Disclaimer: A música, Girlfriend, pertence ao N'Sync... Na verdade, eu só gosto do fim da música, mas é muito D/G e eu achei que deveria escrever com ela... A Lucy, pertence a Telle, e a Michelle é minha tá?!
N/a: Telle, sinto muito, mas eu não tive coragem de fazer o que você queria... Só morrendo... Desculpe, eu farei o melhor que eu puder... Pra compensar não ter feito o que você queria.
Ah, sim, os versos estão fora de ordem de novo... ^^
Serpente e Leoa
"Why don't you be my girlfriend (porque você não é minha namorada?)
I'll treat you good (eu te tratarei bem)"
Gina não tinha procurado Draco depois daquele dia. Não. Ela não queria se apaixonar por outra pessoa. Ou talvez quisesse, mas temia. Podia ser qualquer um, mas não Draco, algo nela dizia isso. Ela não sabia dizer porque. Parecia que isso não adiantava muito. Às vezes ela se pegava pensando naqueles instantes, e nos beijos que trocaram, mas se repreendia. Amava Harry, e não devia pensar coisas como aquelas, não importava se ele a amava e estava com ela ou se a amava, mas amava mais Hermione e estava com a outra. Ela devia dar respeito ao amor que fora construído para ser o amor de sua vida. Ela tinha nascido para amar Harry Potter, mas talvez, não para que ele a amasse da mesma forma.
Draco também não procurara Gina desde então. Ele acreditava que ela precisava de algum tempo para digerir e entender tudo aquilo. Muitas vezes se amaldiçoava por ter confessado, e se perguntava se um dia ela se permitiria olhar além daquele amor, quase dependência, que nutria por Potter. Não era justo, ele só queria ela para ele, e a fazer feliz, como Potter jamais se preocupara em fazê-lo. "Faça o que quiser da minha vida, desde que esteja bem quando for pra ser minha." Isso é coisa que se diga à mulher que se ama? É claro que não. Draco jamais diria algo assim, tão egoísta e possessivo. Nem nutriria esperanças de um futuro distante, que podia não se concretizar, não a uma mulher que ele quisesse bem e tivesse como amiga e irmã além de amada.
"Girl, you know that it ain't fair(garota, você sabe que não é justo)"
Então vieram corujas brancas como a neve, com envelopes tão brancos quanto elas, brancos significavam sempre paz ou boas novas. Ou ambas as coisas. Draco observou a caligrafia esmerada em tinta vermelha brilhante, reconhecendo a letra levemente. Ninguém sabia que ele, justamente ele, filho de comensal, era agora o chefe de grande parte dos inomináveis, e no mesmo instante soube que as boas novas vinham de um dos seus. Abrindo o envelope, descobriu-se errado. Eram notícias do outro chefe de inomináveis, "Granger." Ele pensou, "Deveria saber. Algo finalmente aconteceu na Áustria."
Assim, com esses pensamentos, foi ainda maior a surpresa que sentiu ao abrir a carta. Não era uma mensagem, era um convite:
"Harry Potter e Hermione Granger
O convidam para sua cerimônia de casamento
A realizar-se no dia 16 de julho, às 18 horas,
No salão principal da escola de magia e bruxaria de Hogwarts"
Sim, o casal 20 tinha voltado. Não era justo que, mesmo assim, Gina se dispusesse a sofrer por tudo aquilo, e sofrer, agora que ele escolhera se unir para sempre à outra. Não conhecia nem gostava tanto de Potter, mas sabia que ele não queria jamais separações na sua vida. Se ele escolhera Hermione, tentaria ficar com ela o resto da vida, custasse o que custasse, ele não a largaria. Gina sofreria mantendo esperanças no dia em que ela o largaria por um motivo inexplicável. Draco era quase tão amigo de Hermione quanto de Gina, e pelo que sabia, ela não o largaria também.
