Titulo:
Encontros e Desencontros
Autora: Suryia Tsukiyono
Pares:
:
Aya x Omi, Yohji + Ken
Classificação: Yaoi, Lemon, Angst
Weiß Kreuz não é meu. São de propriedade de Takehito Koyasu e Project
Weiß.
Encontros e Desencontros
Por Suryia Tsukiyono
Parte IVNos dias que se seguiram àquela inesperada noite um clima pesado se instalou na floricultura. Aya não dirigia a palavra a nenhum dos outros três, e toda vez que Omi tentava se aproximar dele, o ruivo lhe dava as costas e o ignorava completamente. Ken trabalhava se esforçando para suportar a presença de Aya, tinha vontade de dizer umas verdades para ele, dizer que ele não tinha o direito de tratar Omi daquela maneira, que se quisesse ter raiva de alguém que tivesse raiva dele e não de Omi, mas o próprio Omi o fizera prometer que evitaria qualquer conflito com Aya. Somente Yohji parecia trabalhar normalmente, agindo com se aquela noite nunca tivesse existido, manteve o bom humor e o sorriso maroto de sempre, Omi ao contrario mostrava um sorriso forçado a cada cliente que entrava na loja deixando bem claro o esforço que precisava fazer para se manterem juntos naquele ambiente. Ao fim do expediente Omi terminava de arrumar a loja e já estava indo para casa quando Ken apareceu.
"Precisa de alguma ajuda?", ofereceu o jogador tentando puxar assunto com Omi, pois desde aquele episódio em seu quarto ainda não tinha conseguido falar com o garoto.
"Não, eu já terminei", informou Omi tirando o avental e fugindo dos olhos do jogador.
Ken se aproximou de Omi lentamente tentando acariciar seu rosto.
"Omi, eu tenho notado que você tem me evitado".
"Não, Ken-kun. Por favor", disse o garoto afastando a mão de Ken evitando ser tocado.
"O que foi? Por que você está me tratando dessa forma?", interpelou Ken surpreso com aquela reação. "Está magoado comigo porque menti para você sobre o Yohji? Ou é por que acabei colocando você naquela situação que... o Aya agora está...".
"Não é isso, Ken", interrompeu o menino. "Eu só quero um tempo para colocar minha cabeça em ordem".
"Não... eu estraguei tudo, não foi? Eu sou um idiota, se você não tivesse ficado comigo nada disso teria acontecido. Eu acabei estragando as chances que você tinha com o Aya. Você deve estar me odiando", Lamentava-se Ken desesperado quando foi interrompido por Omi.
"Shiiiuuu! Pare! Eu não te odeio, não foi sua culpa. Alem do mais, eu nunca tive chance alguma com Aya, nunca fui bom o bastante para ele".
"Omi, não diga isso", insistia o moreno se aproximando mais dele e observando de perto a lagrima solitária que escorreu pela face do loirinho.
Aya apareceu na porta que ligava a loja a casa, se tivesse chegado alguns minutos antes teria ouvido parte da conversa, mas nem bem olhou para os dois e saiu rápido dali voltando para dentro de casa, já havia tirado suas próprias conclusões daquilo. Ao subir pelas escadas esbarrou no playboy que descia para chamar Ken, naquela noite eles haviam combinado de saírem juntos, Yohji havia sugerido que sair um pouco seria bom para eles se livrarem do estresse vivido nos últimos dias.
"Ei!! Cuidado, Aya!!", bufou o loiro com o esbarrão de Aya, mas o ruivo nem lhe deu atenção, simplesmente subiu e se trancou no quarto. Yohji também não se deu ao trabalho de levar aquilo em consideração, resolveu deixar por isso mesmo e ir procurar seu amante, não queria estragar sua noite.
"Ken, vai ficar aí a noite toda? Esqueceu que temos um compromisso?", avisou Yohji ao chegar na floricultura.
"Já estou indo", respondeu Ken e depois voltou-se novamente para Omi. "Quando eu chagar iremos conversar sobre isso".
