Disclaimer: O Hp todo mundo sabe q é da Rowling.... A música, In a little While, é do U2, coisa q eu só descobri hj ¬¬ Os versos "In a little while/ surely you'll be back/ in a little while/ I'll be there/ In a little while/ This will hurt no more" São da Telle e só dela, tá?! ;-)
N/A:Esse é um capítulo especial da minha série de songfics, H/Hr/R, um capítulo especial sobre a Gina.
Àqueles que amo, mais que qualquer coisa, meus irmãos...
Mulher dos Olhos Castanhos
"In a little while (em pouco tempo)
Surely you'll be back (certamente você vai voltar)"
- Logo você vai voltar...
Sussurrava Gina, pequena e inútil, no seu quarto, com seus poucos 16 anos, quando Harry fora para a batalha final e finalmente derrotara Voldemort. E era isso que ela murmurava quando ele saía em missão, quando, apesar da morte de Voldemort, os Comensais continuaram na ativa. Fora assim por anos, incansáveis anos de perigo que ele correu.
"In a little while (em pouco tempo)
I'll be there (eu estarei lá)"
***
"Eu sei que você deve estar triste e um pouco magoada. Mas eu tenho certeza que vai passar logo."
Tinha sido essa a resposta de Harry quando ela, aos quinze anos no auge de sua coragem, se declarara para ele. E os dias se transformaram em semanas, semanas em meses... Os meses em anos... E a dor, já não era a mesma, mas o amor... Era ainda maior. Ela não achava que fosse possível, mas era.
Não impedira seus passos, nem tentara prendê-lo a ela, mas o seguia, sempre. Era sua vontade estar do lado dele mesmo não sendo sua mulher. Aprendera a conviver com seus sentimentos, conservando-os sem se proibir de nada.
Mas nela ainda havia esperança, desejo e espera. Que um dia as coisas voltassem a ser como eram.
Se olhou no espelho e viu o reflexo de uma mulher cansada. Tinha trabalhado todo o dia e vira seu irmão partir atrás de sua namorada, chorara o sumiço da cunhada (de quem nunca gostara, mas temia por seu irmão) e investigara por todo o dia. Passou a mão por seus fios vermelhos, prendendo o cabelo atrás da orelha. Seus olhos castanhos estavam vermelhos de sono e cansaço. E melancólicos, como sempre foram os olhos de Gina Weasley.
"In a little while (em pouco tempo)
This hurt will hurt no more (essa ferida não doerá mais)
I'll be home, love (eu estarei em casa, amor)"
Deitou-se na cama, exausta demais para se despir. Ela sabia que Harry tornara a ir procurar Hermione, ela até o incentivara a fazê-lo. Amava Hermione como a uma irmã, de tal forma que não saberia guardar pra si só o homem que era o amor de ambas - e de Michelle, como jamais se esquecia. Ele era de Hermione por direito, pois era a ela que ele amava. Podia demorar uma eternidade até que ele voltasse derrotado. Mas no fim, quem tinha saído não tinha sido ela? Não fora ela quem o mandara fazer o certo, e resolvera silenciar-se? Ela era quem deveria voltar.
Temia apenas que quando ela voltasse, ele não estivesse lá, que não se voltasse para ela no fim. Apenas imaginar aquilo trazia uma dor tão intensa e dilacerante que fazia ela ouvir o grito de seu próprio coração partido.
- Você vai estar lá? - murmurou febrilmente.
Sua respiração era tensa e dolorida, como se tivesse sido mortalmente ferida. E a dúvida era sua ferida mortal, lhe tirando a vida a cada dia.
"When the night takes a deep breath (quando a noite respirar fundo)
And the daylight has no end (e a luz do dia não terminar)
If I crawl, if I come crawling home (e eu me arrastar, se eu vier pra casa me arrastando)
WiIl you be there?(você vai estar lá?)"
Ela se deixou ficar deitada ali, por horas e horas sem fim. Amanheceu sem que ela se levantasse, apenas respirava, perdida em pensamentos que se alteravam rápidos como beija-flores no ar. Era sexta-feira, amanheceu sábado e ela não tinha porque levantar.
Algumas vezes foi ao banheiro e uma ou duas vezes pegou um copo d'água. Passou todo o tempo pensando em tudo sem pensar em nada. Sentia angústia, dor, dúvida. Era uma fortaleza ruída, tombada no chão.
