Olá pessoal!
Mais um capítulo que chega! A ação começa a esquentar...
Esse aqui vai dedicado ao Marduking, que como conhecedor do Egito (por causa da faculdade de Arquitetura, ele tem que estudar muito sobre o assunto), quase me tirou o couro quando me ajudou no capítulo passado e em todos os outros...
André, você tem me ajudado muito com esse fic, e com várias outras coisas. Muito obrigado por tudo, e que possamos sempre continuar com essa amizade. E você sabe que não é por acaso que eu dediquei esse capítulo pra você, hein?
ATAQUES NOTURNOS
2002 – EGITO
1 dia antes da chegada de Fujitaka e Sonomi ao Cairo
23h12
Finalmente, parece que ela teve uma boa idéia, e não se meteu em encrencas desta vez. Poderia passar por uma turista rica em férias, papel que lhe cabia muito bem, já que era muito rica mesmo...
Nada mais revigorante do que umas férias com muito sol, praia e nada, absolutamente nada para se preocupar, somente diversão, alegria e prazer.
Bem, se pensamos assim, não conhecemos decididamente essa mulher. Não mesmo.
Ela não estava lá por diversão. Mas que aproveitou, aproveitou... E como! Festas todas as noites, passeios e jantares maravilhosos, apreciando a culinária local algumas vezes, outras desfrutando do excelente serviço de cozinha internacional, do Marriot Beach Resort, um luxuoso hotel 5 estrelas construído às margens do Mar Vermelho, na cidade de Hurghada.
Decididamente, não estava economizando. Nem precisava, porque podia gastar.
Mas o seu intuito ali era passar despercebida do governo local e das autoridades, para poder, em segredo, realizar mais uma surpreendente descoberta arqueológica. Só essa idéia já a deixava absolutamente excitada, disposta a mais e mais esforços para atingir seus objetivos.
Porém, em algum ponto de suas pesquisas, alguma coisa estranha ocorreu. Sentia-se observada, vigiada, mesmo dentro do hotel, onde sua suite era uma das mais bem equipadas. Ela mesma havia inspecionado o ambiente, para se certificar que nenhum enxerido de plantão quisesse gravar imagens suas ou fotografá-la secretamente, já que gostava mesmo de estar à vontade dentro de seus aposentos.
Aquela noite estava estranha. As pessoas que habitualmente encontrava, com quem tinha feito amizade durante aquela semana em que estava hospedada ali, estavam ou ocupadas ou tinham saído do hotel. Parecia combinado, mas ela não tinha com quem se encontrar naquela noite.
Aproveitou pra revisar algumas de suas anotações. Depois de um banho, pra tirar a areia e o sal do corpo, vestiu-se com uma bermuda e uma camiseta surrada, cortada na altura dos ombros, sem manga. Permaneceu descalça, pois o frio do chão refrescava seus pés.
Sentou-se na cama, e espalhou em volta de si seus livros de pesquisa, todos muito antigos, escritos em várias línguas mortas, alguns com tradução para o inglês. Juntou a isso algumas fotos que havia tirado nos mesmos locais onde estivera e outros livros mais recentes.
Começou a anotar várias passagens, comparando com as fotos que havia tirado e as que estavam nos livros. A sensação de estar perto de alguma coisa, mas não estar enxergando era enorme. Ainda assim não conseguia.
Passados 30 minutos nesse ritual, levantou-se e foi para a sacada da suíte, um pouco nervosa. Teria que se aquietar um pouco para concentrar-se melhor. O problema é que essa busca já durava três dias, e não chegava a lugar algum. Havia empacado ali. E algo lhe dizia que nada mais conseguiria, se não encontrasse a pista que tanto procurava...
Olhou para o mar, que refletia a luz do luar egípcio. Pensativa, imaginou se algum dia poderia dividir um momento tão belo como aquele com alguém digno, mas principalmente que agüentasse andar ao lado de uma mulher como ela. Não pode deixar de abrir um grande e belo sorriso, que raramente alguém podia presenciar. Poucas pessoas já o tinham visto, e ela se lembrava de alguém em particular, um grande amigo seu que conhecera há muito tempo em uma conferência em Londres.
