Oiiii, tudo bom??

                         Este é o segundo capítulo do meu fic (nãooo diga!!), obrigada a quem se deu ao trabalho de ler até aqui, e sinceramente espero que continuem lendo.....

                        Sakura Card Captors pertence ao CLAMP, não a mim. Lamentavelmente não tive a idéia antes delas, pelo menos pra registrar e os direitos serem meus.....

                       Os direitos da Divina Comédia pertencem ao fantasma do Durante (sabiam que este é o verdadeiro nome dele? E Dante é só apelido?) Alighieri, ou de sei lá quem....

                                                                                 Capítulo 2

                                                           Continuação da primeira parte: O Inferno

                                                                         A porta do Inferno.

                 À proporção que Shoran seguia Clow, avança em sua viagem extraordinária viagem, a Terra ia se cobrindo de sombras. Mas em determinado momento, uma dúvida surge em seu pensamento : ele seria digno de pisar no paraíso? Merecia a honra de ser guiado pelo grande mago Clow?

              Tomado pela angustia, Shoran dirigiu-se a Clow :

Shoran : – Estou muito receoso quanto a continuar, então peço-te, mestre, que me orientes dizendo-me como devo proceder .

Clow :  – Tua alma minada pelo medo. É necessário que recuperes a firmeza e a confiança. Ouve com atenção as minhas palavras e sumirão todas as tuas preocupações.

            Desnecessária recomendação, pois Shoran pressentiu que seu mestre iria falar de sua amada Sakura e preparou-se para ouvi-lo.

Clow :  – Contarei a ti como vim a tua ajuda . Encontrava-me entre aqueles que não se salvaram nem se perderam. De repente, uma jovem de beleza radiante implorou-me, com a mais doce das vozes e olhos verde esmeraldas mais brilhantes que a estrela- d'alva, que viesse em teu socorro, pois estava em perigo. Suplicava que me apressasse, com medo que eu chegasse tarde. E então me disse : "Peço-te que o salve sem demora, pois isso me encherá de alegria. Sou Sakura e confio essa missão a ti. Desejo retornar para o lugar de onde vim e, quando me encontrar com Deus novamente, não esquecerei o teu nome". Ao terminar de falar isso, percebi que tinha lágrimas em seus lindos olhos que deslizavam pela sua bela face. Então apressei- me a cumprir a missão, depressa te encontrei. Livrei-te das feras que impediam tua passagem. Por que hesitas agora em me acompanhar? Teu coração não se enche de esperança, sabendo que alma tão santa vela por ti na morada celeste e anseia pela tua salvação?

           Estas palavras restituíram a serenidade de Shoran. A certeza de que sua amada preocupava-se com ele e o salvara de perigos terríveis restituíram suas forças. Por que ter medo? E então com uma voz firme respondeu ao seu guia :

Shoram :  – Mestre, a ti que tão prontamente atendesse as súplicas da piedosa Sakura, prometo, não deixarei abater mais e seguirei a ti com passo firme.

          Ouvindo isso, Clow sorriu e continuou o seu caminho acompanhado por seu protegido que o seguia um pouco atrás.

          Após algum tempo, viram-se diante de uma porta sobre a qual se liam as seguintes palavras escritas com tinta negra :

      "Por mim se chega ao reino do pranto, por mim se chega à dor que não tem fim, por mim se chega ao condenado do povo. A justiça inspirou meu grande Artífice. Formaram-me o Poder Divino, o Supremo Saber e o Supremo Amor. Tudo o que antes de mim foi criado, eterno será, sendo eu também eterno : PERDEI OH VÓS QUE ENTRAIS, TODA A ESPERANÇA ."

        Sem palavras para o que acabara de ler, Shoran encarou seu guia com medo que ele se atrevesse a cruzar aquela porta.

Clow : – Chegamos ao lugar sombrio que te falei, onde se encontram os que pecaram na Terra . Esta é a Porta do Inferno. É obrigatório que esqueça todos os teus receios, aqui não há lugar para fraqueza.

