Este capítulo eu dedico a uma pessoa que me fez rir bastante nas primeiras vezes em que li suas impagáveis fics, de muita comédia e bom humor. Estou falando da Natália Mendonça. Você não sabe quem é? Deveria saber, ela é demais!
ELECTRA, muito obrigado por tudo que você já proporcionou aos leitores de suas fics, e por compartilhar sua amizade comigo. VOCÊ É MÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!!!!! ^__^
Boa leitura, que o bicho vai pegar!
Parte 17 - A Morte pede carona
Saqqara
O dia da procura - 12h55
— Aham... Com licença. Posso fazer uma pergunta a vocês? — calmamente, e em voz baixa, Sonomi pediu a atenção do grupo, de maneira inédita.
— Sim, o que foi? — Indy respondeu, deixando Lara contrariada pela rapidez com que o colega a atendeu, e Fuji surpreso com tanta presteza súbita...
— Apesar de me parecer óbvia essa pergunta, e que vocês já devem ter pensado nisso, mas... Estes vasos são autênticos? — arqueando a sua sobrancelha direita, assumiu um ar autoritário e sedutor tão incomum quanto sua participação no grupo.
— Por que essa pergunta, Sonomi? Sabe que nós três somos profissionais dessa área... — Fuji com certeza não gostara do aparte da cunhada.
— Sim, mas... Tem algo aqui neste vaso que eu já vi antes em outro vaso, e não era um original, descobri depois que era falsificado.
— Sobre o quê você está falando exatamente? — irritada, mas intrigada, Lara argüiu a executiva.
— Embaixo do vaso, vejam... Foi isso que me permitiu identificar a falsificação daquela vez. — Sonomi mostrou o fundo exterior do artefato, e os três arqueólogos colocaram-no no chão e se agacharam para concentrar a luz e examinar melhor. Após alguns minutos, chegaram a um consenso.
— Esse vaso foi pintado. Essa cor não é a original dele. — concluiu Fuji.
—Talvez nem sejam estas as pinturas originas, e as escritas estejam falsificadas... — concordou Lara, percebendo a sutileza do detalhe que Sonomi achara: o fundo estava com uma leve marca de pintura em círculo, como se tivesse o pintor terminado de pintar exatamente ali. Olhou para ela e começou a pensar na esperteza dessa mulher que parecia ser uma burguesa e nada mais. Até que elas poderiam ser amigas, em outras circunstâncias...
— Acho que não, gente. Olhem bem, aqui... — Indy apontou para uma marca mais sutil ainda, onde as cores pareciam se misturar. — A idéia era disfarçar algo, não falsificar. Existe algo mais nestes vasos...
— Algo escrito ou pintado que não queriam que fosse descoberto. — concordou Lara.
— É isso que estamos procurando. Temos que remover essa segunda mão de pintura. — decretou Fuji.
— Pode deixar comigo, meu amigo. — Indy se adiantou, e o grupo se afastou. Essa era uma das especialidades dele. Dependia dele agora. — Tentarei ser o mais breve possível.
— O mais rápido que você puder, Indy. Será melhor para nós. — Fuji endossou a disposição do amigo, pensando: "Assim teremos mais chances de escapar daqui sem problemas..."
Passados vinte minutos, Indy já conseguira remover boa parte da tinta do primeiro vaso. Os tons avermelhados foram revelando por baixo deles a cor original azul, que tinha sido fotografada e posteriormente vista por Lara Croft. Em mais quinze minutos, terminara sua tarefa. Não era tão difícil pra quem já tinha prática de desmistificar falsificações como ele. O que sobrou ficou mais estranho ainda.
— Isso eu conheço. É mandarim antigo. — era Lara que identificara o dialeto desta vez. As mulheres estavam salvando a pátria mesmo, sem dúvida.
— Vamos ver o que está escrito. Leia aqui, Fuji... - Dizendo isto, Indy colocou os dois vasos juntos, segurando-os de encontro ao peito. Estavam pesados, ele não agüentaria sozinho, portanto Lara e Sonomi vieram ajudá-lo. "Uma trégua?" — pensou ele...
— Vamos ver... Está errado. Troquem as posições dos vasos. — pediu ele. Assim que foi feito o reposicionamento dos itens, leu em voz alta: — "Somente o mago que detém o conhecimento do Bem poderá descobrir a origem do Mal, e detê-lo".