"Você vai chegar muito tarde e eu vou estar dormindo", descordou Omi, a verdade era que não tinha nenhuma vontade de insistir em todo aquele assunto.
"Certo, se eu voltar tarde não vou te acordar. Mas conversaremos amanhã sem falta", avisou o jogador dando um sorriso e saindo em seguida.
Omi sentou-se na cadeira atrás de si e ficou ali, no escuro, sozinho, pensativo, refletindo e reconsiderando toda sua vida, chegou a pensar se as coisas teriam sido diferentes se Ken não o tivesse impedido de pular da ponte naquele dia, sabia que não seria diferente porque não haveria mais nada para ser vivido. Quando escutou o barulho do carro de Yohji saindo decidiu que era a hora de ir para seu quarto trancar-se nele e simplesmente desejar que aquele dia passasse tão rápido quando pudesse.
Aya também estava deitado em sua cama analisando todos os acontecimentos, sempre desconfiara do relacionamento entre Yohji e Ken, e na verdade não dava a mínima para isso, mas não imaginou que Omi podia estar envolvido também e por mais que tentasse aceitar aquilo, não conseguia. O por quê? Nem mesmo o ruivo sabia. A única coisa que sabia era que as palavras ditas por Omi naquela noite não saiam de sua cabeça.
"Não posso acreditar que ele faça isso porque gosta...", repetia Aya para si mesmo enquanto a imagem de Omi com os outros dominava completamente sua mente.
A visão daquele menino com seu rosto tão doce e tão delicado agindo de maneira tão voluptuosa estava deixando o espadachim deveras perturbado. Ficava imaginando as coisas que Omi seria capaz de fazer.
"Oh Deus... como eu posso estar pensando nessas coisas com ele?", recriminou a si mesmo por ter aqueles pensamentos tão pervertidos com Omi. Foi tirado de seus delírios quando ouviu os passos do loirinho subindo as escadas correndo, levantou-se e abriu a porta ainda a tempo de encontrar-lo no corredor.
"Omi...", chamou o ruivo com sua austera voz.
O garoto só interrompeu sua trajetória e fitou o ruivo meio apreensivo. Agora sempre era assim quando estava a sós com Aya, tinha medo das coisas que ele poderia lhe dizer, do quanto Aya ainda podia lhe ferir.
"Venha aqui, eu quero falar com você", disse Aya voltando pro quarto e sentando em sua cama. Encarou o loirinho por alguns segundos, via como ele lhe devolvia um olhar cabisbaixo. Perdeu-se por um instante imaginando como alguém com aquelas feições tão delicadas, um rosto tão dócil podia ter um comportamento como o daquela noite. "Eu queria dizer que... eu não devia ter falado todas aquelas coisa que lhe disse aquela noite".
Omi não sabia o que dizer, parecia que Aya estava tentando de algum jeito lhe pedir desculpas.
"Eu não devia ter sido tão grosseiro, afinal não tenho nenhum direito de me meter na sua vida. Eu só...", continuou Aya.
"Não, Aya. Está tudo bem. Vamos esquecer isso, fico feliz em saber que você não está mais tão bravo comigo", interrompeu Omi um pouco eufórico, só ele sabia o quanto havia sido difícil suportar o desprezo do espadachim todos aqueles dias. Mal podia acreditar que finalmente Aya o havia perdoado. "Está tudo bem mesmo, o melhor de tudo é saber que você se importa em como me sinto".
Aya não tirava os olhos de Omi agora ali tão perto dele sentado em sua cama, misteriosamente atraído por aqueles olhos azuis Aya se aproximou um pouco mais.
"Sim, eu me importo", concordou Aya avançando lentamente pra cima de Omi e tomando seus lábios num fervoroso beijo.
Omi quase perdeu o fôlego com aquilo, mas Aya não parava de beija-lo, o garoto foi se rendendo lentamente aos braços do ruivo enquanto este continuava a aprofundar os beijos maravilhado com a sensação de saborear aquela pequena e suculenta boca.
