A Minha Garota

Por: Sissi

Disclaimer: IY não é meu.

Capítulo VII

                                    "Teresa"

                                                                  Manuel Bandeira

                               A primeira vez que vi Teresa

                               Achei que ela tinha pernas estúpidas

                               Achei também que a cara parecia uma perna

                               Quando vi Teresa de novo

                               Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo

                               ( Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do

                                                                                                     [ corpo nascesse )

                               Da terceira vez não vi mais nada

                               Os céus se misturaram com a terra

                               E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.

                                                           *~*~*~*~*

            Dizem que as palavras não têm nenhum poder... Como estão enganados. Nosso mundo é regido pelas palavras, pelo sentido que elas contêm. Um simples 'não' pode determinar e mudar a vida de uma pessoa. No meu caso, ela não disse explicitamente isto, mas foi o mesmo sentido, de igual peso. 

- Entendo...

            Meus ombros caem e suspiro vagarosamente, deixando o ar sair de dentro de meus pulmões. Ela ainda está tremendo entre os meus braços, ainda está chorando pela sua perda, enquanto que sinto que meu coração está quebrando junto com ela. Meus braços estão ficando cada vez mais pesados, quase caindo para os meus lados.

            - Eu...Acho que vou embora...

            Ela agarra com mais força a minha camisa. Sua voz está um pouco difícil de ser compreendida, pois sua boca está encostando minha roupa, mas mesmo assim, consigo ouvi-la.

            - Você disse que ia ficar... Do meu lado...

            É verdade, eu disse isso a ela, e não posso recuar. Mesmo que eu me sinta quase morto, não a abandonarei. Não importa o que eu sinta; ela é a coisa mais importante neste momento. Eu vou protegê-la.

            - Não se preocupe, eu vou ficar aqui com você, - eu sussurro no seu ouvido, e ela mexe a sua cabeça, acenando. Coloco uma mão em cima de sua cabeça e começo a acariciar seu cabelo que é tão macio e suave quanto eu havia imaginado.

            - Tudo vai ficar bem...- Eu lhe asseguro, quando, na realidade, nem eu sinto convicção do que eu falo. Mas, como eu disse, as palavras são mágicas, cheias de um poder indescritível que apenas os escritores e poetas conhecem, pois eles conseguem mexer com os sentimentos das pessoas.

            - Promete?

            - Eu prometo – minhas palavras não serão vãs. Eu tentarei de tudo para que ela tenha um final feliz.

            - Você deve estar exausta. É melhor ir descansar.

            Levanto-a em meus braços, um atrás de suas coxas enquanto que o outro está segurando seus ombros. Ela abraça meu pescoço, talvez com medo de que eu vá deixá-la cair. Não precisa se preocupar, Kagome, eu nunca vou deixá-la cair. Nunca.

            - Qual é o seu quarto?

            - O do fundo do corredor.

            Caminho em direção da porta de seu quarto, o qual tem uma placa cor-de-rosa com seu nome escrito em cima, pendurado por um prego. Giro a maçaneta e vejo, pela primeira vez, seu santuário, uma pequena visão do deve ser o paraíso.

            Sua cama está perto da janela, seu cobertor azul dobrado sobre o canto inferior. Coloco-a na cama, esperando pacientemente que ela solte meu pescoço, o que ela não faz. Toco gentilmente seus braços, usando um pouco de força para que ela entenda meu significado. Nada.

            - Kagome?

            - Fica aqui até eu dormir?

            - Não posso, tenho que ir.

            - Por favor?

            Olhos nos seus olhos e tenho que conter a respiração. Ela está linda, mesmo com lágrimas nos seus olhos e nas bochechas rosadas. Suas tremem um pouco ao encostar e segurar as minhas mãos. Eu abaixo meus olhos, meus longos cabelos caindo em volta do meu rosto, uma espécie de cortina para o mundo.

            - Por favor? Até que eu durma...

            Não há como resistir o apelo que há em sua voz. Levanto meus olhos e observo os dela, tentando desvendar seus mistérios. Nada, ela é pura demais para ter algum plano por trás de seu pedido. Ela move seu corpo para o lado, dando-me um lugar para eu poder deitar e descansar ao seu lado. Bastante tentador.

            Sento na ponta, meus sapatos tocando o chão. Não quero olhar muito para ela, porque sei que não conseguirei conter minhas emoções. Olho ao meu redor, notando algumas fotografias no seu criado-mudo. Uma me chamou a atenção.

