Disclaimer: O Harry não pertence a mim, ninguém pertence a mim, isso todo mundo sabe. E a música, Obvious, é da Christina Aguilera, então tbm não é minha ;-) R/R!!!

Claro em minha mente

Abraçada com Harry em um corredor a meia luz ela temia. Não que a festa fosse atacada e sua condição de inominável fosse descoberta, ou até que ela fosse aprisionada pelos comensais da morte e sim que as batidas de seu coração e o tom de sua voz denunciassem seus sentimentos. Ou pior ainda, que ela deixasse escapar algo que revelasse sua paixão. Não, ele jamais deveria ficar sabendo daquilo, era uma regra que Hermione tinha imposto a si mesma. Cada vez ficava mais difícil esconder, e dois ou três olhares de conhecidos e amigos tinham lhe dito que eles desconfiavam e demais.

"Can't you here it in my voice (você pode ouvir na minha voz?)

Was it something I let slip (foi alguma coisa que deixei escapar)

Does the whole world knows (o mundo inteiro sabe?)

Isn't it obvious (Não é óbvio?)"

Ele estava ali, entre seus braços, frágil demais. Ela poderia beija-lo se quisesse, mas ela sabia que não deveria. Ele era louco pela outra, por sua namoradinha. Não, Hermione não podia e não tinha como concorrer com Julie Dimps. Não haviam formas de conquista-lo e ela não queria arriscar a rejeição e que aquela amizade se abalasse.

"Eu te amo, sabia?" ela murmurou.

"Eu sei." ele respondeu.

Seu coração bateu em alerta. Estaria tão evidente que até o sempre tão distraído Harry tinha percebido? Estaria escrito em sua testa? Seria tão óbvio?

"I'm the one who's in control (sou eu que estou no controle)

Now I'm acting like a fool (e agora estou agindo como uma tola)

Do my feeling shows (os meu sentimentos transparecem?)

Is my face aglow (meu rosto é um anuncio?)

Isn't it obvious (Não é óbvio?)"

"Como assim -eu sei-" perguntou assustada.

"Tantos anos de amizade, eu acreditava que você me amava, como eu também te amo, como irmão"

Por um instante ela quis chorar desesperadamente, queria não ter ouvido aquilo. Ódio era mais próximo do amor que ela desejava do que a fraternidade da paixão.

"Não fique dizendo como me ama." falou sem pensar.

"Porque?" ele perguntou.

Quase que ela respondeu "porque me dói ouvir esse irmão", mas faltou coragem.

"Porque não tem necessidade."

"That I don't know what I'm doing anymore (que eu não sei mais o que eu estou fazendo)

I'm feeling like a little girl, oh (estou agindo como uma menininha)

Caught up in emotions (pega pelas minhas emoções)

I'm out of control (estou fora de controle)

Isn't it obvious (Não é óbvio?)"

Harry franziu a testa e a encarou, mas Hermione fugiu de seus olhos. Ela não conseguia olhar dentro daqueles olhos tão verdes e puros sem desejar que eles tivessem um encanto apaixonado por ela e não um afeto paternal e sabia que seus próprios olhos não conseguiam mentir.

"Porque você está tremendo?"ele perguntou.

Hermione encarou aterrorizada suas próprias mãos tremendo sobre o peito do amigo. Ela podia sentir seu corpo esfriando com o terror.

"Estou com frio." ela falou.

Subitamente ela se deu conta da brisa de primavera entrando dentro de sua roupa. Aquilo a fazia desejar ainda mais Harry. Ela virou de costas para ele.

"Estou com fio, vamos entrar."

Ela tremia, não pelo frio e sim pelo medo. Logo ela não conseguiria mais esconder seus sentimentos.

"Do you see my hands they tremble (você vê minhas mãos ela tremem)

Wonder why I can't look you in the eyes (advinha porque eu não te olho nos olhos)

Don't know how long I can keep this inside (não sei por quanto tempo posso guardar isso dentro de mim)

Isn't it obvious? (não é óbvio?)"

Ela foi andando ouvindo o som de seus saltos batendo no piso. "O que é que eu estou fazendo?" ela pensou e virou de costas encarando Harry com coragem. Ele estava apenas a um passo dela, sob a sombra de uma grande árvore. Tinham pequenas flores em volta dos pés dele, vermelhas como sangue. Hermione se sentiu como se ainda fosse a menina de 12 anos atrás olhando pra ele pela primeira vez.

"Que?" ele perguntou chegando até ela.

"Nada." ela respondeu.

"O que você está pensando?"

Sentiu seu coração acelerar e suas faces enrubescerem. Tinha que ser sincera.

"That I don't know what I'm doing anymore(que eu não sei mais o que eu estou fazendo)

I'm feeling like a little girl, oh(estou agindo como uma menininha)

Caught up in emotions(pega pelas minhas emoções)

I'm out of control(estou fora de controle)

Isn't it obvious(não é óbvio?)"

"Em te..." "diga, anda, em te beijar!" "Em ti."- ela falou.- "Na falta que eu vou sentir nesse tempo que vou passar escondida."