"Ahnn... Aya...", chamou Omi sentindo todo aquele calor percorrer seu corpo novamente, mas desta vez de um jeito mais intenso, era Aya quem lhe beijava, o beijo que há muito tempo almejava.
Alguns minutos depois já estavam deitados na cama e Aya mantinha seu peso sobre o pequeno corpo de Omi que mal podia raciocinar direito sufocado pela avalanche de carinhos que o ruivo dispensava a ele. Aya foi despindo Omi de seu colete desvendando lentamente a pele alva do menino, mordiscou o pescoço macio e depois foi descendo pelo peito arrancando um gemido abafado de Omi.
"Não se preocupe, pode gemer a vontade. Foi por isso mesmo que esperei aqueles dois saírem de casa".
O mundo de Omi pareceu ter se congelado nessa hora, o que Aya queria dizer com 'Esperei eles saírem de casa'? Então aquilo havia sido proposital? Até o pedido de desculpas fora premeditado? Omi sentiu todo o corpo tremer nessa hora, não podia acreditar que Aya pudesse ter feito aquilo.
"Pare Aya... por favor", pediu Omi tentando tirar Aya de cima dele, mas o ruivo ignorou continuando a capturar os lábios macios e acariciar todo o seu corpo.
"Calma, não vai ser muito diferente de como é com aqueles dois. Só que ao contrario deles não gosto de fazer isso em grupo", disse o ruivo muito naturalmente.
"Não!", recusou Omi fazendo força e conseguindo se levantar da cama. Sempre sonhara em receber o carinho de Aya, mas não daquele jeito, porque acima de tudo Omi o amava. Agora tinha certeza que o ele só o procurara interessado em seu corpo, interessando em ter o mesmo que havia visto aquela noite.
Antes que pudesse se afastar Omi foi novamente agarrado por Aya e jogado na cama.
"Por que você está tão nervoso? Você não disse que gostava?", relembrou Aya beijando Omi novamente."Eu também posso satisfazer você".
"Não Aya... eu não quero!!", Omi continuava relutando.
"Ahhmmm... Omi... Por que hein?", questionou Aya tateando o corpo de Omi com mais intensidade para desespero do loirinho. "O que você quer com isso? Hun? Um joguinho de dizer que não? Vai me deixar louco assim".
"Não!! Pare!! Não estou fazendo joguinho nenhum! Eu não quero mesmo!!", insistiu Omi tentando novamente se afastar.
A recusa de Omi enfureceu o espadachim por um instante, simplesmente porque ele não compreendia o porquê de Omi rejeita-lo.
"O que foi? Que história é essa de que não quer?", interpelou Aya encarando-o serio. "Quer dizer então que você pode ir pra cama com aqueles dois, mas comigo você não quer?!"
"Não é isso Aya... é só que...", Omi não sabia o que explicar, como poderia falar ao ruivo de seus sentimentos?
"Então o que? Se não é isso então não há motivos pra tanta frescura. Vem cá!", disse Aya puxando Omi novamente e tornado a beija-lo, deitou-se rápido sobre ele e tirou o resto de suas roupas sem muito cuidado. "Isso mesmo, você é muito bonito, Omi".
"Aya... por favor...não", murmurou o menino.
"Você transou com o Yohji e o Ken... agora vai fazer o mesmo comigo", foi a resposta que o líder dos Weiss deu a Omi.
"Ahh não vou não", refutou Omi quando aquelas palavras lhe cortaram a mente.
"Por que não? Acha que não sou bom o bastante? Prefere aqueles dois, é isso?!!", gritou Aya furioso, a verdade era que estava morrendo de ciúmes de Yohji e Ken.
"Não Aya... não é isso", descordou o loirinho assustado com aquilo.
"Então vai me dar o que quero", e ao dizer isso Aya tornou a direcionar sua atenção para os carinhos no corpo de Omi".