        E assim terminando de falar, cruzaram a porta.

        Caminharam um pouco e já começaram a ouvir uma infinidade de suspiros, gemidos e profundos prantos. À sua volta, havia um tumulto incessante de espíritos que bradavam nas mais diversas línguas, exprimindo profundos lamentos e palavras de ira, soltando berros, agitavam as mãos violentamente, movendo-se em um espaço de terra devastado por um furacão.

Shoran :  – Mestre, de quem são essas vozes tão sofridas?

Clow :  – São daqueles que viveram arrogantemente, indolentes criaturas que não fizeram nem o bem nem o mal, que não foram fiéis a Deus nem se inclinaram pra o diabo, egoístas que só cuidaram de si mesmos .

      Com mais desprezo do que piedade, Shoran olha-os notando que muitos corriam atrás de um estandarte que se movia freneticamente no ar.

Compreendeu que eram seres mesquinhos que levaram uma vida inútil, sempre perseguindo um objetivo indeterminado e sem um plano de vida. Entre os espectros reconheceu um que tentava desesperadamente alcançar o estandarte. Fora um sacerdote simples até que o levaram a condição de Papa, tornando-se assim o Papa Celestino , mas este não cumpriu os deveres que exigiam o honroso cargo, terminado assim a renunciar à cadeira papal por conveniência, preferindo levar uma vida indolente e, por tal razão, ali se encontrava.

       Mas não se demoraram na entrada do Inferno. Atravessaram a multidão de infelizes espíritos, réus perante Deus, e chegaram à margem do rio Aqueronte, à beira do qual uma infinidade de condenados esperava ansiosamente. Shoran contemplava-os com atenção quando viu se aproximar um bote tripulado por ancião de vasta cabeleira branca. Era Caronte, que tinha por obrigação conduzir eternamente sua embarcação de uma para outra margem do rio, demônio cujos olhos eram circundados por fogo. Quando se aproximava dos espíritos, começou a blasfemar. Com palavras cruéis, o barqueiro zombou deles, anunciando que ia os levar para um lugar de onde jamais voltariam. As almas pecadoras gemeram ao ouvir as palavras de Caronte, mas entraram no bote que estava amarrado a margem, pois nenhuma se atreveria a permanecer em terra, já que Caronte ameaçava-os com o remo.

         Quando o barqueiro viu Shoran, foi tomado por ira imensa por ver diante de si alguém que ainda não havia morrido. Ordenou ao intruso que se afastasse dali, pois somente podiam atravessar o rio pessoas mortas. Então falou :

Caronte : – O teu porto não é este, use outro caminho para chegar a praia. Não te iludas pensando que chegarás a ela por aqui. É mais veloz a embarcação que te conduzirá.                 (alguém entendeu? Espero que sim.)

Clow :  – Acalma a tua ira, Caronte. Acolhe esse peregrino em teu bote, porque assim ordenaram do Céu.

       Estas palavras foram suficientes para acalmar o barqueiro que, obedecendo, transportou Shoran e seu guia, remando pausadamente para a margem oposta.

Clow :  – Meu filho, não te ofendas com as duras palavras do barqueiro. Jamais uma alma sem culpas passou por aqui, por isso Caronte recusava-se a conduzí-lo.

         Quando Clow se calou, o tenebroso lugar tremeu tão violentamente que Shoran tombou sem sentidos no fundo do barco. Mas foi despertado de um trovão, constatando que já não se achava mais no bote de Caronte, mas à beira de um abismo. Aquele lugar vizinho do Inferno,era o Limbo e ali Shoran viu coisas extraordinárias e palavras já conhecidas.

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                                                                                             O Verde Prado.

          Clow conhecia muito bem o Limbo, pois nele é que morava. O Inferno era um tenebroso abismo, à volta do qual, havia variados círculos. Limbo era o primeiro desses círculos onde habitavam aqueles que, embora isentos de pecados, tinham passado pela Terra antes da vinda de Jesus Cristo e, por essa circunstância, não haviam sido batizados: eram pagãos.

