim tão fácil. Ele ia fazer-me um feitiço. Crucio. Mas eu virei-me rapidamente para o evitar. Por isso não tive outro remédio senão acompanhá-lo."
Hermione fez uma pausa para tirar alguns cabelos que lhe caíam para a cara. Eu segurava-lhe a mão.
"Então e depois? Para onde foram?"
"Depois saímos do estádio, e lá fora estava à nossa espera um carro antigo, preto. Ele mandou-me entrar primeiro. Lá dentro era tudo escuro. Os vidros eram fumados por isso não deixavam entrar muita luminosidade. Depois começámos a andar. Não vi quem estava a guiar. Ele... tentou beijar-me... sei lá mas o quê... disse-me palavras doces, disse que ele era a salvação, e com ele eu podia ter tudo o que eu quisesse. Era só acreditar nele. E dar- lhe uma nova esperança ao mundo..."
"um filho..."
"Sim. eu não fui na conversa, mas fingi que desejava mudar, e que sempre o desejara. Não sei se fiz bem... mas... cheguei a beijá-lo para ser mais realista... não foi sentido, mas deu um óptimo resultado. Ele ia levar-me para o castelo. Mas primeiro, como eu planeava escapar, perguntei-lhe se ele não queria ir almoçar uma vez que ele me tinha avisado que o castelo ainda ficava longe. Por isso parámos o carro, eu sai e enquanto ele falava com o tal motorista e preparei-me para correr. Ele ainda estava no carro, e eu já tinha corrido uns bons 20 metros. E de repente, vindo não sei de onde ele agarrou-me a cintura. Não sei como é que ele fez, porque ele ainda estava no carro. Foi... inacreditável."
"Não é nada de espantoso. Já vi os devoradores fazerem-no vezes sem conta. Eu próprio já o fiz várias vezes. São características que adquirimos. Rapidez, destreza, perspicácia. Mas é natural que te tenhas assustado. Mas continua. E depois como foi?"
Ela continuava a olhar para mim um pouco chocada depois de ter falado em devoradores e me ter referido como um.
"Ele chamou-me alguns nomes e perguntou-me se eu achava que ele era um ingénuozinho. Disse que calculava todos os meus movimentos. Foi muito agressivo. Agarrou-me pelo braço e arrastou-me até ao restaurante. Um restaurante horrível. Cheio de magia negra. Gente esquisita. Gente que fazia vénias a Scott."
Comecei a rebuscar na mente se alguma vez tinha estado em tal lugar. Era muito provável que sim. O meu pai já me tinha levado a todos os sítios macabros.
"Lembras-te do nome? Reparaste nisso?"
"Não. Não reparei. São poucos os pormenores que fixei."
"Ok. Não te preocupes com isso. E depois?"
"Depois sentámo-nos numa mesa ao canto. Ele começou a pedir comida a um empregado. Mas depois deu-se a hipótese da minha fuga. Uma mulher levantou- se e começou a berrar que lhe tinham roubado a carteira cheia de galeões. Instalou-se a confusão. Scott levantou-se para ver se podia fazer alguma coisa. Foi nesse momento que eu me esgueirei para a porta da cozinha e comecei a correr. Corri o mais que pude. Saí do restaurante e constatei que estava num beco sem saída. Tudo estava deserto. Eu tentava pensar claramente e friamente, mas não conseguia. Eu pensava que não me ia conseguir safar. Para piorar tudo, o Scott apareceu por trás de mim, atirou- me ao chão, rasgou-me as roupas, eu não aguentei e comecei a chorar e a gritar por ajuda. Nunca pensei que aqueles gritos fossem valer de alguma coisa. Mas mesmo a tempo apareceu aquele polícia. Salvou-me. Nem quero pensar o que teria sido. O Scott assim que o viu desapareceu simplesmente. Foi mais ou menos assim. Não me consigo lembrar de tudo. Depois só me lembrou de dar algumas indicações ao polícia, e chegar aqui."
"Já foi um grande esforço. Agora fica aqui um bocadinho que eu vou lá abaixo fazer-te uma poção. Já vais ficar boa. Está bem?"
"Vais ficar cá?"