Acabou de falar, e caiu no chão, aparentemente desacordado.
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Uma sucessão de luzes e cores surgiu ante seus olhos, e Fuji se viu mais uma vez diante do Mago Clow original, no momento em que ele se dividia em dois. A um dos seres que surgia, disse:
— Você terá uma grande parte da minha alma, emoções, lembranças... Terás poder que quase rivalizará com o meu, mas ele será superado no momento certo por minha sucessora. Não viva triste, melancólico como eu vivi.
E para o outro, disse:
— E você, terá algo muito valioso. Conhecimento. De tudo o que quiser saber, aprender, dominar, conseguirá com extrema facilidade. Isso porque tudo o que eu sei já está contigo, só falta saber usar. Não despreze isso, porém. — e chegando-se mais perto, enquanto perdia sua forma humana, finalizou: — Você ouviu tudo o que falei até agora, mesmo sem eu pronunciar uma única palavra... Sabe porquê? Porque já sabe como fazer isso. Só precisará se lembrar do jeito certo... — se pudesse, Clow piscaria para ele agora. Mas já não tinha mais rosto, nem forma, somente seu espírito cansado já ia deixando aquele lugar, onde duas pessoas agora ocupavam a sala onde antes havia uma só...
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Fuji caíra aos pés de Indy, que tentou ampará-lo. Os olhos abertos, mas sem consciência, assustavam ainda mais Lara e Sonomi, que instintivamente pegaram uma em cada braço dele, sem perceberem.
Lara chegou seu ouvido direito ao coração, para determinar se houvera alguma complicação cardíaca. Ficou tão aliviada quando reconheceu a pulsação normal, que instintivamente deixou seu rosto sobre o peito dele. Quando deu por si, encarava Sonomi, que a tinha puxado pelo cabelo.
— Isso não é hora e nem lugar pra isso. — os belos olhos violeta chispavam de raiva, perante o atrevimento da jovem. Ele era apenas o seu cunhado, mas não ia assistir a essa pouca vergonha sem fazer nada. Não na frente dela de novo!
— Cuidado onde põe a mão, estou avisando... — na bela e penetrante frieza de seus olhos castanhos, Lara estava doidinha para descontar em alguém a derrota da noite anterior. E era aquela japonesa pedante que ia pagar o pato agora mesmo. Podia nocauteá-la com um golpe simples, sabia-o, mas preferiu entrar no joguinho de briga de garotas mimadas e prendeu Sonomi pelo cabelo também.
— Acho bom as duas pararem agora com isso. — Indy podia fazer parte daquela cena dantesca, mas preferiu não elevar o tom de sua voz. Deu resultado, as duas não tinham soltado os braços de Fuji, obrigado-o a ficar sentado e desacordado como uma marionete enquanto uma puxava o cabelo da outra. Sonomi ficou arrasada com aquilo quando percebeu, e instintivamente soltou o braço dele e o cabelo dela, no que foi seguida por Lara. O arqueólogo japonês estatelou-se no chão, sendo acudido pelo seu colega, que balançava a cabeça em sinal negativo.
Parece que o episódio estranhamente fez bem a Fuji, pois acordou logo a seguir, tão repentino quanto ao entrar em transe, mas com uma terrível dor de cabeça, como se acabasse de batê-la em algum lugar. Estava amparado por seu colega, sentado no chão com Sonomi de um lado e Lara do outro, a um metro de distância. Com a mão na cabeça, reparou que as duas estavam com semblante fechado, sinal de que algo ocorrera entre elas. Imaginou que ambas queriam ajudá-lo, e que o Indy acabou com a disputa, contrariando-as. Seria divertido em outra ocasião, mas não ali e nem agora.
— Estou bem, amigo... — tentou dar alguma tonicidade em sua voz, para tranqüilizar o grupo. E foi bem sucedido, pelo que indicava a reação deles.