As horas passavam rápidas para ela, mergulhada em sua própria mente, temendo e desejando a loucura igualmente. Subitamente, ouviu um movimento na lareira e virou-se para conseguir ver a sala. Parado no meio dela, estava Draco, limpando suas vestes das cinzas.
-Está em casa, Weasley?- ele perguntou antes de vê-la.
-Não sabia que você vinha.- ela falou rouca.
-Apareci na lareira e te chamei muitas vezes, como você não aparecia, usei o flú.
-Não te ouvi.
-O que estava fazendo?- ele perguntou indo pro quarto.
-Pensando.
Ele olhou para as vestes dela, as mesmas que ela vestia quando deixara o trabalho e tornou a encará-la preocupado.
- Não comeu nem se trocou? Meu Deus, Gina, essa sua obsessão pelo Potter vai acabar te matando!
"In a little while (em pouco tempo)
I will blow by every breeze (eu voarei com qualquer brisa)
Friday night running (noite de sexta se transformando)
To Sunday on my knees (em domingo aos meus pés)"(n/a:seria joelhos, mas pés faz mais sentido)
Draco conseguiu convencê-la de entrar no banho, e enquanto o tomava, ela pensava em tudo, tudo sobre Harry.
-Eu falava- ele ria contando- a Gina?- Cara, tire os olhos dela, eu conheço essa menina desde pequena! Eu agia muito como irmão mais velho
Ela tinha rido, mas seus olhos eram sempre tristes.
-Uma vez.- ele falou calmo.- Malfoy me perguntou se você tinha sempre tido esses olhos tristes. Não, eles não foram sempre assim. Antes da Câmara Secreta eles eram alegres e cheios de vida, mas hoje...
Gina se sentiu terrível por ter olhos tristes. Não tinha como controlar isso, e doía ver que Harry sofria também pela sua tristeza.
- Hoje eles são lindamente melancólicos.- ele falou baixinho e beijou seus lábios de leve. Ela sabia que aquilo era apenas um consolo, mas voou alto mesmo assim.
"That girl, that girl (essa menina, essa menina)
She's mine (ela é minha)
And I've know her since (e eu a conheço desde)
Since you were a little girl (desde que ela era uma menininha)
With Spanish eyes (com seus "olhos espanhois")
Oh, when I saw her (quando eu a vi)
In a pram they pushed her by (a carregavam em um carrinho)"
Harry olhara nos olhos dela, e havia fogo no seu olhar. Ele aproximou sua boca do ouvido dela, e falou baixinho:
-Eu não amo mais Hermione.-ele falou, e ela sentiu verdade em seu olhar.
-Mentira.- ela falou por impulso, se afastando.
-Eu não amo mais a Hermione.- ele repetiu, olhando nos olhos dela. Gina tremeu.
-Eu te amo, Harry.
-Eu jamais consegui evitar corresponder.- ele falou e puxou- a pra junto de si e beijando-a febrilmente.
Eles se beijavam, e trocaram carinhos e carícias. Havia anos que ela esperara por isso, por ele e por ninguém mais. Ela não o impedia de nada, ardia também
-Meu Deus, como você cresceu... - ele falou rindo candidamente da nudez dela.
-Eu não sou mais uma menininha.- ela falou baixinho, enquanto arrebentava os botões das vestes dele.
"My, how you've grown (Deus, como você cresceu!)
Well it's been (bom tem...)
It's been a little while (tem um tempinho)"
Gina lembrava, e sem perceber, deixou o corpo escorregar pela parede, se sentando encolhida debaixo do chuveiro. Doía demais lembrar daquilo tudo, e saber que ele estava nos braços dela mais uma vez. Ela acreditara! Acreditara nele! Quantas e quantas vezes... Rony sempre dissera a ela para se afastar, que Harry estava a possuindo como uma doença, um vírus entranhado em suas veias tão fundo quanto poderia.
Harry tinha um fraco por bebidas. Michelle tinha um fraco por depressão. Hermione era viciada em precauções. Mas ela, ela não, ela era viciada em uma pessoa, e ela não sabia se livrar desse vício. Um grito fugiu de sua garganta e libertou as lágrimas que ela vinha guardando. Era um grito tão desesperado e profundo, que pode ser ouvido da rua. A porta do banheiro abriu no mesmo instante. Gina soluçava. Draco abriu a porta do Box e a viu ali, encolhida, indefesa e desesperada e sentiu seu coração se partir.