        Esta explicação foi dada por Clow a Shoran que, melancólico, chegou a conclusão que ali deveriam se achar almas excelentes. Então deu uma olhada no abismo, sentindo correr no corpo um arrepio de terror e, então, indagou a Clow se por acaso alguém que ali se encontrava não poderia alcançar a glória.

Clow : – Pouco depois que eu cheguei, um ser poderoso deu entrada aqui no Limbo ostentando uma coroa como símbolo de vitória e levou consigo muitos dos que aqui habitavam. Este ser poderoso era Jesus Cristo e os livrou das sombras para desfrutarem a luz celeste que brilha nos domínios de Deus. Adão, Eva, Abel, Noé, Moisés, Abraão, o Rei Davi e muitos outros que  não cito porque sei que os conhece perfeitamente. Antes destas, nenhuma alma humana se salvara. Mas vamos prosseguir, irei na frente e tu me segues.

      Percebendo a palidez do mestre, Shoran falou :

Sahoran :  – Como tu queres que eu não me assuste se tu quase estas desfalecendo ?

Clow :  – Minha palidez não é causada pelo temor, mas pela piedade.

       E assim falando, entrou no primeiro círculo acompanhado de Shoran. Ali, não existia prantos, mas o ambiente parecia tremer ao som dos suspiros de angústia que as almas soltavam. E, ao se afastarem um pouco, Shoran percebeu a distância um círculo de fogo brilhando na região das trevas.

Shoran : – Quem são estes espíritos que merecem a graça de um lugar separado dos demais?

         Clow explicou que ali habitavam os que não pecaram na Terra e que ficaram famosos por suas obras. Enquanto o feiticeiro falava, Shoran viu quatro espectros aproximavam-se deles com uma cara inexpressiva (eles não eram parentes do Aoshi, não!!), mas quando chegaram mais pertos, falaram :

Espectros :  – Honra ao mago poderoso que daqui partiu e agora retorna ao nosso convívio!!

         Adiantando-se, Clow disse o nome do companheiro as quatro sombras que tinham vindo salda-lo. Shoran curvou- se reverentemente e experimentou grande surpresa, pois estava na presença dos mais famosos poetas da Antiguidade. O que trazia uma espada na mão direita era Homero, poeta grego autor de Ilíada e Odisséia. Acompanhavam-no Horácio, Ovídio e Lucano, três poetas latinos.

         Conversando, os seis alcançaram a região iluminada do Limbo. Ao pé de um castelo, protegido por sete altas muralhas, atravessaram um formoso riacho sem se molharem, como se pisassem em terra firme. Sete portas Shoran cruzou em companhia daqueles sábios até que alcançou um prado de fresca relva. Ali outros personagens se encontravam discursando com voz suave e revelando grande autoridade.

         Alguns dos nobres espíritos que Shoran reconheceu foram  Heitor e Enéias, famosos guerreiros no cerco de Tróia; Bruto, o patriarca romano e Saladino, um sultão da Turquia que em vida fora o terror dos cristãos.

         Mas ali também habitavam Platão, Sócrates, Aristóteles, em cujos olhares expressavam a felicidade que ali mantinham e que não fora possível na Terra.

           E também ali encontrou Cornélia, imortalizada como a "matriarca romana" pelo amor extraordinário que dedicava aos seus dois filhos: Tibério e Caio .

            Mas como a viagem que Shoran e Clow estavam fazendo prometia ser longa, despediram-se de Homero, Enéias e Lucano. Clow então, mais uma vez, guiou Shoran para outros caminhos, caminhos por onde tremia o ar, e breve chegaram a um sítio onde imperava as trevas.

         CONTINUA..........

      Próximo capítulo: Continuação de o Inferno:    A lagoa Triste

              Neste capítulo (como nos próximos também irão) aparecem alguns nomes que pertencem a mitologia, outros a história grega e latina,  por isso vamos a alguns esclarecimentos.....

