Disclaimer: A música, Daniel na cova dos leões, não pertence a mim, já que eu não sou parte da Legião nem sou a reencarnação do Renato Russo *aliás, mesmo que fosse, pertenceria a minha vida anterior e não a mim... De qualquer forma, ele morreu mais de 11 anos depois que eu nasci* e o Harry Potter... Aff... Não tem o menor fim lucrativo, essa é uma obra meramente fictícia, qualquer semelhança de nomes ou fatos é mera coincidência. * eu sempre quis escrever isso* Ah, sim, os versos não estão em ordem... Estão na ordem que eu achei que fariam mais sentido para a história que eu desejava contar... Aliás, esse capítulo é algo à parte, fica bem no meio de Caminhos, como um grande parêntese pós-posto.
Dentre amor
"Faço nosso o meu segredo mais sincero"
Hermione olhou bem fundo nos olhos de Harry quando tornaram a entrar na casa, e não conseguia ainda evitar as lágrimas, mas falou baixinho para ele:
- Eu não gostava de Sarender. Nós trabalhávamos juntas, éramos amigas, mas na verdade não éramos... Éramos colegas, pessoas que o destino pôs juntas, mas que nada têm em comum... E depois que você foi se declarar a ela... Argh... Eu fiquei chateada... Eu fiquei arrasada... E quando o Rony... Bem... Eu tomei ainda mais nojo dela.
Harry a olhou com um ar de extrema reprovação.
- Ainda bem que ela é meiga demais pra ter raiva de pessoas como você, a quem ela nunca fez nada.
- Ela nunca me fez nada, mas sempre atrapalhou minha vida...
- Ela sempre atrapalhou sua vida? Ela estava sendo feliz com o namorado dela, Hermione, quem será que está atrapalhando agora?
"E sei que tua correnteza não tem direção."
- Harry, ela não faz mais diferença na minha vida. Vamos enterrar esse assunto.
- Melhor mesmo. - falou contrariado.
- Junto com ela. - murmurou ela, e nada ele ouviu.
Hermione andou até a janela e encarou a aurora mais uma vez. Havia raiva demais dentro dela. Não era justo, ele sempre protegia Sarender. E ela nunca estava certa. Nada do que ela fazia era suficientemente bom, suas atitudes jamais eram suficientemente honrosas, e jamais ela dizia coisas suficientemente sinceras. Quando mais jovem, sempre fora extremamente exigente consigo mesma, agora, mesmo que não fosse, sempre tinha Harry para criticar suas atitudes. Ele criticava demais.
Estranhamente, isso não afetava muito nela. Nem em suas atitudes, nem em seu humor, nem em sua confiança de que ela era a mulher que ele sempre desejaria. Sabia que ele tinha começado a amá-la apesar de todos aqueles defeitos, e como dissera Rony uma vez, "eu já conhecia todos eles, quando namoramos a primeira vez, aos 15 anos, e ainda os vejo. Sabia que era um risco, mas aceitei mesmo assim, porque valia a pena." Além disso, sentia dentro de si sempre a marca da promessa que Harry uma vez fizera. Ele sempre voltaria, ele jurou. Não por jura, não para agradá-la, mas porque aquilo era a verdade. Ele acabaria sempre se dirigindo para ela, afinal, ela era seu caminho natural.
"A insegurança não me ataca quando erro"
Harry se aproximou dela, e sabia muito bem como ela estava se sentindo. Parecia uma onda enorme em torno dela, raiva e decepção. Passou os braços em volta dela. Conhecia humanos bem o suficiente para dizer que aquilo tudo era apenas ciúmes. E conhecia Hermione bem o suficiente para dizer que ela não sabia perder. Não sabia, não tivera que aprender a não ser a melhor, a mais bem sucedida. Sempre fora a número um, fosse na escola, no trabalho, ou no sucesso amoroso. Ele sabia que era em grande parte responsável por esse despreparo, e sorriu. Ela era a número um pra ele, porque, ela era tão ciumenta (ainda mais que isso, ciumenta em silêncio.)
- Hermione, você já teve ciúmes de mim?
- Harry, você era meu melhor amigo. E às vezes me largava pra ficar perto de Rony, e me esqueciam, os dois. Óbvio que eu tinha ciúmes. Eu sempre me sinto enciumada quando não me dão atenção.
- Você entendeu muito bem, sabe que não é como amiga.
- Então é uma pergunta igualmente óbvia. Claro que não. Não sou ciumenta.
- Então por quê a cena por causa da Helen?
- Cena? Você que fez cena quando soube que eu não gostava dela!
- Eu só acho que você não tem motivo!
- EU só acho que a gente tinha enterrado o assunto!
"E desafio o instinto dissonante."
Ele a calou com um beijo, apenas um beijo, que a fez ficar em silêncio completo por alguns instantes. Ela o olhava, triste, como se houvesse algo terrivelmente errado.
- Eu tenho medo de que meu medo constante nos impeça de sermos felizes. Medo de fazer alguma coisa pra nos arruinar. Você sabe. Algo ruim.