            Estico meu braço e seguro o porta-retrato entre meus dedos, o metal, gelado e duro. Como eu era. Dois rostos sorridentes me olham, um sendo da garota deitada ao meu lado. Seus olhos faíscam uma certa luz que não é possível descrever, e seu sorriso é o bastante para iluminar minha escuridão. A outra pessoa é o meu meio irmão. Seu longo cabelo prateado está solto nas suas costas, e ele está vestindo sua camisa favorita, uma vermelha que ganhara de nosso pai. Ele tem um braço em volta dela, na altura dos seus ombros. Ele também está sorrindo para a câmera, contente e satisfeito.

            Fecho meus olhos e coloco este objeto estranho de volta na mesa. Após um certo tempo, eu viro ele para baixo para que eu não precise fitar o rosto dele. É doloroso demais, até para mim.

            Kagome já está dormindo, seu peito subindo e descendo harmoniosamente, como uma dança hipnótica que eu poderia apreciar pelo resto da minha vida. Mas não é hora para isso. Eu não pertenço a este lugar, a este santuário onde somente os anjos podem descansar.

Não sou nenhum anjo e nunca serei. Pequei demais nesta vida, minhas mãos estão cheias de sangue. Fecho minhas mãos na forma de punhos, minhas unhas cortando minha pele. Esta dor não é nada, é até bom sentir isso, pois faz tempo que não sinto coisa alguma.

Levanto-me da cama e me reclino sobre seu corpo dormente. Beijo sua testa, meus lábios encostando sua pele e permanecendo lá por mais tempo do que seria necessário. Acaricio sua bochecha, já de volta à sua cor normal. Seda, sua pele tem a textura da seda.

- Durma com os anjos.

                                               *          *          *          *          *

            Como será que eu consegui voltar? Minha cabeça está uma bagunça, não consigo pensar direito; tudo está misturado, minhas emoções, e os últimos acontecimentos. Estou raiva. Sim, estou com muita raiva, dela, de mim, do Inu Yasha, do mundo inteiro, para ser mais exato! Tenho vontade de esganar algo, de quebrar o pescoço de alguém, de quebrar ossos e ouvir o delicioso som de gritos. Como chamam isso? Sede de sangue? Porque, caso seja este o termo, este morrendo de sede neste exato momento. Um copo não seria o suficiente. Uma garrafa, não, um barril inteiro de sangue seria necessário para me acalmar.

            Olho meu apartamento, tudo perfeitamente limpo e organizado. Um leve ruído de aspirador de pó no apartamento ao lado é tudo que ouço, e a parece branca da sala, tudo que vejo. Observo e estudo esta cor, não gostando nem um pouco dela.

            Branco... Por que ele é a mistura de todas as cores quando ele parece conter nada, nenhum segredo ou mistério? Tudo o que ele nos mostra é esse tom plácido, que poderia enjoar o estômago de qualquer um. Respiro vagarosamente, mas não consigo me conter. Tudo está errado. Tudo!

            Agarro um vaso de vidro que estava perto de mim e jogo-o contra a parede, observando o vidro se partir, formando pequenos estilhaços que voam pelo ar. O líquido que estava dentro, água, se não me engano, escorre pela parede, como lágrimas sobre uma face pálida como a lua.

            Levanto minha mão, a qual não pára de tremer, e toco meu rosto. Está molhado. Ao invés de achar isso estranho, sorrio para mim mesmo, ao mesmo tempo que sinto meu corpo enfraquecer e meus joelhos tocarem o chão.

Mas que ironia da vida... 

                                               *          *          *          *          *

Dizem que o homem consegue ficar uma semana sem comer. Água, só por dois dias, três no máximo. E saudade de alguém? É possível sobreviver por mais de uma semana sem ver a pessoa que você ama, que retém uma parte de seu coração?

Um mês. É tempo demais, não agüento permanecer aqui, neste meu apartamento frio, que só me faz relembrar da minha solidão. Agarro um travesseiro e bato a minha cabeça com ele. Não dói, mas pensei, por um momento, que eu sentiria dor. Estou ficando maluco, não há outra explicação.  Deito na minha cama e observo o teto branco de meu quarto. Branco, Tão branco quanto as nuvens que passeiam pelo céu num belo dia de verão. Posso ouvir o som de pássaros perto da minha janela. Viro o rosto, minha bochecha tocando o travesseiro um pouco molhado, e fito estes seres tão cálidos e puros.