Faziam já dez anos que esse encontro ocorrera, mas somente muito tempo depois ela descobriu que queria ter passado mais tempo com aquele homem. Apesar de casado e com filhos, era uma excelente companhia e, sem nenhum esforço, também incrivelmente charmoso e sedutor, embora ele não soubesse ou não quisesse se utilizar disso...
"Ele saberia apreciar este momento comigo adequadamente..." — divagou Lara Croft, olhando um pouco mais para baixo e avistando um barco do hotel usado para levar os hóspedes a um passeio pelo Mar Vermelho. A praia era privativa, e nem este serviço o hotel deixava na mão de outros empreendedores, dominava tudo e todos.
No exato momento em que estas palavras passaram em sua mente, um estalo surgiu! Lara piscou os olhos, para depois arregalá-los bem, a resposta de sua busca começava a se delinear...
Algo havia chamado a sua atenção. O barco que avistava sempre lhe parecia igual, fosse de dia ou de noite era sempre o mesmo barco vermelho. Mas naquela noite, um detalhe lhe chamava a atenção: era realmente o mesmo barco, mas havia alguma coisa diferente nele. Ela não tinha percebido o que era até este instante.
O barco estava retornando para o hotel, e essa era a primeira vez que ela via ele deste ângulo. Deste lado, havia algo que ela só conseguia ver nesta noite: o nome da embarcação, que estava visível para ela naquele momento.
Quando percebeu que esse detalhe era a diferença que lhe chamava a atenção, algumas idéias passaram pela sua mente mais uma vez... o nome do barco... do outro lado da embarcação... um ângulo diferente... o hotel que dominava a tudo e a todos... o hotel que dominava os barcos... as pessoas que dominavam as pirâmides... as pirâmides de outro ângulo... POR OUTRO LADO... as pirâmides que guardavam segredos... os segredos dos OUTROS LADOS das pirâmides... os segredos dos outros lados... DOS OUTROS LADOS... O SEGREDO!!!!!!
Como um raio, essa última associação veio! Voou para sua cama, e freneticamente pegou livros, fotos, documentos, tudo de uma vez, conferindo freneticamente tudo ao mesmo tempo e espalhando tudo para todos os lados!
Parou com uma foto sua, no interior de uma das pirâmides. Olhou bem, pegou uma lupa, olhou mais ainda, e desconfiada pegou um livro de uma expedição antiga que tinha fotografado o interior da mesma pirâmide a vários anos atrás.
Não acreditou no que via! NÃO PODIA SER!!!!
Pegou outra foto, desta vez mais antiga ainda. SIM!! ERA VERDADE!!!! HAVIA ACHADO!!! A PISTA!!! SIM!!! ERA ISSO!!!!!
Levantou as fotos contra a luz, para conferir se não estava sendo ilusão de ótica, não estava acreditando! Conferiu sim que estava certa. Mas estava mais certa do que queria estar...
No ato de levantar o material de pesquisa, observou um reflexo que julgou estranho vindo da luminária do quarto, bem acima de sua cama. Rapidamente, soltou tudo e se aproximou dali, e onde percebera uma anormalidade encontrou uma microcâmera.
Realmente, ela estava sendo espionada!
Outro raio cruzou sua mente. Correu para a sacada, e pôde perceber três homens descendo do barco, com roupas que lembravam soldados de exércitos da antigüidade...
Mais que rapidamente, Lara correu para o seu quarto, pegou suas coisas mais importantes, calçou as botas, pegou a mochila, prendeu seus cabelos e carregou as pistolas. Sabia o que tinha que fazer, e tinha a impressão que não seria nada fácil...
Era uma das situações em que gostaria de estar errada, mas não estava. Logo ao sair do quarto, quatro daqueles homens a esperavam, com punhais embainhados na cintura. Tinham ordens para capturá-la e matá-la, se preciso. E estavam muito seguros de que completariam facilmente essa missão, ainda mais quando a viram...
