Capítulo IX- Hermione desaparece

Hermione não conseguia desvencilhar-se daquela cena. Por um lado estava muito assustada com que enxergava no espelho. Ela e professor Snape! mas a cena dentro do espelho continuava, e a garota obrigou-se a permanecer lá. Ela, estava lendo com atenção a algo que o marido – " marido! Oh, meu Deus! – pensou ela" – estava lhe mostrando, escrito num pergaminho. Ela tinha os olhos presos no pergaminho enquanto Snape mantinha os olhos fixos na esposa, e Hermione do outro lado do espelho pôde ver o quão amor continha aquele olhar. Era uma lástima que não conseguisse escutar as palavras. Seu eu dentro do espelho murmurava algo relacionado ao pergaminho, sorrindo para o marido que parecia absorto naquelas palavras, mas ao invés de pegar o pergaminho que ela lhe alcançava puxou-a, beijando-a apaixonadamente. Retraindo um grito, Hermione saiu correndo daquela sala, nem bem enxergando para onde ia, apenas queria ficar o mais longe possível daquela sala, o mais longe possível daquela visão, o mais longe possível dele....


Snape tinha razão ao escrever para a Srta. Granger que possivelmente fosse convidado a ministrar palestras em Michigan. As palestras já tinham datas marcadas e até lá o professor contava poder inovar seus aprendizados e suas descobertas até lá. Certamente suas conversas com Jonh Michaelsen lhe faziam pensar em muitas coisas, em muitos experimentos diferentes. Logicamente voltava agora cheio de idéias, cheio de novos conhecimentos e fervilhando de vontade de voltar as suas pesquisas. Quem sabe desta vez, a Srta. Granger pudesse ser sua colaboradora? "Colaboradora" . Não que ele achasse realmente necessária a ajuda dela, mas sim, a companhia.. Ele sim, era alguém que sabia como era triste permanecer sempre sozinho. A primeira providência que tomaria, era tornar aquela sua masmorra um local mais agradável, mais quente, mais caloroso . Um local que não amedrontasse as pessoas, mas que ao mesmo também não fosse convidativo de ali permanecerem. Os livros novamente lhe ensinavam algo, e não simplesmente que era difícil viver sozinho, afastado da humanidade. Eles vieram em sue auxilio lhe mostrando a bela vida que poderia conter em seu interior. Lhe mostrando que ali dentro ainda existiam pessoas que se preocupavam com ele, se importavam com ele.. e dentre essas pessoas estava seu próprio eu. Ainda não sabia exatamente como livrar-se daquela couraça que carregava em seus ombros, mas certamente o dia de sua libertação chegaria... assim como o dia em que o Lord das Trevas seria derrotado... Todos tem a sua hora o seu tempo, e o dele, Severo Snape também haveria de chegar.

Realmente Hogwarts era opressiva.. não sabia que excepcionais poderes mágicos tinha aquele local que lhe faziam mudar completamente o caráter ao ali adentrar. A púnica coisa que poderia salientar, é que fosse quando jovem, fossem em sua fase atual, Hogwarts sempre lhe despertara os piores instintos. Fora em Hogwarts que aprendera o valor do verdadeiro ódio, o valor da superioridade, o valor do desprezo, da inimizade.. Sim, isso aprendera dentro daquele castelo, enquanto professor e estudante, enquanto garoto e homem. Nunca vira ali um sentimento bom, como por muito tempo poucas réstias de sol penetravam em sua masmorra fria.. E era sempre assim, somente acontecimentos desagradáveis poderiam lhe fazer encontrar sua própria vida. Poderia sentir em sua pele, a dor de pessoas torturadas e mortas pela ambição de um único homem que os transformava em algozes, em monstros, em seres desprezíveis. Ele tinha real consciência do quanto embrutecera a serviços das Trevas, estando a favor ou contra eles. Isso sempre o tornara infeliz. Não que considerasse que a felicidade era algo imutável e uma vez sendo feliz jamais deixaria de sê-lo. Apenas queria dar a si próprio o direito de ser feliz, de contentar-se com a felicidade simples de ver o desabrochar de uma rosa.. e ali, vendo seu trabalho respeitado, ele sabia ser feliz.. não era o êxtase supremo, mas era algo que o deixava totalmente irradiante. Apenas algo lhe fazia sentir-se mais orgulhoso... ver um par de olhos cor de mel, brilharem em sua direção com uma admiração extasiante... e o orgulho despretensioso, não seria também uma espécie de felicidade?


– Pensando na namorada, Severo? – era a voz de Jonh Michalensen, quem lhe chamara a realidade.. – como é mesmo o nome dela?

- Já lhe disse, mais de uma vez, que a Srta. Granger não é minha namorada, Jonh! – afirmou Snape mordazmente entre dentes.

- Hein, Snape.. – contrapôs o outros com um sorriso. – Não é preciso que você fique bravo comigo, mas você parecia tão distante que deduzi que estava pensando na tal moça.

"De certa forma- pensou Snape ele não está errado, mas o teor dos pensamentos, é algo que ele ignora e por isso faz uma imagem errônea dos fatos"

- Vamos agora que o trem já irá partir. – disse Michaelsen, ocupado em despachar as bagagens. – Sua namorada esta esperando você voltar para a escola.. – troçou o outro, distanciando-se levemente. - .. sim, deve estar com saudade de você... louca para lhe dar muitos beijos...

Nisto, Snape virou-se, mas era tarde.. Michaelsen já havia sumido entre os transeuntes.


Quando deu-se conta, Hermione estava na orla da floresta proibida... Ela corria procurando fugir daqueles imagens, mas elas pareciam Ter ficados impressas em sue coração, em sua mente... bastava que fechasse os olhos para ver Severo Snape lhe beijando dentro daquele espelho.