"Vou. Durmo cá."
"E já avisaste os teus pais?"
"Ai! Ainda não avisei! Tenho que mandar uma coruja."
"Manda a Pandorinha."
"Pandorinha? É de quem?"
"É minha. Nunca foi utilizada porque é nova. Manda o recado por ela. Tenho q certeza que vai ficar feliz."
Hermione esboçou um sorriso maravilhoso. Ela era tudo para mim. Sem ela, acho que a minha vida não ia ter cor. Beijei a mão dela, levantei-me e pousei-lhe o tabuleiro no colo. Depois saí. Quando desci as escadas todos olhavam para mim em expectativa. Eu fiz um pequeno resumo do que tinha acontecido, e pedi autorização a Mrs. Weasley para utilizar a cozinha. Fiz a poção e mandei o bilhete pela Pandorinha. Quando me preparei para lhe levar a poção, ela apareceu na cozinha pelo seu próprio pé com o tabuleiro na mão. Tinha comido tudo.
"resolvi andar um pouco. Afinal não estou inválida. E com tanto mimo é natural que recupere depressa."
Ela pareci estar bem por fora, mas acredito que por dentro ela estava muito triste. Tirei-lhe o tabuleiro da mão, pousei-o na mesa, e envolvia-a num abraço que ela retribuiu com amor. Depois beijei-a com paixão.
"Olha, já te preparei a poção. Vais sentir-te mais feliz e bem-disposta. Toma"
Ela pegou no copo e bebeu tudo até ao fim. Depois virou-se para mim com uma cara um pouco assustada.
"Draco... há uma coisa que eu não te contei..."
"Diz Mione... o que foi?"
"O Scott disse-me uma coisa que me perturbou muito... acerca de ti. Tenho medo do que te possa acontecer..."
O meu coração começou a bater mais depressa. Fosse o que fosse que ela ia dizer não ia ser coisa boa.
"Fala depressa. Estás a deixar-me impaciente."
"Bom, o Scott disse que..."
Hermione teve que parar de falar, porque uma enorme coruja preta e com ar desafiador entrou na cozinha. Eu conhecia aquela coruja. Era a coruja de Scott. e trazia uma carta amarrada na pata. Hermione aproximou-se da coruja.
"De quem será? Não a conheço. Deixa ver."
"Espera. É do Scott. eu abro."
Eu abri a pequena carta. Mas não era a mim que ela estava endereçada... era à Hermione...
***********************************
Vamos lá aos agradecimentos!!!!
Pandora - o teu desejo foi concedido. A coruja chama-se Pandorinha. Gostaste? É uma homenagem à minha mãe das fanfictions. Eu tinha que utilizar a frase "Tu enojas-me" temos que agradecer ao teu irmão. Obrigada pela review!
Belinha - Fiquei muito contente por te agradar. Continua a ler! Obrigada pela review!
Ritinha - Tens razão. Agora o suspense é a minha vida! És a minha maior fã! Devo-te a minha existência, és a minha razão de viver lol Obrigada pela review!!!
Mário - se achaste que o capítulo era muito emocionante e cheio de surpresas, espera até veres os próximos capítulos. Obrigada pela review!
Claudinha - Foste tu que me inspiraste para este capítulo. Se não fosses tu, eu não feito a cena de pancada! Adoro-te maninha! Obrigada pela review
Samasia - Fiquei muito orgulhosa de ser a autora duma das primeiras histórias que leste. Ainda bem que gostaste! Obrigada pela review
Silvy - Calma rapariga! Não te mates! Não vale a pena, já tá aqui o capítulo. Obrigada pela review!
******************************
Nota de autor2 - espero que tenham gostado do capítulo. Mas deixo aqui uma promessa: o 7º capítulo vai ter muita acção e surpresas totalmente inesperadas... vale a pena esperarem para ler! Vai ser o melhor (na minha opinião, claro!). Ah! É verdade para mim as vossas reviews foram o meu melhor presente de Páscoa!!! Deixem mais ;) Obrigada a todos. Jokas pa tds
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Há muito tempo que não me sentia tão feliz... a Hermione... minha. Agora posso afirmar, com toda a certeza, que de facto o amor e o ódio são os sentimentos que mais rapidamente trocam posições. Há uns anos atrás eu nunca imaginaria isto. Mas agora o que eu mais queria era despachar-me depressa para poder ir almoçar com a minha Hermione. Sabe tão bem dizer... a minha Hermione. Pouco tempo depois de ela ter saído, dirigi-me ao balneário para tomar um duche rápido, dei uma olhada para o exterior e vi que ela estava com a Weasley. Só espero que essa não lhe meta ideias estúpidas na cabeça...