— O que houve, colega? — Indy tentou ser cúmplice, mas Fuji não podia revelar o que realmente acontecera. Por isso, respondeu:
— Um mal súbito, já passou. — disse isso e levantou-se tão rápido quanto pôde, sacudindo a areia de suas roupas. Percebeu alguém ajudando-o nessa tarefa, e virou-se para agradecer. Deu de cara com Sonomi, que imediatamente desviou o olhar para as roupas e continuou tirando a poeira, até julgar que estava bom. Então afastou-se, completamente envergonhada pelo flagrante. Quase não conseguira conter seu desespero quando ele desmaiou, agora tinha que se controlar de qualquer forma.
— Vamos retornar. Falta a passagem secreta, e estamos muito próximos dela. — depois de alguns minutos de silêncio suficientes para identificar um galo próximo à nuca, Fuji comandou o grupo de amigos e saíram da câmara principal utilizando o mesmo caminho por onde vieram.
Sem dúvida, essa pirâmide parecia mais um labirinto. Se eles não soubessem bem o caminho, poderiam entrar em um corredor qualquer para explorá-lo e perderem-se por muito tempo. Fuji parecia um mapa ambulante: não se desviava da trilha certa. Retornaram portanto até um lugar onde havia um umbral em forma de arco, e dois caminhos se apresentavam, um para a esquerda, outro para a direita. Para onde seguir agora?
— Continuemos mais um pouco. Estamos perto, muito perto... — Fuji seguiu em frente, desprezando os acessos laterais.
— Tem certeza? — certificou-se Lara, ao passar pelas entradas escavadas na rocha.
— Sim. Por aqui iremos para armazéns subterrâneos, cento e trinta e dois ao todo. Dá para ficar dias, até semanas perdido por lá... — com muita naturalidade, Fuji respondeu como se aquilo já houvera ocorrido com ele.
— Mas onde é exatamente? Será que não passamos? — desde que deixaram aquele trecho do caminho, Indy já procurava com mais cuidado pelas paredes o que tinham visto nas fotos do livro de Lara.
— Não mesmo. É aqui. — Fuji parou em um lugar que não dava nenhuma pista de que haveria algo oculto. Mas ele já pressentira a passagem no momento em que vieram por ali ao entrar. — Vejam, as rachaduras estão aqui.
— Isso vai levar horas, até conseguirmos abrir caminho... — sábias palavras de Lara, o que preocupava os dois homens. Não dispunham desse tempo...
— Teremos que explodir. — Indy sacou de uma pequena banana de dinamite, que sempre usava nestas ocasiões.
— Você não sabe que tem explosivo plástico hoje em dia não? — assustada, Lara deteve o colega. — Quer mandar a gente pelos ares?
Sonomi estava um pouco distante, a alguns metros, de olhos arregalados desde que viu aquele objeto perigoso na mão do arqueólogo. E pronta pra correr se preciso fosse.
— Não será necessário. Vejam. — Durante aquela pequena discussão, Fuji pensou rápido e ele mesmo tratou de enfraquecer a parede que cobria a passagem, de modo que com alguns empurrões mais fortes e algumas marteladas eles conseguiram derrubar boa parte do obstáculo, o suficiente para passarem um de cada vez.
— Enfraquecido pelo tempo... Curioso... — Indy tentava se lembrar de onde já tinha visto isso. Acabou surgindo uma enorme pedra rolante em sua mente, de quando ele esteve na Amazônia, e ele decidiu interromper as recordações...
Certo de que os colegas não desconfiaram de sua ação mágica, Fuji seguiu confiante, até chegar defronte a uma inscrição hieroglífica cuja marca ele reconheceu imediatamente.
— Imhotep... — Fuji apontou o hieróglifo correspondente ao selo do arquiteto.
— Essa pirâmide não foi ele que fez, foi? — Lara coçou a cabeça, confusa.
— Não. Aparentemente, só esta parte. O que ele queria deixar registrado aqui? Porquê aqui? — além de dúvidas, Fuji podia sentir um grande poder mágico ali. Não era maligno, ameaçador, mas era muito forte.
— Olhe Fuji... O deus Amon-Rá, ali no alto! — Indy apontou para a figura símbolo da divindade, o sol brilhante sobre o Nilo.
— Amon-Rá? O que ele tem a ver com isso? — cada vez mais confusa, Lara olhava para os dois amigos, que continuavam examinando os símbolos.