Pardais estão numa árvore do lado de fora, seus bicos abertos emitindo uma bela melodia. Suas pequenas asas esticam e fecham à medida que o sol os toca com seus raios, aquecendo seus corpos frágeis. Alguns estão pulando sobre os galhos, enquanto que outros estão fazendo carinho uns nos outros, coçando seus corpos com seus bicos. Eu até consigo imaginar eles suspirando de prazer neste dia maravilhoso.

Maravilhoso para alguns, pois para mim, é mais um dia da minha vida em que nada farei de útil. Terminei meu livro, e já entreguei para o meu editor. Só falta esperar pelo seu telefonema para ver se precisarei mudar alguma coisa. Creio que não; fiz tudo o que ele havia pedido, e para ficar ainda mais trágico e bonito a minha história, do jeito que os românticos adoravam, adicionei morte no final. Dos meus personagens favoritos, é claro, bem do estilo de Romeu & Julieta.

            Antigamente, eu não acreditava como é que duas pessoas podiam se amar a tal ponto para se matarem caso ficassem sem seu amado. Amor deste tipo não existe, pelo menos, era o que eu acreditava. Agora, já posso dizer o contrário.

            Não estou dizendo que eu me mataria, apenas que há amor bastante intenso, podendo chegar a tal ponto em que a pessoa amada significa o mundo para o outro. Kagome, ela é uma espécie de borboleta para mim. Linda e livre, sem que eu possa ficar com ela, pois o único jeito de fazer isso é matando-a, dissecando-a, e isso, eu não quero.

            Não fiquem com pena de mim, não quero que me olhem com olhos cheios de tristeza. Após este tempo todo em meu apartamento, pude perceber melhor o mundo que eu negligenciava. As pessoas ao meu redor não me tratavam friamente. Eu é que as tratava assim, e como resposta, elas me tratavam de igual forma. Aprendi minha lição, mas ainda não me sinto bem sorrindo para as pessoas.

            Meu travesseiro já está seco, ainda bem. Levanto minha cabeça e observo o objeto em minhas mãos. Seco como um deserto, porém macio como uma pluma. Pluma de ganso, para ser mais exato. Analiso atentamente o travesseiro, e não noto nada de diferente. O sal que deve estar aí não é possível de ser visto a olho nu. Nem a sua textura um pouco áspera pode ser notada. Coloco-o debaixo de minha cabeça.

            Suspirando e olhando mais uma vez a brancura do meu teto, o rosto dela começa a aparecer na minha frente. Droga. Droga! Não quero pensar nela, não quando as feridas do meu coração ainda não foram totalmente curadas e fechadas. Mas, minha mente parece querer brincar comigo, e meu coração, pelo o que eu acabei de descobrir, é um sádico. Ele gosta de sofrer.

            A imagem do rosto dela me traz dor e felicidade, tudo ao mesmo tempo. Parece até um pouco com o Barroco, em que só há paradoxos nesta vida. Vida e morte, fé e razão. Amor e...Dor? Será que eles são opostos ou complementares?

            Não sei, e nem sei porque estou pensando nisso, se bem que uma certa frase está surgindo na minha cabeça. Não me lembro de quem disse está frase, somente que esta pessoa havia dito que uma pessoa só terá amado quando ela tiver sofrido. Neste caso, se minha lógica está correta, dor e amor são complementares. Um precisa do outro, assim como o fogo precisa do ar para existir.

            Suspiro, e fecho meus olhos. Estou cansado da dor. Passo uma mão na minha testa, e esfrego minhas pálpebras. Estou mesmo cansado.

            Abro meus olhos, e me levanto da cama. Eu tenho que sair daqui, este quarto está me sufocando, como se não houvesse ar, mas sim uma fumaça de ópio, fazendo-me delirar e ver imagens que eu não gostaria.   

            Abro a porta de meu armário e tiro uma camisa de lá. Jogo a camiseta que estava usando numa cesta que está perto da pia do banheiro, e uso esta nova no seu lugar. O cheiro de sabão e limpeza penetra meu sistema, e eu solto um suspiro de alívio. Já estou um pouco melhor.