Os meus colegas de equipa olhavam para mim com cara de parvos, imaginando por que raio eu estava tão feliz se tinha acabado de perder um jogo importantíssimo. Mas eu tinha razões. Se tinha...
Mas para mal dos meus pecados, o treinador chegou, e todos já adivinhávamos o tradicional discurso pós-jogo. Ouvi tudo o que ele tinha a dizer, o que ainda demorou uns bons 15 minutos. Depois vesti-me rapidamente, e estava pronto para ir ter com a Hermione.
Saí para o exterior, e os meus olhos percorriam tudo à procura dela. Mas... nada. Onde será que ela se meteu? Tem calma Draco... ela vai aparecer. As bancadas... nada... nenhuma rapariga nem sequer parecida com a hermione estava lá... O segurança deve saber qualquer coisa.
"Stuart! Viste uma rapariga de cabelo castanho comprido, muito bonita, de estatura média?"
Stuart virou-se lentamente com o seu ar pachorrento habitual. E é tão feio... caramba, se eu fosse assim, processava a minha mãe. Depois respondeu-me num hálito que tinha um misto de tabaco e álcool... deveras nojento...
"uma que foi lá dentro falar contigo?"
"sim! É isso mesmo. Viste-a? Ela há uns 10 minutos estava aqui a falar com uma ruiva. Ela depois saiu? Falou contigo?"
"Eu via-a com a ruiva. Mas eu depois tive que ir à casa-de-banho e não vi mais nada. Quando aqui cheguei já não estava cá ninguém."
"Óptimo..."
Ok. A hermione desapareceu depois ter falado com a Weasley... por isso, aquela estúpida deve ter-lhe feito uma lavagem ao cérebro do género "Não Hermione, não te iludas, o Draco é mau, ele vai trair-te, não confies nele" merda! Ela conseguiu! Mas como é que a Hermione foi na conversa dela? Tenho que ir imediatamente àquela toca de Weasleys ver se ela tá lá. Tirem-me tudo, mas a Hermione, eu luto até ao fim!
Entrei no compartimento dos cacifos, peguei no meu saco, e na minha vassoura. Depois encolhi o saco para ficar do tamanho duma moeda, meti-o no bolso, e saí de vassoura em punho. Quando cheguei à relva pus-me em cima da vassoura e comecei a voar. Não demorei muito a chegar à toca, sendo a minha vassoura do modelo mais rápido do mundo. Desci atabalhoadamente e entrei na porta que dava para a cozinha. Estava tão nervoso que nem reparei que derrubei uma jarra cheia de água que estava do lado de fora da casa. Na cozinha dos Weasleys estavam todos a almoçar... menos a Hermione. E ficaram pasmados quando eu entrei de rompante na cozinha.
"A Hermione?!!! O que é que lhe disseram?!!!"
A Mrs. Weasley olhava para mim atónita. E levantou-se da cadeira.
"tem calma Draco... o que se passa?"
também o Ron se levantou de imediato.
"O que é que queres dizer?! Era suposto ela estar a almoçar contigo!"
"Pois era... mas... surpresa!!! Parece que não está!!!"
Harry agarrava Ron pelo ombro. Também ele se tinha levantado. Assim como Fred, George, e Ginny.
"Ginny o que é que lhe disseste? Tu foste a última pessoa a estar com ela!"
"Não achas que estás a exagerar Draco?"
Disse Harry calmamente olhando-me nos olhos.
"Não, não acho! Sei muito bem que a Ginny faz figas para que a Hermione não seja feliz comigo!"