Nunca uma sensação de segurança durou tão pouco. O primeiro a dar um passo à frente levou um chute no queixo e apagou imediatamente. No embalo, Lara agarrou-se ao mais próximo e projetou-se à frente, atingindo os dois que estavam atrás deste com um único chute rotatório, tão forte que eles foram arremessados contra a parede. O que servira de apoio a ela, assim que ela pós os pés no chão, levou um golpe de judô e foi arremessado ao chão. Ali caiu e ali ficou.
Isto tudo só durou cerca de dois ou três segundos. Mas era muito tempo, a jovem inglesa sabia que pelo menos mais quinze outros homens ela iria encontrar. Saiu em disparada, e chegou à areia da praia sem ser molestada. Por pouco tempo. Logo a seguir, cinco daqueles homens a perseguiam. O que faria?
Teve uma idéia ao passar por um aglomerado de palmeiras. Correu para elas, e se atirou no meio dos arbustos próximos. Os cinco homens pararam e cercaram os arbustos, que deveriam cobrir uma pequena área de oito metros quadrados. Como viram que ela não saía, começaram a entrar no meio da vegetação. Os arbustos eram espessos, encobria-os até a altura do peito.
Lara estava agachada, e podia mover-se de maneira fácil e sorrateira, pois os homens não se abaixavam para vê-la. Eles todos estavam se aproximando do centro da área, como queria. Escolheu o que achou mais lento, imaginando que ele seria o menos inteligente. Chegou bem perto dele, e quando ele ficou de costas para os outros, aplicou-lhe um soco na orelha.
Dito e feito. Como imaginara, este soldado nem olhou, já virou batendo na direção do soco, nocauteando dois de seus colegas, pois todos estavam já muito próximos e este era também o mais alto e forte. Como estava escuro, sabia que tinha acertado alguém, mas não sabia quem. Chegando perto para examinar a quem tinha atingido, foi novamente golpeado por Lara, desferindo mais um soco em outro colega seu. O colega que sobrara começou a perceber o que acontecia e, em silêncio, abaixou-se. Maldosa, Lara já estava atrás dele. Retirou seu punhal e calmamente segurou-o pelo braço e puxou-o para si de supetão, fazendo-o dormir com uma coronhada.
Faltava o grandão. Ela saiu dos arbustos, e chamou a atenção dele com um assobio. Ele a viu, e disparou atrás dela!
Poderia correr a noite inteira, que ele não a alcançaria. Lara tinha ainda mais um plano. Correu sem muita velocidade, até se aproximar novamente das palmeiras. Ali, diminuiu o passo, esperando ele chegar. Afoito, ele correu ainda mais para alcançá-la, e chegou perigosamente perto dela, sem muito cuidado.
O que se seguiu então foi algo absolutamente impressionante. Com um movimento muito bem calculado, ela pulou para trás, colocando seus dois pés no tronco de uma das palmeiras, que não era tão grande assim e envergou um pouco com o peso dela, o suficiente para devolvê-la um impulso que resultou num salto frontal contra o seu oponente. Surpreso, ele diminuiu a sua corrida, tornando-se um alvo mais fácil ainda. Lara pretendia arremessá-lo por seu ombro, mas ele agora se tornara um alvo perfeito para uma potente voadora, golpe forte e preciso como uma pedra atirada por um estilingue.
O oponente agora estava desacordado, e Lara continuou sua corrida até a garagem do hotel.
Chegou à porta da garagem, sua moto estava lá, guardada por dois dos soldados, estes um pouco diferentes, com roupas em tons mais escuros, embora com os mesmos detalhes em suas vestimentas de guerra. Pensou em dominá-los com as suas pistolas, mas ao sacá-las, os dois oponentes atiraram suas adagas em direção dela com toda força! Haviam ouvido o simples ruído das armas saindo dos suportes presos em suas coxas! Desviou-se das adagas, rolando pelo chão lateralmente. Viu que seria um combate sem armas, e deixou as duas pistolas no chão, debaixo de um carro. E foi de encontro aos dois, que a aguardavam com um ar de descaso, certos da vitória...