— Ele queria dizer alguma coisa... Mas o quê? — Fuji colocou a mão sob o queixo, e começou a acompanhar tudo o que estava desenhado naquela parede desde o começo. Parou bem no meio dela, onde parecia estar escrito algum tipo de mensagem. Traduziu bem devagar, e aquilo não parecia lhe trazer nada de significativo. Pediu a ajuda dos colegas: — Vocês conseguem traduzir o que está aqui? — disse isso mostrando o trecho aos outros.
— Deixe-me ver... Hmmm... — Indy começou a ler e dizer bem devagar o que achava que era: — Liberdade... Vida... Trazer... Beleza...
— Uma mulher? — perguntou Lara, apontando um símbolo feminino.
— Não. Uma deusa. Mas não sei qual delas seria... — respondeu Indy.
— Ele não diz qual é. Parece um termo genérico, indicando uma deusa somente. — definiu Fujitaka.
A esta altura, Sonomi já acompanhava interessadíssima a tradução ao vivo feita pelos três arqueólogos. Bem melhor que ficar sozinha no escuro.... Brrr...
— Vamos ver: "Deusa... Trazer... Liberdade... Vida... e Morte." Morte? Isso não faz sentido... — agora era Indy quem coçava a cabeça, desorientado.
— Não é isso. O termo correto é vida após a morte. Vida eterna. — com ares de triunfo, Lara decretou.
— Muito bem Lara. Está correto. Acrescente-se aqui o símbolo da beleza feminina.... Portanto, a tradução completa seria... — Fuji deu a deixa, e Lara completou.
— "A BELA DEUSA TRARÁ LIBERDADE AO QUE TEM VIDA ETERNA", creio que é isso...
— "A BELA DEUSA TRARÁ LIBERDADE AO QUE TEM VIDA ETERNA". — repetiu baixinho Fuji, tentando entender o significado disso. Em dois segundos, começou a percebê-lo.
Aquele poder mágico que ele sentia desapareceu, assim que ele acabou de pronunciar aquelas palavras. Ele ativara sem saber a magia contida numa profecia, agora entendia tudo claramente.
Toda aquela situação havia sido planejada. Ele estava ali porque era o único que poderia ativar a magia da profecia. Ele era o Mago do conhecimento do Bem.
Mas em vez de deter o Mal, acabara de liberá-lo.
— Não! Não é possível! — assustando o grupo, Fuji colocou as mãos na cabeça e depois na parede, sobre o símbolo de Amon-Rá. Podia sentir que aquele símbolo estava lá, mas escondia uma outra divindade maligna e traiçoeira, que engendrara aquela profecia como se fosse o deus-sol. Além disso, uma nova visão surgia na sua mente, e avistou então uma outra pirâmide, construída com tijolos negros em meio às dunas de Qattara. Em pleno dia, o céu começou a enegrecer sobre ela. E aquilo estava acontecendo neste exato momento!
— Temos que ir embora. Agora! Vamos! — Lutando contra mais uma tontura, tomou fôlego e saiu em disparada, empurrando os amigos para fora daquele lugar. Ele ia desabar a qualquer momento, e Fuji o segurava com sua magia já a alguns minutos, com muito esforço.
Ao chegarem de volta ao corredor principal, o teto da passagem que descobriram desabou, e uma nuvem de poeira os cobriu. Além disso tudo, Fuji podia sentir que os soldados egípcios estavam do lado de fora da pirâmide esperando-os...
Havia uma chance ainda! Tinha que correr, o mais rápido que pudessem.
— Indy, eles estão por aqui, tenho certeza. — Atento, Fuji alertou.
— Vamos para a mastaba do lado Sul. Isso deve nos dar alguma proteção. — a idéia dele não poderia vir em melhor hora. — Vamos todos!
— Espere. — Lara permaneceu onde estava, para espanto de todos. — Eu acho que não é bom ir para lá.
— Para onde, então? — Fuji perguntou, já sabendo o que acontecia com a amiga. Ela pressentira o mago que dominara sua mente na noite anterior. Algo muito comum para quem passa por uma experiência como a dela.
— Hmmm... Acho que não temos muita alternativa... — Após olhar ao redor, a jovem inglesa concordou. — Vamos. — partiu junto com o grupo, com atenção redobrada.
Sonomi não tinha nenhuma idéia do que se passava. Três arqueólogos, muita areia, uns vasos estranhos, passagens secretas, paredes pintadas em locais que logo depois desabam, horas de escuridão para depois enfrentar um sol escaldante... Que vida mais louca essa que Fuji escolhera!