"Não sejas injusto! O que eu disse à Hermione foi para ela ter cuidado. Mas eu entendi que ela só queria estar contigo. Nunca iria estragar isso!"
Mas eu continuei ignorando as palavras de defesa da Weasley.
"Grandes amigos... eu confiei em vocês e vocês tiraram-me a hermione. Estão contentes agora? Eu sei que todos me odeiam aqui... o Draco mau... o Draco devorador da morte... o Draco que nunca será bom para a Hermione. Não é assim?"
Ron avançou mais para mim e tinha o punho no ar. Mas se queria pancada, ia tê-la!
"Sabes Malfoy, se a minha irmã achou que tu não eras bom para a Hermione, Se calhar teve razão. E sabes porquê? Porque tu não vales nada, e a Hermione não é estúpida para te amar..."
Antes de ele poder fazer o que fosse, eu dei-lhe um valente murro no maxilar. Foi o primeiro murro duma série deles. Ron atacou-me atirando-me para o chão e saltou para cima de mim, sempre a esmurrar-me, mas pelo o que eu percebi, também Fred e George tentavam bater-me, mas eram impedidos por Ginny e Mr. Weasley que entretanto tinha chegado da sala. Harry tentava separar-nos mas sem sucesso. Mrs. Weasley não parava de se queixar, uma vez que antes de eu cair, dei um encontrão numa armário atrás de mim, e imensas peças de loiça caíram ao chão partindo-se. A situação estava invertida agora. Eu estava em cima de Ron e era eu que tentava esmurrá-lo. Mas depois Ron pegou num pedaço de vidro muito cortante e apontou-o ao meu olho, ficando a apenas milímetros. Foi o suficiente para eu ficar com a mão no ar, e engolir em seco. Ambos nos olhávamos com ódio nos olhos. O ódio que já há muito tempo estava guardado. Tentei levantar-me mas não consegui. O Weasley estava a prender-me as pernas com os joelhos. Por isso não perdi tempo e agarrei um pedaço de vidro também, apontando-o ao olho dele. Mas eu sabia que qualquer movimento que eu fizesse agora, significava ficar sem olho, e sabe-se lá mais o quê. Mas toda a raiva cessou quando se ouviu uma voz atrás de nós...
"O que é que se passa? Parem imediatamente!"
Ao ouvir a voz de Hermione, virei-me rapidamente e via-a à porta da cozinha. Ron estava tão boquiaberto quanto eu, e solto-me as pernas facilitando assim que eu me levantasse.
"Mione... o que se passou? Tu estás bem?"
Ela estava tudo menos bem. Tinha o manto enrolado e tremia de frio. Várias lágrimas desciam a cara dela. A maquilhagem que ela deve ter posto de manhã nos olhos, estava agora esborratada. Ela apoiava-se à ombreira da porta e não conseguia por o pé esquerdo no chão. Estava visivelmente abalada e via- se que ia desmaiar a qualquer momento. Por trás dela estava um muggle que tinha uma mão no ombro dela. Devia ser um polícia. Já tinha visto alguns na cidade, e sei distingui-los. Mr. Weasley desviou a atenção de Fred e George.
"Bem Malfoy, admitamos que essa pergunta não foi a mais inteligente. É obvio que ela não está bem."
Hermione ia mesmo desmaiar. Eu corri a ampará-la antes que ela se estatelasse no chão. Desmaiou nos meus braços. Mrs. Weasley também se aproximou prontamente.
"Deixa-me levá-la para cima. Eu trato dela. Fica tranquilo."
Mrs. Weasley olhou para mim ainda um pouco magoada pela luta com Ron. Ela e Ginny levaram a Hermione para cima. O policia muggle aproximou-se da entrada.
"Dão-me licença?"
Harry avançou para o polícia. Ele era o que tinha mais à-vontade para lidar com muggles. Eu tentei subir atrás de Hermione, mas George impediu-me dizendo que ela estava a ser bem tratada e para eu não interferir. Eu pelo menos confiava na Mrs. Weasley. Por isso decidi não fazer ondas e tentar saber o que lhe tinha acontecido pela boca do polícia muggle.
"Por favor entre. Esteja à vontade. Quer tomar alguma coisa?"