- "E o teu medo de ter medo de ter medo, não faz da minha força confusão". Eu não tenho medo disso, nem fico confuso por isso. Estou certo, como jamais estive.
- Eu também tenho certeza absoluta. Mas mesmo assim tenho medo. Não é racional, você sabe.
- Shh... Eu sei... Mas você não vai fazer nenhuma besteira. Confia em mim?
- Em nada, mas em você.- ela respondeu doce.
- Eu não vou te deixar fazer nenhuma besteira.
- Se eu te trair?
- Eu te perdôo.
- E se eu mentir?
- Eu repreendo.
- E se eu for embora?
- Eu vou atrás de você.
Ela sorriu, ele voltou-se para ela.
- Case-se comigo.
- Eu casarei. - respondeu ele pela segunda vez naquela noite.
"E o salva-vidas não está
Lá porque não vemos."
Os dois continuaram envolvidos naquele abraço, e ela ria internamente, pensando em coisas que tinham acontecido anos e anos atrás, quando lembrou de algo.
- Harry, você vai pra casa agora? Eu quero dizer, você sabe que entre as 3 e as 8 da manhã a rede de flú não funciona no Beco Diagonal... Eu creio que já sejam quase 3 horas em Londres...
Ele consultou o relógio e arregalou os olhos.
- Na verdade, já passam das três. São quatro e meia.
- Então... Você vai aparatar?... Não está muito cansado?
Ele a encarou confuso por um minuto.
- Harry. - ela falou então, já sem jeito. - Quer dormir aqui?
Seu rosto, violentamente corado, e toda a timidez que existia nela atuava naquele instante.
"Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
A motor e insistir em usar os remos,"
Apesar de já serem adultos, vacinados e ajuizados quando começaram a namorar, Harry jamais dormira na casa dela. Aliás, ele jamais dormira com ela. Talvez essa fosse a maior diferença entre ele e Rony. Havia certa curiosidade, e timidez nele também.
- Não vai te incomodar? Eu quero dizer, tudo à seu tempo, não quero forçar nada...
- Você não está forçando nada. Estou perguntando porque eu quero. Eu nunca ia fazer nada que eu não quisesse. Você me conhece, Harry Potter, mas deveria me conhecer no sentido bíblico da coisa.
Ele sorriu intimidado, não só pelo comentário como pela força confiante dela.
"É o mal que a água faz, quando se afoga"
Hermione se aproximou dele, beijando-o com paixão, afundando a mão em seus cabelos bagunçados, puxando-o pra si, mais e mais, apertando seus braços em volta dele, mais e mais e mais. Harry correspondia da mesma forma, a beijava, e seus dedos beijavam seus cabelos, e seu corpo se encostava no dela, mais, mais e mais, quase colados. As mãos dela o arranhavam de leve, passando as unhas pelas suas costas sobre a blusa, e os dedos dele passeavam pelo pescoço dela, a deixando arrepiada. Ele sabia que nada era tão sensível quanto suas costas, e começou a passar os dedos na pele das costas da mulher, lentamente, como deveria ser. Depois, tirando a mão debaixo da blusa dela, ousou tocá-la nos seios, pela primeiríssima vez. Ela parou de beijá-lo e sorriu, Harry corou.
"Fez saber que ainda era muito e muito pouco."
Ela tornou a encontrar os lábios dele, com fúria e carinho, sentia uma vontade imensa de não o largar mais, em momento nenhum. Definitivamente, aquele era o homem que ela queria estar por toda a sua vida. Não havia nela o menor vestígio da dúvida que um dia tivera. Ele a apertava entre seus dedos, e se não desejasse tanto, Hermione sentiria dor. Havia força naqueles dedos, e ela retribuía arranhando carinhosamente as costas de Harry enquanto sua respiração involuntariamente vinha mais rápida. Harry tinha um cheiro amargo, e um gosto amargo, do qual ela jamais esquecera. Ninguém cheirava daquela maneira, e aquele cheiro a deixava ainda mais ligada, a fazia querer ainda mais.
"Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo:"
Com uma pressa anormal para Harry, ele começou a soltar o laço do hobe dela, deixando a peça cair no chão da sala, o azul contrastando fortemente com o tapete vermelho e dourado. Ela olhou para baixo e sorriu, achando uma graça naquilo tudo, achando tudo tão suave e meigo como ela sempre quis que fosse. E suavemente, ela estava o abraçando e andando agarrada a ele em direção ao quarto. Ele ria, como se sequer se lembrasse do seqüestro de Helen, ria com gosto, como se brincasse. Aquilo era como ela poderia desejar, e como ele desejaria, já que ela desejava. Ela o beijava entre risos e brincadeiras.
"E o teu momento passa a ser o meu instante."