Realmente, não poderia nunca imaginar que ele tivesse espírito tão aventureiro assim... Quais seriam as outras surpresas que ele escondia? Bom, agora tinha que correr junto com os outros, pois também sentia algo ruim naquilo tudo que estava acontecendo...
Chegaram à grande mastaba que ficava ao sul da Pirâmide Enterrada. Era como se fosse como uma casa sem telhado, sem portas ou janelas. As entradas sempre são no teto, portanto não podiam entrar sem subirem pela parede.
Os arqueólogos prepararam-se para uma subida de mais ou menos oito metros, com cordas amarradas em ganchos. Duas cordas foram colocadas, e Lara e Sonomi foram primeiro.
Se não fosse a situação de perigo, seria até engraçado. Mesmo sem entender muito bem o que se passava, Sonomi foi tomada por uma disposição fantástica de galgar aquilo o mais rápido que pudesse. Não esperou Lara não, foi se agarrando na corda e seguiu, coisa que ela não fazia desde quando estava nos tempos de escola. Lara ficou furiosa com a dianteira da rival, e disparou atrás dela com uma vontade idêntica. Logo as duas estavam emparelhadas no meio do caminho, que parecia ser a escalada mais rápida da história! E os dois colegas se deleitavam com a visão que tinham lá de baixo, acompanhando aquilo.
As coisas mudaram de figura rapidamente. Algo que Fuji não previra, nem imaginara. Em um instante, olhava para as duas em seu duelo físico e sensual; no segundo seguinte, porém, estava no chão, com Hadek prendendo-o na areia com a sola de sua bota branca.
— Você se descuidou, Mago Clow. Um erro que não deixarei passar... — com um sorriso maligno, Hadek olhou com seus olhos brancos para Neftul, que imediatamente levantou o braço direito e, sem tirar os olhos do companheiro, lançou uma bola de fogo em direção à mastaba, precisamente onde Sonomi e Lara estavam penduradas. Indy já fôra cercado e dominado por vários soldados, nada pôde fazer.
É impressionante o quanto uma fração de segundos pode fazer diferença. Fuji tentou se levantar, mas uma súbita fraqueza o deteve. O máximo que conseguiu fazer foi levantar um pouco o pescoço para olhá-las. Viu Lara arregalando os olhos enquanto a chama crescia e se aproximava como um raio, terrificada, segurando-se com o braço esquerdo e com o direito estendido, como se fosse tentar aparar o ataque, num esforço impensado e inútil. Viu também como Sonomi abriu a boca para um grito mudo, agarrando-se mais ainda na corda, totalmente sem ação. Olhou para ele, triste e revoltada, porque sabia que nunca mais o veria. Seus olhos se cruzaram pela última vez, desesperados, tão distantes e sedentos um do outro...
Foi nesse preciso momento que o disparo atingiu seu alvo, a parte superior, onde estavam quase chegando, bem acima de suas cabeças. Numa forte e estrondosa explosão, as duas foram arremessadas junto com as cordas e os ganchos cerca de cinco metros para o alto, para depois caírem aos gritos no solo arenoso, envoltas em uma nuvem composta de grandes e pesados fragmentos de pedras expelidas da face norte do monumento. Construído para abrigar a morte, mais uma vez cumpria o seu papel servindo de túmulo mesmo em sua destruição parcial.
Em menos de quinze segundos, Lara e Sonomi não estavam mais com eles, não mais gritavam. Agora, eram parte das ruínas e escombros de Saqqara.
Parem tudo!
Um minuto de silêncio pela morte de duas personagens tão queridas...
O mal nunca esteve tão vivo quanto agora, e parece que já venceu a batalha, desferindo um profundo golpe no coração de Fujitaka...
Venha acompanhar o funeral de Lara e Sonomi no próximo capítulo. Você é nosso convidado, caro leitor ou leitora...
Eu avisei que ia ficar perigoso... u_u'
Sei que é duro, mas... Comentem este capítulo, por favor. Em memória de nossas queridas e belas amigas...
*Fantomas guarda dois minutos de silêncio, em memória de Lara Croft e Sonomi Daidouji.*