"Não é preciso, obrigado. Eu tenho que ser breve, uma vez que ainda tenho que me deslocar a Londres por causa de um assalto a um banco. Uma coisa caótica."
O polícia era gordo de cabelo castanho e parecia bastante simpático.
"Conhecem a Ms. Hermione Granger certo?"
"Sim conhecemos. Ela é nossa amiga há muito tempo. Por favor diga-nos o que se passou."
"Durante a minha ronda, eu vigio bairros londrinos bastante problemáticos. Estava a passar numa rua, que estava particularmente deserta, e ouvi alguns gritos de uma rapariga. Segui o som, e fui dar a um beco, onde estava um homem, que penso eu, estava a tentar violar a Ms. Granger. Quando o homem notou a minha presença, desapareceu. É incrível mas verdade. Ele simplesmente evaporou. Nunca vi nada assim. Logo depois apressei-me a socorrer Ms. Granger que estava num estado lastimoso. Perguntei-lhe se ela queria ir para a esquadra, onde trataríamos dela e ela podia prestar declarações. Mas ela recusou-se e disse que tudo o que queria era vir para cá. Pobrezinha. Estava muito confusa. Falava num tal de Draco, que estava à espera dela. Depois ela indicou-me o caminho, e viemos ter aqui."
" O Scott..."
Murmurei. Harry olhou para mim, e acenou com a cabeça. Como fui estúpido! A primeira pessoa que podia ter feito mal à Hermione era o Scott. O meu GRANDE amigo Scott. o filho perfeito para o meu pai. Aquele que sempre me roubou o lugar em tudo. O grande Senhor das Trevas. Só naquele momento me apercebi de como fui precipitado. Se a hermione não tivesse chegado a tempo, não sei o que teria acontecido. Foi tudo infrutífero. Devia ter pensado bem antes de fazer as coisas. E eu que não ponha as mãos no Scott! Juro que o mato! O policia olhava impaciente para mim e para o Harry.
"têm suspeitas de quem é? É melhor apresentarem queixa. Vão por mim..."
Harry e eu trocamos um olhar. A policia nunca iria conseguir resolver o problema. Era apenas mais um monte de pessoas para o Scott gozar.
"é o namorado dela. Eles têm alguns problemas. Nada de especial. Não se preocupe. Mas falamos com ele hoje. Obrigada por tudo. Foi muito amável."
O polícia olhou desconfiado para nós.
"bem, se têm assim tanta certeza, não tenho mais nada a fazer aqui. Se mudarem de ideias não se esqueçam de passar na esquadra. Espero que a menina fique bem. Boa tarde."
Harry acompanhou o policia até ao carro. Todos os restantes olhavam para mim com um ar desiludido.
"Parabéns Malfoy! és um perfeito idiota."
"eu precipitei-me. Desculpa Ron. Não te devia ter agredido."
Ron olhava para o chão impaciente.
"Deixa lá. Eu também provoquei. Estava a pedi-las. Devia ter medido melhor as palavras. Também tenho que pedir desculpa."
Ouvi um barulho nas escadas, voltei-me para ver quem era e vi que era Ginny e Mrs. Weasley.
"Então, o que aconteceu? Ela não nos disse nada. Está muito confusa. Estivemos a limpá-la e a vestir-lhe o pijama. Ela tinha as roupas todas rasgadas. Só o manto sobreviveu. Agora está a descansar. Está quase a adormecer."
Mr. Weasley contou tudo às duas ruivas. No fim Ginny estava furiosa comigo.
"Vês? Eu não fiz nada. Foste muito injusto."
"eu sei. Peço desculpa. Não agi bem."
Considerando que é raríssimo o momento em que um Malfoy pede desculpa sinceramente, a família rapidamente perdoou. E foi então que Mrs. Weasley me chamou de parte e disse:
"Se quiseres podes ficar por cá. A Ginny já me contou mais ou menos a história, e penso que a Hermione vai ficar muito triste se acordar e não te vir. Podes dormir no sofá cama do quarto da Hermione. Que me dizes?"
"digo-lhe obrigado. É um convite irrecusável. Mas primeiro preciso de mandar uma coruja aos meus pais."