"Não sou eu.. não sou eu..." – ela teimava em repetir, mesmo sabendo que era inútil. preferia jamais Ter entrado naquela sala, jamais Ter visto aquele espelho... porque não poderia Ter se visto sendo laureada, Ter se visto como uma grande personalidade do mundo dos estudos? porque não poderia Ter se visto no mundo trouxas, ou como auror numa guerra ou medi-bruxa tratando de doentes no mundo todo? porque tinha que Ter se visto casada com Severo Snape???

Desnorteada ela caminhou em direção a cabana de Hagrid, ainda pela orla da floresta. Queria fugir daquilo.. precisava fugir daquela sensação terrível que lhe avançava o coração.. e por isso não conseguia decidir-se se pior era pensar que aquele refletido no espelho era seu desejo mais secreto ou que aquele pretenso desejo mais se realizaria... Ambas as opções eram terríveis... e ela sentia que somente precisava fugir.. Ouviu vozes na cabana de Hagrid.. talvez o guarda-caça apenas estivesse conversando com seu cão, Canino, mas não queria ver ninguém, nenhum rosto, nem nada... Sentia-se atordoada, como se tivesse batido a cabeça repetidas vezes no chão, como se seu mundo tivesse desabado em cinco minutos.. porque maldição aquilo tudo não era apenas uma historia, que a qualquer segundo ela poderia fechar o livros e desinteressar-se???

Porquê?

Queria fugir, fugir dali... porque não poderia simplesmente desaparecer??? Porquê não poderia evaporar-se no mundo como se simplesmente jamais estivesse estado ali?

Porque Severo Snape??

Sem perceber ela foi se embrenhando floresta a dentro, o pensamento preso naquilo que lhe deixava fora de si... e como olharia para ele novamente? Como conseguiria encará-lo outra vez?? E justo ela, que estava esperando que o professor voltasse com novidades e presentes? E um laço vermelho para Bichento? Como poderia vê-lo novamente.. Como se poderia encarar uma estrela ou a lua.. algo que se sabia estar acima de seu alcance??

Ela ia afastando os galhos das arvores sem se dar conta de conde ia, o que fazia.. o pensamento preso em sumir, em se afastar dali... Como pudera Ter esse tipo de pensamento algum dia, e principalmente com o temido professor de Poções. Sempre o admirara era verdade, sempre o achara corajoso e destemido, e diferentemente dos demais, penava que todas as pessoas deveriam ter sua Segunda chance. E pelo que sabia Severo Snape estava fazendo muito bom uso de sua Segunda chance...

Mais e mais embrenhada na floresta, ela tentava fugir da imagem que vira no espelho... daquele homem... ela parou e olhou uma árvore.. e ali um raio se abateu sobre a moça... Se pensava, se imaginava casar-se com aquele homem era porque.. era porque.. era porque o amava!!!

Os olhos cor de mel de Hermione Granger arregalaram-se e romperam-se num choro silencioso no meio da Floresta proibida.


Severo Snape dentro da carruagem que o levaria a Hogwarts já antegorizava sua chegada, com um sorriso feliz. As perguntas do Diretor, o sorriso frio, porém satisfeito de Minerva Mcgonagall e a presença silenciosa mas importantíssima da Srta. Granger para lhe dar as boas vindas. Mais tarde, especulava ele, chamaria a Monitora-chefe a sua presença, lhe entregaria os livros e não poderia esquecer-se de pedir que ela levasse o gato. Sim, e mesmo não poderia lhe contar tudo nem lhe mostrar todas as anotações que ainda tinha consigo.. tinha que postergar aqueles momentos mágico, para levá-la a sua presença o maior numero de vezes possível. Michaelsen lhe irritara até o preciso instante que pegara o expresso em King Cross. Dumbledore achara que era muito arriscado ele desaparatar em Hogwarts, mesmo tendo permissão para isso, pois poderia atrair atenções desnecessárias. Jonh lhe importunara quando comprar uma caixa de chocolates no trem. Quisera saber se seria mais um agradinho para a namorada, ao que Snape prontamente respondera em voz rude, que ele próprio gostava de chocolates.

Dentro em pouco a carruagem parou, prontamente ele desceu queria ver a todos, queria contar as novidades... mas para sua decepção apenas Minerva e Dumbledore lhe esperavam.. ele olhou para as janelas da Torre da Grifinória, mas nenhuma luz estava acessa, nenhuma pessoa estava espiando, esperando...

- Severo, seja bem–vindo..- Alvo veio cumprimentá-lo com seu olhos azuis brilhantes por trás do oclinhos de meia lua. O professor de Poções tentou esconder sua decepção.

- Como foi de viagem? – quis saber Minerva, sorrindo fria mas sinceramente para o recém chegado.

- Muito bem, Mcgonagall.. – disse ele, ainda procurando ao redor alguma sombra de Hermione, sem perceber a expressão de preocupação no rosto da diretora da Grifinória

- Severo, como foram as palestras? – quis saber o diretor.

- Bem. –respondeu Snape, sentindo-se endurecer por dentro.. porque ela não viera.. queria tanto vê-la, contar as novidades.. porque dissera que vinha...

O diretor olhava ele, com uma ruga de desconfiança no rosto, ao vê-lo observar todos os locais próximos.

- Algum problema, Severo?

Sua primeira intenção fora dizer que tudo estava bem, mas depois sem conseguir conter, perguntou:

- onde está a Srta. Granger? Ela disse que viria me recepcionar...

O diretor e a chefe da Grifinória se entreolharam e Minerva assentiu com a cabeça, como que dando a Alvo a liberdade de falar.

- Ela desapareceu durante a noite passada.

**Lika Riddle, obrigadão pela sugestão deste capítulo, tá? Mil beijos.