            Não irei trocar de calças, estas estão bem. Pego as chaves que estão num balcão da cozinha e tranco a porta de meu apartamento. Preciso de ar para limpar meus pensamentos.

            O dia está bonito, e mal saio do portão quando sinto um certo calor tocar meu rosto. Fecho meus olhos, mas ainda consigo ver uma luz avermelhada que consegue se infiltrar pelas minhas pálpebras. Começo a caminhar, meus passos nem um pouco hesitantes. Não sei aonde irei, mas minhas pernas têm um local em mente.

            - Sesshoumaru-sama! – Grita uma garotinha de longos cabelos castanhos, um enorme sorriso em seu rosto. Sorrio para ela, e me agacho, tocando seus cabelos carinhosamente.

            - Rin, - eu falo, e ao ouvir minha voz, ela pula de alegria e abraça minhas pernas.

            - Aonde o Sesshoumaru-sama vai? Posso ir junto? – ela me pergunta, seus olhos brilhando com energia. Meneio a cabeça.

            - Não, você tem que ficar com a sua mãe, Rin. – Ela solta seus braços e fica com um rosto pensativo, um pouco triste. De repente, ela faz um sim com a cabeça e sai correndo, não sem me acenar energicamente.

            - Tchau, Sesshoumaru-sama!

            - Até logo, Rin, - eu respondo, observando sua pequena figura desaparecer atrás de um prédio. Meu braço cai para o meu lado e continuo a andar para onde o vento me levar, assim como diria um certo cantor e compositor.      

            Estou um pouco lírico hoje.

                                   *          *          *          *          *

            Eu deveria saber, minhas pernas não são nem um pouco diferentes de meu coração. Olho para o chão, para o piso de granito, para os meus sapatos, para qualquer coisa exceto o restaurante na minha frente.

            Passo uma mão pelos meus cabelos, e expiro com a mesma velocidade de uma tartaruga, um gesto que indica que não estou contente com a minha situação, pois não estou mesmo. Devo entrar ou não? Passo a mão pelos meus cabelos novamente. Acho que dar uma espiada antes não me fará nenhum mal.

            Observo o interior do estabelecimento pela janela de vidro do lado da porta. Não está muito movimentado agora, talvez pelo horário ou porque daqui a dois dias, será feriado, e as pessoas já estão num ritmo de descanso.

            A garota chamada Sango está no caixa, recebendo dinheiro de um freguês. Um freguês bastante audacioso, pelo visto, pois posso notar facilmente onde suas mãos estão se aproximando. Parece que ela também percebeu, pois levantou sua mão e, num gesto bem rápido que quase não pude ver, deu-lhe uma bofetada na cara.

            Rio para mim mesmo. Bem feito, porque não se deve tratar as mulheres desse jeito, nem mesmo se você está apaixonado por ela. Sim, este rapaz está apaixonado por ela, basta ver como seus olhos ficam mais calorosos e felizes ao vê-la, mesmo com uma marca vermelha de mão na sua bochecha.

            Estreito meus olhos para notar as feições dela. Suas bochechas estão rosadas e ela evitar olhar no rapaz, seu corpo tremendo de raiva e de vergonha. Parece que ela também sente algo por ele, caso contrário, não estaria evitando ele.

            Paro de observar os dois quando aparece a razão da minha vinda, que era desconhecida até então. Ela está usando um pequeno avental branco no colo, e nas suas mãos, está segurando uma bandeja com algumas latas de refrigerante. Ela caminha na direção de uma mesa com um casal de namorados. Colocando as latas na mesa, ela se afasta, não sem antes dar uma última olhada para os rostos felizes dele.

            Meu peito começa a doer. Seus olhos estão tristes, com uma cor diferente da usual. Estão mais escuros, e posso notar que está com um pouco de olheiras. Levanto minha mão e encosto meus dedos no vidro, bem em cima da imagem dela. Ela está tão triste...

            Repentinamente, ela vira seu rosto na minha direção, e eu tenho que prender a minha respiração. Arregalo meus olhos quando ela sorri para mim e retira o avental e o põe em cima de uma mesa, e sai do restaurante para vir falar comigo.

            Estou paralisado, e tudo que consigo fazer é esperar o tempo passar. Não demorou muito, e ela já está na minha frente, segurando nervosamente a borda de sua blusa, estrangulando o pobre tecido.