Omi continuou pedindo, relutando, mas nada adiantava. Aya parecia mesmo decidido a tê-lo em sua cama. O desespero de Omi tornou-se ainda mais intenso quando percebeu que se continuasse a recusar, Aya acabaria por força-lo a fazer aquilo e isso Omi não queria. Preferia concordar mesmo contra sua vontade do que esperar o ruivo lhe obrigar ou até lhe machucar.
"Espera... Aya... Tudo bem.... eu... eu fico com você...", disse Omi respirando fundo. "Só tenha calma, temos muito tempo".
"Eu sabia que você acabaria concordando", disse Aya diminuindo a agressividade das caricias. "Tem razão, não precisamos ter pressa".
Omi relaxou na cama sentindo o peso do corpo de Aya sobre o seu, virou o rosto pro lado deixando o pescoço livre para as beijos e caricias do espadachim. Nessa hora Omi não conseguiu segurar as lagrimas que rolaram livremente por sua face, mas o garoto não deu um murmúrio se quer, iria chorar em silencio.
"Larga ele, Aya!!", uma voz decidida invadiu o quarto de repente.
"Que merda é essa??!!", grunhiu o ruivo contrariado voltando-se para a porta e deparando-se com um enfurecido Ken a encara-lo. "Saia já daqui!"
"Não, não vou sair até você deixa-lo em paz", retrucou Ken com a ira em seus olhos.
"Ken.... mas...", murmurou Omi reconhecendo a voz do jogador, mas o menino não se moveu.
"Porque eu deveria deixa-lo em paz? Hun? Qual o problema nisso? Você mesmo já dormiu com ele, não é mesmo?", respondeu Aya sentindo-se o dono da verdade.
"Sim.. Mas pelo menos ele não estava chorando enquanto estava em minha cama!", respondeu Ken com um olhar de morte para Aya.
"Chorando? Mas...", nesse instante Aya voltou sua atenção para o rosto de Omi e pode ver toda a tristeza estampada naqueles grandes olhos azuis. "Omi... eu...".
Aya empalideceu com aquilo, não havia reparado que Omi estava chorando. E agora ver olhos do menino marejados de lagrimas por sua culpa o fazia sentir-se muito mal.
"Omi... eu... não sabia...", gaguejou o espadachim se afastando do chibi.
"É Aya. Você não sabia.... como você também não sabe um monte de outras coisas", insistiu Ken. "Omi, quero que vá para seu quarto e não saia de lá até eu mandar".
"Ken, por favor... não...", pedia Omi quando foi interrompido pelo jogador.
"Não se preocupe, está tudo bem", respondeu Ken colocando Omi pra fora do quarto e fechando a porta. "Muito bem , Aya. Agora somos só nós dois..."
"Não me interessa o que você tem a dizer, Vá embora!! Quero ficar sozinho".
"Ah claro, não interessa, não é mesmo? Assim como nunca te interessou os sentimentos de Omi. Será que você não percebe o quanto você o magoa com suas atitudes?", prosseguiu Ken, agora era hora de dizer todos as verdades que estavam entaladas em sua garganta há muito tempo.
"Do que você está falando? Você não sabe de nada!!", defendeu-se Aya sem muita paciência.
"Você é quem não sabe. Por que? Por que você o trata desse jeito? Talvez se você deixasse de ser esse déspota egoísta você enxergasse o quando você faz mal a ele! Isso mesmo Aya..... você não passa de um grande egoísta!!", gritou o jogador com todas as suas forças.
"Seu.... desgraçado!!", esbravejou Aya avançando pra cima de Ken e agarrando o jogador pelo colarinho.
"Isso!!! Isso mesmo!!! Vamos, Aya!! Me bata! Me bata e me prove que eu estou certo!! Que você é um grande idiota!", gritou Ken encarando Aya raivosamente.
"Droga...", Aya largou o jogador e voltou a sentar-se na cama.
