Oiii, tudo bem ?? (só para mudar um pouco...quanta diferença    ~_~)

          Queria agradecer os reviews que recebi e a todos aqueles que leram esse fic. Como eu disse, é difícil fazer uma adaptação. Na minha opinião, mais difícil que fics próprios....

            Mas o que mais me agrada é que eu esteja conseguindo tornar a linguagem acessível (eu espero) a todos e que com isso venham a gostar desse livro tanto quanto eu gosto...

           Os direitos de Sakura Card Captors são do CLAMP e eu agradeço a elas por terem criado essa história maravilhosa, com um enredo emocionante e personagens cativantes....

            Quanto aos da Divina Comédia, eu comentei que não tocaria mais no assunto do fantasma do Dante, porque sabe-se lá o que ele tá pensando em relação a isso, mas acho que eu tenho uma idéia: " Dio Santo!!" ou  "assassinato a obras clássicas", coisas assim...

                                                                         Capítulo 4

                                               Continuação da primeira parte: O Inferno

                                                                   O Tétrico Bosque.

            No alto de uma montanha, Shoran e seu guia se viram a beira de um despenhadeiro em cuja extremidade o monstro Minotauro guardava a descida para o sétimo círculo do Inferno. E com palavras pesadas, Clow insultou a besta fazendo com que ela abandonasse o posto para ataca-los:

Clow (vendo que o Minotauro cego de ódio deixava o caminho livre) – Depressa !!

         Chegaram então a um caminho de pedras muitas das quais, ao peso de seus pés, rolavam no abismo com estranho barulho. Passando essa parte, alcançaram o vale que havia no fundo do precipício por onde corria um rio de sangue, úmida morada dos condenados que, na Terra, haviam sido assassinos. Milhares de centauros espalhavam-se pelas margens, armados de flechas agudas, montando guarda permanente. Os sagitários que vigiavam o rio atentamente observavam os espíritos condenados e, quando estes se atreviam levantar a cabeça ou qualquer membro na superfície da corrente de sangue, empunhavam seus arcos e os atingiam com flechas certeiras.

         Ao verem Shoran e Clow se aproximarem, três deles apontaram suas armas dispostos a dispara-las. Então um deles disse :

Centauro :  – Parem ! Dizei-me a razão de vossa presença. Nem mais um passo ou atirarei !

       Clow explicou que fora incumbido pelos espíritos divinos de mostrar a Shoran o obscuro vale. Em seguida, pediu a um deles para escoltá-los no que foi atendido prontamente.

        Acompanhados do estranho guia, Shoran e Clow caminhavam perto da margem de sangue onde era possível ver uma quantidade de almas imersas até os olhos.

Centauro : – São tiranos que viveram derramando o sangue de seus semelhantes.

        E citou alguns nomes dos condenados que desfrutavam de triste fama por causa dos pecados que cometeram em Terra.

        Um pouco mais além, o nível do rio ia baixando. Shoran viu alguns dos espectros com o busto de fora. À medida que avançavam, menos profunda ia se tornando a corrente até que em certo ponto os espíritos tinham somente os pés cobertos. Ali Shoran e Clow cruzaram para a outra margem e o centauro, então, os deixou voltando para o seu posto.

        Novamente a sós, se encontravam no meio de um tétrico (medonho, horrível) bosque como nunca haviam visto na Terra nada parecido e onde nenhum caminho se avistava. As árvores de troncos anormais e galhos retorcidos não tinham uma só folha verde ou frutos. Estavam todas cobertas de folhas secas e espinhos venenosos. Tampouco se ouvia no tétrico bosque o melodioso canto dos pássaros, mas apenas lamentos das harpias famintas.

       Todavia parecia não ter somente o berreiro das harpias, parecia ter gemidos por toda a parte embora não visse nenhuma alma a sua volta. Lançou um olhar em tudo, procurando algo, mas só enxergou as árvores esquisitas.

Clow : - Se quebrares um desses galhos, compreenderás de onde vem esses gemidos.

       Shoran então estendeu um braço e quebrou um ramo. Surpreendentemente da árvore começou a correr sangue e se fez ouvir uma melancólica queixa :

Voz : - Por que me feres assim? Em tua alma não há piedade? Já fomos homens como tu e em árvores fomos transformados. Tua mão deveria ser menos cruel ainda que tenhamos sido criaturas desprezíveis.                  (que comovente ;_;)

       A voz se calou, mas a ferida continuou sangrando. Shoran, atordoado, deixou o galho cair da mão e permaneceu imóvel dominado pela surpresa.