Ela se encostou na cama, permitindo aos dois se desequilibrarem e caírem deitados, rindo ainda mais. Por um momento ele a encarou sério, e logo depois a beijava, com toda aquela paixão que tinham seus beijos, e com toda força que tinham seus braços em torno dela. Ela rolou se desvencilhando, e riu, ele riu também, chegando até ela mais uma vez. Hermione tornou a escapar de seus braços, de volta para aonde estava originalmente. Ele fez cócegas nela, que riu, escondendo o rosto no lençol, cheirava como Harry. Aquele cheiro forte, que a invadia devagar, suas mãos cheiravam como ele, e suas roupas também. Se beijaram, e beijaram, e mais e mais, sem parar para respirar, e apertavam os braços em torno um do outro, com intensidade.
"Assim que o teu cheiro forte e lento"
O cheiro era forte e amargo, mais os carinhos eram doces e suaves, como qualquer coisa que viesse do sempre calmo e comedido Harry. Ele esperara muito, achava que valeria esperar para todo o sempre, desde que pudesse ter um momento como aquele.
- Te ter uma vez vale sofrer a vida toda. - ele falou baixinho no ouvido dela.
- Você me terá a vida inteira. - ela replicou delicada.
Os dedos de Harry desceram pela cama desenhando o contorno do corpo de Hermione, que o observava com os olhos brilhando. Chegando na altura de suas pernas, pôs as mãos sob a seda da camisola, e a ergueu desnudando a moça deitada e imóvel. Ela sorriu e ergueu os braços permitindo a passagem da camisola.
Hermione cheirava a flores e baunilha, sua pele macia era quente sob os lábios de Harry que se dedicava a beijar-lhe os braços, e os ombros, enquanto ela apenas sorria, à espera. Pegou-a pela cintura com firmeza, e beijou-lhe a boca com sofreguidão.
"De amargo e então salgado ficou doce,"Já não pensava, apenas reagia a seus instintos, ia permitindo seus beijos a irem descendo pelo corpo da namorada, sem observar sua reação satisfatória, apenas ouvindo sua respiração tensa, à espera, quase temendo o que viria a seguir, por tanto desejar. Não queria ir longe demais, mas não conseguiria resistir, nem se segurar. Ansiava por aquilo tudo, desejara sempre estar perto do corpo dela, tê-la entre os braços, poder beijá-la o quanto e quando quisesse, ter, ter, ter Hermione ali, assim, e agora devia agir.
Ela apenas respirava, cada vez com mais força, intensamente, sentia calor, muito calor, mas não queria alívio, não queria parar de senti-lo, queria mais e mais, não queria interrupções ou convenções.
"Teu corpo é o meu espelho e em ti navego"
Colaram-se um no outro, e não ousaram se soltar por horas, tentando recuperar o tempo que perderam, tentado viver tudo que tinham deixado de viver por prudência da primeira vez. Tinha sido o maior erro, serem comedidos, não se permitirem (mais ela do que ele) voar tão alto quanto podiam, não desfrutarem tanto um do outro, e queria tudo isso naquele instante, sem se soltar mais, sem esperar mais, mas também sem pressa. Havia calma e maturidade, junto com ansiedade e inocência. Eram muito mais do que o normal, eram duas partes de um todo, sempre à procura um do outro, sempre desejando um ao outro, sempre unidos um ao outro. Não havia dúvidas de nada disso.
Agora era apenas o momento em que, sozinhos, as portas trancadas e as janelas fechadas, consumiram-se como desejavam, sem deixar marcas, sem dividir o momento com ninguém, sendo apenas um do outro, e que o resto do mundo continuasse lá fora, sem jamais ver o que estava dentro daquele quarto.
"E ainda leve e forte e cego e tenso"
A manhã já se fazia entrar pelas cortinas quando se separaram, deitando abraçados, sem esconder sua nudez, sem esconder seus pensamentos, sem esconder nada um do outro. Eram um só, apenas um, e nada deviam temer. Quando eram um só eram mais fortes. Quando eram um só, estavam completos. Quando eram um só... Eram verdade.
"Fez casa nos meus braços"
Estava deitada, sonolenta. O sol já invadia parte do quarto, perfurando as cortinas. Hermione olhou para Harry, que sorriu. Suado, cansado, com olheiras fundas e com certa dor no olhar, mas o sorriso sincero. Aquele era seu homem, o homem de sua vida, a quem estava ligada eternamente, de uma forma que nem a morte poderia separar.
Se inclinou sobre ele, permitindo que um cacho castanho bem claro caísse sobre seu rosto e sorriu. Passando a mão no rosto dele, sussurrou
- Porque tu és o único amor, lua e sol... Porque te amo com ardor, à noite...
Ele pôs o dedo indicador sobre os lábios dela, a silenciando. Então, sem mover o dedo, colou os lábios nos dela. Não queria mais palavras. Não precisava de mais palavras. Atos e olhares. Nada mais. Ela era o caminho dele.
"Fez casa nos meus braços"
N/a: Eu gostei muito desse fim meloso, a até por ser um parêntese, achei melhor terminar com ele também essa fic. À quem me inspirou, que não revelo o nome, e a todos os meus maninhos e maninhas da net... Vocês são tudo de bom!!!