"I don't know why you care (eu não sei porque você se importa)
He doesn't even know you're there (ele nem sabe que você está lá)"
Aparatou na frente do apartamento de Gina, e bateu na porta. Surpresa, ela veio atender. Ao olhar para ele, surgiu em si um ar estranho e decepcionado, mas não disse nada.
- Entre.
- Com licença.
Draco se sentou no sofá da sala, encarando mais uma vez as paredes pintadas de salmão, e o sofá listrado de rosa e branco aonde sentava, o tapete branco no chão, a mesa cheia de coisas por cima, desarrumada, com desenhos e esquadros em cima da mesa, aonde bandeirinhas tremulavam na nova fachada do Gringotes, no que ela vinha trabalhando. Ela se mantinha apoiada na porta, uma das mãos na cintura, os cabelos ruivos e ondulados caindo nos ombros, em cima do conjunto de camiseta e jeans que ela usava.
- Venha cá, Weasley, eu sei que precisa de consolo.
- Por quê? Eu já estou melhor, Malfoy.
- Não diga pra mim que o convite não te deixou sentida, não minta.
- Que convite? - ela perguntou.
Então Draco soube que até ali, a moça nada sabia sobre o casamento iminente.
"Why don't you be my girlfriend (porque você não é minha namorada?)
I'll treat you good ( eu te tratarei bem)"
Sem saber o que fazer, ficou calado ali, parado, encarando a moça de pé, apoiada na porta. Não sabia o que dizer. Agora, ela estaria duplamente magoada, não era apenas o casamento, era também o fato de que eles sequer a chamaram. Mais ou menos enquanto avaliava a situação, foi que ouviram um barulho vindo da área. Gina saiu rápido em direção ao barulho, e ele a seguiu. Uma coruja malhada de branco e marrom não muito grande estava caída, como se tivesse à asa ferida.
- Apolo! - exclamou ela, e Draco reconheceu a coruja de Hermione. - Meu Deus, Apolo!
Pichitinho encarava o velho companheiro sem muita felicidade no olhar. Examinando a asa percebeu que estava distendida, talvez tivesse feito exercício demais naquele dia. Presa nele, um envelope branco que a trouxe náuseas, com certeza eram notícias da volta dela e de Harry, e agradecimentos, e planos para que ela fosse passar o natal com eles, coisas do gênero. Gina não queria ler, mas também não queria que Draco percebesse isso. Ele a observava atentamente então ela se permitiu abrir como se para cessar a curiosidade dele. Pensava em como iria fazer para disfarçar a dor, quando vendo o convite, tomou um choque. Não pensava que fosse ser tão rápido - tinha apenas uma semana que Harry fora atrás dela, naquele fim de semana.
"In the middle of the night, is he gonna be your side (no meio da noite, ele vai estar ao seu lado?)
Or will he run and hide (ou vai correr e se esconder?)
You don't know 'cause things ain't clear (você não sabe pois as coisas não estão claras)"
Mas não era apenas isso. Tinha também um pergaminho, com a letra caprichada de Hermione, "como se ainda fosse preciso mais", pensou ela.
Gina;
Eu sei que está meio em cima da hora, mas esse casamento está sendo todo montado em cima da hora. Não vai ser grande coisa, simples, na medida que pode ser o casamento do maior herói do mundo bruxo. Harry está revoltadíssimo, ele diz que no fundo, odeia essa história de herói, entrevistas, câmeras, e toda essa publicidade. Você sabe, ele sempre foi meio anti-social. Enfim, estamos fazendo o melhor que podemos para nos casar em dois meses e meio.
Enfim, o que eu, quero dizer, nós dois, eu e Harry queríamos, era que você fosse nossa madrinha de casamento. Se não fosse por você, não estaríamos juntos, eu nem sei agradecer. Melhor nem tentar, você sabe que estarei endividada contigo por muitas e muitas vidas. Por Merlin! Por favor aceite, sim, Gina?
Convidei Lucy, Michelle e Anne para serem minhas damas de honra, e o Sr Weasley vai ser nosso padrinho, no lugar do seu irmão, que não conseguiríamos contatar. Diga que sim, Gina! É muito importante para nós.