       Os gemidos que ouvira era daquelas atormentadas almas, almas dos suicidas, que expiavam seu pecado transfigurados em árvores.

       Clow ficou abatido, pois fora ele o responsável pelo gesto de Shoran que tanta dor produziu e quis saber de quem fora aquele espírito na Terra.

Clow : – Revelai-nos o teu nome, a fim de que meu companheiro possa falar de ti quando voltar ao mundo reparando assim o sofrimento que involuntariamente te causou.

Árvore : - Me chamava Pedro das Vinhas. – respondeu com tristeza.

      Shoran sabia de quem se tratava. Filho de uma modesta família,conseguira graças a sua inteligência e cultura chegar a um alto cargo de conselheiro do Imperador Frederico II da Sicília. Mas a grande confiança que o monarca depositava nele logo gerou inveja dos cortesãos e, para afastar o rival, os despeitados forjaram cartas ao inimigo do imperador assinando-as com o nome de Pedro das Vinhas. Em seguida as fizeram chegar as mãos do soberano para o fazer crer que Pedro das Vinhas lhe era infiel e que vendera ao inimigo os segredos de Estado. O plano produziu os efeitos esperados. Ao ler as cartas, o imperador não duvidou que Pedro das Vinhas era um traidor da pátria e, para castiga-lo, mandou que lhe arrancassem os olhos. Desesperado, pois era inocente, Pedro não teve coragem de se defender e preferiu acabar com a vida a ver-se desonrado. Covardemente suicidou-se espatifando o crânio contra os muros do cárcere e por esse pecado cumpria a pena de permanecer eternamente como árvore humana no tétrico bosque.

       Shoran conversava ainda com Pedro das Vinhas, quando ouviu um barulho tremendo. Nisso apareceram dois infelizes completamente nus e com o corpo ferido, destruindo as ramagens que lhe impediam o caminho, tentando escapar em violenta fuga de numerosos cães negros e ferozes. Na corrida, um desses espíritos - Jacó- chocou-se com uma árvore danificando-a muito e espalhando suas folhas. Com o encontrão caiu e os ferozes animais atiraram-se a ele e o estraçalharam deixando apenas os membros em pedaços.

        A árvore que recebera o golpe queixou-se amargamente :

Árvore : - Jacó! Por que me escolheste como anteparo? Que culpa tenho eu de teus pecados na vida? Causaste-me um dano imenso!

       Com pena, Shoran reuniu ao pé do tronco as folhas esfarrapadas e deixou o bosque com Clow logo chegando a uma charneca (terreno árido e inculto, onde só medram plantas rasteiras e silvestres) de areia ardente.

        Achavam-se em outra divisão do sétimo círculo onde penavam os que praticavam violência contra Deus. Detiveram-se no limite daquela planície onde milhares de espíritos choravam, uns caídos no chão, alguns sentados agrupados em círculos ou andando sem parar. Uma tempestade inclemente de blocos de fogo desabava sobre aqueles desgraçados, flocos que eles tentavam afastar com as mãos.

          Quando os dois começaram a andar, um dos infelizes puxou Shoran pela roupa:

Alma : - Ó que coisa extraordinária!

           Surpreso, Shoran virou-se pra ver quem o chamava assim, e reconhecendo assim o seu tutor, espantou-se :

Shoran : -  Vós aqui, Wei?

Wei : - Permita que eu ande em tua companhia um pouco, jovem Shoran!

           Lado a lado, caminharam ao longo da planície recordando os felizes tempos de Florença, e até mesmo de Hong Kong, dos estudos que fizeram juntos, Sakura.....

           E, quando despediu-se de Shoran, desejou toda a felicidade para ele e pediu que uma das suas obras escritas em vida, intitulada " O Tesouro", não caísse em mãos erradas. Shoran prometeu e separou-se do seu dedicado amigo e praticamente pai para ele. 

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                                                                       O monstro Gérion.

       À proporção que Shoran ia se aproximando das profundezas do Inferno, mas terríveis iam se tornando as cenas ali desenroladas.

        Conduzido por Clow, chegou à beira de um abismo (mais um), onde eram punidos os falsários. Ali, o guia pediu a Shoran uma corda que este trazia amarrada na cintura (eles estavam com umas togas), jogou-a no precipício e esperou.

        Voando lentamente, surgiu no meio das trevas um vulto que atemorizava o mais obstinado coração.

         Era o monstro Gérion que, em gesto de Clow, aproximou-se apoiando o corpo na borda do precipício e agitando o rabo por cima do despenhadeiro  de onde emergira.