            - Oi, Sesshoumaru, há quanto tempo, né? – Ela me pergunta rapidamente, não olhando muito nos meus olhos.

            - Como você está?

            Coloco uma mão em cima de seu ombro, enquanto que, com os dedos da minha outra mão, levanto seu rosto. Ela também está cansada, posso perceber nitidamente isso.

            - Bem, só que não estou conseguindo dormir direito. Insônia, eu acho.

            - Ou pesadelos?

            Ela abaixa sua cabeça, e desta vez, não tento levantar seu rosto de novo.

            - Mas, eu estou melhor. O que você veio fazer aqui? – ela me pergunta, olhando-me sinceramente nos olhos. Sorrio para ela, e ela sorri para mim, aquele sorriso de que tanto gosto. Ela está linda.

            - Vim ver você.

            - Ah...- Ela sorri timidamente, e tenta se afastar um pouco de mim. Meneio a cabeça e estico o braço na altura de sua cintura, trazendo-a para mim. Ela solta um grito de susto, e quando ela está presa entre meu peito e meus braços, ela me bate levemente com as mãos, num gesto carinhoso entre amigos. Isso dói. Olho para ela e decido: irei posar como um amigo que gosta de provocá-la. Pelo menos, assim, eu poderei, de uma certa forma, ser verdadeiro com meus sentimentos.

            - Eu preciso ir trabalhar, - ela começa, mas eu abaixo minha cabeça e sussurro em seu ouvido:

            - Então, por que você tirou o seu avental?

            Ela enrubesce e me bate no peito.

            - Chato!

            Eu sorrio.

            - Eu...Eu quero...Tentar.

            Arregalo meus olhos, observando seu rosto à procura de alguma coisa que desminta o que ela disse. Talvez, ela esteja apenas brincando comigo, pois ela ainda ama meu irmão. 

            - Eu fiquei pensando durante um mês, e... Achei que...Eu devia continuar com a minha vida. Sem o Inu Yasha. – Ela levanta seu rosto e me olha desafiadoramente. Acaricio suas bochechas, algo que eu sempre sonhei fazer novamente depois de ter provado um pouco da sua maciez.

            - Tem certeza?

            - Tenho.

            Suspiro. Não sei nem por que estou duvidando dela, mas eu quero ter certeza. Não quero ser a segunda opção, assim como ela fora para o meu irmão.

            - Eu não sou o Inu Yasha.

            Ela morde seu beiço e olha o chão. Começo a soltar meus braços que a estavam mantendo para mim, mas paro quando ela sorri para mim e beija minha bochecha.

            - Você não é o Inu Yasha. É claro que eu sei disso!

            Meu coração começa a bater cada vez mais rápido dentro de meu peito. Eu levanto-a com meus braços e rodopio-a, fazendo-a rir e gritar para eu parar.

            Paro momentaneamente, abraçando-a com toda a minha vontade.

            - Ei! Nós nem somos namorados e você já fica me abraçando como se a gente fosse! Mas... É sério o que eu disse. Eu quero tentar.

            Sorrio maliciosamente e murmuro em seu ouvido, tocando o lóbulo com meus lábios:

            - Pois muito bem. Você será minha.

            Assim como eu serei seu.     

            N/A: Bom, ficou um pouco estranho o final, mas não consegui pensar numa outra forma de terminar. Tenho um recado importante para vocês:

            Originalmente, eu havia planejado para que este capítulo fosse o último, com apenas um epílogo e pronto. Mas, como percebi que não há muito romance, e que talvez vocês gostariam de ver Sesshoumaru e Kagome saindo juntos, finalmente se apaixonando um pelo outro e tal, não sei se seria melhor escrever mais um capítulo após este, e finalmente, fechando com o epílogo. Estou deixando esta escolha para vocês, e caso vocês prefiram a segunda proposta, mais um capítulo, não sei quando ele poderá ficar pronto. Já estou tendo aulas e provas no meu colégio, e não muito tempo livre. Bom, a escolha é de vocês, assim como é esta história, porque escrevo para vocês.

            Muito obrigada pelos reviews, adorei todos eles!

            Beijos,

            Sissi

P/S: O trecho que eu havia colocado no capítulo anterior é do livro do Peter Pan. ^_^ E, por falar nisso, esta história parece paulista?? Não fazia a menor idéia disso, mas Sayo, você está certa, eu sou paulista. Paulista e paulistana, de coração.