"Maldito Voldemort."- Harry falou.- "Eu também vou sentir sua falta. É muito difícil ter que ficar sem aqueles que aprendemos a amar."

"Você pode honestamente dizer que me ama?"- perguntou ela com o coração contorcido.

"Para meus parâmetros, sim, posso dizer que te amo como amigo."

Ela sentiu o ar fugir dos pulmões tamanha dor daquele "amigo" e não soube controlar.

"Você não sabe como é horrível pra mim ter que ouvir esse amigo."

"Suddenly this emotions are in control of my heart (de repente as emoções estão no controle do meu coração)

You can see it in my eyes (você pode ver isso nos meus olhos)

Every face, every smile, must give me away (cada expressão, cada sorriso, deve me entregar)

I feel so much I can't hide (eu sinto tanto que não consigo esconder)"

Harry a olhou de um jeito estranho e sua voz saiu rouca.

"Não fale isso, você não sabe como foi difícil o quanto me custou pra dizer esse amigo."

"Me custou mais ainda ouvir."- disse ela com uma pequena esperança em sua melancolia.

"Não brinca, Mione..."

"Eu estou falando mais sério que nunca."

"Não faça isso, eu não quero que você goste de mim mais do que como um amigo, eu não quero que você se machuque, gostar de alguém como eu."

"Machucar?"

"Problemas, ser cassado por aí, aflição de não saber se estarei vivo amanhã..."

"Isso tudo eu já vivo... Não faz diferença, não me importa... Não faz mais diferença, eu não sei quando volto... Se volto..."

"Claro que faz, tudo que você sente faz diferença pra mim. E mesmo que a gente não se veja, não vai diminuir o que eu sinto por ti."

"Infelizmente, talvez."

"Não quero que você goste de mim, já basta que eu sofra sozinho, melhor que você seja feliz com alguém ao seu lado."

"Você? Sofrer? Porque?"

"Você sabe, eu

 não devo dizer."

"Diga."

"Não posso."

"Diga."

"Eu não posso! Pra que te dizer o que você já sabe, algo que provavelmente vai te machucar."- O coração de Hermione se apertou desesperançado.

"Fale. Fale para mim."

"Eu não posso te dar o que quero... Não enquanto ele pertencer a outra pessoa."

"Julie."

"Isso."

"Eu queria que você dissesse."

"Você sabe, e isso é o bastante."

"Se você prefere assim, você que manda, só me resta aceitar."

"Eu não mando e você não precisa aceitar, eu juro que queria poder dizer, mas não posso fazer isso com ela."

"Mas que droga, eu cansei de ser compreensiva, você pode fazer o que quiser, mas você não quer, então tudo bem, eu me calo, raios!"

"Hermione... Quando eu falo uma coisa... Eu não quero que sejam apenas palavras... Não quero que sejam apenas mentiras... Eu quero que sejam atos sinceros... E não posso esquecer o que já disse a ela."

"Não fale então. Eu aceito qualquer coisa."

"Droga... Agora quem cansou fui eu... Cansei sim... O que você quer ouvir??? O que já sabe?! Que eu te amo?!"

"Eu também te amo."- Hermione murmurou.

"That I don't know what I'm doing anymore(que eu não sei mais o que eu estou fazendo)

I'm feeling like a little girl, oh(estou agindo como uma menininha)

Caught up in emotions(pega pelas minhas emoções)

I'm out of control(estou fora de controle)

Isn't it obvious(não é óbvio?)"

"Eu não podia... Como eu posso... Se eu sou apaixonado pela Julie, como posso estar apaixonado por você?"

"Eu não sei.- ela falou baixinho."

"Mas eu te amo. E muito. E não é nem um pouco como irmã."

Ela levantou os olhos encarando os de Harry e se aproximou um pouco mais. As lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto, e também começavam a banhar o dele. Numa atitude protecionista, passou os braços em torno dos ombros dele, que a abraçou de volta. Por de trás dos óculos dele, seus olhos verdes brilhavam apaixonados. Ele foi abaixando o rosto na direção dela e ela fechou os olhos delicadamente então ele a beijou. Todas as suas células gritaram felizes, ela se sentiu viva como não se sentia desde que Victor tinha terminado com ela.

No meio do caos e da guerra a fadinha da felicidade tinha escolhido a ela, Hermione Granger. E por um minuto, ela soube que era a mulher mais feliz do mundo.

Eles se separaram e ela sussurrou com os lábios quase grudados nos dele.

"Eu também te amo muito."

Os olhos dele brilharam, mas foram interrompidos por Rony que chegava.

"Mione, vamos, o carro do ministério chegou."

"Adeus Harry."

"Adeus, Mione."

Com um olhar de despedida, ela seguiu Rony para ir embora da festa para seu esconderijo. A caçada a Hermione já começara e ela teria que deixar seu amado. Mas seu coração cantava feliz, "Harry me ama".

N/A: Ao Rapha, como todos meu H/Hr, só você me inspira para formar o casal mais impossível em minha mente. Cada momento, cada diálogo aqui respira você. E ao Caio, simplesmente porque me lembra você. Pequena e sem coragem tentando esconder