Omi já estava indo para seu quarto quando os gritos de Ken o fizeram dar meia volta, mas ao virar-se deu de cara com o playboy que também seguia para o próprio quarto.
"Yohji-kun...", chamou Omi fitando o loiro.
"Que cara é essa, Omi?", perguntou Yohji. "O que o Ken aprontou dessa vez?"
"Ken-kun? Não ele não fez nada, porque?".
"É porque ele saiu do clube dizendo que tinha que voltar para casa, que estava preocupado com você", esclareceu Yohji.
"Bem... ele está no quarto do Aya...", respondeu o chibi meio sem jeito.
"No quarto do Aya? Ahhh... então eu vou dormir", disse Yohji se espreguiçando. "Me acorde amanhã cedo que eu ajudo você, Omi".
"Me ajudar? Me ajudar em que?", perguntou Omi confuso.
"Te ajudo a arrombar a porta e retirar os corpo", sorriu sarcástico.
"YOHJI-KUN!!! Isso é serio!", reclamou Omi contrariado com a piada
"Eu sei, Omi. Não se preocupe eles vão se acertar", Yohji sorriu desarrumando os cabelos do menino, em seguida dirigiu-se calmamente ao seu quarto.
"Yohji-kun...", balbuciou Omi e depois voltou ao quarto de Aya, parando diante da porta.
"E então Aya? Será que agora você consegue realmente ver como as coisas são?", perguntou Ken se aproximando do ruivo.
"Não sei do que você está falando", negou Aya, mas no fundo ele sabia e sentia-se mal com isso. Como não havia percebido que Omi realmente não queria ceder a ele?
"Claro que sabe! Estou falando dos sentimentos de Omi", revelou Ken mesmo sabendo que o loirinho poderia nunca perdoa-lo por isso. Já havia se calado por muito tempo e não suportava mais vê-lo sofrendo, iria dar um basta naquilo tempo.
"Sentimentos?".
"Sim, sentimentos. Se você parasse um pouco de olhar para o próprio umbigo talvez notasse o amor que Omi sente por você... E então não vai dizer nada?", continuou Ken quando viu que Aya não mencionou uma única palavra sobre o assunto.
"Eu não tenho que lhe dar explicações", disse Aya resoluto.
"É claro que você não tem. Já que não se importa mesmo, a verdade é que você não liga para o Omi! Você não merece o amor dele!"
Aya se levantou novamente muito irritado. "Mas é claro que eu ligo para ele! E por que você está se metendo nisso? Acha que gosta mais dele do que eu? Não gosta não".
"É claro que gosto! Eu amo o Omi", respondeu o moreno.
"Você diz que ama, mas fica com o Yohji a hora que quer. Me responda, Ken, você largaria Yohji para ficar com Omi", insistiu Aya, sabia que esse era o ponto fraco de Ken.
"Você tem razão, Aya... Talvez eu não o ame, mas não era você quem estava com ele quando ele precisou de ajuda, não era você quem estava com ele quando ele tentou pular daquela maldita ponte!! Era eu!!!!!"
"O que?!", perguntou Aya perplexo.
"Isso mesmo... ele tentou se matar", respondeu Ken já duvidando se devia mesmo ter dito aquilo.
"Mas... por que?", Aya não conseguia entender.
"Por sua culpa, Aya. Por causa daquela maldita missão. Aquela que Omi saiu ferido e você quis deixa-lo para trás. Ele achou que não nos importávamos mais com ele e... Até hoje eu não consigo entender como você pôde ser tão frio e fazer aquilo", disse Ken sentando-se ao lado do espadachim.
"Eu tive meus motivos para fazer aquilo", respondeu o ruivo.
"Motivos? E que motivos foram esses? Não me faça rir. Aya", debochou o jogador.
"Você vive dizendo que não me importo com ele, não é? Que não presto atenção nele, não é? Pois saiba que fiz o que fiz pensando no Omi".
"Que historia é essa? Como podia estar pensando nele se você ia entrega-lo a própria morte?", indagou Ken sem entender.