Mrs. Weasley olhou para mim preocupada.
"vais dizer-lhe que estás aqui? Isso não te causa problemas?"
"Não. Eu vou dizer que estou na casa de um amigo qualquer. Eles já estão habituados. É só para não ficarem preocupados. Já me perdoou por ter feito mal ao seu filho?"
"sabes, acho que estranhamente foi maior acto de coragem e amor que fizeste pela Hermione. E eu ponho as mãos no fogo em como os vossos sentimentos são verdadeiros."
A Mrs. Weasley é mesmo uma senhora muito simpática. Por vezes penso como seria como se tivesse nascido numa família como esta. Eu mudei muito com o passar dos anos. Pode dizer-se que comecei a abrir a pestana. Fui criado à imagem do meu pai. Frio, calculista, e mau. Mas depressa me apercebi que as coisas não são sempre resolvidas murmurando crucio. Tornei-me mais humano, mas posso dizer que ainda conservo muitas das características que me foram incutidas na infância. Já há muito tempo que amava a hermione, mas sempre me recusei a aceitar esse sentimento. Foi quando a vi naquele treino de Quidditch que todas as sensações voltaram. Eu aprendi a amar, e o meu coração é da Hermione.
Passámos a tarde a falar do jogo de Quidditch, mas o sentimento que mais pairava no ar era o de revolta pelo o que aconteceu à Hermione. A conversa do jogo era só para tentar disfarçar o indisfarçável. Perto da hora do jantar Mrs. Weasley apareceu com um tabuleiro.
"Meninos, vou lá acima levar um tabuleiro com uma comida leve para a Hermione. Daqui a pouco jantamos. Pode ser?"
Levantei-me rapidamente.
"deixe-me eu levar o tabuleiro. Ela vai ficar contente em ver-me."
"Tens razão Draco. Leva-lhe lá então. Mas nada de muitas conversas... ela tem que descansar. E por favor, vê se ela come bem. É o quarto da porta azul ao fundo do corredor."
"Fique descansada. Eu já venho."
Subi rapidamente as escadas e entrei no quarto da porta azul. Pousei o tabuleiro num cómoda que estava ao lado da porta. A Hermione estava com um pijama branco, e estava deitada tapada por um edredon de penas. Tinha a cara de lado, e os cabelos cheios de caracóis cor de chocolate estendiam-se pela almofada. Já não tinha maquilhagem. Agora parecia um anjo. Um anjo perfeito. Aproximei-me mais um pouco, peguei na mão que estava pendente do lado de fora da cama, e chamei levemente por ela.
"Mione... Mione..."
Ela abriu os olhos muito lentamente, e olhou para mim durante algum tempo.
"Draco... onde estamos?"
"Estamos na Toca dos Weasleys. Sentes-te melhor?"
"Dói-me a cabeça... não me lembro como vim cá parar..."
Ela parecia muito confusa.
"vou fazer-te uma poção para isso, mas primeiro tens que comer. Ok?"
"Não me apetece Draco..."
"Mas tem que apetecer. Tens que te alimentar senão ficas fraca."
Levantei-me para ir buscar o tabuleiro, mas ela voltou a falar.
"Draco..."
Virei-me para voltar a falar com ela.
"Diz amor."
"Promete-me que nunca mais sais de ao pé de mim. Não quero que aquela cena se volte a repetir. Tenho tanto medo dele..."
sentei-me na cama ao lado dela, mas primeiro afastei a perna dela cuidadosamente.
"Achas que já me consegues contar o que se passou? Não precisas de dizer. Não te quero pressionar. Tudo tem o seu tempo."
"Mas eu quero contar-te. Eu lembro-me de tudo... "
Ela ajeitou-se na cama, levantando-se mais, para ficar à minha altura. E então começou a relatar o que se lembrava do acontecimento.
"Eu estava à tua espera. Depois de falar com a Ginny, ouvi a voz dele por detrás de mim, e tinha varinha apontada para mim. Ele disse que me queria e que me ia ter, e disse para eu ir com ele. Aí, eu disse que não, e comecei a andar para os balneários para te pedir ajuda. Mas tudo calmamente. Já tinha procurado o segurança mas ele não aparecia. Quase ninguém estava ali. Mas foi quando eu virei as costas que eu percebi que não ia ser assim tão fácil. Ele ia fazer-me um feitiço. Crucio. Mas eu virei-me rapidamente para o evitar. Por isso não tive outro remédio senão acompanhá-lo."
