Disclaimer: A musica é o Ed Motta... o Hp, da tia Rowling....
Caminhos
- Você não sabe o quanto eu esperei por isso - Ele falou soltando-a.
- Pelo quê? - Falou Hermione sem deixar de sorrir.
- Por voltar pra você - Ele falou tornando a prendê-la entre seus braços. - Não sabe a falta que eu senti, desse seu cheiro, do cheiro do seu cabelo lavado, do seu corpo... Desse sorriso que você me dá e dos teus olhos...
- Eu também senti tua falta, à minha maneira. Tudo que foi, voltou, mas você demorou demais...
- Você também demorou a abrir os braços de novo...
- Haviam vendas nos meus olhos e levezas ao meu lado - Ela falou momentaneamente séria, mas logo sorriu. - Já foi...
"Tudo passa e nada
De você passar aqui
Outras pernas
Nos enganam por aí"
Harry encostou a testa na dela, olhando-a dentro de seus olhos castanhos. Suspirou, parecendo exausto, como se carregasse um grande peso.
- Eu quero o perdão - Ele disse.
- Eu já disse, basta tentar.
Hermione o encarou novamente por um breve instante antes de fechar os olhos. Harry lhe parecia confusão e emoção em doses iguais como da primeira vez que disse a ela que a amava. Observando-a, ele tremeu. Eram os mesmos cílios longos, as mesmas sobrancelhas escuras, a mesma pele pálida, a mesma boca pequenina e grossa entreaberta, mas não era a mesma mulher que como irmã amara um dia. Era outra Hermione, e ao mesmo tempo não era. Tinha crescido, amadurecido e sua respiração tranqüila provava que estava, mais que qualquer vez antes, completamente certa sobre o que estava fazendo.
Os lábios dela se mexeram formando as palavras "eu amo você" e ele soube que já tinha o perdão desde que tornara a entrar naquela casa.
"Versos são fios submersos
Em ascensão
Vem pro sol quente
Vem e tente o perdão"
- Eu sempre te amei e a mais ninguém amei assim.
Mal acabou de falar, ele a beijou novamente... Um beijo passional, intenso, sedento do outro, desejando uma resposta total e a altura. Ela correspondia passando em seu beijo o mesmo fogo e a mesma chama inesgotável, indestrutível, firme e forte como um rochedo. Ela sabia que queria aquilo mais que qualquer coisa naquele instante. Não era mais uma menina confusa e cheia de emoções, era uma mulher e queria ser mulher... De Harry e de ninguém mais.
Os dois, Harry e Hermione, ambos sempre tão parecidos de alguma forma, tão comedidos e discretos, tinham crescido para serem muito diferentes. Eles pensavam diferente, agiam de forma diferente, mas só desejavam uma coisa e uma coisa em comum. Desejavam inteiramente um ao outro, serem um só pra sempre e nada mais. O sol começava a nascer naquele céu, tingindo-o em tons de amarelo, laranja e rosa. Eles apertavam os corpos um contra o outro, apertavam os lábios um contra o outro com tanta força que chegava a doer, mas ele não ligava. Os dedos dela pressionavam suas costas tão forte que haviam marcas vermelhas nele que ficavam mais arroxeadas nos pontos aonde ela tinha cravado as unhas.
Hermione respirava aquilo, aquela pureza e paixão tão típicas de Harry. Aquilo era oxigênio... Mas o excesso de oxigênio sufoca tanto quando a falta e ela se soltou dele abrindo a porta de casa e indo em direção ao jardim.
"Perché tu seu l'único amor
Luna e Será
Perché ti chiamo con ardore
La notte..."
Ele a seguiu e a abraçou por trás, observando a aurora junto com ela. Sorriam ambos, sentindo a pele se arrepiar sob o efeito da brisa da manhã que começava. Subitamente ela se encolheu mais dentro do abraço, Hermione olhava para o céu com lágrimas no olhar. Seguindo seus olhos pode ver uma coruja malhada de branco e marrom, que era a de Hermione, vindo com um envelope preto.
- Apolo. - Ela murmurou e a coruja pousou em seu ombro. Trémula, Hermione soltou a carta da coruja , que permaneceu quieta no mesmo lugar. Harry sabia o que era aquilo, era um aviso de óbito, que vinham sendo quase distribuídos desde o início da guerra. Com a coragem que era só dela, rasgou a lateral do envelope puxando o pergaminho e abrindo.