Com todo amor,
Hermione e Harry
Ps: Gina, pense bem antes de tomar decisões sobre o caso do querido Malfoy
Com amor
Hermione."
E era isto. Ainda por cima, ela, Gina, seria madrinha. Não saberia dizer não, nem desejaria.
"Does he ease your mind (ele acalma sua mente)
Or does he break your stride (ou ele quebra suas barreiras)
Did you know that love could be a shield (você sabia que o amor pode ser um escudo?)"
- Esse convite. - falou Draco quando ela abaixou o pergaminho.
- Você sabia disso, Malfoy?
- Recebi o meu logo antes de vir.
- Ela quer que eu seja madrinha.
- Você vai aceitar?
- Claro que sim. - respondeu simplesmente.
- Gina, você é tão burra! Você faz isso por amizade, mas está destruindo a si mesma!
- Saia da minha casa, Malfoy. - ela falou magoada. - Para vir me ofender, não precisa vir, fique trancado na sua mansão, com seus amiguinhos burros que vivem pra te obedecer.
- Está sendo injusta. - disse ele e saiu batendo a porta.
Por um instante quis correr atrás dele e retirar o que tinha dito, mas daquela forma era melhor. Sem mais pensamentos obsessivos sobre Draco Malfoy.
"'Cause he don't love your eyes (porque ele não ama seus olhos)
And he don't love your smile (e ele não ama o seu sorriso)"
Mas aquilo não era tão simples quanto podia parecer. Era comum que ela se lembrasse dele durante o banho, a maneira como ele a secara, o tom daqueles olhos cinzentos, o calor que ela acabara de descobrir que eles poderiam transmitir. Não conseguia impedir relembrar conversas deles, de antes que ela conhecesse sua devoção, e se condenar pela cegueira de não ler nas entrelinhas das palavras dele, aquilo que ele a confessara. Não, era difícil demais evitar aquilo.
Repreendia-se sempre que percebia que estava pensando nele. Draco não estava indo trabalhar, ela se pegou sentindo falta dele. Falta daqueles sorrisos engraçados e das palavras carregadas de sarcasmo e ironia, do veneno que ele destilava enquanto consolava, a fazendo rir com seus comentários e seu humor cinzento.
Ela não queria, mas pensava nele todo o tempo.
"Does he know what you feel (ele sabe o que você sente?)
Are you sure that it´s real (você tem certeza que é real?)"
Os dias passavam um atrás do outro. Gina encontrou com Hermione, e juntas foram provar o vestido de noiva que madame Malkin estava costurando para ela, e junto com Lucy, Anne e Michelle escolheram as roupas que usariam na ocasião na trapobelo francesa. Durante todo o tempo, os pensamentos de Gina flutuavam entre um par de olhos verdes e mechas de cabelo platinado. Não queria, mas estava perdendo a batalha.
"'Cause if you were my girlfriend, I'd be your shining star(porque se você fosse minha namorada, eu seria sua estrela cadente)
The one to show you where you are (aquele que te mostraria aonde você está)"
Entre pensamentos e repreensões, se chegou finalmente o dia do casamento. Gina se sentia perdida, na cerimônia, enquanto Dumbledore falava sobre a importância da família, e de bases firmes, e do amor mútuo, respeito, compreensão, admiração. Seu discurso era belíssimo, como deveria se esperar. Algo a dizia que ela estava fazendo uma coisa muito errada deixando o cara que amava casar com outra sem resistência ou luta. Ao mesmo tempo, algo dizia que ela fazia a coisa certa, mais uma vez, sem impedir o que deveria acontecer naturalmente.
- Se alguém tem algo que possa impedir esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre. - falou Dumbledore finalmente, com um sorriso maroto no rosto.
O coração de Gina acelerou. Era agora ou nunca mais. Mas ela não o faria, não poderia.
- Bem, já que não há oposições... - ele recomeçou.
- Parem tudo! - gritou uma voz ao fundo. Ela conhecia aquela voz.