Hermione fez uma pausa para tirar alguns cabelos que lhe caíam para a cara. Eu segurava-lhe a mão.
"Então e depois? Para onde foram?"
"Depois saímos do estádio, e lá fora estava à nossa espera um carro antigo, preto. Ele mandou-me entrar primeiro. Lá dentro era tudo escuro. Os vidros eram fumados por isso não deixavam entrar muita luminosidade. Depois começámos a andar. Não vi quem estava a guiar. Ele... tentou beijar-me... sei lá mas o quê... disse-me palavras doces, disse que ele era a salvação, e com ele eu podia ter tudo o que eu quisesse. Era só acreditar nele. E dar- lhe uma nova esperança ao mundo..."
"um filho..."
"Sim. eu não fui na conversa, mas fingi que desejava mudar, e que sempre o desejara. Não sei se fiz bem... mas... cheguei a beijá-lo para ser mais realista... não foi sentido, mas deu um óptimo resultado. Ele ia levar-me para o castelo. Mas primeiro, como eu planeava escapar, perguntei-lhe se ele não queria ir almoçar uma vez que ele me tinha avisado que o castelo ainda ficava longe. Por isso parámos o carro, eu sai e enquanto ele falava com o tal motorista e preparei-me para correr. Ele ainda estava no carro, e eu já tinha corrido uns bons 20 metros. E de repente, vindo não sei de onde ele agarrou-me a cintura. Não sei como é que ele fez, porque ele ainda estava no carro. Foi... inacreditável."
"Não é nada de espantoso. Já vi os devoradores fazerem-no vezes sem conta. Eu próprio já o fiz várias vezes. São características que adquirimos. Rapidez, destreza, perspicácia. Mas é natural que te tenhas assustado. Mas continua. E depois como foi?"
Ela continuava a olhar para mim um pouco chocada depois de ter falado em devoradores e me ter referido como um.
"Ele chamou-me alguns nomes e perguntou-me se eu achava que ele era um ingénuozinho. Disse que calculava todos os meus movimentos. Foi muito agressivo. Agarrou-me pelo braço e arrastou-me até ao restaurante. Um restaurante horrível. Cheio de magia negra. Gente esquisita. Gente que fazia vénias a Scott."
Comecei a rebuscar na mente se alguma vez tinha estado em tal lugar. Era muito provável que sim. O meu pai já me tinha levado a todos os sítios macabros.
"Lembras-te do nome? Reparaste nisso?"
"Não. Não reparei. São poucos os pormenores que fixei."
"Ok. Não te preocupes com isso. E depois?"
"Depois sentámo-nos numa mesa ao canto. Ele começou a pedir comida a um empregado. Mas depois deu-se a hipótese da minha fuga. Uma mulher levantou- se e começou a berrar que lhe tinham roubado a carteira cheia de galeões. Instalou-se a confusão. Scott levantou-se para ver se podia fazer alguma coisa. Foi nesse momento que eu me esgueirei para a porta da cozinha e comecei a correr. Corri o mais que pude. Saí do restaurante e constatei que estava num beco sem saída. Tudo estava deserto. Eu tentava pensar claramente e friamente, mas não conseguia. Eu pensava que não me ia conseguir safar. Para piorar tudo, o Scott apareceu por trás de mim, atirou- me ao chão, rasgou-me as roupas, eu não aguentei e comecei a chorar e a gritar por ajuda. Nunca pensei que aqueles gritos fossem valer de alguma coisa. Mas mesmo a tempo apareceu aquele polícia. Salvou-me. Nem quero pensar o que teria sido. O Scott assim que o viu desapareceu simplesmente. Foi mais ou menos assim. Não me consigo lembrar de tudo. Depois só me lembrou de dar algumas indicações ao polícia, e chegar aqui."