"Eu nunca duvidei que ele conseguiria se salvar sozinho, eu confiei na capacidade dele. Conheço Omi o suficiente pra saber que ele jamais se perdoaria por ter falhado em uma missão".
"Mas que merda Aya! Será que você não pode deixar de pensar como líder pelo menos uma única vez?", disse Ken não compreendendo a explicação do ruivo.
"Mas não estava pensando só na missão. Eu sei que isso afetaria muito a vida pessoal dele também. Omi possui um enorme senso critico e se cobra demais também, isso porque ele estar sempre tentando dar o melhor de si, e seria péssimo pra ele conviver com o fracasso, mas é evidente que se eu sentisse que ele não iria conseguir eu iria busca-lo e o tiraria de lá a qualquer custo", explicou Aya. "Eu só não imaginava que ele fosse entender isso como descaso da minha parte...".
Ken ficou estupefato com a revelação, finalmente sabia o que levara Aya a agir daquela maneira e embora ele não concordasse e achasse que fora uma maneira muito estúpida de estimular Omi a conseguir se superar tinha que admitir que havia funcionado. Com isso Ken acabou revelando a Aya tudo o que acontecera desde então.
"Meu Deus... eu fiz tudo errado. A verdade é que eu sempre o amei, mas achava isso errado, ele sempre me olhando com aquele rosto terno, inocente", lembrava o ruivo
"Por isso você o ignorava, ignorando-o você também ignorava o que você mesmo sentia, acontece que Omi tem sentimentos como qualquer pessoa".
"Agora eu sei, eu achei tanta coisa errada...", lamentava-se Aya.
"Mas você ainda pode mudar tudo Aya, pode tentar fazer certo de agora em diante e se tiver que culpar alguém, culpe a mim, não a Omi".
"Não, acho que tudo não passou de um grande mal entendido. Um grande desencontro", desabafou o ruivo
"Sim, acho que sim, mas as coisas ainda podem encontrar seu devido lugar agora que você já sabe de tudo. Estou abrindo mão do Omi porque sei que ele te ama, mas eu juro, Aya, que se você magoar o Omi novamente eu volto aqui e arrebente a sua cara!", ameaçou o jogador.
Aya não soube o que responder de tão atônito que estava com tudo aquilo
"Bem, agora vou indo. Vou dormir, estou com sono", sorriu descaradamente para ele e foi abrindo a porta. "Omi? O que está fazendo ai? Eu pensei que tinha dito para você ficar em seu quarto", perguntou o jogador quando se deparou com a figura do loirinho quando a porta foi aberta.
"Eu...eu...", gaguejou o menino.
"Tudo bem, acho melhor você entrar. Você tem um assunto pra resolver", disse Ken puxando Omi para dentro do quarto. "Estou saindo fora. Isso já não é mais da minha conta", saiu do quarto e respirou fundo desejando realmente que tivesse feito a coisa certa.
Aya e Omi se olharam sem saber por onde começar, havia tanta coisa para ser dita, alias os dois nem sabiam mais o que valia a pena ser dito.
"Omi, eu...", balbuciou Aya.
"Não precisa dizer nada. Eu estava ouvindo atrás da porta", disse meio constrangido.
"Vem cá, por favor", pediu Aya. Quando Omi se aproximou o ruivo não se conteve e o abraçou, abraçou com todas as suas forças. Talvez aquilo simbolizasse a vontade que Aya tinha de nunca mais deixar Omi escapar prendendo-o para sempre em seus braços. Beijou o os cabelos loiros e o acariciou como a uma criança.
"Aya-kun...", Omi jamais poderia decifrar o que sentiu com o calor do abraço de Aya, foi como se num único instante sua alma fosse lavada de toda tristeza e ele se sentia muito leve. "Gosta de mim, Aya-kun? Mesmo depois de ter te decepcionado tanto?"
"É claro que gosto. Alem do mais você não me decepcionou", respondeu Aya.
"Mas você ficou furioso comigo".