          Após ordenar que Shoran se afastasse uns passos, Clow conseguiu serenar o monstro e convencê-los a transportá-los através do aéreo espaço. Quando Shoran voltou, Clow já estava nas costas do monstro.

Clow : - Prova-me a tua coragem e ousadia!  Seja valente e monta, pois é único jeito de irmos ao fundo do abismo. Sobe na minha frente, para que o rabo de Gérion não te alcance.

          Qualquer pessoa, por mais valente que fosse, teria estremecido diante daquela montaria. Quando Shoran montou no monstro, Clow ordenou que descesse.

            Desceu com muita lentidão, mas quando chegou no fundo do abismo e livrou-se da sua "carga" subiu com uma velcidade impressionante para a "boca" do precipício.

              Assim chegaram ao lugar mais profundo do Inferno, chamado Malebolge, que quer dizer  "poços malditos". Ali, só havia gemidos e trevas.

            Enquanto percorriam um caminho estreito de piso acidentado, com olhos atentos observaram o fundo daqueles poços repletos de espíritos que ali recebiam castigos pela malícia ou fraudes praticadas pela sua passagem pela Terra.

            Clow fez Shoran penetrar em um daqueles poços e foi tão horrível a experiência pela qual  passou que caiu em prantos. Imediatamente, o mago, tomado-o nos braços como se fosse um menino, tirou-o dali.

            Em muitos poços viram ladrões dos bens públicos ou de pertences de amigo mergulhados em piche fervendo de onde era impossível escapar porque inúmeros demônios armados de pontudos tridentes impediam-lhes a fuga.

            Clow propôs que o companheiro se escondesse atrás de uma rocha enquanto ele iria se entender com os demônios como já fizera diante das portas de Dite.

            À medida que o poderoso mago se aproximava, os demônios avançavam em sua direção, prontos para aprisionar aquele que julgavam ser uma das suas presas.

            Sem se intimidar, Clow ordenou que não o tocassem e informou que desejava falar com um deles. Acovardados pela bravura do feiticeiro, mandaram o demônio Malacoda conversar com ele.

Clow : - Malacoda, por decisão celeste fui encarregado de acompanhar um mortal através destas aterradoras paragens. Não impeça a nossa passagem, pois...

         Dominado pelo tom enérgico da voz de Clow,o demônio colocou seu tridente nos pés do mago e, dirigindo-se aos companheiros, falou :

Malacoda : - Deixem que passem incólumes. (São e salvo, ileso, livre de perigo, intacto)

         Ouvindo essas palavras, Clow gritou por Shoran que permanecia oculto atrás da rocha. Chegou sem ser ofendido junto de Clow, mas sem desviar os olhos daqueles monstros ameaçadores, até que os ouviu perguntar:

Demônios : - Devo feri-lo com o tridente?

      E os outros respondiam:

Demônios : - É claro! Fure-o!

          Malaconda, porém, apressou-se em repreendê-los ordenando que se mantivessem sossegados. Determinou que alguns companheiros acompanhassem os "visitantes" indicando-lhes o rumo certo.

          Os demônios divertiam-se espetando as almas que encontravam pelo caminho, mas em determinado ponto, quando não acharam mais nenhuma, começaram a olhar Shoran com um semblante perverso. Clow percebendo o perigo que rondava seu companheiro e apressou-se em socorrê-lo protegendo-o com os braços como se fosse um filho e juntos escorregaram pelo despenhadeiro, que limitava um dos extremos do círculo, livrando-se assim dos demônios.

         No fundo do foco, depararam com uma estranha procissão. Eram os hipócritas, vestidos com brilhantes mantos de tecido dourado, mas forrado de chumbo. Tinham a aparência cansada e quase sucumbiam ao peso das deslumbrantes capas. Só conseguiam andar muito devagar e não paravam de chorar. Embora Shoran e Clow caminhassem lentamente, iam mais rápido do que os condenados, dois dos quais imploraram aos poetas que retardassem a caminhada, até que eles pudessem alcança-los. Quando chegaram ao seu lado, perguntaram a Shoran por que ele estava na morada dos hipócritas.

           Shoran respondeu que, embora fosse chinês, tinha sido educado em Florença e que, apesar de ainda não ter morrido, tinha-lhe sido concedida a graça de visitar o reino das almas.

Shoran : - E vós, quem sois, a quem a dor arranca tamanho pranto?

Almas :  Fomos frades e juntos exercemos poderes.