"Já foi um grande esforço. Agora fica aqui um bocadinho que eu vou lá abaixo fazer-te uma poção. Já vais ficar boa. Está bem?"
"Vais ficar cá?"
"Vou. Durmo cá."
"E já avisaste os teus pais?"
"Ai! Ainda não avisei! Tenho que mandar uma coruja."
"Manda a Pandorinha."
"Pandorinha? É de quem?"
"É minha. Nunca foi utilizada porque é nova. Manda o recado por ela. Tenho q certeza que vai ficar feliz."
Hermione esboçou um sorriso maravilhoso. Ela era tudo para mim. Sem ela, acho que a minha vida não ia ter cor. Beijei a mão dela, levantei-me e pousei-lhe o tabuleiro no colo. Depois saí. Quando desci as escadas todos olhavam para mim em expectativa. Eu fiz um pequeno resumo do que tinha acontecido, e pedi autorização a Mrs. Weasley para utilizar a cozinha. Fiz a poção e mandei o bilhete pela Pandorinha. Quando me preparei para lhe levar a poção, ela apareceu na cozinha pelo seu próprio pé com o tabuleiro na mão. Tinha comido tudo.
"resolvi andar um pouco. Afinal não estou inválida. E com tanto mimo é natural que recupere depressa."
Ela pareci estar bem por fora, mas acredito que por dentro ela estava muito triste. Tirei-lhe o tabuleiro da mão, pousei-o na mesa, e envolvia-a num abraço que ela retribuiu com amor. Depois beijei-a com paixão.
"Olha, já te preparei a poção. Vais sentir-te mais feliz e bem-disposta. Toma"
Ela pegou no copo e bebeu tudo até ao fim. Depois virou-se para mim com uma cara um pouco assustada.
"Draco... há uma coisa que eu não te contei..."
"Diz Mione... o que foi?"
"O Scott disse-me uma coisa que me perturbou muito... acerca de ti. Tenho medo do que te possa acontecer..."
O meu coração começou a bater mais depressa. Fosse o que fosse que ela ia dizer não ia ser coisa boa.
"Fala depressa. Estás a deixar-me impaciente."
"Bom, o Scott disse que..."
Hermione teve que parar de falar, porque uma enorme coruja preta e com ar desafiador entrou na cozinha. Eu conhecia aquela coruja. Era a coruja de Scott. e trazia uma carta amarrada na pata. Hermione aproximou-se da coruja.
"De quem será? Não a conheço. Deixa ver."
"Espera. É do Scott. eu abro."
Eu abri a pequena carta. Mas não era a mim que ela estava endereçada... era à Hermione...
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Vamos lá aos agradecimentos!!!!
Pandora - o teu desejo foi concedido. A coruja chama-se Pandorinha. Gostaste? É uma homenagem à minha mãe das fanfictions. Eu tinha que utilizar a frase "Tu enojas-me" temos que agradecer ao teu irmão. Obrigada pela review!
Belinha - Fiquei muito contente por te agradar. Continua a ler! Obrigada pela review!
Ritinha - Tens razão. Agora o suspense é a minha vida! És a minha maior fã! Devo-te a minha existência, és a minha razão de viver lol Obrigada pela review!!!
Mário - se achaste que o capítulo era muito emocionante e cheio de surpresas, espera até veres os próximos capítulos. Obrigada pela review!
Claudinha - Foste tu que me inspiraste para este capítulo. Se não fosses tu, eu não feito a cena de pancada! Adoro-te maninha! Obrigada pela review
Samasia - Fiquei muito orgulhosa de ser a autora duma das primeiras histórias que leste. Ainda bem que gostaste! Obrigada pela review
Silvy - Calma rapariga! Não te mates! Não vale a pena, já tá aqui o capítulo. Obrigada pela review!
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Nota de autor2 - espero que tenham gostado do capítulo. Mas deixo aqui uma promessa: o 7º capítulo vai ter muita acção e surpresas totalmente inesperadas... vale a pena esperarem para ler! Vai ser o melhor (na minha opinião, claro!). Ah! É verdade para mim as vossas reviews foram o meu melhor presente de Páscoa!!! Deixem mais ;) Obrigada a todos. Jokas pa tds