Lara chegou perto e parou, a cerca de quatro metros da dupla. Olhou os dois, tinham o físico bem semelhante, pareciam ser bem rápidos, pois não eram nem grandes, e nem musculosos. Ajeitou o cabelo, prendendo-os novamente, sob os olhares fixos dos dois inimigos, que admiravam-na com muita malícia e desprezo. Semicerrou os olhos, pensando: "... homens, todos idiotas mesmo...". Ela sempre pensava isso quando sabia que estava agradando.
Piscou para os dois, e sorriu. Decidiu que eles deveriam lembrar-se de algumas coisas boas dela, porque as ruins não esqueceriam tão cedo...
Eles se entreolharam, e o da esquerda foi em frente. Em posição de guarda, correu para ela, desferindo um direto de direita. Lara defendeu o golpe, e com o braço direito dele o fez se ajoelhar, torcendo o seu pulso. Um forte golpe no pescoço fez seu oponente cair no chão, vencido e desacordado.
O que sobrara, surpreso, arregalou os olhos, mas logo sorriu: parece que teria um boa luta.
Foi pra cima dela, com mais calma. Atacou com dois golpes de esquerda, que Lara prontamente defendeu. Recuou um pouco, e aguardou o contra-ataque.
Seu movimento prudente o salvou de cair ali mesmo. Lara desferiu uma violenta cotovelada, que passou no vazio, e abriu o caminho para um gancho de esquerda, que fez seu oponente cair um metro adiante.
Porém isso foi só um desequilíbrio. Ele se levantou rapidamente, e investiu contra ela novamente. Não tinha mais receio de atacar.
Já esperava mais ação. Desta vez, ele estava sendo rápido pra valer! Vários golpes precisos vindos de todos os lados foram aparados por ela, menos um que acertou em cheio sua bota esquerda, bloqueando um chute cruzado seu e desequilibrando-a. Deixou-se cair, para numa cambalhota levantar-se e saltar para o capô de um carro próximo. Em posição de guarda, viu o primeiro oponente, antes desacordado, agora ao lado do seu amigo, novamente pronto pra batalha.
Ela estava perdendo muito tempo com aquilo. Tinha que ir embora depressa, havia muita coisa em jogo!
Sem querer, seus oponentes lhe deram a chave da vitória: eles atacaram os dois juntos, julgando que poderiam derrotá-la mais facilmente dessa forma. Avaliaram mal...
Pulando para o chão, pegou suas duas pistolas que estavam debaixo do carro. Como um hábil toureiro, passou correndo e abaixada pelo meio dos dois, que instantaneamente viraram seus rostos para acompanhar a sua movimentação. Quando perceberam a armadilha, era tarde: ela rapidamente levantou-se e, num ágil movimento circular, usou seus braços como hélices de um helicóptero e desferiu duas coronhadas certeiras em cheio no rosto dos dois, na altura das têmporas. Se isso não os fez desmaiar, o impacto de suas cabeças com a lateral do carro completou o serviço.
Lara sorriu, um pouco aliviada. Não perdera tanta energia, e conseguira se desvencilhar daqueles dois hábeis lutadores até que rapidamente. Guardou as pistolas, subiu em sua moto e saiu da garagem, ganhando rapidamente a estrada. Quando o restante dos soldados percebeu, ela já estava fora de alcance...
Sentia-se bem, e não havia sofrido nenhum golpe mais sério. Podia então seguir diretamente para a cidade do Cairo. Precisava encontrar rapidamente seus amigos, mostrar o que tinha descoberto, e conseguir desvendar aquele mistério todo...
Sozinha, não conseguiria. Sabia disso.
N/A – Dra. Lara Croft© é personagem da EIDOS INTERACTIVE™. Todos os direitos reservados.
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É, mais uma personagem ilustre surge... O que acontecerá em seguida?
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