"Slow down my bleeding heart (desacelere meu coração que sangra)
Man dreams one day to fly(o homem sonha um dia voar)
A man takes a rocketship into the skys (um homem leva a nave espacial pelos céus)
He lives on starlets dying in the night (ele vive de figurações morrendo na noite)"
Draco a puxou pra si, a abraçando, enquanto ela continuava a soluçar desesperada. Ele passava a mão por seus cabelos, apertando o corpo pequeno dela contra si. Gina, indefesa, apenas chorava, e ouvir seu choro, era como sofrer um suplício interminável. Ele a amava, a amara desde que reparara naqueles cabelos ruivos e olhos tristes. Sempre tão competente e gentil. Aquela mulher que trabalhava com ele dia após dia, sempre inconsolável, sofrida, mas ainda sim fortaleza. Agora estava destruída em seus braços, mas não a amava nem um pouco menos.
"And follows in the trail (e segue nas trilhas)
The scatter of light (o rastro de luz)"
-Draco...- ela balbuciou um pouco depois. Ele a encarou escondendo o espanto. Apesar de muito amigos, ele jamais se tratavam somente pelo primeiro nome.- Por que eu resolvi amar alguém que não me ama?- ela perguntou, tremendo.
-Você não resolveu amá-lo. Você simplesmente amou-o.
-Não importa.- ela falou com uma risada sarcástica.- Quem quer que fosse que eu amasse, não seria correspondida... Nunca um homem me amou, Draco. Nunca.
-Não diga bobagens, Gina.- ele falou no ouvido dela.
-É a mais pura verdade.
-É mentira, Gina, bobagem.
-É verdade, você sabe...
-Eu te amo.- ele a cortou, mas ela não titubeou.
-Mentira.
Ele piscou atônito.
-Gina, é verdade, eu...
-Prove.-ela falou apenas olhando-o nos olhos.
Draco a puxou e a beijou, com todo o desejo que reprimira esses três anos. Se beijavam com urgência e dor.
"Turn it on (acenda isso)
Turn it on (acenda isso)
You turn me on (você me acende)"
Draco ergueu-a tirando-a do box, e sentou-a na bancada da pia. Ele fechou o chuveiro e pegou a toalha, começando a secá-la com cuidado. Secou suas costas e seus braços, secou seu rosto, hipnotizado pela mulher que tanto quisera. Gina não pensava em nada, apenas vivia aquele instante sem reagir ou raciocinar.
Ele a encarou por um instante, e ela beijou os lábios dele rapidamente, tornando a olhá-la nos olhos. O louro tornou a secá-la com a tolha devagar.
"Slow down my bleeding heart (desacelere meu coração que sangra)
Slowly, slowly love(devagar, devagar amor)"
Gina fechou os olhos enquanto ele passava a toalha por seu colo, seus seios, sua barriga, suas pernas. Ambos estavam atordoados. Draco a beijou com fúria e paixão, um beijo passional e intenso.
Sem conseguir se controlar, Draco começou a beijar o pescoço dela, e seu colo, e seus beijos sedentos do corpo dela iam descendo por sua pele dourada, descendo em direção dos pelos rubros. Gina estava tonta, confusa, mas não queria que ele parasse de jeito nenhum, queria mais, queria volúpia e amor.
"Slow down my bleeding heart (desacelere meu coração que sangra)
Slowly, slowly love (devagar, devagar amor)"
Mas então ele parou e tornou a fitá-la por alguns instantes antes de procurar seus lábios com um beijo doce, delicado e sincero. Ela abriu seus olhos castanhos, se mirando nas orbes cinzentas a sua frente.
-Eu te amo, Virginia Weasley.- ele falou sério e tornou a pegá-la no colo, deitando-a na cama.- Se cuide.
Ele se endireitou e ela o mirou confusa.
-Por que parou?- falou embriagada.
-Se vamos começar, é melhor irmos devagar. Não há razão para pressa.
"Slow down my beating heart (desacelere meu coração que bate)
Slowly, slowly love (devagar, devagar amor)"
Mais uma vez sozinha, Gina sentiu a força de sua perturbação. Aqueles olhos verdes... "Eu não amo mais a Hermione."... Aqueles olhos cinzentos... "Eu te amo, Virginia Weasley"... Ela merecia aquela chance, não?!
E Draco também merecia.
Agora era a hora de tomar a verdadeira decisão.
N/A: A minha mana Telle... Minha eterna pequena Gina...