"Minha fúria não era com você, era comigo. Eu estava com ciúmes e não queria aceitar isso", explicou o espadachim vendo finalmente o loirinho sorrir. "E você? Ainda gosta de mim? Mesmo depois de ter te magoado tanto?".
"Sempre, sempre vou amar você, Aya kun", e dizendo isso Omi inclinou-se para o ruivo beijando-o com vontade, exigindo o carinho que sempre quisera receber, o carinho sincero.
Depois de trocarem vários beijos cada vez mais profundos e caricias cada vez mais ousadas, Aya voltou a despir Omi, dessa vez com mais carinho, enquanto ia beijando e acariciando cada parte que desnudava de seu corpo. Omi dessa vez não conteve os gemidos de prazer que sentia com os beijos e caricias do espadachim, levou a mão até os cabelos ruivos o acariciando. Sentiu os lábios lhe percorrerem o corpo causando arrepios deliciosos, um tremor lhe invadiu ao sentir os lábios em suas coxas e subindo em direção a sua virilha numa tortura deliciosa, mas logo gritou quando seu membro foi lambido e em seguida engolido pela boca ávida que o levava a loucura. Aya sugou um pouco mais o membro e parou.
"Quero você Omi", sussurrou o espadachim e em seguida começou a se despir.
Omi se ajoelhou na cama e ajudou Aya a se despir beijando seu peito enquanto abria as calças dele livrando-se daquele empecilho, desceu beijando até chegar no sexo rijo do espadachim e começou a beijar e lamber arrancando-lhe gemidos de prazer, então engoliu o membro túrgido sugando-o com força, enlouquecendo-o completamente. Sentiu quando as mãos do ruivo acariciavam seus cabelos e forçavam um pouco mais sua cabeça, continuou com mais força ainda quando sentiu Aya lhe afastando.
"Assim eu não vou agüentar", disse Aya suavemente, "Eu ainda quero você".
Aya deitou Omi na cama olhando-o ternamente, passou o dedo pelos lábios sensuais e em seguida deitou-se sobre ele, foi se ajeitando entre as pernas macias e o beijou enquanto se posicionava em sua entradinha começando a forçar-se para dentro dela. Sentia seu membro ser engolido aos poucos até estar totalmente dentro dele, parou o beijo e começou a se mover lentamente saindo quase totalmente pra voltar todo pra dentro dele maravilhado com a sensação deliciosa de o estar possuindo. Adorou quando ele enlaçou seu corpo com as pernas e o abraçou também, começou a beijar o pescoço de Omi dando leves mordidas, arrancando mais gemidos do menino que já estava completamente extasiado de prazer. Continuou os movimentos e caricias mais um pouco até que parou saindo de dentro dele e o fitou com um brilho nos olhos. Omi o encarou meio confuso com a interrupção do ato tão gostoso.
"Fica de quatro pra mim, Omi", pediu Aya já sem conseguir controlar o enorme desejo que sentia.
Omi pôde sentir seu rosto queimando e corando rapidamente com aquilo, mesmo assim virou-se na cama atendendo o desejo dele, sentiu as mãos do ruivo lhe acariciando as nádegas e empinou um pouco mais o traseiro pra ele em um convite mudo, ao qual foi prontamente atendido por Aya, que novamente se posicionou e voltou a penetra-lo arrancando-lhe deliciosos gemidos. Acariciou-lhe as costas e o segurou em seguida pelos quadris voltando a estoca-lo, agora mais rápido se deliciando no corpo amado e tão desejado, mas aquilo não era suficiente queria dar muito prazer a ele, desceu uma mão ao pênis do menino começando a massageá-lo no mesmo ritmo recebendo com isso um delicioso gritinho de prazer. Deu um sorriso discreto e fez um movimento circular tocando-o todo por dentro, em resposta sentiu o corpo pequeno de Omi estremecer e logo depois o sêmen dele escorrendo pelos seus dedos, levou os dedos a boca lambendo-os, provando o fruto do prazer que havia proporcionado. Sentiu o corpo de Omi se contraindo pelo intenso prazer sofrido, não conseguiria se segurar mais voltou a estoca-lo mais rápido e num ultimo impulso se enterrou bem fundo nele deixando que seu sêmen o preenchesse também, deixou-se cair sobre o corpo menor fazendo com isso que se deitassem na cama. Sua respiração estava ofegante, mas mesmo assim beijava as costas delicadas de Omi. Levou a mão ao rosto dele o acariciando ternamente, sentindo a respiração dele se normalizar. Levantou-se um pouco e o fez virar de frente e novamente procurou sua boca pra mais um beijo, dessa vez mais carinhoso e profundo.