          Essa ordem Shoran conhecia muito bem.  Freqüentemente via os membros passaram pelas ruas de Florença, metidos em seus hábitos brancos, cujas mangas forradas de pele ostentavam os bordados de uma cruz e duas estrelas vermelhas. Tinham a missão de proteger às viúvas e aos órfãos, no entanto, sob os alvos hábitos, os hipócritas religiosos escondiam seu incontrolável egoísmo. Apossavam-se das riquezas herdadas por aquela infelizes mulheres e as crianças desprotegidas, por isso mereciam tal punição.

          Prosseguindo na observação do oitavo círculo, presenciaram suplícios aplicados os condenados. Por fim, deram as costas e se prepararam para entrar no último círculo do inferno.

          Procurando um caminho para penetrarem nas mais profundas trevas, ouviram um som horrível de uma trombeta, semelhante a um trovão podendo ser confundido a um suave rumor.

          Shoran arregalou os olhos para tentar ver quem tocava com tamanho vigor, mas a única coisa que viu foram altas torres de uma cidade.

Shoran : - Que torres são estas?

Clow : - Enganam-te teus olhos. Não são torres o que vês, mas sim gigantes que o nevoeiro esconde parcialmente.

            O dois então se aproximaram de um dos gigantes, o Clow pediu que um deles o conduzissem ao nono círculo.

             Curvando-se, um deles ergueu Shoran e Clow. Assim cuidadosamente foram transportados pelo gigante até um lago inteiramente gelado. Finalmente haviam chegado ao último círculo do Inferno.

               Ali eram punidos os que pecaram por traição. Então não podia deixar de ser encontrado o "rei dos traidores", Judas, o que traiu Jesus entregando-o aos inimigos.

               Logo acharam-se na presença do soberano daquele lugar : Lúcifer, dilacerando Judas com os dentes, cujo corpo estranhamente renovava-se sempre a fim de ser novamente destroçado pela fúria do "monarca" .

                Chegaram ao fim da viagem pelo Inferno. Shoran e Clow, então, apressaram-se a encontrar a saídas das profundezas das trevas que haviam descido.

                 De repente, Clow manda que Shoran agarre-se a ele e avança sobre Lúcifer. Subindo por suas compridas pernas, escala o corpo descomunal até alcançar a entrada de uma caverna. Ao fundo da mesma, viram brilhar, frágil e alegre, a luz da Terra. Fora da escura caverna, Clow e Shoran puderam contemplar o azul do céu  e o fulgor das estrelas após tantas visões trágicas.

CONTINUA........

Próximo capítulo : Começo da segunda parte : O PURGATÓRIO – O  monte do purgatório

       Bom, aqui esta o final de mais capítulo (nãooo diga!!) e como nos outros vou colocar alguns nomes que apareceram, e que eu achei (isso é importante) pra colocar aqui

MINOTAURO :monstro metade homem e metade touro, filho de Pasífae. Minos, marido de Pasífae, encerrou esse monstro no Labirinto. Atenas oferecia-lhe anualmente em tributo diversos adolescentes. Foi morto por Teseu.

CENTAURO :Entidade fabulosa, metade homem e metade cavalo, que, segundo a mitologia grega, teria vivido na Tessália.

 HARPIAS. Mitologia  gr. Divindades com corpo de abutre e cabeça de mulher; irmãs cruéis, confundidas com as Fúrias.

       Bom, foram esses que eu achei, se tiverem alguma dúvida me mandei um e-mail ou coisa assim, que eu procurarei e tentarei esclarece-las. Prometo fazer o possível!!

        Agora os agradecimentos:

        Agradeço a Rae, que revisou e corrigiu(de novo..tadinha) esse fic! Obrigada amiga! 

         E um recado para Violet- Tomoyo : Se a Tomoyo aparecer irá ser no paraíso, não vou fazer com ela o que fiz com o Wei (tadinho gente!!)    

         A Artemisa, concordo plenamente que não haveria guia melhor, aliás o Clow ta mandando em todo mundo, ele ta muito poderoso!!!

          E também um agradecimento a Cherry, Makimachi Misao e a Saki!!!

          E também agradeço as pessoas ocupadíssimas que lêem um fic, mas não tem tempo pra apertar um botão e dizer o que estão achando.

          E se o nome do "pai adotivo" do Li tiver errado, peço desculpas, eu não me lembrava como se escrevia. O_o * Daí desmemoriada*        

            Graças a Deus, terminei essa parte do Inferno, o Purgatório vai ser um pouco melhor...eu acho!

Bom é isso!Até o próximos capítulo

Beijos DAI