Sua visão falhava e ela nem conseguia ler, mas pode reconhecer a letra de Rony e respirou aliviada. Quase imediatamente parou de respirar. Será que tinha acontecido algo com Gina? Forçando sua visão mais ainda e tentando impedir as lágrimas que se formavam involuntariamente, leu:
"Mione;
Malfoy pegou Helen e eu vou atrás dele. Eu vou atrás dele custe o que custar... Se eu não voltar... Saiba que eu amo muito você. Cuide de Harry. Com Amor
Rony"
- Eles pegaram Sarender - Sussurrou.
- Então a perdemos - Ele respondeu deixando cair uma lágrima fria como o orvalho.
- Rony diz que vai atrás de Malfoy buscá-la - Disse soluçando. - Draco vai com ele, pelo menos eu suponho.
- Eles vão cumprir a missão deles, Mione, como eu cumpri a minha matando Voldemort.
Ela acenou, concordando, e ele beijou sua testa como adorava fazer.
"No caminho vejo
Um cortejo a luz do sol
Outras perdas
Nos conduzem por aí"
Se sentia segura e protegida dentro daquele abraço, não sentia medo, apesar de tudo. Estava triste por Sarender, e temerosa por Rony, mas não sentia MEDO. Era impossível ter medo de qualquer coisa nos braços de Harry. Apenas o desejava mais e mais, com sede e fome de sua presença, com ânsia e desespero daqueles beijos, com ardência e inocência na espera daquela posse.
Afundando seus dedos nos cabelos dele com uma força desnecessária, Hermione o beijou, dando vida e pedindo esperança. Dando certeza e pedindo perdão. Dando a si mesma e pedindo por ele. Deixando aquele novo dia, novo amanhã, nova história entrar e desejando aquilo tudo.
Ele ergueu a mão, acariciando seu rosto com delicadeza e lhe mostrou um copo-de-leite tão branco como ela jamais tinha visto. Pegou a flor sorrindo. ele não esquecera sua flor preferida, ele não a esquecera na verdade e era aquilo que aquela flor dizia. "Esse tempo todo, eu amei só a você", era isso que ela dizia. Hermione sabia, sempre soubera, e aquilo era o que dava a sua espera tranqüilidade, saber que ele iria voltar.
Levou a flor aos lábios e a beijou, como quem beija a fronte do próprio bebê. Beijou abençoando os caminhos que tinham tomado e que iriam tomar. Beijou com a alma aberta, aceitando mais uma vez seu perdão e perdoando-o por não ter lutado por ela.
- Os portos estão abertos?- Ele perguntou.
- Sempre estiveram e sempre estarão... Sempre amigos.
- E poderia eu atracar?
- Seu navio está preso ao porto e sempre esteve. Tem permissão, é claro, e até mais, o compromisso.
Harry sorriu e a beijou, a levantando no colo e rodando sua noiva no jardim. Não havia que pesar fosse forte o bastante para impedir que sua felicidade imensa se espalhasse e explodisse em cada fibra sua.
"Flores são
cores do remorso
Ou da paixão
Vem amor, entende
Vem e tente o perdão"
Estava deitada, sonolenta. O sol já invadia parte do quarto, perfurando as cortinas. Hermione olhou para Harry, que sorriu. Suado, cansado, com olheiras fundas e com certa dor no olhar, mas o sorriso sincero. Aquele era seu homem, o homem de sua vida, a quem estava ligada eternamente, de uma forma que nem a morte poderia separar.
Se inclinou sobre ele, permitindo que um cacho castanho bem claro caísse sobre seu rosto e sorriu. Passando a mão no rosto dele, sussurrou
"Porque tu és o único amor, lua e sol... Porque te amo com ardor, à noite..."
Ele pôs o dedo indicador sobre os lábios dela a silenciando. Então, sem mover o dedo, colou os lábios nos dela. Não queria mais palavras. Não precisava de mais palavras. Atos e olhares. Nada mais. Ela era o caminho dele.
"Perché tu seu l'único amor
Luna e Será
Perché ti chiamo con ardore
La notte..."
N/a: Que meloso, não? No entanto eu gostei bastante. Essa vai para a hiper melosa Laurinha, e para a mais boba, Luiza. Sempre acreditem, pois um dia, a poesia se torna nossa vida.