Com um sorriso, um ponto vermelho vestido em trajes de gala, corria em direção ao altar. O coração de Gina tornou a acelerar, enquanto o silêncio total recaía pelo local. Viu Harry fechar os punhos por um segundo, ao mesmo tempo em que Hermione exclamava
- Rony! - e se lançava nos braços do amigo, sorrindo tanto quanto ele. Lágrimas de felicidade escorriam por seu rosto e por um momento delirante, Gina, Draco, Harry e os demais amigos íntimos dos dois acreditaram que eles fossem sair correndo juntos e jamais serem vistos novamente.
Se separando, ela ainda chorando, Rony falou alto o suficiente para que todos ouvissem:
- Eu sou ou não sou o padrinho deste bendito casamento?
O Sr. Weasley abriu um enorme sorriso, cedendo o lugar para o filho, e assim a cerimônia continuou. Ao fim, haviam tantos cumprimentos aos noivos quanto a Rony. Gina o abraçara longamente, assim como Michelle fizera festa com Parvati e Lucy, em seu jeito sempre tímido e sincero falou com jeito meigo que ficava feliz pela volta.
E o par de olhos cinzentos a acompanhava.
"I looked around this whole damm place and everything says you were meant to be (eu olhei em volta deste maldito lugar e tudo diz que você deveria ser)
My girlfriend (minha namorada)"
A festa começava, e ninguém deixava de sorrir. Hermione passava todo o tempo de mãos dadas com Rony ou Harry, os monopolizando. Lucy e Michelle conversavam, dando gargalhadas como o usual, enquanto Anne paquerava um ex-colega, Simas, e todos pareciam perfeitamente felizes.
Gina passeava pelo jardim sem ser notada, quando uma capa azul meia-noite surgiu na sua frente. Não precisava levantar os olhos para saber quem era.
- Quer alguma coisa, Malfoy?
- Nada além de você. - respondeu com um sorriso sarcástico.
- Não entendo essa súbita obsessão por mim. Eu não sou uma pobrezinha. Eu posso viver sem o Harry.
- Eu acredito nisso o tanto quanto posso acreditar em algo.
- Então porque não me deixa em paz?
"Ever since I saw your face, nothing in my life has been the same (desde que eu vi o seu rosto, nada na minha vida foi a mesma coisa)
I walk around just saying your name (eu ando por aí dizendo seu nome)"
- Porque é justamente por isso que eu te quero.
Ele falou, e a puxou pra junto de si, a apertando, e procurando seus lábios ferventemente. Gina virava o rosto, fugindo, mas não movia o corpo, então seus olhos se encontraram.
"Without you my world would end"(sem você meu mundo acabaria)
Estava refletida naquele mar de cinza, era o objeto principal, no centro da atenção de Draco. Seus joelhos amoleceram na mesma medida que seu coração disparou. Tremia, incerta, presa nos braços dele e não desejava se soltar.
"Without you my world would end"(sem você meu mundo acabaria)
- Eu te amo. - ele falou antes de a beijar.
Não tinha como evitar aquelas borboletinhas na barriga, e aquela fraqueza unida à excitação, aquela vontade maluca de o beijar mais e mais, e de colar-se com ele por todo o tempo que restasse. Sua cabeça rodava.
Queria ser amada, e era. Queria amar e amava. Queria saber o que era ser completa, e estava completa. Sentia plenitude em si. A mesma plenitude que sentia quando eram amigos e conversavam, trocando confidências, quando ela sentia que podia confiar nele de olhos fechados, e que aquela amizade já era um amor de irmão, ela sentia agora, e satisfação sem fim por ter seu corpo grudado com o dele.
- Eu também amo você! - exclamou mentalmente, mas na verdade, nada falou.
"Without you my world would end"(sem você meu mundo acabaria)
N/A: Eu fiz o melhor que pude... Desculpe se não foi o suficiente, Tel... À minha amigas que fogem do que querem... Luiza e Thamyriz.