"O que foi?", perguntou Aya vendo o menino suspirar e depois se aconchegar em seus braços.
"Nada, só que ainda não acredito que perdemos tanto tempo, que fomos tão tolos", disse Omi e sorrindo carinhosamente para ele. "Mas estou me sentindo muito bem agora, até pouco tempo atrás eu pensava que nunca teria o carinho de ninguém. E agora eu sei que não é assim, sei que vocês se importam, você e Ken-kun também"
"Ken..", disse Aya franzindo o cenho. "Você gosta dele, Omi?".
"Gosto, gosto de um jeito muito especial. Mas não precisa fazer essa cara, é você quem eu amo", respondeu Omi gentilmente. "Você tem raiva dele por isso, Aya-kun?".
"Não, eu odeio dizer isso, mas tenho que admitir que aquele idiota serve pra alguma coisa. Até que às vezes ele faz as coisas direito".
"Como assim?", questionou Omi intrigado.
"Se não fosse por ele eu teria te perdido duas vezes, eu não sei o que faria se ele não tivesse te impedido de fazer aquela besteira, e também acho que devo a ele por ter aberto meus olhos sobre tudo o que estava acontecendo".
"Eu não estou acreditando no que estou ouvindo. Finalmente as coisas estão voltando ao normal", disse Omi feliz abraçando e beijando Aya carinhosamente. "Aya-kun, Eu te amo".
"Eu também te amo, agora tenho certeza disso", respondeu Aya.
Enquanto isso Ken parou diante do quarto de Yohji, ainda tinha isso para resolver e definitivamente não seria nada fácil, julgava que o playboy devia estar com muita raiva dele e se fosse verdade Ken não poderia condena-lo por isso, sabia que agira muito errado com ele. Abriu a porta e entrou esperando encontrar seu amante dormindo, mas não foi exatamente isso o que encontrou.
"Ainda não está dormindo?", perguntou Ken vendo Yohji deitado muito à vontade na cama a observa-lo com seu jeito maroto.
"Não, eu estava esperando você chegar", respondeu maliciosamente.
"Como me esperando? Como você sabia que eu viria?", indagou.
"Você sempre volta, Ken", respondeu agarrando o jogador e puxando-o pra cama. "Não importa o que aconteça, você sempre volta para mim".
"Seu convencido".
"Não, sou apenas honesto, heheh. Você não consegue ficar longe de mim porque eu sou lindo, gostoso e irresistível", prosseguiu Yohji cheio de malicia.
"Yohji... Você não muda mesmo, não é?"
"Mudar? Duvido que você quer que eu mude, porque é justamente disso que você gosta em mim. É por isso que você me ama. Quando é que você vai colocar na sua cabeça dura que você é meu e que eu sou o único que pode te fazer feliz?", disse Yohji dando uma piscadinha para ele.
"A partir de hoje, Yohji. A partir de hoje as coisas serão diferentes", respondeu Ken.
"Que bom, agora...".
"Agora o que?", perguntou Ken curioso.
"Agora... cala a boca e me dá um beijo", disse Yohji tomando os lábios de seu amante pensando que desta vez não esqueceria de trancar a porta.
FIM
Suryia Tsukiyono / Maio de 2003
suryiachan@bol.com.br