             CARONTE :  barqueiro dos Infernos, que, em sua barca, levava de uma para a outra margem do Estige as almas dos mortos, em troca de um óbolo(unidade de peso (0,72 g) e moeda da Grécia antiga. Esmola, dádiva, donativo de pouco valor.) , condição para que não ficassem vagando cem anos pela margem do rio.

                HOMERO (esse vocês devem conhecer): poeta épico grego, considerado autor da Ilíada e da Odisséia, cuja existência problemática foi cercada de lendas desde o séc. VI a.C. Heródoto considera-o como um grego da Ásia Menor que viveu c. 850 a.C. A tradição representa-o como velho e cego, vagando de cidade em cidade e declamando seus versos. Suas obras, recitadas nas festas solenes e ensinadas às crianças, exerceram profunda influência sobre filósofos, escritores e até sobre a educação.

                OVÍDIO (em lat. PUBLIUS OVIDIUS NASO) : poeta latino (Sulmona, Abruzos, 43 a.C. - Tomi [hoje Constanta], Romênia, 18 d.C.), autor da Arte de amar, dos Amores, das Heróides e de coletâneas mais ambiciosas, como as Metamorfoses e os Fastos, em que se mostra um poeta fácil e brilhante. Exilado no ano 8 d.C. por motivo até hoje misterioso, morreu no exílio.

                 LUCANO, poeta latino (Córdoba, 39 – Roma, 65): sobrinho de Sêneca, o Filósofo. Comprometido na conspiração de Pisão, matou-se cortando as veias. Autor de uma epopéia, A Farsália (poema épico, inacabado, de Lucano , sobre a luta entre César e Pompeu).

                   HEITOR : o mais valoroso chefe troiano, primogênito de Príamo, esposo de Andrômaca e pai de Astíanax. Matou Pátroclo e foi morto por Aquiles.

                  ENÉIAS :príncipe troiano, herói da Eneida, de Virgílio. Filho de Afrodite (Vênus) e de Anquises, combateu corajosamente os gregos durante a Guerra de Tróia. Tomada a cidade, fugiu, carregando o pai às costas. Chegou à Itália, onde se casou com Lavínia, filha do rei do Lácio. Daí, a tradição da origem troiana dos romanos.

                SALADINO  (em ár. SALAH AL-DIN JUSUF) (Takrit, Mesopotâmia, 1138 - Damasco, 1193), sultão do Egito (1171-1193) e da Síria (1174-1193). Esmagou os cristãos em Tiberíades e entrou em Jerusalém (1187).         (acho que nesse nada de diferente, né?)

                 CORNÉLlA :filha de Cipião, o Africano, e mãe dos Gracos (c. 180 - c. 110 a.C.). Apresentada como o tipo ideal da mãe romana.

                 TIBÉRIO E CAIO GRACO :tribunos e oradores romanos, filhos de Tibério Semprônio Graco e de Cornélia: TIBÉRIO (Roma, 162 – id., 133 a.C.) e CAIO (Roma, 154 – id., 121 a.C.). Pretendiam, ao propor leis agrárias, pôr freio à avidez da aristocracia romana, que se apossara da maior parte das terras conquistadas ao inimigo.

                     Bom, Platão, Sócrates e Aristóteles eu não preciso dizer quem foram, né??

                     Meu Deus, não agüento mais procurar no dicionário O_o, tenho que fazer uma coisa fácil  pra vocês lerem, se não era muito mais fácil pegar o livro pra ler, não? E os nomes citados ali em cima, eu realmente pesquisei por isso to T_T.

                      E-mails (ou reviews) com dúvidas, reclamações.......ou quem sabe elogios....por favor, eu não mordo...

                    Agradeço a Madam Spooky, por me deixar um review, e ler este capítulo antes( e arrumar alguns erros) pra variar um pouco....

                     A Chibi Lani  e Cherry, muito obrigada!!!

 Beijos a todos

DAI